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Festas e Rodeios

Jorge Aragão se escora na força da obra autoral em show de respeito

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Jorge Aragão enfileira sucessos em show apresentado na casa Vivo Rio na noite de sábado, 3 de junho
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Resenha de show
Título: Jorge Aragão
Artista: Jorge Aragão
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 3 de junho de 2023
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ “Respeite o vovô”, sentenciou Jorge Aragão ao repetir com ênfase o verso adicionado à letra altiva de Moleque atrevido (Jorge Aragão, Flávio Cardoso e Paulinho Resende, 1998), samba com que o cantor encerrou apresentação que lotou a casa Vivo Rio na noite de ontem, 3 de junho, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O público entendeu que o vovô era o próprio Aragão, senhor compositor carioca de 74 anos festejados em 1º de março.
Compositor de obra que se constituiu um dos pilares mais sólidos do samba do Rio de Janeiro, autor do hino dos pagodes Coisa de pele (Jorge Aragão e Acyr Marques, 1986), Aragão foi revelado na voz de Elza Soares (1930 – 2022) – intérprete original de Malandro (Jorge Aragão e Jotabê), samba composto em 1967 e lançado em 1976 – e, na sequência, foi um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal, fato que contou com orgulho à plateia antes de cantar Do fundo do nosso quintal (Jorge Aragão e Alberto de Souza, 1987).
Só que Aragão demorou a acontecer como cantor na carreira solo iniciada em 1981. Ao cantar a balada soul Na rua, na chuva, na fazenda (Hyldon, 1973) em ritmo de samba, Aragão relembrou a época em que fazia show de voz e violão na noite carioca para “ganhar meu dinheirinho”.
Foi somente na segunda metade da década de 1990 que Aragão se tornou um artista capaz de lotar casas de shows, abrindo caminho para que Arlindo Cruz – outra cria do Fundo de Quintal – seguisse o mesmo percurso anos mais tarde.
A rigor, o show feito ontem por Aragão na casa Vivo Rio nada teve de especial. Foi apresentação comum sem o gancho de estreia de turnê ou lançamento de disco. Calcados em violões e percussões, os arranjos tampouco deram um colorido especial ao show. Mas a casa estava cheia porque o público sabia que ia ouvir uma sequência de sambas aliciantes.
Aragão até brincou com a plateia, ao entrar no palco após uma abertura da banda com Do seu lado (Nando Reis, 2003), e disse que iria apresentar músicas inéditas. Pegadinha. O cantor logo enfileirou sambas, como Eu e você sempre (Jorge Aragão e Flávio Cardoso, 2000) e Lucidez (Jorge Aragão e Cleber Augusto, 1991), que todo mundo cantou de cor.
Jorge Aragão canta sambas como ‘Lucidez’ e ‘Do fundo do nosso quintal’ em show na casa Vivo Rio
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Ficou visível, nos olhos e na expressão feliz do artista, o quanto Aragão estava orgulhoso da adesão popular a um cancioneiro marcado pela força melódica do Poeta do samba, um dos epítetos do compositor, parceiro de Dona Ivona Lara (1922 – 2018) em Tendência (1981), uma das joias do roteiro.
Para quem por acaso ainda não soubesse, o show deixou claro que Aragão é bamba tanto no partido alto – representado por Não sou mais disso (1996), parceria com Zeca Pagodinho – quanto nos sambas mais dolentes, casos de Papel de pão (1990), tema da lavra de Cristiano Fagundes que soou como fosse de Aragão desde que o cantor o apresentou no álbum A seu favor (1990).
Papel de pão foi revivido com Aragão sentado em cadeira no bloco que também incluiu Feitio de paixão (Paulo Onça e Paulinho Carvalho, 1988), outro tema de lavra alheia que parece dele.
Um samba de Aragão que muitos desconhecem ser dele é o folião Tema da Globeleza, feito pelo artista em parceria com José Franco Lettari (1952 – 2007) para a cobertura do Carnaval de 1991 pela TV Globo e desde então presente nas transmissões da emissora.
O tema da Globoleza apareceu no roteiro mais para o fim do show, em bloco animado com outros sambas foliões, como Vou festejar (Jorge Aragão, Dida e Neoci, 1978) e Coisinha do pai (Jorge Aragão, Almir Guineto e Luiz Carlos Chuchu, 1979), ambos lançados na voz referencial de Beth Carvalho (1946 – 2019), intérprete que abriu portas para Aragão antes de o cantor sedimentar a carreira solo.
Foi fato que o samba mais recente de Aragão, Grande duelo final – A saga (2022), surtiu efeito moderado na plateia, sem tirar a força do show.
Rebobinada em cena com voz compatível com os 74 anos do artista, a obra de Jorge Aragão se impôs soberana no palco do Vivo Rio. Sem inventar moda, o vovô fez show de respeito.
Jorge Aragão revive ‘Malandro’, samba que o apresentou como compositor em 1976 na voz de Elza Soares, em show na casa Vivo Rio
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Jorge Aragão se mostra orgulhoso da adesão popular à obra do compositor em show na casa Vivo Rio
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Jorge Aragão à frente da banda com que fez show na casa Vivo Rio em 3 de junho
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio

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Sean Diddy Combs é alvo de 120 novas acusações de abuso sexual; ações serão movidas nas próximas semanas, diz advogado

