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Festas e Rodeios

Paulinho da Viola começa turnê de 80 anos, mas ainda promete um disco de inéditas: ‘me cobram muito’

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Em entrevista ao g1, cantor e compositor fala sobre o que esperar dos shows, seu processo de composição, conta histórias de sucessos e relembra carreira. Depois de alguns anos afastado dos palcos por causa da pandemia, Paulinho da Viola retoma o velho ritmo neste sábado (4) com o início de turnê que celebra seus 80 anos de vida. Os ingressos para o show em São Paulo já estão esgotados, mas o cantor e compositor ainda tem outras nove apresentações em outros oito estados marcados até agosto.
Com o último disco de inéditas lançado em 1996, “Bebadosamba”, os shows devem ser formados principalmente de sucessos. Isso não significa, no entanto, que não há novidades. A canção que abre as apresentações ainda não foi gravada.
“É uma música que abre e inclusive eu canto sem o acompanhamento do grupo. Eu canto quase que a capella, acompanhado por uma por uma caixa de fósforos”, conta Paulinho em entrevista ao g1.
Preso em casa por causa da pandemia nos últimos anos, o músico voltou a se dedicar ao violão. E, por mais que a maioria das composições sejam de choros e ainda não façam parte de um plano direto para um novo disco, ele ainda promete um dia o álbum sai.
“As pessoas me cobram muito isso, e eu certamente vou fazer, né?”, diz ele com a tranquilidade que lhe é característica, em meio a uma longa conversa cheia de histórias, lembranças e promessas.
Ao longo de uma entrevista de quase uma hora, o sambista fala sobre a turnê, comenta seus problemas com os novos processos de gravação, conta histórias de alguns de seus maiores sucessos e discute seu processo de composição.
Leia abaixo à entrevista quase na íntegra, editada para clareza:
Paulinho da Viola chega à concentração da Portela em 2023
Marcos Serra Lima/g1
G1 – O senhor não não lança um disco novo desde 1996. Em uma turnê de 80 anos, o público até quer mais sucessos da carreira, mas eles podem esperar por alguma novidade, alguma surpresa nesse show?
Paulinho da Viola – Olha, nós fizemos aqui o lançamento dele, um pouco antes do meu aniversário. Tem uma música nova. Eu tenho outras músicas, mas o que acontece é o seguinte: hoje o sistema de gravação mudou muito.
As gravadoras saíram do país. Então, às vezes as pessoas gravam uma música e lançam. Daqui a pouco gravam outra. Daí, às vezes, gravam um conjunto. Eu na verdade tenho um trabalho que eu já poderia gravar. Mas eu ainda preciso ver direito como é esse sistema.
Por exemplo, um dos músicos que tocam comigo, o Mario Seve, fez um trabalho tão bonito — teve show e tudo — em cima do meu trabalho. Mas para as pessoas ouvirem elas têm de ir no Spotify, ou nos serviços de streaming. Eu não sei se eu ainda estou aceitando muito isso (risos).
Veio mudando muito essa essa forma de gravação. Durante um período você tinha as gravadoras. Até meados da década de 1980, eu gravei em todos os anos nesse período ele período. Na década. Teve ano em que eu lancei dois discos, né.
Eu acho que naturalmente foi diminuindo, porque eu comecei muito com essa coisa de shows, e fui me envolvendo com outras coisas. Também nunca tive assim muito essa coisa da gravação, sabe.
As pessoas me cobram muito isso, e eu certamente vou fazer, né?
A última coisa que eu fiz em termos de gravação foi em uma live que foi feita e registrada pela Globo. Ali tinham coisas novas. Tinham trabalhos novos.
Eu tenho pensado muito nisso, mas confesso a você assim que eu ainda não sei muito como fazer não. Mas eu estou preparando já um repertório, né? Já tenho músicas. Nesse show eu canto uma música nova. É uma música que abre e inclusive eu canto sem o acompanhamento do grupo. Eu canto quase que a capella, acompanhado por uma por uma caixa de fósforos.
G1 – E em termos de arranjos, de brincar com o com o seu repertório? O senhor tem tem algum plano de fazer alguma coisa um pouco diferente?
