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Festas e Rodeios

Iguinho e Lulinha: dupla vira fenômeno do forró ao unir vaquejada a Alok e Coldplay

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Irmãos emplacam versões pop e novas canções com sanfona afiada e o jeito de cantar do aboio e das toadas do sertão sergipano. Eles estão no especial de apostas musicais para 2023; conheça. Iguinho e Lulinha
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“Você pensa que é fácil dizer acabou e tchau?”, perguntam Iguinho, 21 anos, e Lulinha, 23, no início da música “Coração acelera”. O ritmo veloz, a sanfona afiada e os vocais que remetem ao aboio, o canto para chamar a boiada no sertão, entregam o estilo dos irmãos: forró de vaquejada.
Iguinho e Lulinha desbancaram estrelas do forró com versos ainda mais sofridos que a concorrência: “Veja nossos filhos, você vai abandonar”, eles lamentam. A narrativa trágica é outra marca do estilo que eles cresceram ouvindo no povoado de Curituba, em Canindé de São Francisco (SE).
Mas a melodia é mais recente que as toadas do sertão sergipano. “Coração acelera” é uma versão de “Hear me now” hit eletrônico em inglês, de 2016, dos brasileiros Alok, Bruno Martini e Zeeba. Com a nova letra em português e o arranjo de vaquejada, a faixa disparou nas paradas de forró.
Nesta semana, o g1 faz uma série especial de apostas musicais para 2023. Do indie pop ao trap romântico, conheça artistas prontos para estourar.
Segunda-feira (9): WIU, o trapper apaixonadão
Terça-feira (10): Iguinho e Lulinha, os vaqueiros com tecla SAP
Quarta-feira (11): Luan Pereira, o boiadeiro baladeiro
Quinta-feira (12): Jota.pê, o novinho da MPB
Sexta-feira (13): Joji, FLO, Latto e Caroline Polachek, o novo pop gringo
Conheça suas histórias também no podcast g1 ouviu:
Forró tipo importação
O repertório deles tem canções originais e outros hits em inglês com novos versos em português: “Vai sentir falta de mim” (“Paradise”, do Coldplay), “Boy da Hilux” (“Someone you loved”, de Lewis Capaldi), “Vaqueira” (“Thank You”, da Dido) e “Te quero mais” (“Sweet child o’ mine”, do Guns N’ Roses).
A dupla sergipana não está sozinha: o forró teve vários hits recentes reciclados e não autorizados de Bon Jovi (“No ouvidinho”, de Felipe Amorim), Miley Cyrus (“Se joga no passinho”, de Brisa Star) e James Blunt (“Coração cachorro”, de Ávine Vinny e Matheus Fernandes).
Iguinho e Lulinha são líderes absolutos dos rankings do Sua Música, site especializado no mercado nordestino. No fim de 2022 eles assinaram com a Top Eventos, grande escritório de Pernambuco, casa de João Gomes e Tarcísio do Acordeon – outros jovens astros que retomam a vaquejada.
Iguinho e Lulinha
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Willas e Wingles
Até o título da dupla é adaptação abrasileirada dos próprios nomes de batismo. Lulinha (apelido de infância de Willas Belem Marques) e Iguinho (Wingles Belem Marques) são filhos e netos de cantores de toadas da região, e bisnetos de Zé Leobino, um vaqueiro lendário do Sergipe.
Incentivados pela família, cantam juntos desde que Iguinho tinha 5 anos e o irmão, 7. A formação de dupla é rara no forró atual, dominado por cantores solo ou bandas. Mas os irmãos seguem os ícones do subgênero da vaquejada dos anos 1970, Vavá Machado e Marcolino.
Leia mais: Vida e morte de Kara Veia: a saga trágica do vaqueiro idolatrado por novos cantores
Ao contrário das duplas sertanejas, o esquema de Iguinho e Lulinha não é baseado em primeira e segunda voz juntas, mas de versos alternados entre os irmãos.
Iguinho e Lulinha
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Teclado na moto
“O sonho do meu avô era a gente seguir essa carreira. Desde pequeno a gente já ia para as cavalgadas”, conta Iguinho. “A rádio local já era caminho da roça para nós. O locutor ia procurar nós dois para entrar no ar e a gente estava lá brincando com terra, como crianças normais”, lembra Lulinha.
Há oito anos eles montaram um show e foram para a estrada. “Começou só com a gente e um teclado”, diz Iguinho. “A gente cansou de fazer show em duas motos. Ia um em uma moto e o outro com o tecladista atrás e o teclado no meio”, descreve Lulinha.
Aos poucos eles foram aumentando a banda e a lista de músicas. Além das versões gringas, eles cantam canções brasileiras originais, como “Te amar, te amar”, do piauiense Paulinho Paixão, e algumas composições com participação de Iguinho, como “Volta morena”.
‘Emoção tipo a do roqueiro’
Mais importante que o repertório, com canções que costumam ser repetidas por vários artistas, o que faz a diferença no mercado é a interpretação: as vozes abraçam a intensidade da vaquejada, um ritmo quente e sofrido ao mesmo tempo, do qual os dois são íntimos.
“É, aquela coisa bem ‘aaaai’, bem triste”, descreve Lulinha. “Só que, para a gente que vive isso desde pequeno, é uma alegria, dá aquele arrepio, uma emoção tipo a do roqueiro quando tem aquela música pesada”, ele ensina.
Lulinha lá
Uma lição mais recente aprendida por eles foi levar na brincadeira a coincidência do apelido de Lulinha com o do presidente eleito na campanha acirrada do ano passado.
“Tem gente que voltou no Lula e diz que gosta ainda mais da dupla por causa do meu nome. Mas tem gente que quer tirar foto só com o Iguinho”, diz o pragmático Lulinha, que evita a polarização e aceita fãs dos dois lados.
Iguinho e Lulinha
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Bruno Mars comeu coxinha e dançou com cachaça na mão durante visita a bar em São Paulo

