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Festas e Rodeios

JoJo vem ao Brasil para cantar ‘Too little too late’, hit gravado aos 15 anos: ‘Tenho dó de mim no clipe’

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Ao g1, cantora repassa 20 anos carreira e fala de musical na Broadway, participação no ‘The Masked Singer’ e música sobre ansiedade. Ela é atração do Festival GRLS, neste sábado (5), em SP. JoJo era uma cantora veterana quando lançou “Too little too late”, uma das músicas mais tocadas no mundo em 2006. Tinha 15 anos. A garota já era dona de um álbum, de três singles e de quase dez anos de carreira. Incentivada pela mãe, Joanna Noëlle Levesque havia participado de concursos e programas de TV a partir dos seis anos.
Desde que cantou essa balada sobre ser “um pouco tarde demais” para amar, muita coisa aconteceu. No mesmo 2006, ela atuou nos filmes “Aquamarine” e “Férias no Trailer”, ao lado de Robin Williams. Mas a música sempre foi prioridade e ela volta ao Brasil neste sábado (3), no festival GIRLS (veja detalhes no fim do texto), após passagem por aqui no comecinho da carreira.
Em entrevista ao g1, a cantora fala sobre como deverá ser o show, com novidades como “Anxiety (Burlinda’s Theme)”, uma espécie de “breakup song” em que ela se separa da ansiedade. Outra que tem chance de aparecer é “Say So”, gravada com PJ Morton, tecladista do Maroon 5. Com ela, JoJo ganhou um Grammy de Melhor Canção de R&B, em 2020.
O setlist também terá ela, claro, “Too little too late”. A música foi composta para o Pussycat Dolls e acabou sendo oferecida para JoJo. Virou um megahit romântico com direito a um memorável clipe em que aquela então garotinha canta encharcada na chuva.
JoJo no clipe de ‘Too Little Too Late’, de 2006
Reprodução/YouTube da cantora
“Eu estava namorando um jogador de futebol na época e pensei, vamos colocar futebol no vídeo”, lembra, rindo. “Meu Deus, eu era tão óbvia… Quando assisto, tenho dó de mim no clipe”, confessa. Hoje, ela fala com leveza sobre aquela época, mas em outros tempos já acusou executivos de controlarem tudo na vida dela. Tentaram até impor uma absurda direta de 500 calorias por dia.
JoJo falou ainda da participação no “The Masked Singer” americano, quando foi um Cine Negro e ficou no segundo lugar, e do convite para estrear na Broadway em uma nova versão do musical “Moulin Rouge”. “Estou em uma época da minha vida em que quero fazer coisas que eu nunca fiz antes”, avisa.
A cantora comentou suas influências musicais da velha guarda e a regravação das músicas do começo de sua carreira, após seus dois primeiros álbuns serem retirados dos serviços de streaming por questões contratuais. “A gente precisa ler bem cada contrato que a gente assina, sabe? Eu tinha 12 anos, você não sabe no que está se metendo.”
JoJo em cinco momentos da carreira dos anos 90 até hoje: começo oficial foi com o 1º disco, em 2004, aos 14 anos
Reprodução/Facebook da cantora
g1 – O que mudou na sua voz e na sua forma de pensar a sua vida artística desde o início da sua carreira? Quando você pensa sobre quem você é hoje (uma cantora de 32 anos) e quem você era quando era uma popstar adolescente, o que você acha que mais mudou? E o que você acha que continua igual?
JoJo – Hmmmm… é uma boa pergunta. Eu acho que me voltei mais para mim mesma, para o quanto eu amo cantar, me comunicar e me conectar com pessoas. É isso que me levou a cantar aos seis anos na televisão pela primeira vez e me fez chegar até aqui com uma carreira que já dura 20 anos. Acho que o que mudou foi minha capacidade de apreciar como é incomum viver esta vida. Eu fiquei famosa muito nova e acho que é meio impossível entender como é incrível se apresentar e ter a chance de viajar pelo mundo inteiro. Você é muito jovem, entende o que quero dizer?
g1 – Sim, entendo, deve ter sido complicado…
JoJo – Agora acho que sou capaz de estar muito mais presente, pensar direito e dizer: “Ok, o que eu quero divulgar para esse mundo agora?” Agora é assim, em vez de ter uma imagem que foi meio que escolhida para mim, sem eu ter controle. Eu não estou falando mal da imagem que eu tinha quando comecei, é só que agora sou uma mulher. Tenho a responsabilidade de estar atento ao que coloco no mundo. Isso faz sentido?
g1 – Faz sim. Um assunto que me fascina na sua carreira é que você teve que regravar músicas antigas, por uma questão contratual. Como você se sentiu quando teve que fazer isso para ter direito a ser de novo dona dessas músicas? Como foi esse processo de retomar algo que obviamente já deveria ser seu?
