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Festas e Rodeios

‘Babilônia’ faz homenagem caótica e sem foco ao cinema hollywoodiano; g1 já viu

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Brad Pitt e Margot Robbie interpretam personagens inspirados em astros do cinema dos anos 1920. Filme tem direção e roteiro de Damien Chazelle, de ‘La La Land’ e ‘Whiplash’. Nos últimos anos, é interessante notar que várias produções sobre o cinema foram lançadas por grandes cineastas (“Império da Luz”, de Sam Mendes, e “Os Fabelmans”, de Steven Spielberg, por exemplo). “Babilônia”, nos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira (19), se junta a esse grupo e é o mais ambicioso dos três.
No entanto, o longa dirigido por Damien Chazelle (de “La La Land”) sofre com ritmo intenso e irregular. Parece não saber que história quer realmente contar.
‘Babilônia’: Assista ao trailer
A trama ambientada na segunda metade da década de 1920 mostra como viviam as pessoas que trabalhavam com cinema em Hollywood, em meio a filmagens intensas e muitas festas extravagantes.
Entre elas, estavam o astro dos filmes mudos Jack Conrad (Brad Pitt), a aspirante a atriz Nellie LaRoy (Margot Robbie) e o faz-tudo Manny Torres (Diego Calva), que sonha crescer na indústria do cinema. Só que chegada do cinema falado muda as regras e afeta a vida dos três de forma irremediável.
Sexo, drogas e um elefante
Nelly (Margot Robbie) se diverte numa festa durante cena do filme “Babilônia”
Divulgação
Os primeiros 30 minutos de “Babilônia” são impecáveis. Embora tenha escolhido uma maneira desagradável e inusitada para começar seu filme, Damien Chazelle mostra que sabe como dirigir cenas muito complicadas, em especial as sequências da festa na abertura. Há uma orgia com muitos figurantes dançando, fazendo sexo, usando drogas, entre outras coisas.
De uma maneira frenética, Chazelle deixa claro que tem controle sobre todos os elementos em cena. Domina até mesmo um elefante, que surge num momento crucial da história.
O diretor se destaca ao mostrar como eram feitos os filmes no passado. Chazelle usa planos-sequência (sem cortes) para deixar claro como era caótico filmar naquela época de sets improvisados.
Diego Calva vive Manny, um dos protagonistas de “Babilônia”
Divulgação
Além da técnica, o cineasta até consegue extrair um inusitado humor ao revelar a loucura que era fazer cenas épicas, sem tantos cuidados como os vistos atualmente. Nessa parte, o filme ganha pontos por conseguir empolgar e até divertir.
Outro bom achado de “Babilônia” é mostrar como foi complicado para os estúdios de cinema se adaptar às mudanças dos filmes falados.
Num dos melhores momentos, uma equipe inteira vai à loucura por não conseguir fazer uma simples cena por causa de diversas interferências sonoras que interferem no processo de filmagem, o que testa os limites da paciência de todos. A sequência é realmente bem conduzida e ressalta o ótimo trabalho de edição de som do filme.
Tempo demais, fôlego de menos
Manny (Diego Calva) conhece a jornalista Elinor St. John (Jean Smart) durante uma festa em “Babilônia”
Divulgação
O problema é que “Babilônia” sofre de seus próprios excessos. Com três horas e nove minutos, a produção demonstra não ter fôlego para gastar bem tanto tempo contando sua história.
Por isso, o longa vai perdendo força a partir de sua metade e até suas qualidades técnicas (fotografia, som, figurino, direção de arte) não são suficientes para prender toda a atenção.
Um dos responsáveis pela queda de qualidade é o roteiro, também de Chazelle. O texto, inspirado em uma história real, não sabe qual trama quer detalhar. O foco seria em Jack, que vê seu estrelato em risco com a chegada do som aos filmes? Ou a ideia é falar mais de Nellie, que faz um grande esforço para se tornar uma atriz sofisticada, mas que tropeça nos seus erros?
Há ainda a história de Diego, que busca realizar seu sonho de ser alguém importante em Hollywood. As questões envolvendo o racismo que sofre o músico Sidney Palmer (Jovan Adepo), por sua vez, são tratadas de forma ainda mais superficial. Tramas entram e saem de cena sem grande profundidade e causam mais tédio do que comoção.
Canção (bem pouco) original
Jack (Brad Pitt) e Manny (Diego Calva) se tornam amigos em “Babilônia”
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Outro ponto que pode incomodar é a trilha sonora de Justin Hurwitz. Apesar de ter ganho o Globo de Ouro na categoria, a música lembra muito as composições ouvidas em “La La Land”.
Basta reparar no tema romântico do filme, quase uma cópia de “City of Stars”, canção vencedora do Oscar. Pelo menos, as músicas que aparecem nas cenas das festas e das gravações em estúdios são mais criativas.
Quem já viu filmes sobre o tema de “Babilônia”, como “Cantando na Chuva” ou “O Artista” já percebe lá pelas tantas qual é a grande surpresa guardada para a parte final. Os excessos da trama deixam o espectador tão cansado que ele tende a não se interessar com o desfecho.
Trio de ferro
Brad Pitt interpreta o astro de cinema Jack Conrad no filme “Babilônia”
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Os destaques do elenco de “Babilônia” são, claro, o trio principal. Brad Pitt mais uma vez usa seu carisma para tornar seu Jack Conrad (inspirado nos atores John Gilbert e Douglas Fairbanks) uma figura interessante e divertida na primeira parte da trama.
Em alguns momentos, Pitt faz o público lembrar de sua atuação como o dublê Cliff Booth, que lhe deu o Oscar de Ator Coadjuvante por “Era uma vez… Em Hollywood”, mas não chega a incomodar. O astro segura bem a parte dramática na segunda metade do filme.
Margot Robbie mostra uma atuação enérgica e é responsável pelas cenas mais controversas, como na que resolve enfrentar uma cobra ou quando perde a cabeça em um momento importante de sua vida. Ainda assim, a atriz faz com que sua Nelly (que teria sido inspirada em Joan Crawford, Clara Bow, entre outras ex-divas do cinema mudo) mantenha o magnetismo.
O pouco conhecido Diego Calva, uma versão mais jovem de Javier Barden, chama a atenção como Manny. Mostra competência até quando se torna o protagonista do longa. Além disso, tem uma boa sintonia para fazer um par com a personagem de Margot Robbie.
Tobey Maguire interpreta um gângster sinistro no filme “Babilônia”
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Porém, quem rouba cenas em “Babilônia” é Tobey Maguire, num pequeno, porém essencial papel. Quem está habituado a vê-lo como um bom moço, como em Homem-Aranha, vai ficar surpreso com o ator na pele de um mafioso cheio de ideias estranhas e um semblante sinistro e ameaçador.
É fácil entender o medo de lidar com o personagem, apesar de sua aparência frágil e franzina.
“Babilônia” é o trabalho mais fraco de Damien Chazelle como diretor, longe da qualidade de outros de “Whiplash” ou “O Primeiro Homem”. A vontade de homenagear o cinema de Hollywood e o impacto que ele gerou esbarra na falta de sensibilidade.
Talvez se não fosse tão desnecessariamente longo ou se fosse mais objetivo, “Babilônia” seria um bom (e memorável) tributo a uma Hollywood que não existe mais.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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Emiliano Queiroz: famosos lamentam morte do ator

