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Festas e Rodeios

Pop apressado: novos hits encolhem, e canções antigas voltam em versões aceleradas

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Na era do TikTok, sucessos estão mais curtos. Ouça história de ‘Evoque prata’, menor música a ser nº 1 no Spotify Brasil. Hits nos EUA diminuíram 1 minuto, e faixas antigas ganham remix ‘speed’. Da esquerda: DJ Escobar, MC Menor HR e MC Menor SG, donos do hit “Evoque Prata”
Divulgação/A2M Produtora
Com um minuto e quarenta e sete segundos de duração, o funk “Evoque prata” entrou em 2023 como a música mais tocada do Brasil no Spotify. É a faixa mais curta que já alcançou essa posição no país.
Na era do TikTok, o pop tem pressa. “Evoque prata” já abre no refrão, único elemento da música além de versos diretos no meio. No Brasil e no mundo, hits novos e até faixas antigas remixadas passam voando.
Escute a história do hit compacto no podcast g1 ouviu e saiba como ele segue uma tendência global de músicas enxutas:
Das 10 faixas mais curtas a chegaram no topo do Spotify no Brasil, seis são de 2022.
Nos EUA, a duração média das músicas nas paradas caiu um minuto nos últimos 20 anos.
Cresce também a moda das “speed songs”, remixes acelerados de canções antigas.
‘Evoque prata’ corta caminho
“Quando ele começou a cantar a música, eu vi que ela ia acordar as pessoas. Quem ouvisse ia vidrar, pensar: ‘que música doida”‘, diz o DJ que teve a ideia de abrir “Evoque prata” direto no refrão.
Nem o cantor e coautor da música, o MC Menor HR, botou fé no modelo compacto:
“Ele falou que estava pequeno, ficou me xingando”, diz o DJ. “Até pensamos em outro refrão, mas desistimos. Foi a estratégia certa.”
O montador de “Evoque prata” se chama Pablo Patrício, de 22 anos, conhecido como DJ Escobar. Ele nasceu em Ouro Preto (MG) e sempre quis entrar na cena criativa e viajada do funk de Belo Horizonte.
Escobar começou como MC, mas não achou, na pacata e histórica Ouro Preto, quem criasse bases para suas músicas. Ele aprendeu a produzir, viu que levava mais jeito como DJ, e largou o microfone.
O funk mineiro é marcado por melodias inventivas. Mas Escobar tinha equipamentos tão precários que não conseguia tirar esse som melódico. O jeito era fazer funk mais duro, ou “embrazado”.
“O ‘embrazado’ dá para fazer com microfone sujo, caixa suja, com qualquer coisa que tiver. Foi o nicho em que eu consegui entrar”. Ele se destacou e conseguiu entrar na produtora Tropa do 7LC, de BH.
Mesmo com computadores e programas melhores, Escobar manteve o espírito de criar do jeito que dava, sem seguir padrões anteriores. Assim ele fez “Evoque prata”, no dia 16 de agosto de 2022.
DJ Escobar
Divugação / Nicolas Matos
Os vocais são de Gabriel Henrique da Silva, o Menor HR, e Tales Miguel, o Menor SG. Cada menor pega uma parte: HR com o refrão melódico, no início e no fim, e SG com os versos mais diretos do meio.
A estrutura é diferente até das canções pop mais compactas. Elas costumam ter introdução, verso, pré-refrão e refrão – isso no caso das mais básicas, sem apetrechos como solo, ponte e conclusão.
“Você pode fazer um bagulho mais complexo ou um mais ‘chicletinho’, que é curto e fica na cabeça. Eu vi que ‘Evoque prata’ fica na cabeça das pessoas”, explica Menor HR, sempre direto ao ponto.
Foi assim que eles fizeram a música mais curta entre as 138 que já chegaram ao nº1 do Spotify desde que o app chegou ao Brasil, em 2014. Veja como o top 10 dos menores hits é cheio de faixas recentes:
“Evoque prata” (2022) – MC Menor HR, MC Menor SG e DJ Escobar – 01:47
“Dançarina” – Pedro Sampaio e MC Pedrinho (2022) – 01:50
“Mds” – Kawe e Lele JP (2020) – 02:05
“sentaDONA (Remix) s2” (2022) – Luisa Sonza, Davi Kneip, DJ Gabriel do Borel e MC Frog – 02:05
“Braba” (2020) – Luísa Sonza – 02:09
“Ai Preto” (2022) – L7NNON, Biel do Furduncinho e Bianca – 02:11
“Bandido” (2022) – Zé Felipe e MC Mari – 02:12
“Cachorrinhas” (2022) – Luísa Sonza – 02:14
“Hit contagiante” (2019) – Felipe Original, Kevin o Chris e JS Mão de Ouro – 02:17
“Batom de cereja” (2021) – Israel & Rodolffo – 02:20
Luísa Sonza tem 3 músicas entre os 10 hits número 1 mais curtos do Spotify no Brasil
Marcos Serra Lima/g1
Mundo veloz
A revista norte-americana “Billboard” se perguntou, no fim de 2022, por que músicas curtinhas chegam cada vez mais às suas paradas. A reportagem cita um estudo de 2018 do engenheiro californiano Michael Tauberg, que compilou todas as faixas no “Hot 100”, principal ranking da revista, desde 2000.