JoJo – Quando fui regravar (em 2018) tinha passado tanto tempo e eu tinha amadurecido tanto como cantora. Então, ouvindo meus vocais aos 12 anos do meu primeiro álbum e meus vocais aos 15 anos do meu segundo álbum… bem, eu tinha a chance de gravar de novo? Eu falei “é claro que eu quero”. Tive a chance de fazer do jeito que eu queria que elas soassem, sabe? Porque você cresce como artista, cresce como cantora e foi bom poder trazer minha experiência para essas novas versões. Não só tenho todo meu treinamento vocal, mas minha experiência como alguém que teve muitos altos e baixos.
JoJo em ensaio de fotos feito em Paris, na França, em 2004, quando ela tinha 14 anos
Reprodução/Instagram da cantora
Eu tive que assumir essa posição de retomar essas músicas. Claro que uma parte de mim ficou chateada de ter que fazer isso. Essas gravações ficaram um tempo fora do streaming, então resolvi regravar. Doeu em mim saber que as pessoas não podiam ouvir as minhas músicas antigas, isso me fez sentir como se meu legado estivesse sendo extinto. Então, isso me machucou, me confundiu e me chateou, mas eu gosto de encontrar soluções, em vez de ficar brava. Regravar foi a solução.
Foi uma lição. A gente precisa ler bem cada contrato que a gente assina, sabe? Eu tinha 12 anos, você não sabe no que está se metendo, mas tem que ter alguém que te explica onde você está se metendo quando assina um contrato de gravação. Isso é primordial, porque você precisa saber que um dia você poderia estar em uma situação com chance de perder a sua própria voz. Você tem que levar a sério o que está previsto no contrato, porque é importante se preparar para os piores cenários. Eles acontecem. Não estou falando para fazer tudo morrendo de medo. Estou falando que conhecimento é poder. Só porque você tem um bom relacionamento com alguém agora não significa que você não deva fazer um acordo pré-nupcial, por exemplo. Você acha que nunca vai se divorciar, mas deve se preparar para quando for fazer isso.
g1 – Sei como é passar por isso… (ela ri) Como você se sente quando assiste de novo ao clipe de “Too little too late”?
JoJo – Eu não faço isso com frequência, não sei por quê. Mas eu assisti tantas vezes, via vários trechos muitas vezes mesmo, enquanto fui crescendo. Porque me mostravam, porque eu ia ao “TRL” (programa da MTV americana) e me botavam para assistir. Vivi toda essa época de estrelinha millennial me vendo toda hora.
“Mas hoje, quando eu assisto, eu tenho dó de mim, da minha versão adolescente no clipe. Eu fico pensando: ‘Uau, você estava passando por isso, você se sentiu tão sozinha e nem sabia como era lidar com tudo aquilo’.”
JoJo no clipe de ‘Too Little Too Late’, de 2006
Reprodução/YouTube da cantora
Mas eu também acho tudo aquilo incrível e fofo. Eu acho que foi um começo fenomenal para minha jornada. Eu fico muito orgulhosa de ter esses álbuns que resistem ao teste do tempo. As pessoas ainda me encontram na rua e querem cantar para mim, a gente sente essa nostalgia juntos. Mas quando eu assisto o clipe, acho engraçado. Tipo, eu estava namorando um jogador de futebol na época e pensei, vamos colocar futebol no vídeo. [risos] Meu Deus, eu era tão óbvia!
g1 – Quando você gravou essa música, você imaginava que ela fosse durar tanto, que você ainda estaria falando sobre ela até hoje? Você sabia que ainda hoje toca muito aqui no Brasil, né? Eu posso estar no Uber, em uma loja… e aí ouço. Você se lembra da primeira vez que ouviu?
JoJo – Eu não tinha ideia de que essa música continuaria sendo tocada tantos anos depois. Eu amei na hora que ouvi pela primeira vez. Estava na cara que seria um grande hit e eu queria ser a pessoa que daria vida a ela. Então, quando ouvi, pensei que faria qualquer coisa para ter certeza de que aquela música seria minha. Felizmente, os compositores me aceitaram também. Esse momento foi perfeito, tipo um casamento entre uma cantora e uma música. Daí juntou com um bom vídeo e teve essa performance incrível em todo mundo.