Paulinho da Viola – Olha, a gente tem feito, eu e os músicos, que tocam comigo já há algum tempo. Eu Fiz recentemente com um grupo reduzido, por exemplo. Mas agora vai com o conjunto completo. E a gente sempre muda alguma coisa. Não muito assim, mas as coisas nunca são como elas foram gravadas, né? A gente vai mudando, vai acrescentando coisas. É que eu tenho um trabalho instrumental. Não é tão conhecido assim, né? E aconteceu uma coisa engraçada.
Durante essa pandemia, não tinha show, né? Eu comecei a ficar muito em casa e tudo. Todo mundo, né? Aí pensei mais assim: não, eu vou usar mais o violão. Para tocar comigo. Para mim mesmo. Que eu não faço isso há tanto tempo, né? Porque no meu grupo agora tem o meu filho que toca violão, e já desde 1974, quando meu pai começou a tocar comigo no meu conjunto, eu passei para o cavaquinho.
Também teve um período em que eu fiz muito solo de cavaquinho. Uma fase de choro. Cheguei a gravar um disco inteiro de choro, só instrumental.
Então, eu falei: vou pegar mais o violão. Porque eu não sou afim de ficar tocando todo dia. Nunca fui, sabe. De pegar o instrumento, de ficar tocando. Eu sempre vou fazer outras coisas. Família, amigos, tudo. Ouvir música, falar com as pessoas.
Quando eu vou fazer um trabalho, aí uma semana antes eu começo a me preparar. Faço roteiro. O roteiro que gente vinha fazendo era uma coisa que eu mudava sempre. Estava sempre mudando. Às vezes trazendo uma música que não cantava há muito tempo.
Porque são muitas músicas, né? E algumas ficam de fora. E as pessoas ficam cobrando. “Poxa, há muito tempo que você não toca aquilo.” (risos) Então é uma barra muito pesada.
Mas enfim, aí eu comecei a pegar o violão e comecei a compor algumas coisas. Mas é engraçado. Porque eu não compus sambas. É muito estranho. Há muito tempo eu não fazia isso, que era compor músicas para violão e especialmente músicas de choro. É uma coisa que faz parte do meu universo desde a infância.
E aí eu fiquei achando que era tão estranho, porque quando eu começava a tocar o que vinha era coisa, assim, instrumental. E eu não sou de violão. Eu já gravei solando violão. Mas eu sou mais de composição.
E aí o que que aconteceu? Eu fiz algumas músicas, mas elas estavam para violão. E elas acabaram, duas delas, sendo gravadas pelo João Camareiro, que é de São Paulo. No último trabalho dele, incluiu duas músicas que eu tinha feito recentemente, entende? Uma delas ela tinha sido feita há muito tempo e não tinha sido gravada. É engraçado. Ele gostou muito e acabou gravando.
Eu agora comecei a tocar um pouco mais o violão. Não toco tanto o cavaquinho. Toco mais o violão em casa. E aí comecei a fazer alguns sambas e tudo, né? Melodia. O único que tem uma letra pronta é essa que eu estou usando no show.
O que eu não sei como é que eu vou fazer é essa coisa de gravação. Isso ainda não sei como fazer, confesso a vocês. As pessoas falam: “Ah, é muito simples. Você grava e depois lança. Daqui a pouco grava outra e lança”. Mudou tudo, né. (risos)
Paulinho da Viola em foto de setembro de 1984
Acervo Estadão Conteúdo
G1 – Mas aproveitando isso que o senhor está falando sobre o disco de inéditas. O senhor já tem muito material, mas tem que lidar com essa nova estratégia de lançamento, né? Mas também já faz um bom tempo que o senhor promete um disco de inéditas. (risos)
Paulinho da Viola – É. Então, todo mundo me cobra isso, um trabalho de músicas inéditas. Eu vou fazer, eu vou fazer.
Porque mesmo antigamente, quando eu gravava assim todo ano, às vezes eu pensava: “esse ano eu não vou gravar, não”. Porque as gravadoras tinham muitos artistas, não é? Era um quadro muito grande de artistas e tudo.
