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Festas e Rodeios

Diretor de ‘Sinfonia de um homem comum’ diz que história de José Maurício Bustani é ‘inacreditável’

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Filme premiado sobre diplomata brasileiro é coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. Diretor de “Sinfonia de um homem comum” fala sobre o filme
Em 2002, o diretor José Joffily recebeu em sua casa José Maurício Bustani, que havia acabado de deixar o cargo de diretor-geral da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), ocupado por ele desde 1997.
O cineasta ficou espantado com a história que ouviu e que considerou “inacreditável”. Por isso, resolveu contá-la através do documentário “Sinfonia de um homem comum”, produzido pela Coevos Filmes em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Canal Brasil. O filme estreou nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9).
Em entrevista ao g1, Joffily, que dirigiu longas de ficção como “Quem matou Pixote” (1996) e “Olhos Azuis” (2009) e documentários como “Soldado Estrangeiro (2019), relata que achou a história absurda. Afinal, Bustani contou que o governo americano o pressionou para deixar a OPAQ, chegando a ameaçar de morte seus filhos, além de ter uma escuta em seu escritório.
“Sinfonia de um homem comum” conta a história de José Maurício Bustani; veja o trailer
Na época, Bustani queria que o Iraque fizesse parte da organização para que houvesse inspeção de armas no país, o que desagradou o então presidente George W. Bush.
“Aquele nível de pressão e manipulação era um pouco demais da conta. Só que os fatos foram acontecendo. O Iraque foi invadido de fato, eles (os americanos) atribuíram à presença de armas químicas (para a invasão) e depois negaram. O Colin Powell (ex-secretário de Estado dos EUA) pediu desculpas. Morreram 600 mil pessoas e você pede umas singelas desculpas?”, diz Joffily.
Para fazer “Sinfonia de um homem comum”, o diretor fez um grande esforço para encontrar as pessoas envolvidas nas questões envolvendo Bustani. Por isso, foi a alguns países da Europa, como a Holanda, onde fica a cidade de Haia, local da sede da OPAQ, um pouco antes da pandemia de Covid-19. Para ele, foi um processo exaustivo, porque depois as pessoas da sua equipe tiveram de ficar isoladas.
“Tivemos reuniões intermináveis de forma remota, o que era cansativo e impreciso, me causava muita insegurança. Além disso, tive que negociar pessoalmente os arquivos para que a história ficasse fundamentada com testemunhais importantes que sustentassem o filme”, fala o diretor.
José Maurício Bustani numa cena do documentário “Sinfonia de um homem comum”
Divulgação
Sobrevivência e superação
Durante as filmagens de “Sinfonia de um homem comum”, José Joffily descobriu que José Maurício Bustani é uma pessoa teimosa. Exemplo disso é a cena que abre o filme, em que o ex-diplomata se recusa a tocar piano num concerto por estar com vários problemas. Para o diretor, essa característica foi essencial para suportar a pressão que sofreu para deixar a diretoria-geral da OPAQ.
“Eu acho que foi um azar o John Bolton (ex-embaixador dos EUA na ONU no governo Bush) pressionar o Bustani. Eu não sei se resistiria àquela pressão. O cara vai lá, ameaça a sua família, diz que vai te demitir e você vai e bate a porta na cara dele”, afirma Joffily.
Cena do documentário “Sinfonia de um homem comum”, de José Joffily
Divulgação
O cineasta também lembra quando Bustani se tornou embaixador do Brasil na Inglaterra durante o governo Lula, em 2003. Para Joffily, houve um entendimento de que Bustami foi “resgatado” pelo presidente para ocupar uma posição de prestígio por ter “sobrevivido” e “superado” o que passou.
Um dos momentos mais divertidos do filme é quando Lula, na época, defende Bustani para o então Primeiro Ministro britânico Tony Blair, que tinha apoiado a sua demissão. “A resposta dele (Blair) foi patética”, diz Joffily aos risos.
O diplomata José Mauricio Bustani protagonista o documentário “Sinfonia de um homem comum”
Divulgação
Mais estranho que a ficção
Quando começou a fazer “Sinfonia de um homem comum”, Joffily chegou a pensar em contar a história como um “filme de ficção”. Mas achou melhor fazê-lo como documentário para aplacar sua ansiedade.
No entanto, ele ainda tem vontade de fazer um drama inspirado no que aconteceu com Bustani. Tanto que já tem um roteiro e pretende fazê-lo um dia. “É um roteiro caro, por isso estou postergando um pouco para pegá-lo de frente”, afirma Joffily.
Mas a ideia de fazer o documentário se mostrou bem acertada. O filme participou dos principais festivais da categoria no Brasil e no mundo, passando pelo 35º Festival Internacional de Documentários de Amsterdã, o IDFA, mais importante festival de documentários do mundo.
Ele também competiu na categoria Frontlight, além de estar na 27ª edição do brasileiro É Tudo Verdade, onde recebeu menção honrosa, e no HotDocs, no Canadá.
“Não alimentava expectativas. Eu fiquei muito tomado com aquela coisa de que tinha que terminar. Afinal, tomou quatro anos da minha vida. Mas é uma satisfação imensa o filme ser convidado para um festival, ainda mais o É Tudo Verdade, que eu já participei outras vezes. É muito gratificante.”
O diretor José Joffily, do documentário “Sinfonia de um homem comum”
Zeca Guimarães/Divulgação

