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Festas e Rodeios

‘Não faço show, faço espetáculo’, diz MC Pipokinha sobre funk com danças sensuais e agressivas

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Cantora de 24 anos diz que Pipokinha é uma ‘personagem’ e que apresentações polêmicas são um ‘teatro musical’ do funk sexual. Ela conta que saiu de família mórmon em SC e foi para SP sem casa. MC Pipokinha fala sobre shows sensuais ao g1
“Não é porque eu sou melhor”, explica MC Pipokinha, catarinense de 24 anos que causa espanto com os movimentos sexuais agressivos de seu show de funk. “Mas porque sou inteligente”, ela completa.
A sacada, segundo a MC, é ligar as letras ao palco. “É como se a história fosse a música, e o que eu apresento no meu espetáculo fosse um teatro”, diz. “Como se fosse um musical da putaria”, ela define em entrevista em vídeo ao g1 (veja acima).
Pipokinha, então, é uma personagem. “É uma menina que gosta muito de dar a per***ca e é rica. Ela não precisa de macho para ganhar dinheiro”. A independência é financeira e sexual, sem medo de “levantar a bandeira” e dizer: “Eu sou piranha.”
No palco, seus dançarinos pegam os fãs que se habilitam a participar, jogam para cima e para baixo, dão tapas e golpes pélvicos. Pipokinha surge de coroa e se proclama “rainha da putaria”. As cenas de surras sexuais (consentidas pelos fãs) têm repercutido nas redes.
As músicas que formam a trilha do “musical” estouraram com o vocal imponente de Pipokinha, ao som das batidas do estilo de funk conhecido como “mandelão”, em faixas como “Bota na Pipokinha”, “Eu sou a MC Pipokinha” e “Tira as crianças da sala”.
“Eu não faço show, faço espetáculo “, ela esclarece. “Show”, para ela, é algo trivial: “São essas artistas que sobem e ‘cantam o Tik Tok’. Parece que eu tô olhando para a tela do celular”, critica “Eu faço com começo, meio e fim. Tem uma história.”
Se a história do espetáculo gira em torno do sexo, a da vida de Pipokinha tem outros eixos:
Ela é filha adotiva de uma família mórmon, grupo cristão surgido nos EUA. Pipokinha diz que sua mãe só deixava tocar em casa músicas religiosas. A família tinha que orar várias vezes por dia e, à noite, ler as escrituras sagradas, o Livro de Mórmon.
A garota rebelde levava roupas curtas escondidas para dançar no colégio, onde virou a MC Katrina (como o “furacão que derruba tudo por onde passa”, explica). Ela diz que ainda acredita na religião e que a comunidade mórmon foi boa para ela, mas foi seguir o sonho de ser MC.
Ela se mudou para São Paulo sem casa. Dormia de favor em casas de conhecidos, ou em bares e tabacarias quando não tinha teto. Só com um celular e roupas emprestadas, foi conhecendo pessoas do mercado do funk e virou a MC Pipokinha.
MC Pipokinha
Divulgação / Instagram da artista
‘Era a estranha, a feia’
Helena Alves nasceu em Forquilhinha e foi criada em Capivari de Baixo, Sul de Santa Catarina. A cidade “não é muito grande, e eu sempre fui muito conhecida porque sempre aprontei”, admite.
“Sempre fui bagunceira na escola. Pulava o muro para ficar com os meninos, cabulava aula, mas quando eu pegava para estudar, estudava. Sabe aquela bagunceira que passa de ano?”, ela diz.
A lição em casa era outra. “Minha mãe é uma mulher de fé muito grande. Ela obrigava a gente a orar quando acordava, antes de almoçar e antes de dormir, a ler as escrituras”, conta Pipokinha.
As escrituras são o Livro de Mórmon, publicado em 1830 por Joseph Smith, fundador e profeta da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. O grupo religioso tem base nos EUA, onde seu seguidor mais famoso na música pop é Brandon Flowers, vocalista do The Killers.
The Killers e qualquer outro som secular eram proibidos na casa de Pipokinha. Mas ela gostava era da rua. “Sempre gostei de andar com roupa diferente, cabelo diferente. Não era aceita, era a estranha, a feia”. A filha avisou para a mãe: “Vou cantar e ficar famosa.”
MC Pipokinha
Divulgação / Facebook da artista
Pipoqueira emprestada
Ela chegou a São Paulo há quatro anos, só com um celular pré-pago. “Quando conhecia a pessoa, ficava na casa dela, tomava banho, comia, perguntava se ela tinha roupa para me dar”, conta. “Ninguém sabia que eu morava na rua, porque eu vivia arrumada com a roupa dos outros.”
Ela foi dançarina em clipes de funk, mas começou a ficar conhecida sem música. A jovem desinibida foi chamada para participar de um canal do YouTube com historinhas ficcionais na periferia de SP. Foi nesse canal, do MC KM, que ela idealizou a Pipokinha como personagem.
Ela logo se destacou nos vídeos com a figura da garota sedutora que lembra programas populares de humor. Já com milhares de seguidores no Instagram, ela chegou à produtora de funk Novo Império.
O empresário Wagner Magalhães, o Vavá, é experiente em fenômenos no funk e dirigiu a carreira do MC Fioti na época do megahit “Bum bum tam tam” – tanto que é citado na música, no verso “‘tipo como? tipo Vavazinho”.
Artista residente
Pipokinha nem era MC ainda. Ela transformou dois lances de azar em sorte: a pandemia e a falta de casa. Na quarentena ela foi literalmente morar no estúdio.
Ela teve tempo e convivência de sobra com os DJs para desenvolver um jeito de escrever e cantar forte e ultrajante, que combina com as bases hipnóticas e estouradas do funk mandelão, propositalmente oposto a um som limpo e comercial.
O próximo passo foi traduzir o som no “espetáculo” igualmente agressivo. Hoje ela recebe esse impacto de volta – positivo e negativo. “É fácil me criticar pela putaria. Mas tudo bem, eu fico cada vez mais rica”, ela provoca.
O show explosivo da Pipokinha
Acidente no show da MC Pipokinha