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Cantor esteve no De Primeira, na noite desta quinta-feira (3). Equipe de artista visitou o local um dia antes. Bruno Mars grava v[ideo durante passagem pelo Brasil
Reprodução/YouTube
Bruno Mars já está aproveitando sua estada no Brasil. O cantor, que fará 14 apresentações pelo país, começa sua sequência de shows por São Paulo. (Veja agenda completa no final da matéria). E, na noite desta quinta-feira (3), curtiu a noite da capital paulista.
Bruninho esteve com membros de sua equipe no bar De Primeira, na Vila Madalena.
Em conversa com o g1, Gabriel Coelho, chef e proprietário do bar, explicou que os seguranças do cantor foram ao local um dia antes para conhecer o ambiente.
“Ontem, eles chegaram, seguranças e alguns produtores, e perguntaram se a gente podia fechar a janela, porque ia chegar uma pessoa famosa. Até então, a gente não sabia de nada. Depois de um tempinho eles falaram que era o Bruno”, explicou Gabriel.
Bruno Mars no bar De Primeira, em São Paulo
Reprodução/Instagram
Bruno ficou em uma mesa reservada para dez pessoas no canto do bar.
Por lá, comeu coxinha, pastel, torresminho, bolinho de carne, ostra, bolinho de mandioca, e ainda foi presentado pelos donos com uma garrafa de cachaça.
Bruno Mars dança com cachaça na mão durante visita a bar em São Paulo
“Na hora de ir embora, foi dançando com a cachaça, agradeceu todo mundo, foi supersimpático”, contou o chef.
Sobre as preferências gastronômicas de Bruno, Gabriel contou que o artista “gostou muito da coxinha que vem com um creme de milho por baixo para ir chuchando nele. E gostou demais também do sanduíche de frango frito”.
Bruno Mars conta ao Fantástico apelido que ganhou no Brasil e próximos shows no país
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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Roberta Sá sinaliza salutar fidelidade ao samba ao aprontar álbum com músicas inéditas para apresentar em 2025