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Paternidade e mudança para Londres guiam Momo na criação do álbum ‘Gira’

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Disco sai em 18 de outubro com dez músicas autorais, sendo seis feitas em parceria com Wado. Capa do álbum ‘Gira’, de Momo
Arte de Marco Papiro e Julia Lüscher
♫ NOTÍCIA
♪ Cantor, compositor e músico de origem mineira, Marcelo Frota – Momo, na certidão artística – personifica o cidadão do mundo. E a rota planetária do artista tem norteado a construção de discografia que ganha um sétimo álbum, Gira, daqui a duas semanas, 18 de outubro.
Momo cresceu e se criou musicalmente no Rio de Janeiro (RJ), cidade que celebra em uma das músicas de Gira, mas migrou para Portugal, país onde gestou em Lisboa o quinto álbum, Voá (2017), com produção musical de Marcelo Camelo.
Já o sexto álbum de Momo, I was told to be quiet (2019), foi orquestrado em Los Angeles (EUA) com produção musical do norte-americano Tom Biller.
Após ter transitado pela Espanha, Momo partiu para Londres. O álbum Gira é o reflexo não somente dessa mudança para a capital da Inglaterra, mas também e sobretudo da paternidade. A chegada da filha Leonora também guiou Momo na criação de um álbum mais leve, pautado pelo groove. “Eu adoraria fazer um álbum para ela dançar”, vislumbra Momo.
Com capa assinada por Marco Papiro e Julia Lüscher, o disco Gira chega ao mundo em 18 de outubro pelo selo londrino Batov Records em LP e em edição digital. Inteiramente autoral, o inédito repertório do álbum é composto por dez músicas.
Seis músicas – Pára, Rio, Passo de avarandar, Jão, Beija-flor e a composição-título Gira – foram feitas com a colaboração de Wado na escrita das letras. Oqueeei é parceria de Momo com o saxofonista Angus Fairbairn. Já Walk in the park, My mind e Summer interlude são músicas da lavra solitária de Momo.
O álbum Gira foi feito com os toques de músicos como Caetano Malta (baixo), Jessica Lauren (teclados), Magnus Mehta (percussão) e Nick Woodmansey (bateria), entre outros instrumentistas arregimentados em Londres, atual morada e inspiração de Momo.
Momo lança em 18 de outubro o sétimo álbum da discografia autoral, ‘Gira’, em LP e em edição digital, pelo selo londrino Batov Records
Dunja Opalko / Divulgação

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Sidney Magal dá baile em show no Rio, canta hit de Jorge Ben Jor com a banda Biquini e continua com a moral elevada

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Aos 74 anos, artista sabe se alimentar do passado sem soar ultrapassado no mercado da música. Sidney Magal em take da gravação da música ‘Chove chuva’ para disco da banda carioca Biquini
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♫ COMENTÁRIO
♩ Aos 74 anos, Sidney Magal continua com a moral elevada no universo pop brasileiro. Dois acontecimentos simultâneos nesta sexta-feira, 4 de outubro, reiteram a força do cantor carioca no mercado atual.
No mesmo dia em que o artista sobe ao palco da casa Qualistage – um dos maiores espaços de show da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – para apresentar o Baile do Magal ao público carioca, a banda Biquini lança disco com convidados, Vou te levar comigo, em que o maior destaque é uma regravação de Chove chuva (Jorge Ben Jor, 1963) feita com a participação de Magal e um toque latino de salsa na música.
Não é pouca coisa para um artista cujo último sucesso é de 1990, Me chama que eu vou (Torquato Mariano e Cláudio Rabello), lambada gravada para a trilha sonora da novela Rainha da sucata (TV Globo, 1990).
Me chama que eu vou é também o nome do documentário estreado em 2020 com foco na trajetória do artista que ganhou projeção nacional em 1976.
De 1976 a 1979, Magal arrastou multidões pelo Brasil a reboque de repertório sensual posto a serviço da imagem cigana de amante latino. Não por acaso, 1979 é o ano em que se situa a narrativa de longa-metragem sobre a história de amor entre Magal e a esposa Magali West, foco do filme de ficção Meu sangue ferve por você (2023 / 2024), estreado em maio nos cinemas – e já disponível no catálogo da Netflix – com o ator Filipe Bragança dando voz e vida a Magal na tela.
Hoje, Magal é uma personalidade. Um cantor que prescinde de ter músicas nas playlists para se manter em evidência. O artista soube se alimentar do passado sem soar ultrapassado. Nesse sentido, Sidney Magal tem dado baile na concorrência.