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Coldplay ainda faz música de verdade ou apenas trilha para palestra motivacional?

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‘Moon Music’, 10º álbum do grupo britânico, desperdiça boas participações em melodias ao mesmo tempo sem referência e sem identidade; veja análise do g1. g1 analisa ‘Moon Music’, novo álbum do Coldplay
O Coldplay lançou nesta sexta-feira (4) “Moon Music”, seu 10º álbum de estúdio — segundo o vocalista Chris Martin, o antepenúltimo da banda, que pretende parar de fazer música após o 12º trabalho. As dez novas faixas, no entanto, deixam a sensação de que eles já pararam.
Nas últimas décadas, o grupo britânico viveu uma das maiores transformações musicais do pop mundial. Foi do rock alternativo melancólico do disco “Parachutes” (2000), influenciado por nomes como Oasis e Radiohead, ao pop motivacional de arena, mostrado principalmente a partir de “Viva la Vida or Death and All His Friends”, de 2008.
A fase mais recente transformou o Coldplay em um fenômeno de venda de ingressos. Iniciada em 2022, a turnê global “Music of the Spheres” arrecadou US$ 945,7 milhões e foi descrita pela revista “Billboard” como a mais lucrativa de todos os tempos para uma banda de rock.
Coldplay no Rock in Rio 2022
Stephanie Rodrigues
No ano passado, o espetáculo visual cósmico, com lasers, fantoches e pulseirinhas coloridas, passou pelo Brasil em 11 apresentações de estádios, com entradas esgotadas.
Ainda assim, fãs mais antigos torcem o nariz — e torcem por algum indício de retorno da banda às raízes. Esses podem desencanar: o “Moon Music” segue a mesma atmosfera etérea-edificante do trabalho anterior de 2021, o que dá nome à turnê quase bilionária.
Nesses dois álbuns, “Music of the Spheres” e “Moon Music”, o ponto alto são as participações. O primeiro tem Selena Gomez e o grupo de k-pop BTS no auge. O novo disco traz a cantora nigeriana Ayra Starr enriquecendo os vocais de “Good Feelings”, pop funkeado sobre a importância de cultivar bons sentimentos.
Em “We Pray”, louvor com levada de rap, está o também nigeriano Burna Boy, outro astro do afrobeat. Com hits e artistas escalando nas paradas, o pop africano ganhou força global em 2024. Mas o que poderia ser uma boa referência no álbum do Coldplay acaba diluído em melodias que parecem de inteligência artificial.
O disco consegue ser, ao mesmo tempo, sem referências e sem identidade: os arranjos não se conectam de verdade com nenhum movimento musical. Já as letras falam de um mundo sem complexidade, onde apenas o poder do amor é capaz de resolver problemas geopolíticos e unir nações em guerra.
“One World”, a música que fecha o “Moon Music”, tem Chris Martin em um instrumental onírico repetindo as palavras “um mundo, apenas um mundo”, para depois concluir: “No fim, é só amor”.
Capa de ‘Moon Music’, 10º álbum do Coldplay
Divulgação
Escolha seu lugar
Não é exatamente para ouvir música que os fãs lotam as apresentações do Coldplay. Com ornamentações de todo tipo, os shows do grupo são vendidos como “experiências” que agradam também outros sentidos.
Mas, se ao vivo a combinação com elementos visuais ajuda a criar um clima mágico, no trabalho de estúdio tudo se torna bem mais monótono.
O Coldplay não está interessado na música em si, mas em guiar as sensações do público. E, sem pirotecnia ou chuva de papel picado, a experiência fica mais parecida com uma palestra motivacional.
Na música-título, que abre o álbum, há um instrumental ambiente de quase dois minutos, perfeito para os espectadores irem escolhendo seus lugares no auditório. Depois, o “Moon Music” encaminha o ouvinte para se animar em “Feels Like I’m Falling in Love”; para refletir em “We Pray”; se empoderar em “IAAM”; se emocionar ao lembrar de tempos mais difíceis em “All My Love”.
Quem consegue deixar o mau humor de lado para se entregar de corpo e alma a esse tipo de vivência pode dar o play tranquilo. Vai ser divertido. Os outros provavelmente vão achar um tanto cafona.

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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