Connect with us

Festas e Rodeios

Rise Against vem ao Lollapalooza com punk rock e letras engajadas: ‘Injustiças sociais são atemporais’

Published

on

Banda de Chicago se apresenta fecha o Palco Adidas na sexta-feira (24), no Autódromo de Interlagos. Lollapalooza 2023: Rise Against, a banda de punk rock com ativismo social
A banda de punk rock e hardcore Rise Against já tem mais de duas décadas de carreira, mas durante todo esse tempo, uma coisa não mudou desde quando o grupo começou a viajar para fazer shows: a turma do gargarejo.
“Eu gosto de dizer que a primeira fileira dos shows tem 16 anos há 20 anos. É como se sempre estivesse chegando alguém novo”, diz Tim McIlrath, vocalista do grupo em entrevista ao g1.
Perry Farrell descobre durante entrevista ao g1 como Taylor Hawkins reuniu Jane’s Addiction
Billie Eilish é a atração do Lollapalooza 2023 mais buscada no Google no Brasil
Rise Against saiu de uma área musical produtiva de Chicago, nos Estados Unidos, lá em 1999. A aposta da banda, até hoje, é em músicas de som agressivo que acompanham as letras mais densas, com críticas sociais, de injustiças à política, de direitos humanos, dos animais, ambientalismo e saúde mental.
Rise Against se apresenta no Lollapalooza 2023
Nedda Afsari/Divulgação
“Nós lidamos com problemas atemporais”, diz McIlrath.
“Os problemas de injustiças sociais são atemporais. Vemos alguns avanços a passos de bebê, pequenos progressos. Vemos pessoas de olhos abertos para diferentes problemas, e todo mundo tem interesses ou conexão com assuntos que mudam as suas vidas em termos de informações as quais estão expostos. E isso pode ser a nossa banda”, diz.
“Nós ajudamos ou pelo menos tentamos ajudar a decifrar o código da vida, dos problemas, do progresso, da justiça, igualdade. A gente leva para uma jornada com a esperança de que alguém se conecte com isso. Este é o trabalho do artista.”
Em junho de 2021, Rise Against lançou “Nowhere Generation”, o nono álbum de estúdio do grupo, em que se mantém o calor das críticas sociais e políticas, com um olhar que continua voltado para as gerações contemporâneas e de como as anteriores falharam em deixar um bom legado.
“Existe um monte de obstáculos na vida dos jovens, um monte de novos obstáculos na vida de todo mundo. Eu queria cantar sobre isso, falar sobre isso”, afirma McIlrath. “É simplesmente reconhecer e dizer que está acontecendo.”
A banda se apresenta em um side show na quarta-feira (22), no Cine Joia, e encerra a programação do Palco Adidas, na sexta-feira (24), no Lollapalooza, no Autódromo de Interlagos.
Leia a entrevista abaixo.
g1- Em algumas entrevistas, você comentou que “Nowhere Generation” é sobre uma geração que está vencendo a corrida, mas a linha de chegada fica se movimentando. Que geração é essa? E como ela é diferente de outras?
Tim McIlrath – Essa é a questão que tentava responder quando estava escrevendo esse álbum. Era o que estava na mente dos nossos fãs ao redor do mundo. Onde eu estivesse indo, o sentimento era o mesmo: ansiedade e medo do amanhã. Era como se eles estivessem seguindo todas as regras, fazendo o que falaram para fazerem, trabalhando muito, mas ficava cada vez mais difícil de seguir adiante. E a geração anterior não está ajudando muito, de explicar para eles por que isso está acontecendo.
Existe um monte de obstáculos na vida dos jovens, um monte de novos obstáculos na vida de todo o mundo. Eu queria cantar sobre isso, falar sobre isso. É simplesmente reconhecer e dizer o que está acontecendo.
Esta geração lida com lutas que são diferentes das lutas das gerações anteriores, então vamos deixar isso claro, vamos falar sobre isso, vamos descobrir o que significa. Pelo menos, vamos garantir que as pessoas não se sintam tão sozinhas para seguir em frente.
g1- Vocês tocaram para gerações distintas. O fã de vocês no início dos anos 2000, que tinha 16 anos, agora, provavelmente está trabalhando. Qual a diferença entre aquela época e agora?
Tim McIlrath – Exatamente, nossos fãs ficaram mais velhos. Sei que eles seguiram em frente com suas vidas, eles têm família, esse tipo de coisa. Mas nós temos fãs chegando. Eu gosto de dizer que a primeira fileira tem pessoas de 16 anos há 20 anos. É como se sempre estivesse chegando alguém novo na família Rise Against.
Mas muita coisa mudou. Quando começamos a banda, não existiam as redes sociais, e isso foi uma mudança enorme. As pessoas estão mais informadas, pelo menos tem mais informações por aí. Mas agora vivemos com a desinformação.
Vivemos em um mundo em que você pode meio que encontrar sua tribo e ficar dentro dela, sem ver nada, sem falar sobre o que incomoda.
O mundo mudou drasticamente nos últimos anos, e a gente tenta acompanhar. Tentamos cantar sobre isso, sobre o que estamos passando, o que os nossos fãs estão passando, e tentamos medir a temperatura do ambiente e explicar isso por meio da música, com a esperança de que talvez alguém consiga se identificar com isso.