Ainda ressoa com as pessoas, mas não é algo que você possa prever, porque você nunca sabe o que vai acontecer. É tão legal sentir aquela sensação de poder ir para um país onde as pessoas estão cantando a música e o inglês nem é o idioma nativo delas. Mas eles sabem toda a letra, cantam com você e isso é um sentimento único na vida.
Robin Williams, Josh Hutcherson, JoJo e Kristin Chenoweth em cena do filme ‘Férias no Trailer’, de 2006
Divulgação/Sony Pictures
g1 – Como foi o convite para atuar em “Moulin Rouge” na Broadway? Por que você aceitou?
JoJo – Oh meu Deus, eu fui ver esse musical… Na verdade, sou uma grande fã da Broadway e dos musicais. Cresci cantando trilhas de musicais com minha mãe e vendo-a atuar em produções de teatro musical. Sempre foi um sonho meu. Quando eu vi esse espetáculo e ouvi a trilha sonora… tipo, são só grandes hits das últimas décadas, sabe? Até os anos 2000, 2010, anos 80 e 70, essa trilha sonora é de outro mundo. Isso me deixou tão animada, porque eu amo música pop.
Então, quando surgiu a oportunidade de ir a um workshop com os diretores, os produtores e mais gente da equipe, eu levei isso muito a sério. Do fundo do meu coração, eu vinha procurando algo em que eu pudesse expandir e eu quero crescer como artista de um modo 360º. Quer ser uma melhor atriz, dançarina performer, cantora e isso é uma oportunidade perfeita para isso.
“Eu acho que alguns dos melhores artistas estão na Broadway e estar lá, definitivamente, não é uma brincadeira. Vai ser trabalho duro. São oito shows por semana, algo que nunca fiz antes, mas estou em uma época da minha vida em que quero fazer coisas que eu nunca fiz antes.”
g1 – Você competiu no “The Masked Singer”. Desde o ano passado, temos uma versão daqui e os brasileiros estão curtindo muito. Como foi essa experiência?
JoJo – Oh meu Deus, foi louco. Eu estava com tanto medo de ficar dentro daquela fantasia de Cisne Negro, sendo sincera com você. Era bem claustrofóbico. Foi bom porque, como eu disse, estou com esse espírito de fazer coisas que nunca fiz, coisas que me assustam, coisas que acho que serão bons desafios. E foi um bom desafio, sabe?
Adoro cantar as músicas de outras pessoas, gosto de reinterpretá-las. Eu sempre amei isso. Pode ser regravando uma música do Drake, como “Marvin’s Room”, ou cantando “Love on the brain”, da Rihanna, nos meus shows. Ou qualquer uma das covers que cantava quando era mais jovem. É muito divertido para alguém que ama música poder cantar todas elas. O “Masked Singer” te dá a chance de fazer isso e é bom saber que tem uma versão brasileira, porque eu tenho que assistir. Eu tenho que dar uma olhada nisso.
g1 – Os figurinos brasileiros são demais, fazem lembrar o carnaval…
JoJo – O departamento de figurinos é uma coisa de outro mundo, né? Não só pelo design, mas por você conseguir se mover lá dentro, cantar de verdade, se quiser. Nem consigo entender direito o funcionamento. É uma maluquice.
Seis capas de discos (álbuns e singles) lançados por JoJo nos anos 2000
Reprodução/Sony Music
g1 – Ouvindo suas músicas mais recentes, uma das que mais gostei foi “Anxiety”. Gosto como você fez uma “breakup song” com a ansiedade. Você poderia me contar um pouco sobre essa ideia?
JoJo – Claro. As pessoas estão lutando contra a ansiedade e a depressão o tempo todo agora, e não acho que isso seja… qual seria a palavra? Isso não é… uma coincidência. É muito estranho ser um ser humano nesta sociedade de hoje. Então, a mídia social nos tornou mais autoconscientes do que nunca, a comparação mata a nossa felicidade, nosso prazer e a nossa individualidade.
“Essa música diz que não quero aceitar essas vozes da minha cabeça que entraram lá e me dizem que eu não deveria estar fazendo algo, ou qualquer desses tipos de pensamentos de autossabotagem, desprovido de amor.”