Como aconteceu em 1976. Eu não ia gravar. O diretor musical perguntou se eu ia gravar. Porque eles tinham de planejar o ano inteiro. Tinha um prazo de preparação para lançamento, porque era muita gente, né? A Odeon, no caso, quando eu gravei na década de 1970, ela tinha três estúdios, para você ter uma ideia. Hoje não está nem no Brasil mais, né?
E quando chegou agosto, me ocorreu uma ideia. Eu me dei conta de que tinha algumas coisas feitas e fui falar com o produtor. Falei com ele: “Olha, eu queria gravar”. Ele botou a mão na cabeça. Ele nunca dizia “não”.
“Puxa, agora vou ter que remanejar um monte de coisa que já está tudo pronto.” Todo o quadro de gravação e os estúdios estavam ocupados. Tanto que eu passei a gravar de madrugada também, mas aí ele deu um jeito, né? Aí, quando ele terminou (a organização), eu falei assim: não é um disco, não. São dois. (risos) Aí ele aí ele botou a mão na cabeça. “Mas como?” Eu falei: “não. Vamos fazendo”.
E eu fazia assim, não é? Em casa, eu começava a fazer. Já tinha mais ou menos tudo pronto, mas não tinha arranjador. Eu mesmo que fazia tudo. E chegava com os músicos e começava a gravar e aquilo entrava pela noite adentro e tudo. Eu sei que, em menos de dois meses, eu fiz dois discos.
G1 – O “Chorando” e o “Cantando”.
Paulinho da Viola – Exatamente. Aquilo foi feito em um curto espaço de tempo. Depois até me arrependi, sabe. Porque eu trabalhava muito assim. Eu ia para casa. Aí pensava: “não, não é isso”. Chegava no estúdio e mudava sabe? Mudava a letra. Eu cometi muitos erros por causa disso.
Porque só na década de 1980 que eu passei a ter um produtor. Um deles foi o Fernando Faro. O outro foi o irmão do Dadi (Carvalho), que faleceu há pouco, o Sérgio (Carvalho). Eles trabalharam comigo, e aí as coisas andavam de uma maneira diferente.
Só teve um disco, que foi o primeiro que eu fiz na Odeon, que eu gravei em cima da orquestra que já estava pronta. Foi o meu primeiro disco, de 1968, solo. As músicas foram selecionadas, os dois maestros fizeram os arranjos. Na época, a gravadora tinha a sua pequena orquestra, com todos seus músicos contratados.
Foi assim no começo. Eu chegava para o maestro (Lindolfo) Gaya e dizia assim: “mas olha essa aqui. Pode ter isso, pode ter aquilo”. Ele falava: “não, Paulinho. Não é assim. A gente tem que tirar, e não botar”. Ele falava assim. (risos) Entendeu?
Retrato do cantor, compositor e instrumentista Paulinho da Viola durante entrevista em sua casa no bairro da Barra da Tijuca, em janeiro de 2018
Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Se você ouvir os meus primeiros discos depois desse, que tinham orquestra e tudo, você vai ver que é tudo muito meio minimalista, né? A gente fazia essas experiências assim.
Teve um disco que eu fui começar em 1982, chamado “A toda hora rola uma história”. Nesse disco, estava marcado o estúdio já para começar e eu não falei nada. Eu não tinha nenhuma música pronta. (risos). Eu estou sendo sincero. Eu fiquei uma noite inteira (acordado) por causa de um problema com a minha filha que não me deixou dormir nem nada.
Eu fiquei a noite inteira assim acordado e dizendo que o estúdio estava marcado para as 9h30 da manhã. “Eu vou chegar lá vou pedir desculpa: olha, não deu para aprontar a música, mas amanhã a gente retoma não sei o quê.” Já estava pronto para dar uma desculpa.
Eu fiquei sentado na sala. Rapaz, você sabe que eu vi o dia começar a clarear. Eu não sei nem o que que foi aquilo. Eu comecei a escrever. Quando o dia clareou, as pessoas começaram a acordar para o café e tudo, eu já estava com a música pronta, com as cifras feitas, a introdução pronta. Não tinha como fazer arranjo, não é? E eu já estava com uma ideia para uma outra.
