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Festas e Rodeios

Waldir Azevedo, que hoje faria 100 anos, é nome referencial no choro como compositor e cavaquinhista

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Autor de temas como ‘Brasileirinho’ e ‘Delicado’, ambos conhecidos fora do Brasil, o músico carioca deu relevo ao cavaquinho como instrumento solista. Waldir Azevedo (1923 – 1980) posa no estúdio com o cavaquinho, instrumento de sonoridade burilada pelo artista carioca
Acervo Todamérica / Divulgação Biscoito Fino
♪ MEMÓRIA – É inevitável que qualquer texto sobre o compositor e cavaquinhista Waldir Azevedo (27 de janeiro de 1923 – 20 de setembro de 1980) evidencie o fato de o artista carioca ter sido o criador de choros antológicos como o ágil Brasileirinho (1949) e o lírico Pedacinhos do céu (1951), além de Delicado (1950), baião tocado por Azevedo com o espírito do choro, mas na pisada do baião, para pegar carona no sucesso de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), rei do gênero.
É provável que o autor do texto também ressalte o fato de o notável músico ter dado o devido relevo ao cavaquinho no universo do choro ao pôr o instrumento na função de solista, livrando-o da sina de mero acompanhante.
Ainda assim, o legado do artista – que faria 100 anos hoje, 27 de janeiro de 2023 – parece ser bem maior e devidamente conhecido somente por músicos como Cristovão Bastos, Déo Rian, Henrique Cazes e Paulinho da Viola. Cristovão e Paulinho, a propósito, são parceiros na criação de Um choro pro Waldir (1996).
Para quem quer se iniciar na obra de Waldir, a melhor pedida é ouvir os discos gravados pelo cavaquinhista (geralmente na gravadora Continental) entre 1949 – ano do single de 78 rotações em que o músico apresentou os choros Carioquinha e o já mencionado Brasileirinho – e 1979, ano do derradeiro álbum lançado com o artista ainda em cena, Waldir Azevedo ao vivo.
A importância do cavaquinho nessa obra fonográfica já é atestada pelos títulos do primeiros álbuns de Azevedo. Os nomes de discos como Cavaquinho maravilhoso (1957), Baile de cavaquinho (1958), Um cavaquinho na madrugada (1959), Um cavaquinho acontece (1960), Um cavaquinho no society (1960) e Um cavaquinho me disse (1961) mostram como é impossível falar de Waldir Azevedo sem mencionar a maestria do músico no instrumento.
Waldir Azevedo (1923 – 1980) no início da carreira, época em que lançou choros como ‘Pedacinhos do céu’ (1951)
Acervo IMS / Divulgação Biscoito Fino
Na discografia de discípulos, um destaque pode ser Waldir Azevedo – O mestre do cavaquinho (2000), gravado por sexteto liderado por Déo Rian, lançado em CD no ano de 2000 e reposto hoje em catálogo pela gravadora Biscoito Fino, em edição digital, para celebrar o centenário de nascimento do compositor de temas a rigor cultuados somente em nichos de música instrumental, casos de Chiquita (1952), Colibri (1952), Tic-tac (1953), Madrigal (1954) e Pirilampo (1955).
Por conta dessa obra e das habilidades no toque do cavaquinho, Waldir Azevedo logo extrapolou as fronteiras do Brasil com gravações dos principais temas por artistas de outros países da América do Sul, dos Estados Unidos e da Europa, levando Azevedo a se apresentar no exterior.
Brasileirinho, o choro serelepe que catapultou Azevedo ao estrelato de forma instantânea ao ser lançado em disco em maio de 1949, é praticamente um standard internacional. Delicado, o célebre baião lançado em novembro de 1950, tem o mesmo status fora do Brasil.
Compositor de alma popular, o que explica o fato de muitos temas instrumentais do artista terem ganhado letras e ido parar nas vozes de intérpretes como a cantora Ademilde Fonseca (1921 – 2012), Waldir Azevedo também está eternizado na história da música brasileira como músico por ter burilado a sonoridade do cavaquinho.
Somados, os atributos do compositor e do músico imortalizaram o (a partir de hoje) centenário Waldir Azevedo.

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
Divulgação
Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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