Aí escrevi sobre isso. Mas temos que cuidar da nossa saúde mental, ver o que realmente vale a pena para você. Mas eu sei que é mais fácil dizer o que você deve fazer, do que fazer de verdade, do que deixar de lado esse modo de pensar.
g1 – Você costuma dizer que James Taylor, George Benson e Bob Seger estão entre seus artistas favoritos. À sua maneira, eles fazem um som old school, super raiz. É isso que você procura para o seu som?
JoJo – Acho que somos todos influenciados pelas coisas que ouvimos. Então, de alguma forma, tudo o que eu já gostei e já ouvi me influenciou. Provavelmente, isso encontrou um caminho até meu som, meu visual ou minhas escolhas de alguma forma. Eu não diria que conscientemente venha procurando um som mais old school, mas é natural que isso se infiltre no meu mundo. Quando eu era criança, sempre era chamada de “uma alma velha” e eu amo muito R&B, e isso está claro no meu último projeto “Trying Not To Think About It”. Eu, definitivamente, queria fazer um projeto mais voltado para o R&B.
Mas em cada projeto eu tenho uma intenção diferente. Para o meu próximo agora, sinto que será basicamente para dizer que me eu sinto viva, que me eu sinto grata. Quero que minha carreira reflita como eu me sinto. No último álbum, eu estava super deprimida. Então, eu pensei, vou pender mais para esse tipo de sentimento. Foi isso que aconteceu.
JoJo em foto nos anos 90 e em imagem recente
Reprodução/Facebook da cantora
g1 – Quais suas expectativas nessa volta ao Brasil e o que você se lembra da última vez que veio aqui?
JoJo – Estou muito animada, porque tem uma coisa diferente nos fãs brasileiros. Eles são apaixonados, principalmente no contato pela internet. Por anos, eu tenho visto meus fãs brasileiros deixando comentários, dizendo: “e aí, você vai voltar para o Brasil?” E eu não esqueço o Brasil e nunca esqueci o Brasil desde que eu estive aí, 16 anos atrás, quando eu tinha 16 anos. Então, eu realmente fico muito emocionada por finalmente poder ter esta oportunidade de tocar neste festival incrível. Uma coisa é falar on-line com as pessoas, mas sentir aquela troca de energia que você recebe de um show ao vivo não é nada como isso.
g1 – E o fato de o line-up só ter mulheres?
JoJo – Existe tanto poder quando as mulheres estão em primeiro plano. Nós somos muito mágicas, somos tão capazes. Então, vai ser muito inspirador para todas nós fazer parte dessa programação. Eu quero conhecer essas artistas incríveis brasileiros, sentir a energia deles, espero aprender com elas. Talvez até faça alguma parceria com uma brasileira. Acho ótimo quando podemos celebrar umas às outras e testemunhar essa essência que torna cada mulher especial e mágica.
JoJo em foto de show em 2022
Divulgação/Site oficial
Festival GRLS
Onde: Centro Esportivo Tietê – São Paulo
Ingressos: de R$ 230 a R$ 700 pelo site Tickets For Fun.
Sábado (4)
12h Rachel Reis
13h15 Lexa
14h35 Margareth Menezes
16h00 Mariah Angeliq
17h35 Duda Beat
19h10 JoJo
20h45 Sandy
Domingo (5)
12h Day Limns
13h15 Majur
14h35 Manu Gavassi
16h Blue DeTiger
17h35 Alcione
19h10 Anavitória
20h45 Tinashe
A cantora JoJo, em imagens de divulgação do primeiro álbum, lançado em 2004
Divulgação/Sony Music

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Bruno Mars comeu coxinha e dançou com cachaça na mão durante visita a bar em São Paulo

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Cantor esteve no De Primeira, na noite desta quinta-feira (3). Equipe de artista visitou o local um dia antes. Bruno Mars grava v[ideo durante passagem pelo Brasil
Reprodução/YouTube
Bruno Mars já está aproveitando sua estada no Brasil. O cantor, que fará 14 apresentações pelo país, começa sua sequência de shows por São Paulo. (Veja agenda completa no final da matéria). E, na noite desta quinta-feira (3), curtiu a noite da capital paulista.
Bruninho esteve com membros de sua equipe no bar De Primeira, na Vila Madalena.
Em conversa com o g1, Gabriel Coelho, chef e proprietário do bar, explicou que os seguranças do cantor foram ao local um dia antes para conhecer o ambiente.
“Ontem, eles chegaram, seguranças e alguns produtores, e perguntaram se a gente podia fechar a janela, porque ia chegar uma pessoa famosa. Até então, a gente não sabia de nada. Depois de um tempinho eles falaram que era o Bruno”, explicou Gabriel.