Esse disco começou assim. Talvez tenha sido por isso que eu tenha desenvolvido mais desse lado assim, de não preparar muitas coisas. Tinha uma ideia e ia começar a trabalhar em cima dela e tudo dentro do estúdio. Aconteceram muitas coisas.
Por exemplo, fui conversar com o Fernando Faro. Ele era diretor musical da TV Tupi. Isso foi o começo da década de 1970. Eu entrei na sala dele. Ele falou assim que ia ter uma novela que iam lançar e que estavam precisando de um tema. “Você não quer fazer?” Eu falei: “você me diz o que é e eu vou e faço. Depois te mando. Se der certo, você usa na novela.”
Ele falou: “não. Tem que ser agora”. (risos) Era muito o jeitão dele. Ele pegou a sinopse da novela, me deu e disse assim: “olha, você só vai sair daqui quando essa música estiver pronta”. Chama “Simplesmente Maria”. Era uma novela mexicana. Eu nunca vi um capítulo.
A outra foi uma das minhas músicas mais famosas. Se eu não cantar, o pessoal me bate. E é “Pecado capital”. (risos) Que é uma música que passou além da novela.
Foi uma loucura. Não estou lembrando o nome dele agora, você me desculpe, mas ele ligou para mim, em 1975. “Paulinho, nós estamos com uma novela. Você não quer fazer um tema?”. Aí eu fiquei esperando. Veio em casa uma pessoa me trazendo umas duas folhas de papel. Eu pensei que viesse a ideia da novela inteira para eu poder estudar.
Paulinho da Viola em foto de novembro de 1978
Acervo Estadão Conteúdo
Eu estava na minha cabeça com samba de enredo que eu fiz para a Portela em 1966. Eu li o livro inteiro do “Memórias de um sargento de milícias” para fazer esse samba.
Eu pensei: “pô, vamos ver o que vai dar”. No dia seguinte ele me ligou. “Já está pronto?” Eu falei: “como assim? Você só me mandou duas folhas”. Ele disse que era assim mesmo, que era a sinopse. E que era para a música estar pronta para ontem, que era urgente.
G1- Ah, porque foi ah, foi aquela novela que entrou no lugar do “Roque Santeiro”, né? Porque essa novela essa novela foi criada de uma forma emergencial, porque a “Roque Santeiro” acho que foi censurada. E aí “Pecado Capital” entrou no lugar. Então foi tudo feito meio rápido.
Paulinho da Viola – Então foi isso aí. Ele me falou que o estúdio já estava marcado, que tinha que ficar pronto e não sei o que. Quando ele acabou, eu sentei, comecei tudo e fiz essa música. Olha que loucura. Com apenas uma sinopse. Com duas folhas, eu fiz a música.
Aí na manhã seguinte tinha marcado o estúdio. Eu cheguei lá sem nem saber se iam usar mesmo a música, os músicos estavam todos esperando. A gente terminou de gravar, fizeram uma mixagem rápida assim e, quando saímos, já tinha um motoqueiro esperando para levar. Daí me disseram que tinha sido aprovada.
Eu acho que isso me viciou muito nessa coisa de repente. Não sei se é bem por isso. Mas eu vou gravar (o disco de inéditas). (risos)
G1 – Mas então, a partir dessas histórias que o senhor contou. O último disco de inéditas foi em 1996. O que está faltando? Ideias? Momentos decisivos assim? Ou quem sabe as pressões?
Paulinho da Viola – Não, não. Isso sempre ter aconteceu comigo, não é? Eu tenho amigos, parceiros, que escrevem todo dia. Eles tocam todo dia, compõem todo dia. Têm ideias todo dia. Estão sempre assim.
Comigo é diferente, entendeu? Eu não fico assim, entendeu? Eu às vezes estou dormindo. Acordo e tenho uma ideia e aquilo fica na minha cabeça. E isso acontece sempre de manhã. Se eu levantar, vai embora. O que tem acontecido com muita frequência, entendeu? Mas aí eu descobri que isso é comigo.