A média de tempo das canções nas paradas no ano 2000 era de 4:10. Em 2018, ela caiu para 3:30, mostra o estudo de Tauberg. A revista calculou a média de 2021, e ele já tinha caído para 3:07.
A “Billboard” também mostra como os hits de menos 3 minutos de duração ficaram mais comuns:
Em 2016, apenas 4% das músicas no top 10 eram menores que 3 minutos.
Em 2022, faixas com essa duração já ocupavam 38% do ranking.
Na compilação dos hits nº 1 do Spotify no Brasil feita pelo g1, as faixas curtas já apareciam mais em 2016, e hoje dominam:
Em 2016, 38% das faixas no topo do ranking tinham menos de 3 minutos.
Em 2022, os hits nº1 com essa duração já foram maioria: 54%.
O “Hot 100” surgiu em 1958, quando as músicas também tendiam a encurtar por mirar as rádios. Depois, foram crescendo de novo, dos anos 70 ao início dos 2000, época de alto consumo de álbuns em vinil e CD. Agora, voltaram a encolher. A “Billboard” cita possíveis motivos:
A enorme onda do TikTok e seus vídeos que só usam um trecho curto das músicas, sem muito incentivo para fazer canções muito longas e repetitivas.
O sistema dos próprios apps de streaming como Spotify, onde uma música curta pode ter menos chance de ser “pulada” pelo ouvinte.
Há ainda a possibilidade de que uma faixa curta seja ouvida várias vezes pelo fã, despontando mais rápido na plataforma pelo número de plays.
O terceiro motivo também foi apontado pelo DJ Escobar ao ser questionado pelo g1. Ele argumenta que, em geral, uma música pop já tem esse “replay” embutido (como as músicas que repetem o refrão à exaustão): “Vem a música por um minuto e 20, depois volta no começo e toca a mesma coisa”.
“‘Evoque prata’ não (se repete). Ela toca e não volta de novo”, diz Escobar. A repetição é por conta do ouvinte. “A pessoa vai voltar e ouvir de novo e de novo. Vai aumentando o alcance”, ele projeta.
Hits antigos acelerados
Sped up: a onda do remix acelerado
Outro sinal do pop apressado de 2023 é o fenômeno no TikTok das músicas “sped up” (aceleradas). São remixes com um método simples: aumentar a rotação sucessos existentes, que ficam mais rápidos e agudos, como se fossem as músicas do filme “Alvin e os Esquilos”.
Só uma das hashtags para indicar essas faixas, #spedupsounds, tem vídeos vistos mais de 10 bilhões de vezes. Entre os hits estão as versões apressadas de “Everybody Wants to Rule the World”, do Tears for Fears, e “Cool for the summer”, de Demi Lovato – que acabou lançando o remix oficialmente.
A estética não é nova. No início dos anos 2000, os noruegueses Thomas S. Nilsen e Steffen Ojala Soderholm criaram um álbum de músicas eletrônicas aceleradas e agudas e lançaram com a assinatura Nightcore.
No submundo da música eletrônica na internet, o “nightcore” foi reproduzido e virou um nicho alternativo. Esse som influenciou o selo britânico PC Music e artistas que fazem pop de vanguarda como Charli XCX e Caroline Polacheck.
A onda que era alternativa acabou se encaixando perfeitamente no universo popular do TikTok, onde o ritmo veloz e o excesso de informação musical em pouco tempo é ideal para os vídeos curtos.
Corrida brasileira
A estética da eletrônica acelerada também pega entre usuários do TikTok do Brasil. Entre as “sped up songs” brasileiras, circulam versões aceleradas e aguda de “Evoque prata”, que encolhe para pouco mais de um minuto.
Uma das versões de “Evoque prata” a 200km por hora foi feita por Andrine dos Santos, 18 anos, de Pelotas (RS), dona do canal ANS Speed. A produção também é a jato: ela diz que faz cada remix em cerca de 5 minutos, no aplicativo CapCut.
A acessibilidade faz parte da graça: qualquer um pode fazer, e existem centenas de canais postando músicas diariamente. O canal principal de Andine é o YouTube, onde ela tem 1,2 mil seguidores. Lá ela posta as versões, que são escoadas em trechos para o TikTok.
O produtor britânico Danny L Harle, do selo PC Music, explicou ao “New York Times” que o “nighcore” dá a ele uma sensação de euforia. William Gruger, do setor de Música Global do TikTok, disse ao jornal que os remixes acelerados são ligados a uma sensação de alegria fugaz: “É fofo, bobo e feliz”.
Em Pelotas, a jovem DJ amadora Andrine faz coro sem querer com o produtor e o executivo: “Esse ritmo traz uma sensação de felicidade e animação”, ela descreve.