g1 – Há muito tempo vocês falam de assuntos que deveriam ter ficado no passado, mas parecem que ficam mais atuais. Eles ainda são temas recorrentes, como injustiças sociais, racismo, por exemplo. Qual é o desafio em ter que voltar sempre nesses assuntos?
Banda de Chicago fecha o Palco Adidas na sexta-feira (24), no Lollapalooza
Nedda Afsari/Divulgação
Tim McIlrath – Nós lidamos com problemas atemporais. O racismo estava aqui antes de mim, e estará depois. Os problemas de injustiças sociais são atemporais. Vemos avanços a passos de bebê, muitos pequenos progressos. Vemos as pessoas de olhos abertos para diferentes problemas, e todo mundo tem interesse ou conexão com assuntos que mudam suas vidas em termos de informações as quais estão expostas. E isso pode ser a nossa banda, pode ser outro artista, um escritor, um cineasta, ou alguma forma de arte que tenha significado para ela.
Se você curte a nossa música ou o que a gente faz, talvez a gente possa ser uma espécie de pista de pouso, que você pode pousar. Digo, venha até a gente e nós ajudamos a navegar ou, pelo menos, tentaremos ajudar a decifrar o código da vida, dos problemas, do progresso, da justiça, igualdade.
A gente meio que leva para a nossa jornada, e mostra como vemos, com a esperança de que alguém se conecte com isso. Eu acho que esse é o trabalho do artista.
g1 – Um assunto que vocês já abordaram, mas que tem sido falado com mais frequência é saúde mental. Está mais fácil falar sobre este tema?
Tim McIlrath: Sim. Um dos maiores problemas sobre a saúde mental no passado era que se lutava sozinho, como se ninguém estivesse se sentindo assim. Era “apenas eu me sinto assim. Todo o resto parece bem, por que eu me sinto assim?”
Então, sinto que falar sobre saúde mental tem avançado de um jeito que agora normalizamos esse tipo de conversa, e falamos sobre se sentir depressivos, ansiosos ou de se sentir em pânico, ter medo e todas essas coisas. Agora a gente sabe que todo mundo se sente assim, não precisa entrar em pânico, achar que está doido, que não é normal. É algo que todo mundo passa.
Nas músicas, eu sempre quis trazer o que está por trás da superfície, e fãs de música se conectam com isso.
Eu acho que artistas sempre falaram sobre isso e, agora, atletas, políticos, celebridades, e pessoas que pareciam levar a vida perfeita, estão falando sobre esses momentos obscuros que passam. Eu acho que saber disso ajuda.
Sabemos que o que sentimos é normal e tem um jeito de sair dessa, que não vai se sentir sempre assim.
g1- Apesar de as músicas do Rise Against trazerem tópicos densos e sérios, vocês sempre colocam uma pontinha de esperança, dá a sensação de que há um caminho para fazer dar certo. Você é uma pessoa otimista com o futuro?
Tim McIlrath – Sim, absolutamente. Eu fico triste com o mundo, como todo mundo fica. Estou neste lugar privilegiado, onde posso interagir com a comunidade do Rise Against, que sempre me inspirou. Eu encontro com pessoas que me dão esperança para o futuro, elas se importam com o amanhã. Não tem como não ser otimista quando você encontra com essas pessoas e percebe que tem gente boa no mundo.
Eu sinto que com o Rise Against, podemos cantar sobre assuntos mais sérios, tópicos mais densos, posso te levar para lugares obscuros, mostrar como um ambiente obscuro poderia ser, mas acho que a gente deixa também um rastro para sair dali. Não precisa ser assim, existem razões para não se sentir sozinho, existem razões para ter esperança.
Então, sim, eu sou uma pessoa com esperança, eu sou uma pessoa com esperança, eu sou um otimista. Tem muita coisa boa no mundo, eu sinto que existe razão para ser otimista.
g1 – No início da nossa conversa, você mencionou as redes sociais. Hoje em dia, todo mundo vai aos shows com celular nas mãos, filmam e postam nas redes. Isso incomoda você?
Tim McIlrath – As pessoas podem interagir com o show da forma que elas quiserem. Quando a gente começou a banda, ninguém tinha celular. A gente se apresentava apenas para aquelas pessoas que estavam ali, vivendo aquele momento. Elas não tinham câmeras, elas não tinham celulares, e existia algo especial nisso.
Eu sempre encorajo o nosso fã para estar presente, sabe? Tira a foto, faça um vídeo, mas depois, curta o show, seja parte dele, e deixe que esse momento seja para escapar de tudo isso, e só viva algo que não é possível replicar on-line, como é um show ao vivo. Você não pode simplesmente comprar pela internet. Tem que estar lá fisicamente. Então, é por isso que mal podemos esperar para tocar aí e ter essa interação física com as pessoas.
Lollapalooza Brasil 2023: line up tem Billie Eilish, Tame Impala e Rosalía

