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Festas e Rodeios

Pedreiro e pintor que criaram ‘Pense em mim’ voltam a lucrar com hit de Zé Felipe, filho de Leonardo

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Eles escreveram clássico de Leandro & Leonardo e ganham até hoje R$ 10 mil por trimestre. Agora, liberaram uso de antigo refrão em ‘Vacilão’ e ficaram com 16% da autoria. Podcast conta história. Douglas Maio e José Ribeiro, que escreveram ‘Pense em mim’, hit de Leandro e Leonardo, de 1990
Arquivo pessoal / Reprodução / YouTube
“Pense em mim” mudou a vida de Douglas Maio e José Ribeiro, pedreiro e pintor de paredes de Santos (SP) que criaram a música gravada por Leandro & Leonardo em 1990. Após 33 anos, o antigo refrão, usado no novo hit “Vacilão”, de Zé Felipe, filho de Leonardo, dá mais uma fonte de renda aos dois.
Douglas, José e Mário Soares, cantor que também assinou a composição de “Pense em mim”, autorizaram o uso de trechos de sua música em “Vacilão”. Em troca, os três ficaram com 16% dos direitos autorais do novo hit.
“Vacilão”, de Zé Felipe, Wesley Safadão e Igow, transforma “pensa em mim” em “senta em mim”. A ousadia deu certo: é a música mais tocada no YouTube no Brasil atualmente. Isso indica que a renda autoral será boa.
O podcast g1 ouviu mostra a história das duas músicas na voz dos seus criadores. Ouça:
À esquerda, Leandro e Leonardo na capa de ‘Pense em mim’, de 1990. À direita, Zé Felipe, Wesley Safadão e Igow no clipe de ‘Vacilão’, releitura do sertanejo de 33 anos atrás
Divulgação
“Pense em mim” dá a Douglas e José, até hoje, uma renda de cerca de R$ 10 mil por trimestre. Eles também ganham até R$ 100 mil cada quando a música é usada em uma campanha publicitária. Os dois seguiram trabalhando em construção e não ficaram ricos, mas a música deu um sustento.
“Eu era uma pessoa que não tinha nada. A gente era muito humilde. Deus iluminou eu e o Douglas, e a gente conseguiu fazer a música. Foi como ganhar na loteria”, diz José Ribeiro.
‘Pense em mim’: um reggae de 1985
José Ribeiro, 61 anos, e Douglas Maio, 69, eram amigos no Morro da Nova Cintra, em Santos, e tocavam em uma banda de baile chamada Nova Dimensão.
Douglas também trabalhava como pintor de parede desde os 13 anos de idade, ao mesmo tempo em que tentava compor e tocar com parceiros como José, músico e pedreiro.
Eles dizem que a ideia para “Pense em mim” veio em 1985, quando Douglas viu uma mulher bonita chorar pelo ex-namorado, que foi guitarrista da Nova Dimensão. José entrou na brincadeira.
“O Douglas perguntou: ‘em vez de chorar por ele, chora por mim?’ Eu continuei: ‘Em vez de pensar nele, pensa em mim’. E ele falou: ‘Isso dá música. Vamos fazer?’. Eu estava com o violão na mão, e comecei a fazer um reggae”, lembra José.
Eles terminaram a música, que entrou no repertório de outro cantor de Santos, Mario Soares. O título original era “Com destino à felicidade”. Mas o próprio público passou a chamá-la de “Pense em mim”. Com o tempo, o reggae ganhou um arranjo romântico.
Levou ao sucesso e virou autor
Mario Soares com Leonardo
Arquivo pessoal
Mario Soares tocava na Caravana do Bolinha. A série de shows criada pelo apresentador também tinha uma revelação do sertanejo: Leandro & Leonardo. Eles ouviram “Pense em mim” e pediram para gravar.
Mario relutou em dar a música do seu repertório. Douglas e José fizeram um acordo: Mario ganhou uma parte da composição, por ter feito a ponte com a dupla, e ficou com um terço da autoria, diz José.
José e Douglas dizem que fizeram a música toda lá em 1985, com os mesmos versos gravados em 1990. Mario dá outra versão: diz que mudou trechos da composição antes de dar a Leandro & Leonardo. De qualquer forma, no papel, os três são igualmente compositores.
Em 1990, a dupla sertaneja já tinha emplacado “Entre Tapas e Beijos”. Mas foi com “Pense em mim”, do LP “Leandro & Leonardo vol. 4”, que eles viraram estrelas de vez.
A renda atual
