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Festas e Rodeios

‘Cabeças vão rolar’, ‘me deixa de quatro no ato’ e mais: conheça as letras proibidonas de Rita Lee, censuradas pelos militares

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Doutora Norma Lima, pesquisadora da Uerj, reuniu lista de músicas que foram censuradas durante ditadura militar. Biógrafo de Rita Lee, Guilherme Samora, conseguiu documentos que alegam que Rita Lee incitou à rebelião. Documento mostra música de Rita Lee vetada
Reprodução
Rita Lee foi uma das cantoras com maior número de músicas censuradas durante a ditadura militar no Brasil. Segundo Norma Lima, doutora em literatura e professora da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), são dezenas de músicas vetadas, inclusive um disco inteiro, o “Bombom”. Norma pesquisa a vida da rainha do rock brasileiro há mais de 30 anos. Rita Lee morreu na noite da última segunda-feira (8), aos 75 anos.
“Ser uma mulher livre fez com que Rita Lee fosse a mulher mais censurada da ditadura. Ela era um espírito livre e esse comportamento era um contraste com o que se esperava da mulher nos anos 60 a 80”, explica Norma.
De acordo com a pesquisadora, Rita Lee trazia críticas à moral e aos bons costumes da época, se mostrando uma mulher à frente do tempo.
Relembre algumas das músicas de Rita Lee que foram censuradas
De Rita, saíram letras como “Me faz de gato e sapato, e me deixa de quatro no ato” e “mulher é bicho esquisito, todo o mês sangra”, trecho questionado pela censura por fazer menção ao ciclo menstrual.
“Rita Lee foi muito rotulada e, na verdade, ela era uma pessoa que etiqueta não tinha e isso mesmo é o que incomodava”, completou a pesquisadora.
Segundo a pesquisa de Norma Lima, não há como mensurar, mas estima-se que dezenas de músicas de Rita tenham sido alvo de censura.
Rita Lee no lançamento do livro ‘Dropz’ em São Paulo, em 15 de agosto de 2017
Ale Frata/Código19/Estadão Conteúdo/Arquivo
Veja lista com algumas das músicas censuradas:
Barriga de mamãe
Afrodite, que se chamaria Banho de Espuma
Cor de Rosa choque
Lança Perfume
Bobagem
Papai, me empresta o carro
De leve, que cantou com Gilberto Gil
Gente fina é outra coisa
Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock n’ roll
Perigosa, que cantou com As Frenéticas
x-21
Arrombou o cofre
Top Top
As duas faces de Eva
Muleque Sacana
Ditadura censurou música por ‘incitar à rebelião’
Biógrafo de Rita Lee, o jornalista Guilherme Samora teve acesso a documentos do Arquivo Nacional que mostram os argumentos usados pelos censuradores da Ditadura Militar para impedir que as músicas da cantora fossem divulgadas. Ele destaca duas músicas que foram alvo de censura: “Arrombou o cofre” e “Degustação”.
Rita Lee, rainha do rock brasileiro, morre aos 75 anos; relembre carreira
Um dos arquivos obtidos alega que Rita Lee infringiu a Lei de Segurança Nacional ao citar políticos da época. Por esse motivo, os censuradores decidiram vetar “Arrombou o cofre”.
“Trata-se de composição contendo críticas de cunho político que descambam para o insulto de personalidades públicas como suas excelências os deputados Ivete Vargas, Paulo Maluf, Ministros Beltrão, Mário Andreazza e Delfin Neto, do General Golbery do Couto e Silva, do vice-presidente Aurelino Chaves e dos senhores Jânio Quadros e Solange”, diz o documento do Arquivo Nacional.
E continua:
“Nos versos finais:
‘Cabeças vão rolar, que tal a gente apostar?;
Incêndio, incêndio, incêndio!;
Pegou fogo o berço esplêndido!’
Há nítida incitação à rebelião popular, o que é vedado no parágrafo oitavo do artigo 152 da Constituição Federal, constituindo infração à Lei de Segurança Nacional”, diz o documento do Arquivo Nacional.
A música faz parte do álbum Bombom, que foi alvo dos censuradores. Segundo Guilherme Samora, o álbum censurado é “um dos discos mais lindos da Rita”.
“Proibida a rádio difusão e a execução pública das faixas ‘Arrombou o cofre’ e ‘Degustação’. Venda proibida a menores de 18 anos. Ele [o disco] vinha lacrado da loja. E a primeira leva do disco veio riscado. Tem duas músicas riscadas, as pessoas passavam gilete porque não podiam ser tocadas. Isso era a mando do governo da ditadura, através do órgão de censura. Mas, é um dos discos mais lindos da Rita”, disse Guilherme.