Eu antigamente vinha da Portela, participava dos ensaios, e aí vinha algumas vezes de trem. E aquilo me influenciava tanto que eu já vinha no trem fazendo composições. Uma ideia levava a outra. Aí chegava em casa, pegava o instrumento e fazia.
Só que muda. É porque o meu temperamento é esse mesmo. Eu não sou de ficar compondo. Eu era muito preciosista. Pressionado, aí eu ia lá e fazia. (risos)
Paulinho da Viola no show ‘Na madrugada’
Mauro Ferreira / G1
G1 – Mas se não ficava trabalhando até achar que está perfeito e aí é uma perfeição que nunca chega, né?
Paulinho da Viola – É. Até resolver.
G1 – Já que o senhor falou dessa história maravilhosa de “Pecado capital”, quando o senhor termina algo assim, tem uma noção de que seria algo que marcaria a sua carreira? Que é 50 anos depois o senhor ainda estaria falando dela?
Paulinho da Viola – Não, claro que não. A gente não tem essa ideia. A minha música de maior sucesso é um samba chamado “Foi um rio que passou em minha vida”. Olha só, essa música foi lançada em São Paulo, em um festival que o Fernando Faro fazia na TV Tupi, que era uma feira de música.
Eu levei um grupo da Portela, que se apresentou para defender a música. E o projeto era que se fossem apresentadas coisas com ideias novas com experimentações.
Aí eu chego lá com um samba de escola de samba, vestido com a roupa dos compositores, com alguns comigo, e as pastoras com a roupa de pastoras, entendeu? (risos)
Foi uma vaia total. Mas a música ficou em primeiro lugar, o júri achou que aquela música era um contraponto.
Tanto que ela foi lançada em um compacto que tinha “Sinal fechado”, que ganhou o Festival da Record, bem maior. E ela estava debaixo, porque era um samba muito grande, ninguém imaginava que aquilo fosse fazer sucesso, entendeu?
A música começou a ser tocada principalmente por um por um radialista, uma pessoa que foi muito importante, Adelzon Alves. Ele tocava todo dia no programa que ele tinha. Começava meia-noite e era escutado no Brasil inteiro. Todo mundo ouvia aquele programa, era um sucesso danado. Eu atribuo muito a isso. Ele ajudou muito a divulgar essa música, não é?
E aí, foi uma surpresa para mim aquilo. Tanto que até aquele momento eu não tinha um grupo para me acompanhar. Eu tocava sozinho. Eu tocava com uma orquestra às vezes na televisão. Quando essa música estourou mesmo no carnaval, foi um sucesso surpreendente, né? E eu fui obrigado a fazer um grupo, porque passei a ser muito solicitado.
G1 – E quantos músicos acompanham o senhor nessa turnê?
Paulinho da Viola – Olha, são sete músicos.
Isso não é muito comum. Hoje os grupos são muito pequenos, né? Por causa dessa situação toda e por causa de pandemia. E de uma certa crise.
Às vezes quando você vai tocar em um lugar e diz que são sete músicos, mais a pessoa que me acompanha, mais um técnico, o outro técnico, tem um pessoal que diz: “Ah, infelizmente então não dá”.
É muito raro hoje ter um grupo tão grande. A não ser esses que lotam estádios assim. Eu tenho amigos que fizeram grupos menores, até para turnês fora do Brasil. Mas nesse show vai ser, sim, sete músicos.
