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Festas e Rodeios

Titãs até parece uma banda da década de 1980 com a formação clássica reunida no show ‘Encontro’ após 30 anos

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Grupo enfatiza o rock punk dos álbuns ‘Cabeça dinossauro’ e ‘Jesus não tem dentes no país dos banguelas’ em roteiro que teve tributo a Erasmo Carlos e set acústico com a participação da filha de Marcelo Fromer. Resenha de show
Título: Titãs encontro – Todos ao mesmo tempo agora
Artista: Titãs
Local: Jeunesse Arena (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 27 de abril de 2023
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Quando Paulo Miklos puxou Sonífera ilha (Branco Mello, Marcelo Fromer, Tony Bellotto, Carlos Barmack e Ciro Pessoa, 1984), no arremate do bis do show que reuniu a banda paulistana Titãs com a formação clássica dos anos 1980, pareceu mesmo que a vida era um festa como o próprio Miklos lembrou ao abrir o roteiro com Diversão (Nando Reis e Sérgio Britto, 1987).
A festa aconteceu na noite de ontem, 27 de abril, na Jeunesse Arena, palco da estreia nacional do show da turnê Titãs encontro – Todos ao mesmo tempo agora na cidade do Rio de Janeiro (RJ).
Banda enraizada na memória afetiva da infância ou adolescência da maior parte do público que lotou a arena carioca, tendo ao menos dois títulos fundamentais na discografia do rock brasileiro, Cabeça dinossauro (1986) e Jesus não tem dentes no país dos banguelas (1987), discos não por acaso dominantes no roteiro, os Titãs não faziam turnê com a formação clássica dos anos 1980 desde a saída de Arnaldo Antunes em 1992.
Trinta anos depois, as tramas do destino e do mercado reuniram Arnaldo, Branco Mello, Charles Gavin, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto no mesmo palco. Somente Marcelo Fromer (1961 – 2001), por força desse mesmo destino, esteve representado somente em imagens no telão e através da figura graciosa de Alice Fromer, filha do guitarrista.
Convidada da banda, Alice cantou com leveza, no balanço do reggae, Toda cor (Marcelo Fromer, Ciro Pessoa e Carlos Barmark, 1984) e Não vou me adaptar (Arnaldo Antunes, 1985), músicas do bloco aberto pela banda com Epitáfio (2001), balada de Sérgio Britto, solista vocal do número iluminado com as luzes de celulares, acendidos a pedido do próprio Britto em iniciativa que gerou belo efeito cênico nas pistas, cadeiras e camarotes da arena. Ao fim do número, Britto ainda regeu a orquestra de palmas ritmadas da plateia.
Com Liminha (produtor de álbuns emblemáticos do grupo) agregado aos músicos no palco, com a missão de reproduzir as guitarras tocadas por Fromer, a banda fez um show até certo ponto previsível, mas nem por isso menos sedutor e com alguns momentos catárticos.
Acústicos no set das baladas e dos reggaes, mas também eletrificados pela energia do rock, os Titãs se alternaram nos vocais para apresentar um roteiro de hits que, alinhados ao longo de mais de duas horas de show, evidenciaram a qualidade do repertório autoral dos Titãs.
Os brados de Arnaldo Antunes em Lugar nenhum (Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Sérgio Britto e Tony Belloto, 1987) se irmanaram com as convocações de Sérgio Britto em Desordem (Charles Gavin, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, 1987) pelo pulso punk que ainda anima músicas que, como bem ressaltaria Nando Reis em número posterior, foram escritas há cerca de 35 anos, mas poderiam ter sido compostas ontem tamanha a atualidade das letras.
Recuperado de tumor retirado da laringe, Branco Mello celebrou a vida e o reencontro com amigos em fala emocionada que arrancou aplausos da plateia. A cirurgia na laringe deixou a voz de Branco com tom cavernoso que potencializou o efeito punk de músicas como Tô cansado (Branco Mello e Arnaldo Antunes, 1986) e Eu não sei fazer música (Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto, 1991), se ajustando ao espírito de banda que, afinal, parece hoje ser formada por homens das cavernas. Ou por dinossauros que simbolizam tempo já distante em que o rock dava as cartas para a juventude no papel atualmente desempenhado pelo rap compromissado e até mesmo pelo funk hedonista.