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Fritz Escovão, exímio ritmista fundador do Trio Mocotó, ‘Jimi Hendrix da cuíca’, morre em São Paulo aos 81 anos

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♫ OBITUÁRIO
♪ “O Jimi Hendrix da cuíca!”. O comentário do músico André Gurgel na publicação da rede social em que o Trio Mocotó informou a morte de Fritz Escovão traduz muito do pensamento geral de quem viu em ação este percussionista, pianista, violonista e cantor carioca que marcou época no Trio Mocotó, grupo de samba-rock do qual foi fundador.
Gigante da cuíca, instrumento que percutia com exuberância e incrível destreza, Luiz Carlos de Souza Muniz (13 de dezembro de 1942 – 1º de outubro de 2024) morre aos 81 anos, em São Paulo (SP), de causa não revelada, e sai de cena para ficar na galeria dos imortais do ritmo brasileiro, perpetuado com o nome artístico de Fritz Escovão. O enterro do corpo do artista está previsto para as 8h30m de amanhã, 2 de outubro, no cemitério de Vila Formosa, bairro paulistano.
Fritz Escovão era carioca, mas se radicou em São Paulo (SP), cidade em que fez história a partir de 1968, ano em que o Trio Mocotó foi formado na lendária boate Jogral por Fritz com o carioca Nereu de São José (o Nereu Gargalo) e com o ritmista paulistano João Carlos Fagundes Gomes (o João Parahyba).
Matriz do samba-rock, o grupo foi fundamental para a ressurreição artística de Jorge Ben Jor a partir de 1969. Foi com o toque do Trio Mocotó que Jorge Ben apresentou a visionária música Charles, anjo 45 em 1969 na quarta edição do Festival Internacional da Canção (FIC).
A partir de 1970, ano em que gravou single com o samba-rock Coqueiro verde (Roberto Carlos e Erasmo Carlos), o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, continuando a fazer shows com o cantor, com quem gravou álbuns como Força bruta (1970) e o politizado Negro é lindo (1971).
A discografia solo do Trio Mocotó com Fritz Escovão destaca os referenciais álbuns Muita zorra (“…São coisas que glorificam a sensibilidade atual”) (1971), Trio Mocotó (1973) e Trio Mocotó (1977), discos de samba-rock que ganharam status de cult a partir da década de 1990 no Brasil e no exterior, sobretudo o álbum de 1973 em que o trio adicionou à cadência toques de jazz, soul e rock à cadência do samba.
Sempre com a maestria de Fritz Escovão. Em 1974, o Trio Mocotó gravou disco com Dizzy Gillespie (1917 – 1993), em estúdio de São Paulo (SP), mas o trompetista norte-americano de jazz nunca lançou o álbum (foi somente em 2010, 17 anos após a morte do jazzista, que o veio à tona o álbum Dizzie Gillespie no Brasil com Trio Mocotó, editado no Brasil em 2011 via Biscoito Fino).
Em 1975, o grupo saiu de cena. Retornou somente em 2001, após 26 anos, com o álbum intitulado Samba-rock. Um ano depois, em 2002, Fritz Escovão deixou amigavelmente o Trio Mocotó para tratar de problemas de saúde.
Foi substituído em 2003 por Skowa (13 de dezembro de 1955 – 13 de junho de 2024), músico morto há menos de quatro meses. Hoje quem parte é o próprio Fritz Escovão, para tristeza de quem testemunhou o virtuosismo do “Jimi Hendrix da cuíca”.

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Morre Fritz Escovão, do Trio Mocotó, grupo que fez brilhar o samba rock

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Ao lado de Jorge Ben Jor, grupo ficou famoso pelo suingue inebriante que dá vida ao samba rock. Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó
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Morreu Fritz Escovão, fundador do Trio Mocotó. A morte do artista foi confirmada no Instagram do grupo, nesta terça-feira (1º). A causa não foi revelada.
“Cantor, violonista, pianista e percussionista, [ele] marcou a música brasileira pela sua voz inigualável à frente do Trio Mocotó até 2002, com seu clássico ‘Não Adianta’ e como um dos maiores, se não o maior, dos cuiqueiros que o Brasil já viu”, diz a publicação do grupo.
Conhecido como Fritz Escovão, Luiz Carlos Fritz fundou o Trio Mocotó em 1969: ele na cuíca, João Parahyba na bateria, e Nereu Gargalo no pandeiro.
Juntos, os três fizeram sucesso ao lado de Jorge Ben Jor, com um suingue inebriante que deu vida ao samba rock.
A partir de 1970, o Trio Mocotó alçou voo próprio sem se afastar de Jorge Ben, fazendo shows com o cantor em um primeiro momento da carreira e gravando discos como “Negro é lindo”.
Escovão deixou o grupo em 2003. Atualmente, quem assume a cuíca é Skowa.

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Sean Diddy Combs é alvo de 120 novas acusações de abuso sexual; ações serão movidas nas próximas semanas, diz advogado

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Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Sean “Diddy” Combs está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. Foi o que informou o advogado americano Tony Buzbee, em uma coletiva online feita nesta terça-feira (30). Segundo ele, nas próximas semanas serão abertos 120 processos contra o cantor, que está preso em Nova York desde 16 de setembro.
“Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem”, disse Buzbee, na coletiva. “O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado.”
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
O rapper é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. Ele é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.

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