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Garth Brooks é processado por maquiadora que o acusa de estupro

Published

on

By

Mulher diz que agressão aconteceu em 2019. Ela afirma que sofreu diferentes tipos de abusos quando trabalhava para o astro do country americano. Garth Brooks faz show em prol do Hospital de Câncer de Barretos, em 2015
Mateus Rigola/G1
O astro do country Garth Brooks foi processado por uma mulher que o acusa de estupro, segundo o canal de notícias americano CNN nesta quinta-feira (3).
A ação diz que o ataque aconteceu quando ela trabalhava para ele como maquiadora e cabeleireira, em 2019.
A mulher, identificada como Jane Roe, afirma que o cantor também mostrava seus órgãos genitais para ela, falava sobre sexo, se trocava na sua frente e mandava mensagens sexualmente explícitas.
Ela afirma que foi estuprada por ele em um hotel, em Los Angeles, durante uma viagem para a gravação de uma homenagem do Grammy.
O cantor já tinha afirmado ser inocente em um processo movido por ele, anonimamente, em setembro. Na ação, Brooks pedia para que a Justiça declarasse que as acusações de Roe não eram verdade e a proibissem de divulgá-las.
Ele dizia que se tratava de uma tentativa de extorsão que causariam “dano irreparável” à sua carreira e sua reputação.

Continue Reading

Festas e Rodeios

DJ Gustah expõe a força crescente de vozes femininas do rap e do trap, como Azzy e Budah, no álbum coletivo ‘Elas’

Published

on

By

A rapper capixaba Budah integra o elenco do disco ‘Elas’, projeto fonográfico que o DJ Gustah lançará na terça-feira, 8 de outubro
Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ As mulheres marcam cada vez mais posição e território no universo do hip hop. Projeto fonográfico que o DJ e produtor musical paulistano Gustah lança na terça-feira, 8 de outubro, o álbum Elas dá voz a mulheres que estão se fazendo ouvir nos segmentos do rap e do trap com força crescente.
Editado pelo selo de Gustah, 2050 Records, o disco apresenta 10 gravações inéditas entre as 12 faixas. Abismo no peito é música cantada e composta pela rapper capixaba Budah. Cynthia Luz sola a lovesong Mar de luz e, com Elana Dara, mergulha em Lago transparente.
A paulistana Bivolt dá voz ao boombap Faço valer. A novata Carla Sol defende Hora exata. Voz de São Gonçalo (RJ), município fluminense, Azzy é a intérprete de Mesmo lugar, faixa de tom mais introspectivo. Clara Lima canta Intenção. King Saint entra em Ondas sonoras.
Ex-integrante do duo Hyperanhas, Andressinha é a voz de Poucas conversas. Annick figura em Decisões. A paulista Quist apresenta Destilado em poesia. Killua fecha o disco com Lunaatica.
Embora calcada no rap e no trap, a sonoridade do disco Elas transita pelo R&B e também ecoa a MPB.
Capa do disco ‘Elas’, produzido pelo DJ Gustah
Divulgação

Continue Reading

Festas e Rodeios

Post Malone anuncia show exclusivo no festival VillaMix, em São Paulo

Published

on

By

Cantor será uma das principais atrações do festival, conhecido por focar na música sertaneja. Post Malone canta no The Town 2023
Luiz Franco/g1
O festival VillaMix anunciou o cantor Post Malone como uma das atrações da edição de 2024, no dia 21 de dezembro na Neo Química Arena, em São Paulo.
O show será exclusivo no festival, conhecido por focar em música sertaneja. Segundo a organização, a primeira edição em 5 anos de evento trará country, pop e sertanejo, e o line-up completo ainda será revelado.
A venda geral já tem início no próximo dia 7, pela Eventim.
Post Malone esteve no Brasil pela última vez em 2023, quando se apresentou no The Town. Ele apostou em versões roqueiras de hits mais antigos, e fechou a programação do primeiro dia de festival. Relembre como foi.
Initial plugin text

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.