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Jonathan Ferr se equilibra entre beats e fusões na correnteza de álbum dominado por vozes femininas

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Artista carioca deixa o pianista em segundo plano em disco em que se apresenta como cantor ao longo de dez faixas pautadas pela mistura do jazz com rap e R&B. Capa do álbum ‘Liberdade’, de Jonathan Ferr
Renan Oliveira
Resenha de álbum
Título: Liberdade
Artista: Jonathan Ferr
Edição: slap (Som Livre)
Cotação: ★ ★ ★
♪ O álbum Liberdade abre ciclo na discografia de Jonathan Ferr e, por isso mesmo, está longe de ser a porta de entrada para quem conhecer as habilidades do artista carioca como pianista associado ao urban jazz, afluente mais contemporâneo do caudaloso rio que tem transportado a música negra norte-americana para o mundo.
Basta dizer que a primeira das dez músicas na disposição do disco lançado em 27 de janeiro, Correnteza, é a única faixa instrumental de Liberdade. Nesse tema de abertura, já fica evidente que Ferr se deixa levar em Liberdade por fluxo de beats e misturas em que experimenta sonoridades ao jogar jazz, rap e R&B no mesmo caldeirão afrofuturista, tocando não somente piano, mas também sintetizadores e baixo synth.
Nessa correnteza, Rio Nilo flui como uma das faixas que mais bem sintetiza o conceito do disco por aliar a mistura aos cantos da rapper paulista Stefanie e de Luedji Luna, cantora e compositora baiana conhecida por mixar R&B e jazz com a música brasileira.
Em álbum dominado por vozes femininas, ainda que Ferr se mostre como cantor em três faixas, Meu sol ilumina a intenção do artista de galgar postos no mercado da música rumo ao mainstream.
A propósito, Meu sol foi acertadamente escolhida pelo selo slap para ser a faixa que abre os trabalhos promocionais do disco Liberdade. Cantado por Ferr com os vocais do duo Àvuá, o radiante refrão de Meu sol brilha entre rimas do rapper Rashid, parceiro do artista no tema.
Com exceção do já mencionado tema instrumental Correnteza, as músicas autorais do álbum Liberdade trazem colaborações de Jonathan Ferr com artistas de universos distintos. Se o trio Tuyo mergulha em Mar profundo, faixa que evidencia o toque do piano do artista nos segundos finais, a cantora indígena Kaê Guajajara interpreta a música-título Liberdade com a voz de Ferr em segundo plano.
Já a cantora Jesuton é a convidada de We never change – balada em inglês de acento R&B e arquitetura que remete a sons dos anos 1990 – enquanto Gota pinga mais atual com a pegada do beatamaker Blackalquimista e a voz de Tássia Reis.
Ao fim do disco Liberdade, Ferr assume sozinho os vocais de O amor não morrerá em gravação formatada pelo DJ e produtor musical Lossio.
Lossio também está presente nos créditos do boombap Lá fora (2022), faixa gravada por Ferr com os rappers Coruja BC1 e Zudizilla e apresentada em agosto do ano passado como primeira amostra de álbum em que o pianista sai dos holofotes para pôr em foco as vozes e a bandeira do afeto livre.
Jonathan Ferr reúne nomes como Tássia Reis, Jesuton, Larissa Luz, Rashid, Àvuá, Stefanie e Tuyo no álbum ‘Liberdade’
Renan Oliveira / Divulgação

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