Paulinho da Viola – Turnê 80 anos
04/03 – São Paulo (SP) – Vibra São Paulo (esgotado)
25/03 – Vitória (ES) – Espaço Patrick Ribeiro (de R$ 100 a R$ 6.900)
15/04 – Porto Alegre (RS) – Teatro Araújo Vianna (de R$ 100 a R$ 560)
06/05 – Florianópolis (SC) – Centro de eventos da UFSC
19/05 – Recife (PE) – Teatro Guararapes (de R$ 90 a R$ 280)
21/05 – Maceió (AL) – Teatro Gustavo Leite (de R$ 90.00 a R$ 300)
16/06 – Rio de Janeiro (RJ) – Vivo Rio (de R$ 60 a R$ 300)
16/06 – Rio de Janeiro (RJ) – Vivo Rio (de R$ 60 a R$ 300)
25/06 – Curitiba (PR) – Teatro Positivo (de R$ 60 a R$ 760)
12/08 – João Pessoa (PB) – Teatro Pedra do Reino (de R$ 90 a R$ 280)

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Roberta Sá sinaliza salutar fidelidade ao samba ao aprontar álbum com músicas inéditas para apresentar em 2025

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♫ COMENTÁRIO
♩ Roberta Sá apronta álbum com músicas inéditas, o primeiro desde Giro (2019), disco lançado há cinco anos com repertório inteiramente composto por Gilberto Gil para a cantora. Será um álbum de sambas, o que nem configura novidade na trajetória fonográfica da artista.
Com exceção de Segunda pele (2012), disco em que Roberta se desviaria totalmente da cadência bonita do gênero se não tivesse gravado um samba recebido de João Cavalcanti (O nego e eu) quando o álbum já estava alinhavado, a discografia da cantora é pautada pelo ritmo.
Foi na batida do samba que Roberta Sá se firmou como nome sobressalente na geração de cantoras brasileiras do século XXI com álbuns como Braseiro (2005) e Que belo estranho dia pra se ter alegria (2007). Essa discografia alcançou pico de beleza e sofisticação com o álbum Quando o canto é reza – Canções de Roque Ferreira (2010), gravado por Roberta com o Trio Madeira Brasil.
De lá para cá, Roberta Sá lançou bons discos – como o já mencionado e exuberante Segunda pele e o posterior e menos coeso Delírio (2015) – sem repetir o impacto desta trilogia fonográfica inicial.
Resta torcer para que o próximo álbum de Roberta Sá – previsto para 2025, 20 anos após a edição do disco Braseiro – venha na vibe dos primeiros trabalhos dessa cantora que sabe cair no samba com leveza. A fidelidade da artista ao samba é bom sinal

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Por que a cultura do estupro é tão comum na indústria musical e o que Sean Diddy tem a ver com isso

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Com mais de 200 páginas, documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. Sean ‘Diddy’ Combs
Chris Pizzello/Invision/AP
O caso Diddy ainda parece distante de uma conclusão, mas, sem dúvidas, já é um marco na indústria da música. Há, inclusive, expectativas de que se torne o próximo MeToo, movimento que chacoalhou Hollywood em 2017 com uma onda de denúncias de crimes sexuais.
Preso em 16 de setembro, Dsddy se diz inocente e aguarda julgamento. Mas ele não foi o único músico a entrar na mira da Justiça nessas últimas semanas. Quem também foi processado é o astro country Garth Brooks, acusado de estupro, o que é negado por ele.
Dominado por homens, o setor musical tem uma extensa lista de denúncias e condenações por assédio e abuso. Isso é tão frequente que há uma naturalização do problema, o que acaba levando à chamada cultura do estupro.
“Por décadas, a indústria da música tem tolerado, perpetuado e, muitas vezes, comercializado uma cultura de abuso sexual contra mulheres e meninas menores de idade. Milhares de artistas, executivos e acionistas lucraram bilhões de dólares, enquanto se envolviam e/ou encobriam comportamentos sexuais criminosos”, diz o texto introdutório do relatório “Sound Off: Make the Music Industry Safe” (ou “Som desligado: Torne a Indústria da Música segura”, em português), publicado em fevereiro deste ano.
Com mais de 200 páginas, o documento reúne dezenas de casos de magnatas da música americana acusados de cometer crimes sexuais e de assumir posturas controversas. São histórias que vão dos anos 1950 a 2024.