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Emilio Orciollo Netto, Beth Goulart, Selton Mello e Lucio Mauro Filho foram alguns dos famosos que deixaram mensagens nas redes sobre a morte do artista de 88 anos. Emiliano Queiroz na novela Espelho da Vida
Acervo Grupo Globo
Emilio Orciollo Netto, Ary Fontoura, Beth Goulart, Selton Mello, Lucio Mauro Filho e outros famosos lamentaram a morte de Emiliano Queiroz. O ator de 88 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca, na madrugada desta sexta-feira (4).
Emilio, que trabalhou com Emiliano na novela “Alma Gêmea”, fez uma postagem nas redes sociais lamentando a morte do ator.
“Meu amigo Milica, fez a passagem. Amigo, você me ensinou e ensina muito. Você é um exemplo de ator de caráter de amor a profissão. Você fez parte de um dos momentos mais felizes da minha vida. Meu eterno Tio Nardo. Obrigado por tanto e por tudo. Você é inspiração eterna. Te amo. Seu eterno Crispim. Te amo”, escreveu o ator.
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Veja mais mensagens de famosos que lamentaram a morte de Emiliano Queiroz:
Selton Mello, ator
“Gênio amado, Seu Emiliano querido demais.”
Lucio Mauro Filho, ator
“Nosso amado Emiliano Queiroz partiu para o outro plano, deixando uma saudade instantânea. Um dos grandes atores do nosso país, com quem tive a honra de dividir a cena em ‘Lisbela e o Prisioneiro’, rodando o Brasil em farras inesquecíveis! Vê-lo no palco aos 86 anos, brilhando como sempre, foi uma das últimas grandes emoções que vivi dentro de um teatro. Obrigado mestre Emiliano por tanta coisa linda que você sempre me proporcionou. Descansa em paz!”
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Ary Fontoura, ator
“Triste 😢💔”
Beth Goulart, atriz
“Mais uma perda para todos nós, o grande ator Emiliano Queiroz partiu hoje aos 88 anos. Com uma longa carreira de mais de 70 anos dedicados ao ofício da interpretação, deixa um enorme legado artístico ao nosso país. Nosso amado ‘Dirceu borboleta’ voou para novas dimensões de existência. Que Deus te abençoe e te receba em sua infinita luz e amor. Meus sentimentos para toda a família.”
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Andréa Faria Sorvetão, atriz e ex-paquita
“Nossas referências indo… Que possamos ser referência também.”
Junior Vieira, ator
“Muita luz.”
Rosane Gofman, atriz
“Tão querido e talentoso!”
Claudia Mauro, atriz
“Meu amigo da vida, meu padrinho de casamento, meu guru, meu amado Emily….E recentemente tivemos este encontro tão lindo. Respostando este vídeo e este registro recente. Meu amigo querido, faça uma boa viagem! Obrigada Liloye Boubli por me proporcionar este último encontro! Emiliano .. Emily… Inesquecível! Pessoa rara! Artista extraordinário! Um dos maiores atores da sua geração. E tantos, tantos e tantos momentos vivemos juntos. Obrigada por tudo! Pelas conversas, pela torcida, pelos conselhos, pelo amor e amizade incondicional. Te amamos muito!”
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Antonio Grassi, ator
“RIP Emiliano ! Que notícia triste.”
Bárbara Bruno, atriz
“Muito amado e querido!!!!!! Viva Emiliano Queiroz”
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Tadeu Mello, ator
“Emiliano foi muito especial na minha vida.”
Gustavo Wabner, ator
“Um dos grandes! O primeiro Veludo de “Navalha na Carne”, o inesquecível Dirceu Borboleta de ” O Bem Amado” e de tantos outros personagens inesquecíveis.”
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