Reverberada por Nando Reis, autor da composição, a sagrada ira punk de Igreja (1986) soou muito bem para quem nunca pôs fé nas instituições religiosas. Na política, o esgoto de tempo ainda recente deu todo sentido a Bichos escrotos (Arnaldo Antunes, Nando Reis e Sérgio Britto, 1986), rock cantado por Paulo Miklos e balançado com o suingue do toque do baixo de Nando Reis no arremate do show, antes do bis, aberto com as vozes da dupla Mauro & Quitéria – extraídas do álbum Õ blésq blom (1989), último grande álbum dos Titãs com a formação clássica da banda – reverberando a introdução que antecedeu Miséria (Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Sérgio Britto, 1989) no show como na gravação original de 1989.
Em raro momento que se desviou do repertório dos anos 1980, a banda reverenciou Erasmo Carlos (1941 – 2022), pioneiro roqueiro do Brasil, com a lembrança da balada É preciso saber viver (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1968), rebobinada pelos Titãs no álbum Volume dois (1998).
Comida (Arnaldo Antunes, Marcelo Frommer e Sergio Britto, 1987) foi uma das iguarias oferecidas pelos Titãs em banquete punk que ainda deixa engasgadas as instituições e a hipocrisia social que tentam abafar o Estado violência (Charles Gavin, 1986) do dia-a-dia no Brasil.
Com o peso do rock, os Titãs também socaram Cabeça dinossauro (Arnaldo Antunes, Branco Mello e Paulo Miklos, 1986) e deram Nome aos bois (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Nando Reis e Tony Bellotto, 1987) e Porrada (Arnaldo Antunes e Sérgio Britto, 1986) em show que enveredou pelo punk hardcore em Polícia (Tony Bellotto, 1986). Show que precisa de ajustes somente nas ligas entre as músicas. Os blackouts entre as músicas podem ser minimizados com o decorrer da turnê para chegar ao timing certo do show.
No mais, foi uma festa com todos ao mesmo tempo agora revitalizando um repertório que atravessa décadas sem perder a força. Reunidos no palco da Jeunesse Arena, os Titãs até pareceram uma banda dos anos 1980, década marcada pelo pulso forte e juvenil desse tal de roque en row.
♪ Eis as 31 músicas do roteiro seguido em 27 de abril de 2023 pela banda Titãs na estreia nacional do show da turnê Titãs encontro – Todos ao mesmo tempo agora na Jeunesse Arena, na cidade do Rio de Janeiro (RJ):
1. Diversão (Nando Reis e Sérgio Britto, 1987)
2. Lugar nenhum (Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Marcelo Fromer, Sérgio Britto e Tony Belloto, 1987)
3. Desordem (Charles Gavin, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, 1987)
4. Tô cansado (Branco Mello e Arnaldo Antunes, 1986)
5. Igreja (Nando Reis, 1986)
6. Homem primata (Sergio Britto, Marcelo Fromer, Nando Reis e Ciro Pessoa, 1986)
7. Estado violência (Charles Gavin, 1986)
8. Introdução por Mauro & Quitéria / O pulso (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Bellotto, 1989) / Vinheta por Mauro & Quitéria
9. Comida (Arnaldo Antunes, Marcelo Frommer e Sergio Britto, 1987)
10. Jesus não tem dentes no país dos banguelas (Marcelo Fromer e Nando Reis, 1987)
11. Nome aos bois (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer, Nando Reis e Tony Bellotto, 1987)
12. Eu não sei fazer música (Arnaldo Antunes, Charles Gavin, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto e Tony Bellotto, 1991)
13. Cabeça dinossauro (Arnaldo Antunes, Branco Mello e Paulo Miklos, 1986)
14. Epitáfio (Sérgio Britto, 2001) – Set acústico
15. Os cegos do castelo (Nando Reis, 1997) – Set acústico
16. Pra dizer adeus (Nando Reis e Tony Bellotto, 1985) – Set acústico
17. Toda cor (Marcelo Fromer, Ciro Pessoa e Carlos Barmark, 1984) – Set acústico
18. Não vou me adaptar (Arnaldo Antunes, 1985) – Set acústico
19. Marvin (Patches) (Ronald Dunbar e General Johnson, 1970, em versão em português de Nando Reis e Sergio Britto, 1984)
20. Go back (Sérgio Britto a partir de poema de Torquato Neto, 1984)
21. É preciso saber viver (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1968)
22. 32 dentes (Branco Mello, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, 1997)
23. Flores (Charles Gavin, Paulo Miklos, Sergio Britto e Tony Bellotto, 1989)
24. Televisão (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Bellotto, 1985)
25. Porrada (Arnaldo Antunes e Sérgio Britto, 1986)
26. Polícia (Tony Bellotto, 1986)
27. Aa uu (Marcelo Fromer e Sérgio Britto, 1986)
28. Bichos escrotos (Arnaldo Antunes, Nando Reis e Sérgio Britto, 1986)
Bis:
29. Miséria (Arnaldo Antunes, Paulo Miklos e Sérgio Britto, 1989)
30. Família (Arnaldo Antunes e Tony Bellotto, 1986)
31. Sonífera ilha (Branco Mello, Marcelo Fromer, Tony Bellotto, Carlos Barmack e Ciro Pessoa, 1984)