Até hoje os autores lucram com “Pense em mim”. José e Douglas contam que a renda fica em torno de R$ 10 mil por trimestre (a distribuição de direitos autorais no Brasil costuma ser trimestral).
Além disso, eles ganham a cada autorização de uso da música para trilhas ou comerciais. A inclusão de “Pense em mim” na campanha de uma cooperativa de crédito em 2022 deu a cada autor cerca de R$ 100 mil, eles dizem.
José e Douglas lucraram, mas não viveram o glamour musical. José entrou para a igreja evangélica e seguiu fazendo bicos de pintor. Douglas nunca deixou de ser pedreiro nem de tentar ser cantor profissional, sem sucesso. Mario continuou cantando, sem chegar perto do sucesso de Leonardo.
Quando a música estourou, a renda foi alta. Mas José diz que, após cinco anos, o retorno começou a minguar. “Era o dinheiro de eu pagar uma conta de luz. Mas depois comecei a ser surpreendido. Começou a aumentar, eles começaram a trabalhar.”
Na época, não dava para saber que “Pense em mim” não seria modinha passageira. Mas a carreira de Leandro & Leonardo se consolidou. A comoção com a morte de Leandro, em 1998, só fez a execução de “Pense em mim” aumentar.
O resultado é que até hoje a renda da música ajuda a sustentar os autores. “Não fiquei rico, mas saí do vermelho”, diz José. “Foi como se fosse uma galinha dos ovos de ouro. Sempre vai lá e tem um pouquinho”, ele compara.
“Não sou aposentado pelo INSS, mas tem essa renda aí que para mim é benção de Deus. Eu praticamente criei meus filhos com ela. Quando a música começou a fazer sucesso, eram todos pequenos, e a música está aí há 35 anos rodando”, diz o autor.
Os três tiveram problemas de saúde no fim de 2022. Mario, de 72 anos, teve um AVC. Ele pediu ajuda publicamente a Leonardo e diz que não foi atendido. Douglas sofreu um infarto e José teve que colocar um stent no coração. Hoje, todos dizem que estão melhores.
No início de 2022, Leonardo venceu um processo em que Mario questionava a renda repassada pela autoria de “Pense em mim” e pedia para rever os valores. O juiz considerou que os contratos e distribuições estavam todos certos.
Não vacilaram e ganharam 16% de ‘Vacilão’
Zé Felipe transforma “Pense em mim” em “Quica em mim”
“Vacilão” usa a voz original de Leandro & Leonardo no verso “Em vez de você ficar pensando nele…”, mas troca “pense em mim / chore por mim” por “quica em mim / senta em mim”.
Leia mais: ‘Pense em mim’ virou ‘senta em mim’: como Zé Felipe renovou clássico do pai e emplacou ‘Vacilão’
A presença de Zé Felipe na música ajudou no processo de liberação do uso. Mas não dava para lançar sem a autorização dos três autores de “Pense em mim”.
“Eu já sabia que ia ser difícil. Mas resolvi tentar”, diz o produtor e cantor Igow. “Fiquei sabendo que todos os autores são da Warner, mesma editora que eu. Pedi ajuda para tentar autorização, explicar a grandiosidade do projeto”, diz Igow.
Os 16% da renda dos direitos autorais serão divididos igualmente entre os três. O percentual é comum no mercado em casos de citação de composição antiga em uma música nova. Como a distribuição é trimestral, eles ainda não receberam a primeira parcela.
O final foi diferente de outras releituras que geram brigas após o lançamento sem autorização no Brasil, como “Coração cachorro” e “Lovezinho”.
Pelas brigas anteriores, havia uma dúvida se Mario Soares iria autorizar, mas ele assinou. “Quando ouvi o Zé Felipe cantar a música nova eu estranhei”, diz sobre a troca para “senta em mim”. “Mas de tanto que bate no ouvido, você gosta. E eu conhecia o menino, gosto dele.”
Douglas é direto: “Eu autorizei e pronto, não tem esse negócio comigo. Para mim, o importante, quanto mais ela tocar, é mais execução que eu recebo. E eu gosto muito de dinheiro.”
José comenta: “As primeiras estrofes achei legal, aquela sofrência. Já a segunda parte vai para a sacanagem”, ele diz aos risos. “Qualquer movimento com ela a gente acha legal, porque fica na mídia, rodando, aí dá lucro para a gente. Em questão de música, não é meu estilo. Mas fazer o quê?”