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Emiliano Queiroz: famosos lamentam morte do ator

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Emilio Orciollo Netto, Beth Goulart, Selton Mello e Lucio Mauro Filho foram alguns dos famosos que deixaram mensagens nas redes sobre a morte do artista de 88 anos. Emiliano Queiroz na novela Espelho da Vida
Acervo Grupo Globo
Emilio Orciollo Netto, Ary Fontoura, Beth Goulart, Selton Mello, Lucio Mauro Filho e outros famosos lamentaram a morte de Emiliano Queiroz. O ator de 88 anos morreu após sofrer uma parada cardíaca, na madrugada desta sexta-feira (4).
Emilio, que trabalhou com Emiliano na novela “Alma Gêmea”, fez uma postagem nas redes sociais lamentando a morte do ator.
“Meu amigo Milica, fez a passagem. Amigo, você me ensinou e ensina muito. Você é um exemplo de ator de caráter de amor a profissão. Você fez parte de um dos momentos mais felizes da minha vida. Meu eterno Tio Nardo. Obrigado por tanto e por tudo. Você é inspiração eterna. Te amo. Seu eterno Crispim. Te amo”, escreveu o ator.
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Veja mais mensagens de famosos que lamentaram a morte de Emiliano Queiroz:
Selton Mello, ator
“Gênio amado, Seu Emiliano querido demais.”
Lucio Mauro Filho, ator
“Nosso amado Emiliano Queiroz partiu para o outro plano, deixando uma saudade instantânea. Um dos grandes atores do nosso país, com quem tive a honra de dividir a cena em ‘Lisbela e o Prisioneiro’, rodando o Brasil em farras inesquecíveis! Vê-lo no palco aos 86 anos, brilhando como sempre, foi uma das últimas grandes emoções que vivi dentro de um teatro. Obrigado mestre Emiliano por tanta coisa linda que você sempre me proporcionou. Descansa em paz!”
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Ary Fontoura, ator
“Triste 😢💔”
Beth Goulart, atriz
“Mais uma perda para todos nós, o grande ator Emiliano Queiroz partiu hoje aos 88 anos. Com uma longa carreira de mais de 70 anos dedicados ao ofício da interpretação, deixa um enorme legado artístico ao nosso país. Nosso amado ‘Dirceu borboleta’ voou para novas dimensões de existência. Que Deus te abençoe e te receba em sua infinita luz e amor. Meus sentimentos para toda a família.”
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Andréa Faria Sorvetão, atriz e ex-paquita
“Nossas referências indo… Que possamos ser referência também.”
Junior Vieira, ator
“Muita luz.”
Rosane Gofman, atriz
“Tão querido e talentoso!”
Claudia Mauro, atriz
“Meu amigo da vida, meu padrinho de casamento, meu guru, meu amado Emily….E recentemente tivemos este encontro tão lindo. Respostando este vídeo e este registro recente. Meu amigo querido, faça uma boa viagem! Obrigada Liloye Boubli por me proporcionar este último encontro! Emiliano .. Emily… Inesquecível! Pessoa rara! Artista extraordinário! Um dos maiores atores da sua geração. E tantos, tantos e tantos momentos vivemos juntos. Obrigada por tudo! Pelas conversas, pela torcida, pelos conselhos, pelo amor e amizade incondicional. Te amamos muito!”
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Antonio Grassi, ator
“RIP Emiliano ! Que notícia triste.”
Bárbara Bruno, atriz
“Muito amado e querido!!!!!! Viva Emiliano Queiroz”
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Tadeu Mello, ator
“Emiliano foi muito especial na minha vida.”
Gustavo Wabner, ator
“Um dos grandes! O primeiro Veludo de “Navalha na Carne”, o inesquecível Dirceu Borboleta de ” O Bem Amado” e de tantos outros personagens inesquecíveis.”
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