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Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Sean ‘Diddy’ Combs.
Mark Von Holden/Invision/AP
Sean “Diddy” Combs está sendo acusado de abusar sexualmente de 120 pessoas. Foi o que informou o advogado americano Tony Buzbee, em uma coletiva online feita nesta terça-feira (30). Segundo ele, nas próximas semanas serão abertos 120 processos contra o cantor, que está preso em Nova York desde 16 de setembro.
“Nós iremos expor os facilitadores que permitiram essa conduta a portas fechadas. Nós iremos investigar esse assunto não importa quem as evidências impliquem”, disse Buzbee, na coletiva. “O maior segredo da indústria do entretenimento, que, na verdade, não era segredo nenhum, enfim foi revelado ao mundo. O muro do silêncio agora foi quebrado.”
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, o músico foi preso após meses de investigações. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
O rapper é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. Ele é considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais famosas dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.

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Frank Fitz, do ‘Caçadores de Relíquias’, morre aos 58 anos

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‘O que vocês viram na TV foi o que eu sempre vi, um sonhador tanto sensível quanto engraçado’, escreveu seu colega de trabalho Mike Wolfe. Frank Fritz, de ‘Caçador de Relíquias’
Reprodução
Morreu aos 58 anos Frank Fritz, que ficou conhecido por apresentar o reality “Caçadores de Relíquias”. Ocorrida nesta segunda-feira (30), a morte foi confirmada por seu colega de trabalho Mike Wolfe, num post no Instagram. A causa não foi revelada.
“É com o coração partido que compartilho com todos vocês que Frank se foi na noite passada. Eu conheço Frank por mais da metade da minha vida e o que vocês viram na TV foi o que eu sempre vi, um sonhador tanto sensível quanto engraçado”, escreveu Wolf.
Frank Fritz morreu dois anos após sofrer um derrame. Ele é conhecido por ter apresentado “Caçadores de Relíquias” entre os anos de 2010 e 2020. No reality, o público acompanhava suas buscas por itens raríssimos.

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Adriana Partimpim balança na volta ao disco entre o suingue do samba ‘Malala’ e o espírito lúdico de ‘O meu quarto’

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Faixas adiantam álbum que sai em 10 de outubro com produção de Pretinho da Serrinha e música que celebra Malala Yousafzai, ativista da luta pela paz. Adriana Partimpim canta samba composto em 2018 para peça sobre a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, laureada com o Prêmio Nobel da Paz
Reprodução / Clipe da música ‘O meu quarto’
Capa do single ‘O meu quarto / Malala’, de Adriana Partimpim
Divulgação / Sony Music
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: O meu quarto / Malala
Artista: Adriana Partimpim
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Vamos combinar que Adriana Partimpim sempre foi muito mais ouvida e venerada pelos admiradores adultos de Adriana Calcanhotto do que pelas crianças, em tese o público alvo desse heterônimo, espécie de alter ego criado pela artista para discos e shows direcionados a ouvintes e plateias infantis.
Por isso mesmo surpreende que uma das duas músicas que dão prévia do quarto álbum de estúdio de Partimpim – O quarto, gravado com produção musical do percussionista Pretinho da Serrinha e programado para 10 de outubro pela gravadora Sony Music – seja de fato uma canção de espírito lúdico vocacionada para as crianças.
De autoria de Calcanhotto, a canção se chama O meu quarto e surge em single – ao lado do samba Malala (O teu nome é música) – em gravação calcada no suingue do baixo acústico tocado por Guto Wirtti e embasada com o arsenal percussivo de Pretinho da Serrinha (cavaquinho, caixa, pandeirola, recobra e prato).
Em O meu quarto, Partimpim convoca a gurizada para adentrar o espaço da própria Partimpim – personagem personificada por boneca sapeca – para “inventar o mundo” e para “ser cor, música e poesia”.
O sopro do clarinete de Jorge Continentino contribui para a atmosfera de suingue jazzy do fonograma também formatado com os teclados e o piano de brinquedo de Rodrigo Tavares. O coro infantil realça o espírito lúdico da música O meu quarto.
Já Malala (O teu nome é música), embora também apareça no single com vozes de crianças no coro regido por Delia Fischer, é samba para gente grande que poderia figurar em qualquer álbum de Calcanhotto. O samba foi composto pela artista em 2018 para peça baseada em livro de Adriana Carranca sobre a ativista paquistanesa Malala Yousafzai, laureada com o Prêmio Nobel da Paz.
Hábil, Pretinho da Serrinha (cavaquinho, tamborins, cuíca, surdo e ganzá) arma cama refinada para Partimpim rolar com maciez no canto de versos como “O teu nome é música / O teu nome é liberdade e paz”. Versos carregados de sentido e urgência em um dia em que o mundo assiste ao agravamento da guerra no Oriente Médio com o disparo de mísseis pelo Irã para atingir Israel.
Enfim, Adriana Partimpim é de paz e está de volta. E esse single inicial – lançado simultaneamente com os clipes das duas músicas – sinaliza que O quarto será um bom álbum, embora em princípio sem munição para se igualar ao primeiro e ainda melhor disco de Adriana Partimpim.
Adriana Partimpim lança em 10 de outubro pela Sony Music o álbum ‘O quarto’, gravado com produção musical de Pretinho da Serrinha
Reprodução / Clipe da música ‘O meu quarto’

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