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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Emiliano Queiroz: famosos lamentam morte do ator

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Emilio Orciollo Netto, Beth Goulart, Selton Mello e Lucio Mauro Filho foram alguns dos famosos que deixaram mensagens nas redes sobre a morte do artista de 88 anos. Emiliano Queiroz na novela Espelho da Vida
Acervo Grupo Globo
Emilio Orciollo Netto, Ary Fontoura, Beth Goulart, Selton Mello, Lucio Mauro Filho e outros famosos lamentaram a morte de Emiliano Queiroz. O ator de 88 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca, na madrugada desta sexta-feira (4).
Emilio, que trabalhou com Emiliano na novela “Alma Gêmea”, fez uma postagem nas redes sociais lamentando a morte do ator.
“Meu amigo Milica, fez a passagem. Amigo, você me ensinou e ensina muito. Você é um exemplo de ator de caráter de amor a profissão. Você fez parte de um dos momentos mais felizes da minha vida. Meu eterno Tio Nardo. Obrigado por tanto e por tudo. Você é inspiração eterna. Te amo. Seu eterno Crispim. Te amo”, escreveu o ator.
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Veja mais mensagens de famosos que lamentaram a morte de Emiliano Queiroz:
Selton Mello, ator
“Gênio amado, Seu Emiliano querido demais.”
Lucio Mauro Filho, ator
“Nosso amado Emiliano Queiroz partiu para o outro plano, deixando uma saudade instantânea. Um dos grandes atores do nosso país, com quem tive a honra de dividir a cena em ‘Lisbela e o Prisioneiro’, rodando o Brasil em farras inesquecíveis! Vê-lo no palco aos 86 anos, brilhando como sempre, foi uma das últimas grandes emoções que vivi dentro de um teatro. Obrigado mestre Emiliano por tanta coisa linda que você sempre me proporcionou. Descansa em paz!”
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Ary Fontoura, ator
“Triste 😢💔”
Beth Goulart, atriz
“Mais uma perda para todos nós, o grande ator Emiliano Queiroz partiu hoje aos 88 anos. Com uma longa carreira de mais de 70 anos dedicados ao ofício da interpretação, deixa um enorme legado artístico ao nosso país. Nosso amado ‘Dirceu borboleta’ voou para novas dimensões de existência. Que Deus te abençoe e te receba em sua infinita luz e amor. Meus sentimentos para toda a família.”
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Andréa Faria Sorvetão, atriz e ex-paquita
“Nossas referências indo… Que possamos ser referência também.”
Junior Vieira, ator
“Muita luz.”
Rosane Gofman, atriz
“Tão querido e talentoso!”
Claudia Mauro, atriz
“Meu amigo da vida, meu padrinho de casamento, meu guru, meu amado Emily….E recentemente tivemos este encontro tão lindo. Respostando este vídeo e este registro recente. Meu amigo querido, faça uma boa viagem! Obrigada Liloye Boubli por me proporcionar este último encontro! Emiliano .. Emily… Inesquecível! Pessoa rara! Artista extraordinário! Um dos maiores atores da sua geração. E tantos, tantos e tantos momentos vivemos juntos. Obrigada por tudo! Pelas conversas, pela torcida, pelos conselhos, pelo amor e amizade incondicional. Te amamos muito!”
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Antonio Grassi, ator
“RIP Emiliano ! Que notícia triste.”
Bárbara Bruno, atriz
“Muito amado e querido!!!!!! Viva Emiliano Queiroz”
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Tadeu Mello, ator
“Emiliano foi muito especial na minha vida.”
Gustavo Wabner, ator
“Um dos grandes! O primeiro Veludo de “Navalha na Carne”, o inesquecível Dirceu Borboleta de ” O Bem Amado” e de tantos outros personagens inesquecíveis.”
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g1 Ouviu #293 – Dinho Ouro Preto: o passado, o presente e o futuro do rock nacional

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Em entrevista ao g1 Ouviu, o vocalista do Capital Inicial falou sobre o cenário roqueiro brasileiro, sobre a participação no Rock in Rio e sobre o passado em Brasília. Vocalista do Capital Inicial, uma das mais longevas bandas do rock nacional, Dinho Ouro Preto foi o entrevistado deste episódio do g1 Ouviu. Na conversa, ele falou sobre o show Pra sempre Rock, no Rock in Rio, falou sobre a entrada do sertanejo e outros estilos no festival e ainda contou histórias sobre o início da banda, a amizade com Renato Russo, sobre memes e redes sociais e sobre o cenário atual do rock nacional.
“Meu instinto é dizer que eles [os sertanejos] têm o Rock in Rio deles, eles têm Barretos. E ali eu via como a nossa Marques de Sapucaí. Era nossa vez, nossa turma. Mas me lembraram que o primeiro Rock in Rio também foi mais eclético”, diz.
Dinho Ouro Preto, vocalista do Capital Inicial, antes de entrevista ao vivo no programa ‘g1 Ouviu’, no estúdio do g1 em São Paulo
Fábio Tito/g1
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