A constante negligência de denúncias, investigações e até sentenças judiciais estimula crimes sexuais no mercado musical. É o que aponta o relatório, elaborado por uma coalizão entre os grupos feministas Lift Our Voices, Female Composer Safety League e Punk Rock Therapist.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Sexo, drogas e rock n’ roll
“Para desenvolver uma marca estética de alguns artistas, a indústria usa essa cultura a seu favor”, diz Nomi Abadi, pianista e fundadora da Female Composer Safety League, rede de suporte a compositoras vítimas de abuso sexual e assédio. Ela conversou com o g1 por videochamada. “É por isso que tem tanto músico acusado impune.”
Ela cita o famoso lema “sexo, drogas e rock n’ roll”. Para a artista, a ideia é menos sobre um espírito roqueiro e mais sobre uma dinâmica de poder que está presente em todos os gêneros musicais. É uma forma de relativizar histórias de mulheres que alegam terem sido drogadas e violadas sexualmente em festas com músicos, executivos, produtores e outros profissionais do setor.
De fato, não é raro encontrar esse tipo de queixa no meio musical. O próprio Diddy é acusado de drogar e estuprar mulheres durante seus festões luxuosos, chamados de “white parties” e “freak-off”. Inclusive, há relatos de que ele teria coagido algumas convidadas a usar fluidos intravenosos para recuperação física após submetê-las a longas e violentas performances eróticas.
O músico nega todas as acusações que levaram à sua prisão. Quanto ao caráter libertino de suas festas, ele sempre gostou de fazer menções, se gabando dos eventos.
Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
“Todos nós já sabíamos. Por muito tempo, ouvimos histórias sobre essas festas”, afirma Nomi. “Eu conheci uma vítima de P. Diddy. Minha amiga esteve em uma dessas festas… Ninguém a escutou. Ninguém se importou com ela.”
Os eventos, que rolavam desde os anos 2000, eram privados — a lista de convidados do rapper reunia atores, músicos, empresários e políticos. Jay-Z, Will Smith, Diana Ross, Leonardo DiCaprio, Owen Wilson, Vera Wang, Bruce Willis e Justin Bieber são algumas das celebridades que compareceram aos encontros.
“O que tinha nessas festas era coisa muito ruim. E mesmo envolvendo tantas pessoas, continuava acontecendo”, continua Nomi. É mais ou menos o que também afirmou a cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, em 2023, quando ela abriu um processo contra ele, alegando ter sido estuprada e violentada por mais de uma década. Na ação, que já foi encerrada (sem os detalhes divulgados), a artista afirmou que os supostos crimes do rapper eram testemunhados por muita gente “tremendamente leal” que nunca fazia nada para impedi-lo.
Sean ‘Diddy’ Combs
Richard Shotwell/Invision/AP
Desde que fundou a Female Composer Safety League, Nomi tem tido contato com várias denúncias de agressão sexual no setor da música. “Uma coisa que me surpreendeu quando comecei a frequentar esse meio [de dar suporte a vítimas] é que cada sobrevivente tem sua própria versão da mesma história. As circunstâncias são diferentes. O que aconteceu com cada pessoa é único. Mas todas elas querem ser validadas, compreendidas e terem seus empregos mantidos”, afirma ela. “São os mesmos medos e os mesmos desejos.”
Anos atrás, a artista moveu processos contra Danny Elfman, compositor de trilhas de blockbusters como “Batman” e “Beetlejuice”. Nas ações, ela alegou ter sido vítima de crimes sexuais. Ele nega. Os dois entraram em um acordo com termos não divulgados.
A cultura externa
Também em entrevista ao g1, a pesquisadora de rap Nerie Bento analisa que, na indústria, a cultura do estupro é atrelada à desigualdade de gênero do mercado, além da própria influência de quem está de fora.
“É uma cultura que permeia toda a sociedade, então, obviamente vai estar aqui também”, diz ela. “E a própria música em si… A gente tem muita música misógina que contribui com isso.”
Neire menciona, então, a erotização de corpos femininos em videoclipes de cantores famosos como o próprio Sean Diddy, o que, segundo ela, também endossa a cultura do estupro, ao objetificar a figura da mulher.