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♫ COMENTÁRIO
♩ Roberta Sá apronta álbum com músicas inéditas, o primeiro desde Giro (2019), disco lançado há cinco anos com repertório inteiramente composto por Gilberto Gil para a cantora. Será um álbum de sambas, o que nem configura novidade na trajetória fonográfica da artista.
Com exceção de Segunda pele (2012), disco em que Roberta se desviaria totalmente da cadência bonita do gênero se não tivesse gravado um samba recebido de João Cavalcanti (O nego e eu) quando o álbum já estava alinhavado, a discografia da cantora é pautada pelo ritmo.
Foi na batida do samba que Roberta Sá se firmou como nome sobressalente na geração de cantoras brasileiras do século XXI com álbuns como Braseiro (2005) e Que belo estranho dia pra se ter alegria (2007). Essa discografia alcançou pico de beleza e sofisticação com o álbum Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira (2010), gravado por Roberta com o Trio Madeira Brasil.
De lá para cá, Roberta Sá lançou bons discos – como o já mencionado e exuberante Segunda pele e o posterior e menos coeso Delírio (2015) – sem repetir o impacto desta trilogia fonográfica inicial.
Resta torcer para que o próximo álbum de Roberta Sá – previsto para 2025, 20 anos após a edição do disco Braseiro – venha na vibe dos primeiros trabalhos dessa cantora que sabe cair no samba com leveza. A fidelidade da artista ao samba é bom sinal

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Por que a cultura do estupro é tão comum na indústria musical e o que Sean Diddy tem a ver com isso