Bruno Mars no bar De Primeira, em São Paulo
Reprodução/Instagram
Bruno ficou em uma mesa reservada para dez pessoas no canto do bar.
Por lá, comeu coxinha, pastel, torresminho, bolinho de carne, ostra, bolinho de mandioca, e ainda foi presentado pelos donos com uma garrafa de cachaça.
Bruno Mars dança com cachaça na mão durante visita a bar em São Paulo
“Na hora de ir embora, foi dançando com a cachaça, agradeceu todo mundo, foi supersimpático”, contou o chef.
Sobre as preferências gastronômicas de Bruno, Gabriel contou que o artista “gostou muito da coxinha que vem com um creme de milho por baixo para ir chuchando nele. E gostou demais também do sanduíche de frango frito”.
Bruno Mars conta ao Fantástico apelido que ganhou no Brasil e próximos shows no país
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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Roberta Sá sinaliza salutar fidelidade ao samba ao aprontar álbum com músicas inéditas para apresentar em 2025

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♫ COMENTÁRIO
♩ Roberta Sá apronta álbum com músicas inéditas, o primeiro desde Giro (2019), disco lançado há cinco anos com repertório inteiramente composto por Gilberto Gil para a cantora. Será um álbum de sambas, o que nem configura novidade na trajetória fonográfica da artista.
Com exceção de Segunda pele (2012), disco em que Roberta se desviaria totalmente da cadência bonita do gênero se não tivesse gravado um samba recebido de João Cavalcanti (O nego e eu) quando o álbum já estava alinhavado, a discografia da cantora é pautada pelo ritmo.
Foi na batida do samba que Roberta Sá se firmou como nome sobressalente na geração de cantoras brasileiras do século XXI com álbuns como Braseiro (2005) e Que belo estranho dia pra se ter alegria (2007). Essa discografia alcançou pico de beleza e sofisticação com o álbum Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira (2010), gravado por Roberta com o Trio Madeira Brasil.
De lá para cá, Roberta Sá lançou bons discos – como o já mencionado e exuberante Segunda pele e o posterior e menos coeso Delírio (2015) – sem repetir o impacto desta trilogia fonográfica inicial.
Resta torcer para que o próximo álbum de Roberta Sá – previsto para 2025, 20 anos após a edição do disco Braseiro – venha na vibe dos primeiros trabalhos dessa cantora que sabe cair no samba com leveza. A fidelidade da artista ao samba é bom sinal

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Por que a cultura do estupro é tão comum na indústria musical e o que Sean Diddy tem a ver com isso

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Com mais de 200 páginas, documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. Sean ‘Diddy’ Combs
Chris Pizzello/Invision/AP
O caso Diddy ainda parece distante de uma conclusão, mas, sem dúvidas, já é um marco na indústria da música. Há, inclusive, expectativas de que se torne o próximo MeToo, movimento que chacoalhou Hollywood em 2017 com uma onda de denúncias de crimes sexuais.
Preso em 16 de setembro, Dsddy se diz inocente e aguarda julgamento. Mas ele não foi o único músico a entrar na mira da Justiça nessas últimas semanas. Quem também foi processado é o astro country Garth Brooks, acusado de estupro, o que é negado por ele.
Dominado por homens, o setor musical tem uma extensa lista de denúncias e condenações por assédio e abuso. Isso é tão frequente que há uma naturalização do problema, o que acaba levando à chamada cultura do estupro.
“Por décadas, a indústria da música tem tolerado, perpetuado e, muitas vezes, comercializado uma cultura de abuso sexual contra mulheres e meninas menores de idade. Milhares de artistas, executivos e acionistas lucraram bilhões de dólares, enquanto se envolviam e/ou encobriam comportamentos sexuais criminosos”, diz o texto introdutório do relatório “Sound Off: Make the Music Industry Safe” (ou “Som desligado: Torne a Indústria da Música segura”, em português), publicado em fevereiro deste ano.
Com mais de 200 páginas, o documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. São histórias que vão dos anos 1950 a 2024.
A constante negligência de denúncias, investigações e até sentenças judiciais estimula crimes sexuais no mercado musical. É o que aponta o relatório, elaborado por uma coalizão entre os grupos feministas Lift Our Voices, Female Composer Safety League e Punk Rock Therapist.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Sexo, drogas e rock n’ roll
“Para desenvolver uma marca estética de alguns artistas, a indústria usa essa cultura a seu favor”, diz Nomi Abadi, pianista e fundadora da Female Composer Safety League, rede de suporte a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio. Ela conversou com o g1 por videochamada. “É por isso que tem tanto músico acusado impune.”