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Trio de jazz Caixa Cubo reaviva groove brasileiro da década de 1970 em ‘Modo avião’, álbum agendado para novembro

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Caixa Cubo lança o décimo álbum, ‘Modo avião’, em 15 de novembro pela gravadora inglesa Far Out Recordings
Divulgação
Capa do álbum ‘Modo avião’, do trio Caixa Cubo
Arte de Rollinos
♫ NOTÍCIA
♪ Trio paulistano de jazz, Caixa Cubo vem transitando cada vez mais fora das fronteiras do Brasil, sobretudo pela Europa, não somente para fazer shows, mas também para dar continuidade à discografia do grupo formado em 2010 por Henrique Gomide (teclados), João Fideles (bateria e percussão) e Noa Stroeter (baixo).
Um ano e meio após Agôra (2023), álbum lançado pelo trio em março do ano passado através do selo alemão Jazz & Milk, com a ambição de reinventar o conceito de fusion, Caixa Cubo anuncia a chegada do décimo álbum, Modo avião, em 15 de novembro.
Com capa que expõe arte de Rollinos, o disco Modo avião sai pelo selo inglês Far Out Recordings com 13 faixas formatadas com produção musical do próprio grupo.
A intenção foi apresentar abordagem contemporânea do groove brasileiro dos anos 1970 com fusão de jazz e de levadas de funk com gêneros musicais nacionais como baião, frevo e marcha.
Gravado e mixado por Frederico Pacheco no O&O Studio, o álbum Modo avião tem repertório composto pelos temas instrumentais ⁠Jureta,⁠ ⁠Modo avião,⁠ ⁠Vila Macarena,⁠ ⁠Baleia azul,⁠ ⁠Osaka,⁠ ⁠Jet léguas,⁠ ⁠Foguinho,⁠ ⁠A rocha, Malibu, Mancini, Sound check’in, Laguna e Costa Córdoba.
O trio paulistano Caixa Cubo é formado por Henrique Gomide (teclados), João Fideles (bateria e percussão) e Noa Stroeter (baixo)
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Shakira anuncia shows no Brasil em fevereiro de 2025

