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Kleber Mendonça volta a Cannes com novo filme: ‘Verdadeiro personagem é a cidade, os prédios e a própria ideia do cinema’

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Selecionado para mostra especial, documentário ‘Retratos fantasmas’ estreia em maio, no festival francês, e aborda a história do centro do Recife através das salas de cinema. Filme de Kleber Mendonça Filho é escolhido para a Seleção Oficial de Cannes
“Retratos fantasmas”, filme mais recente do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, faz parte da seleção oficial do Festival de Cannes 2023, onde vai estrear mundialmente. Este é o quarto filme do artista a ser exibido no festival, que neste ano acontece entre 16 e 27 de maio.
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“Retratos fantasmas” vai ser exibido fora de competição, em uma sessão especial. Há apenas quatro obras exibidas em sessão especial neste ano. O filme é um documentário que retrata o centro do Recife desde o século 1920. Cerca de 60% das imagens são de arquivo, com fotografias e imagens em movimento.
“É um filme que é muito sobre a ideia do centro de uma cidade, e isso é visto através de um tipo de arqueologia do passado, do século 20, que são as salas de cinema. Todas as cidades têm uma história que pode ser contada a partir do centro e a partir das salas de cinema, que movimentavam o centro de alguma maneira. Os costumes, a forma como a indústria tratava e trata a ideia de população e de comunicação em massa”, disse Kleber Mendonça Filho ao g1 (veja vídeo acima).
Imagem de arquivo mostra fachada do Cinema São Luiz, no Recife
João Carlos Lacerda/Divulgação
O cineasta também disse que, em “Retratos fantasmas”, não existem personagens humanos como protagonistas. Esse papel, portanto, é da própria cidade.
“O verdadeiro personagem do filme é a cidade, os prédios e a própria ideia do cinema, não só a sala de cinema, mas o cinema que às vezes entra na nossa vida sem a gente perceber. Quando você menos se dá conta, você já foi alterado. […] É sobre ver como a cidade vai mudando e, às vezes, a gente é muito critico à mudança, mas a cidade muda porque é da natureza da cidade mudar”, disse.
O documentário tem 91 minutos. Foram sete anos de pesquisa, filmagens e montagem do filme. Além de “Retratos Fantasmas”, já passaram em Cannes os filmes Aquarius (2016) e Bacurau (2019), que venceu o Prêmio do Júri. Antes disso, Kleber também teve o curta Vinil Verde (2004) exibido em Cannes.
“O Cannes compacta programadores, críticos, curadores, todo tipo de gente que trabalha na cadeia de cinema do mundo. Então, você tem ali o início de possivelmente uma carreira muito boa para um filme. Não estou dizendo que isso vai acontecer com esse filme, porque eu tenho que ficar esperto e ver o que vai acontecer, mas é muito boa a ideia de que ele vai passar para tanta gente”, afirmou.
O filme é produzido por Emilie Lesclaux para a CinemaScópio Produções e coproduzido pela Vitrine Filmes de Silvia Cruz e Felipe Lopes. A montagem é de Matheus Farias.
A previsão é de que o filme estreie no Brasil no segundo semestre deste ano. Os autores pretendem que o lançamento seja no formato “old school”, em salas de cinema tradicionais.
“Vai ser lançado nos cinemas e, em algum momento, vai para o streaming, para que todo mundo possa ver. Entendemos que o panorama mudou, principalmente depois da pandemia, mas nosso esforço é para que ele estreie nas salas de cinemas”, declarou.
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