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Filarmônica de Pasárgada faz música para crianças sem dar lição de moral em álbum malcriado e questionador

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Agendado para 9 de outubro, o disco da banda paulistana tem participação de Tom Zé e do escritor Ignácio de Loyola Brandão ao longo de nove faixas. A banda paulistana Filarmônica de Pasárgada segue a cronologia de um dia na vida de uma criança nas nove faixas do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’
Edson Kumakasa / Divulgação
Capa do álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’, da Filarmônica de Pasárgada
Arte de Guto Lacaz
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Música infantil para crianças malcriadas
Artista: Filarmônica de Pasárgada
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Sempre houve certa espirituosidade na música da Filarmônica de Pasárgada que parece até natural que o quinto álbum da banda paulistana, Música infantil para crianças malcriadas, seja disco direcionado para o público infantil.
No mundo a partir da próxima quarta-feira, 9 de outubro, o álbum reúne nove canções compostas e arranjadas por Marcelo Segreto. Gravado de 12 a 23 de março no estúdio da gravadora YB Music, em São Paulo (SP), Música infantil para crianças malcriadas consegue ser um disco lúdico e ao mesmo tempo conceitual e, em alguns momentos, até provocador.
As nove músicas seguem a cronologia de um dia na vida de uma criança do momento em que ela acorda (mote da faixa inicial Despertador) até a hora de dormir e sonhar – assunto da marchinha Tá na hora de dormir e de Sonho, a faixa final, aberta com o texto O menino que vendia palavras, na voz do escritor Ignácio de Loyola Brandão – em sequência que faz o disco roçar os 20 minutos. Ou seja, com faixas ágeis e curtas, Música infantil para crianças malcriadas é álbum moldado para a impaciente geração TikTok.
Entre o despertar e o sonho, o inédito repertório de Marcelo Segreto aborda a ida para a escola, o almoço, a lição de casa e a hora do banho. Só que inexiste no álbum aquele didatismo tatibitate e moralizante da maioria dos discos infantis. Ao contrário.
A canção O alface é infinito, por exemplo, versa sobre almoço com a participação de Tom Zé sem endeusar a dieta das folhas. Escola pode escandalizar educadores e pais mais ortodoxos com os versos finais “A gente atrasa / E quando a gente tá doente / Que beleza, minha gente / A gente fica em casa”.
Já pro banho encena diálogo de mãe e filho para mostrar a resistência da criança em se lavar com a verve de versos questionadores como “Por que os franceses podem e eu não posso? / E, além disso, olha onde é que eu moro / Em São Paulo eu tomo banho de cloro”.
Enfim, a Filarmônica de Pasárgada resiste à tentação de educar as crianças – tarefa mais adequada para pais e professores – neste disco malcriado que, por isso mesmo, tem lá algum encanto.
O álbum infantil da banda é tão abusado que até o projeto gráfico de Guto Lacaz descarta as cores recorrentes nas capas e encartes de discos para crianças para ser fiel à estética em preto e branco da discografia da Filarmônica de Pasárgada.
Filarmônica de Pasárgada lança o álbum ‘Música infantil para crianças malcriadas’ em 9 de outubro, em edição da gravadora YB Music
Edson Kumakasa / Divulgação

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Zizi Possi enfrenta ‘temporais’ de Ivan Lins e Vitor Martins em disco que traz também músicas de Gabriel Martins