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Com mais de 200 páginas, documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. Sean ‘Diddy’ Combs
Chris Pizzello/Invision/AP
O caso Diddy ainda parece distante de uma conclusão, mas, sem dúvidas, já é um marco na indústria da música. Há, inclusive, expectativas de que se torne o próximo MeToo, movimento que chacoalhou Hollywood em 2017 com uma onda de denúncias de crimes sexuais.
Preso em 16 de setembro, Dsddy se diz inocente e aguarda julgamento. Mas ele não foi o único músico a entrar na mira da Justiça nessas últimas semanas. Quem também foi processado é o astro country Garth Brooks, acusado de estupro, o que é negado por ele.
Dominado por homens, o setor musical tem uma extensa lista de denúncias e condenações por assédio e abuso. Isso é tão frequente que há uma naturalização do problema, o que acaba levando à chamada cultura do estupro.
“Por décadas, a indústria da música tem tolerado, perpetuado e, muitas vezes, comercializado uma cultura de abuso sexual contra mulheres e meninas menores de idade. Milhares de artistas, executivos e acionistas lucraram bilhões de dólares, enquanto se envolviam e/ou encobriam comportamentos sexuais criminosos”, diz o texto introdutório do relatório “Sound Off: Make the Music Industry Safe” (ou “Som desligado: Torne a Indústria da Música segura”, em português), publicado em fevereiro deste ano.
Com mais de 200 páginas, o documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. São histórias que vão dos anos 1950 a 2024.
A constante negligência de denúncias, investigações e até sentenças judiciais estimula crimes sexuais no mercado musical. É o que aponta o relatório, elaborado por uma coalizão entre os grupos feministas Lift Our Voices, Female Composer Safety League e Punk Rock Therapist.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Sexo, drogas e rock n’ roll
“Para desenvolver uma marca estética de alguns artistas, a indústria usa essa cultura a seu favor”, diz Nomi Abadi, pianista e fundadora da Female Composer Safety League, rede de suporte a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio. Ela conversou com o g1 por videochamada. “É por isso que tem tanto músico acusado impune.”
Ela cita o famoso lema “sexo, drogas e rock n’ roll”. Para a artista, a ideia é menos sobre um espírito roqueiro e mais sobre uma dinâmica de poder que está presente em todos os gêneros musicais. É uma forma de relativizar histórias de mulheres que alegam terem sido drogadas e violadas sexualmente em festas com músicos, executivos, produtores e outros profissionais do setor.
De fato, não é raro encontrar esse tipo de queixa no meio musical. O próprio Diddy é acusado de drogar e estuprar mulheres durante seus festões luxuosos, chamados de “white parties” e “freak-off”. Inclusive, há relatos de que ele teria coagido algumas convidadas a usar fluidos intravenosos para recuperação física após submetê-las a longas e violentas performances eróticas.
O músico nega todas as acusações que levaram à sua prisão. Quanto ao caráter libertino de suas festas, ele sempre gostou de fazer menções, se gabando dos eventos.
Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
“Todos nós já sabíamos. Por muito tempo, ouvimos histórias sobre essas festas”, afirma Nomi. “Eu conheci uma vítima de P. Diddy. Minha amiga esteve em uma dessas festas… Ninguém a escutou. Ninguém se importou com ela.”
Os eventos, que rolavam desde os anos 2000, eram privados — a lista de convidados do rapper reunia atores, músicos, empresários e políticos. Jay-Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber são algumas das celebridades que compareceram aos encontros.
“O que tinha nessas festas era coisa muito ruim. E mesmo envolvendo tantas pessoas, continuava acontecendo”, continua Nomi. É mais ou menos o que também afirmou a cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, em 2023, quando ela abriu um processo contra ele, alegando ter sido estuprada e violentada por mais de uma década. Na ação, que já foi encerrada (sem os detalhes divulgados), a artista afirmou que os supostos crimes do rapper eram testemunhados por muita gente “tremendamente leal” que nunca fazia nada para impedi-lo.
Sean ‘Diddy’ Combs
Richard Shotwell/Invision/AP
Desde que fundou a Female Composer Safety League, Nomi tem tido contato com várias denúncias de agressão sexual no setor da música. “Uma coisa que me surpreendeu quando comecei a frequentar esse meio [de dar suporte a vítimas] é que cada sobrevivente tem sua própria versão da mesma história. As circunstâncias são diferentes. O que aconteceu com cada pessoa é único. Mas todas elas querem ser validadas, compreendidas e terem seus empregos mantidos”, afirma ela. “São os mesmos medos e os mesmos desejos.”
Anos atrás, a artista moveu processos contra Danny Elfman, compositor de trilhas de blockbusters como “Batman” e “Beetlejuice”. Nas ações, ela alegou ter sido vítima de crimes sexuais. Ele nega. Os dois entraram em um acordo com termos não divulgados.
A cultura externa
Também em entrevista ao g1, a pesquisadora de rap Nerie Bento analisa que, na indústria, a cultura do estupro é atrelada à desigualdade de gênero do mercado, além da própria influência de quem está de fora.
“É uma cultura que permeia toda a sociedade, então, obviamente vai estar aqui também”, diz ela. “E a própria música em si… A gente tem muita música misógina que contribui com isso.”
Neire menciona, então, a erotização de corpos femininos em videoclipes de cantores famosos como o próprio Sean Diddy, o que, segundo ela, também endossa a cultura do estupro, ao objetificar a figura da mulher.
O apelo às gravadoras
O relatório “Sound Off” também faz menções à erotização feminina no setor. Além disso, critica as três maiores empresas do mercado fonográfico (Warner Music, Universal Music e Sony Music), propondo que adotem as seguintes demandas:
O fim de NDAs (Non-disclosure agreements, na sigla em inglês), ou seja, acordos de confidencialidade — prática frequente para o encerramento desse tipo de processo no meio musical;
Uma lista pública dos músicos, executivos, gerentes, produtores e outros profissionais acusados de má conduta sexual;
Adoção de protocolos institucionalizados que estimulem a denúncia, não o silêncio;
Investigações conduzidas por partes externas
A defesa de leis que derrubem a prescrição em crimes sexuais
Demandas que surgem porque, segundo a coalizão do relatório, essas gravadoras “ignoraram acusações, silenciaram vítimas e até permitiram o abuso” por décadas.
O g1 entrou em contato com as assessorias da Warner, Universal e Sony, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

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