O apelo às gravadoras
O relatório “Sound Off” também faz menções à erotização feminina no setor. Além disso, critica as três maiores empresas do mercado fonográfico (Warner Music, Universal Music e Sony Music), propondo que adotem as seguintes demandas:
O fim de NDAs (Non-disclosure agreements, na sigla em inglês), ou seja, acordos de confidencialidade — prática frequente para o encerramento desse tipo de processo no meio musical;
Uma lista pública dos músicos, executivos, gerentes, produtores e outros profissionais acusados de má conduta sexual;
Adoção de protocolos institucionalizados que estimulem a denúncia, não o silêncio;
Investigações conduzidas por partes externas
A defesa de leis que derrubem a prescrição em crimes sexuais
Demandas que surgem porque, segundo a coalizão do relatório, essas gravadoras “ignoraram acusações, silenciaram vítimas e até permitiram o abuso” por décadas.
O g1 entrou em contato com as assessorias da Warner, Universal e Sony, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.

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Bruno Mars começa tour no Brasil; show deve ter piada com calcinha e hit gravado com Lady Gaga

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Antes de turnê com 14 apresentações, g1 assistiu ao show do cantor para convidados. Com setlist semelhante ao do The Town, Bruno deve incluir novas piadinhas e grito de ‘Bruninho is back’. Bruno Mars encerra show no The Town com o sucesso ‘Uptown Funk’
Bruno Mars começa nesta sexta-feira (4) uma sequência de 14 shows, que vai até o dia 5 de novembro. Antes dessa turnê brasileira, o cantor havaiano de 38 anos fez um show beneficente no Tokio Marine Hall, em São Paulo, na terça-feira (1º). A apresentação para 4 mil pessoas arrecadou R$ 1 milhão para as vítimas da tragédia climática no Rio Grande do Sul.
No show para famosos, convidados e também fãs que participaram de uma promoção, ele seguiu uma estrutura de setlist bem parecida com a do The Town. Bruno fez dois shows no festival paulistano, em setembro de 2024.
Ele ainda começa o show com “24 Magic” e termina com a trinca “Locked Out of Heaven”, “Just the Way You Are” e “Uptown Funk”. No show exclusivo antes da turnê, ele se comunicou um pouco menos com o público.
Entre as poucas interações, gritou “Bruninho is back!”, quando a plateia começou a gritar “Bruninho! Bruninho! Bruninho”, ainda no começo. Em “Billionaire”, alterou parte da letra e cantou “different calcinhas every night”, brincadeira que foi muito aplaudida.
Há ainda uma parte piano e voz, em que ele emenda várias músicas, começando com “Funk You” e passando por “Grenade”, “Talking to the moon” e “Leave the door open”, a única que ele toca do projeto Silk Sonic. A novidade nessa parte, que rolou no show de terça, deve ser a inclusão de um trecho de “Die With a Smile”, música lançada com Lady Gaga em agosto passado.
Bruno Mars
Divulgação
No show do Tokio Marine Hall, um pouco mais curto do que os da turnê, não houve a versão instrumental de “Evidências”, de Chitãozinho & Xororó, tocada por seu tecladista. O solo de bateria, porém, continua presente. Então, não se sabe qual música brasileira será homenageada pela banda de Mars.
A banda que o acompanha, The Hooligans, segue impecável e o ajuda em coreografias cheias de gingado. Para tocar com Mars, não basta ser ótimo músico, tem que saber dançar. Com toda essa atmosfera de suingue e simpatia, fica difícil não se encantar pelo charme de Bruninho.
O repertório de Mars vai do soul ao pop rasgado, passando por R&B, levadas de reggae e baladas perfeitas para pedidos de casamento, como “Marry You”.
Antes dos shows no The Town, Bruno havia vindo ao Brasil em 2017 e em 2012, quando foi atração do festival Summer Soul.
Bruno Mars no Brasil
São Paulo: 4, 5, 8, 9, 12 e 13 de outubro – Estádio Morumbi
Rio: 16, 19 e 20 de outubro – Estádio Nilton Santos
Brasília: 26 e 27 de outubro – Arena Mané Garrincha
Curitiba: 31 de outubro e 1º de novembro – Estádio Couto Pereira
Belo Horizonte: 5 de novembro – Estádio Mineirão

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