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Fabiana Cozza, Leila Pinheiro e Rita Bennedito também integram o elenco feminino do EP ‘Elas cantam as águas’, previsto para ser lançado em 2025. ♫ NOTÍCIA
♪ Iniciada em 1974, a parceria de Ivan Lins com o letrista Vitor Martins se firmou ao longo das décadas de 1970 e 1980 nas vozes de cantoras como Elis Regina (1945 – 1982) e Simone, além de ter embasado a discografia essencial do próprio Ivan Lins.
Uma das pedras fundamentais da MPB ao longo destes 50 anos, a obra de Ivan com Vitor gera frutos. Previsto para 2025, o disco Elas cantam as águas reúne seis gravações inéditas.
Três são abordagens de músicas de Ivan Lins e Vitor Martins. As outras três músicas são de autoria do filho de Vitor, Gabriel Martins, cantor e compositor que debutou há sete anos no mercado fonográfico com a edição do álbum Mergulho (2017).
No EP Elas cantam as águas, Zizi Possi dá voz a uma música de Ivan e Vitor, Depois dos temporais, música que deu título ao álbum lançado por Ivan Lins em 1983 e que, além do autor, tinha ganhado registro somente do pianista Ricardo Bacelar no álbum Sebastiana (2018).
Fabiana Cozza mergulha em Choro das águas (Ivan Lins e Vitor Martins, 1977), canção que já teve gravações de cantoras como Alaíde Costa, Tatiana Parra e a própria Zizi Possi. Já Guarde nos olhos (Ivan Lins e Vitor Martins, 1978) é interpretada por Adriana Gennari.
Da lavra de Gabriel Martins, Chuvarada – parceria do compositor com Belex – cai no disco em gravação feita por Leila Pinheiro (voz e piano) com a participação de Jaques Morelenbaum no toque do violoncelo e com produção da própria Leila, que também assina com Morelenbaum o arranjo da faixa que será lançada em 11 de outubro como primeiro single do disco.
Já Rita Benneditto canta Plenitude (Gabriel Martins e Carlos Papel). Completa o EP a música Filha do Mar [Oh Iemanjá], composta somente por Gabriel Martins e com intérprete ainda em fase de confirmação.
Feito sob direção musical de Gabriel Martins em parceria com a pianista, arranjadora e pesquisadora Thais Nicodemo, o disco Elas cantam as águas chegará ao mercado em edição da gravadora Galeão, empresa derivada da Velas, companhia fonográfica independente aberta em 1991 por Ivan com Vitor Martins e o produtor Paulinho Albuquerque (1942 – 2006).

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Médico que ajudou a fornecer cetamina a Matthew Perry se declara culpado por morte do ator

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Conhecido por atuar em ‘Friends’, Matthew Perry morreu em outubro de 2023 por overdose. Mark Chaves é uma das cinco pessoas que enfrentam acusações federais pela morte do ator Matthew Perry
Mike Blake/Reuters
O médico Mark Chavez se declarou culpado por fornecer cetamina ao ator Matthew Perry, morto por overdose em outubro de 2023. O americano fez sua declaração nesta quarta-feira (2), no tribunal federal de Los Angeles (EUA), e se tornou a terceira pessoa a admitir culpa pela morte do ator, que ganhou fama ao interpretar Chandler em “Friends”.
Até a conclusão da sentença, Chavez está livre sob fiança. Ele concordou em entregar sua licença médica. Seu advogado, Matthew Binninger, havia dito em 30 de agosto que ele estava arrependido e tentava “fazer tudo para corrigir o erro”.
Além de Chavez, há dois envolvidos na morte de Perry: Kenneth Iwamasa, assistente do ator, e Erik Fleming, outro fornecedor de droga.
Perry foi encontrado morto em uma banheira de hidromassagem. Quem achou seu corpo foi Iwamasa, que morava com ele.
O assistente admitiu que várias vezes injetou cetamina no ator sem treinamento médico, inclusive no dia de sua morte. Já Fleming alegou ter comprado 50 frascos de cetamina e repassado para Iwamasa.
A Justiça americana ainda investiga mais duas pessoas: Salvador Plasencia, outro médico, e Sangha, suposta traficante conhecida como “Rainha da Cetamina”.
O ator Matthew Perry, morto aos 54 anos, em imagem de 2009
Matt Sayles, File/AP
Um ano antes de morrer, Perry havia lançado sua autobiografia: “Friends, Lovers and the Big Terrible Thing”.
“Existe um inferno”, escreveu Perry, no livro, que narra sua luta contra a dependência química durante os últimos anos de gravação de “Friends”. “Não deixe ninguém lhe dizer o contrário. Eu estive lá; isso existe; fim de discussão.”
O ator, que, na época do vício, passou pela clínica de reabilitação, havia dito que já se sentia melhor e queria que o livro ajudasse as pessoas.
Médio Mark Chavez e Matthew Perry.
Robyn Beck / AFP e Willy Sanjuan/Invision/AP

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