Ela cita o famoso lema “sexo, drogas e rock n’ roll”. Para a artista, a ideia é menos sobre um espírito roqueiro e mais sobre uma dinâmica de poder que está presente em todos os gêneros musicais. É uma forma de relativizar histórias de mulheres que alegam terem sido drogadas e violadas sexualmente em festas com músicos, executivos, produtores e outros profissionais do setor.
De fato, não é raro encontrar esse tipo de queixa no meio musical. O próprio Diddy é acusado de drogar e estuprar mulheres durante seus festões luxuosos, chamados de “white parties” e “freak-off”. Inclusive, há relatos de que ele teria coagido algumas convidadas a usar fluidos intravenosos para recuperação física após submetê-las a longas e violentas performances eróticas.
O músico nega todas as acusações que levaram à sua prisão. Quanto ao caráter libertino de suas festas, ele sempre gostou de fazer menções, se gabando dos eventos.
Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
“Todos nós já sabíamos. Por muito tempo, ouvimos histórias sobre essas festas”, afirma Nomi. “Eu conheci uma vítima de P. Diddy. Minha amiga esteve em uma dessas festas… Ninguém a escutou. Ninguém se importou com ela.”
Os eventos, que rolavam desde os anos 2000, eram privados — a lista de convidados do rapper reunia atores, músicos, empresários e políticos. Jay-Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber são algumas das celebridades que compareceram aos encontros.
“O que tinha nessas festas era coisa muito ruim. E mesmo envolvendo tantas pessoas, continuava acontecendo”, continua Nomi. É mais ou menos o que também afirmou a cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, em 2023, quando ela abriu um processo contra ele, alegando ter sido estuprada e violentada por mais de uma década. Na ação, que já foi encerrada (sem os detalhes divulgados), a artista afirmou que os supostos crimes do rapper eram testemunhados por muita gente “tremendamente leal” que nunca fazia nada para impedi-lo.
Sean ‘Diddy’ Combs
Richard Shotwell/Invision/AP
Desde que fundou a Female Composer Safety League, Nomi tem tido contato com várias denúncias de agressão sexual no setor da música. “Uma coisa que me surpreendeu quando comecei a frequentar esse meio [de dar suporte a vítimas] é que cada sobrevivente tem sua própria versão da mesma história. As circunstâncias são diferentes. O que aconteceu com cada pessoa é único. Mas todas elas querem ser validadas, compreendidas e terem seus empregos mantidos”, afirma ela. “São os mesmos medos e os mesmos desejos.”
Anos atrás, a artista moveu processos contra Danny Elfman, compositor de trilhas de blockbusters como “Batman” e “Beetlejuice”. Nas ações, ela alegou ter sido vítima de crimes sexuais. Ele nega. Os dois entraram em um acordo com termos não divulgados.
A cultura externa
Também em entrevista ao g1, a pesquisadora de rap Nerie Bento analisa que, na indústria, a cultura do estupro é atrelada à desigualdade de gênero do mercado, além da própria influência de quem está de fora.
“É uma cultura que permeia toda a sociedade, então, obviamente vai estar aqui também”, diz ela. “E a própria música em si… A gente tem muita música misógina que contribui com isso.”
Neire menciona, então, a erotização de corpos femininos em videoclipes de cantores famosos como o próprio Sean Diddy, o que, segundo ela, também endossa a cultura do estupro, ao objetificar a figura da mulher.
O apelo às gravadoras
O relatório “Sound Off” também faz menções à erotização feminina no setor. Além disso, critica as três maiores empresas do mercado fonográfico (Warner Music, Universal Music e Sony Music), propondo que adotem as seguintes demandas:
O fim de NDAs (Non-disclosure agreements, na sigla em inglês), ou seja, acordos de confidencialidade — prática frequente para o encerramento desse tipo de processo no meio musical;
Uma lista pública dos músicos, executivos, gerentes, produtores e outros profissionais acusados de má conduta sexual;
Adoção de protocolos institucionalizados que estimulem a denúncia, não o silêncio;
Investigações conduzidas por partes externas
A defesa de leis que derrubem a prescrição em crimes sexuais
Demandas que surgem porque, segundo a coalizão do relatório, essas gravadoras “ignoraram acusações, silenciaram vítimas e até permitiram o abuso” por décadas.
O g1 entrou em contato com as assessorias da Warner, Universal e Sony, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

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