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Cantora divulgou nesta quarta (02) as apresentações de Las Mujeres Ya No Lloran Word Tour. A venda geral começa no dia 11. Shakira anunciou nesta quarta (02) as datas da turnê ” Las Mujeres Ya No Lloran Word Tour” no Brasil. A cantora fará dois shows no país em fevereiro de 2025, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Veja as datas:
11 de fevereiro: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro
13 de fevereiro: Estádio Morumbis, em São Paulo
A venda geral começa no dia 11, pela Ticketmaster. No Rio de Janeiro, os preços dos ingressos variam entre R$ 220 (cadeira superior, meia) e R$ 950 (pista premium, inteira). Já em São Paulo, os preços dos ingressos variam entre R$ 245 (arquibancada, meia) e R$ 980 (pista premium A, inteira).
Shakira anuncia turnê na América Latina
Reprodução/Instagram
Turnê do álbum que ‘transforma dor em resiliência’
Shakira vem ao Brasil com a turnê do álbum “Las Mujeres Ya No Lloran”, lançado em março deste ano. O disco conta com músicas compostas depois da separação turbulenta da cantora colombiana do jogador Gerard Piqué.
Em entrevista ao Fantástico, Shakira falou sobre o novo momento da carreira e a exposição que sofreu durante o processo de separação.
“Cada pedra preciosa representa a fortaleza e a resiliência das mulheres. Na criação das músicas desse álbum, eu passei por um processo de alquimia. Uma alquimia para a transformação da dor em resiliência. Tudo isso que eu tive que procurar dentro de mim pra me reconstruir, contou a cantora ao Fantástico.
A cantora colombiana Shakira em entrevista ao Fantástico
TV Globo/Reprodução

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Lucca é o vencedor da primeira edição do ‘Estrela da Casa’; saiba quem é o sertanejo

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Cantor levou a melhor na disputa, recebendo 41,13% dos votos na grande final contra Leidy Murilho, Matheus Torres e Unna X. Lucca vence primeira edição de “Estrela da Casa”
Globo/ Manoella Mello
Lucca é o vencedor da primeira edição do Estrela da Casa. O goiano de 26 anos levou a melhor na disputa, recebendo 41,13% dos votos na grande final contra Leidy Murilho, Matheus Torres e Unna X.
Com a vitória, Lucca faturou R$ 1 milhão, um contrato com a Universal Music, gerenciamento de sua carreira e uma turnê pelo país.
Na grande final, Lucca cantou os hits “Quando a Bad Bater”, de Luan Santana, e “Erro Gostoso”, de Simone Mendes.
Após a vitória, ele repetiu a música “Cuida Bem Dela”, que deu a ele o título de Hitmaker na primeira semana do reality.
“Estou muito feliz, me faltam palavras. Mas na verdade a palavra é gratidão. Sonhe, que é possível”, comemorou Lucca.
Quem é Lucca?
Aos 26 anos, Lucca é cantor e compositor de música sertaneja. Inspirado musicalmente pelo pai e o avô, conta que começou a cantar na adolescência:
“Gravei uns vídeos, postei na internet e a galera gostou. Fiquei conhecido na minha escola. Comecei a compor, aprendi a tocar violão e me apaixonei pela música.”
Ele já foi a primeira voz de uma dupla com o irmão mais velho, Juann, com o qual lançou um DVD de músicas autorais. A dupla foi formada em 2013 e chegou a dividir o palco com Wesley Safadão.
O goiano se considera uma pessoa tranquila, de fácil convivência, amoroso, sincero e piadista. Ele namora há três anos a a modelo Isabella Venâncio.
Antes de entrar no programa, Lucca afirmou que achava que o seu jeito perfeccionista poderia atrapalhar um pouco a convivência no programa e disse ser uma pessoa que não consegue disfarçar quando pega ranço de alguém.
Lucca vence primeira edição de “Estrela da Casa”
Globo/ Manoella Mello
Semana Pop: cantores que surgiram em reality shows musicais e talvez você não saiba

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