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Festas e Rodeios

Como clube do livro de famosas virou fenômeno e passou a influenciar ranking de best-sellers

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Nomes conhecidos do público comandam discussões sobre obras literárias. Reese Witherspoon, Oprah, Gabriela Prioli, Sophia Abrahão e Manuela d’Ávila estão entre as mediadoras celebridades. Sophia Abrahão, Gabriela Prioli e Manuela D’Ávila mantêm clubes do livro com encontros com leitores
Reprodução/Instagram
O clube do livro de Reese Witherspoon não tinha causado um grande impacto quando foi lançado em 2017. Mas a narrativa mudou quando ela mostrou a intenção: unir a literatura com as produções de séries e filmes, feitos por mulheres, com a produtora Hello Sunshine.
O clube é uma espécie de termômetro para as produções. Foi dali que saíram minisséries como “Daisy Jones & the six”, do Prime Video, e “As pequenas coisas da vida”, do Star+.
É comum, por exemplo, que os livros escolhidos entre para a consagrada lista de mais vendidos do “New York Times”. Foram mais de 30 inclusões, como foi o caso recente de “The house in the Pines”, de Ana Reys, leitura de janeiro.
Clube do livro da atriz Reese Witherspoon se tornou sucesso, com obras indicadas na lista dos mais vendidos
Reprodução/Instagram
Ela não é o único nome conhecido que mantém seu clube de leitura. Oprah Winfrey, Florence Welch, da banda Florence + the Machine e a atriz Emma Roberts estão entre as famosas liderando a ideia. No Brasil, ainda que o movimento seja menor, os clubes começam a ganhar destaque.
“Se fizer um teste em uma livraria e pedir três livros do clube, a pessoa vai saber que está no clube da Prioli e do Karnal. É o máximo”, diz Gabriela Prioli ao g1. A apresentadora abriu seu projeto em 2020, e atualmente divide as discussões sobre a obra com o historiador Leandro Karnal.
“A gente mexe com o mercado editorial brasileiro”, opina Prioli. Cassiano Elek Machado, diretor editorial do Grupo Record, confirma a fala da apresentadora: “O clube da Prioli e do Karnal segue a linha parecida com o clube da Oprah, nos Estados Unidos. O que eles indicam tem ressonância e impactam a lista [de mais vendidos]”.
Ele lembra quando Gabriela indicou, antes de organizar o clube, o livro “Justiça”, de Michael Sandel, da Editora Civilização. A obra, segundo Machado, entrou para a lista de mais vendido e colaborou para que Sandel se tornasse mais conhecido no país.
“Ele já tinha público aqui, mas deu uma movimentação muito boa para o livro dele. É o mesmo que aconteceu com o [Albert] Camus”, diz Machado. “É um clássico de muitos anos, mas essa inclusão no clube certamente colabora também para aumentar muito a leitura do livro dele.”
Além dela, a atriz e cantora Sofia Abrahão e a ex-deputada federal Manuela D’Ávila também lideram projetos similares.
Gabriela Prioli: aulão e coesão
Gabriela Prioli abriu a primeira edição de seu clube em abril de 2020. Ela tinha o hábito de compartilhar trechos de seus livros favoritos nas redes sociais, em um quadro chamado “Café com letras”, e decidiu, ao lado de seu irmão, Rafael, estruturar para o formato de um clube. “Todo o leitor está sempre à procura de um interlocutor.”
“A gente quer encontrar pessoas que estejam lendo as mesmas coisas que a gente porque queremos poder bater um papo, conversar, ampliar a nossa compreensão sobre aquilo que estamos lendo.”
Gabriela Prioli e Leandro Karnal durante a conversa no clube do livro
Divulgação
O historiador Leandro Karnal se juntou à dupla no ano seguinte, depois de conhecer melhor a ideia. Ao todo, o clube já reuniu cerca de 40 mil leitores, ou alunos, em quatro edições.
Cada uma dessas edições tem duração de dez meses e, em média, com dez livros lidos, explicados e discutidos. O número pode mudar se uma das obras for mais extensa: para garantir que o volume de leitura não seja muito alto, a dupla divide em dois meses, o que pode reduzir a quantidade de obras selecionadas.
O clube é pago (R$ 687 pelo curso inteiro) e as inscrições para esta edição já estão fechadas. Segundo Gabriela, a primeira parte feita para o grupo é a curadoria dos livros. Ela e Karnal montam cada um uma lista de sugestões, que são debatidas entre eles para que cheguem em uma lista final.
“A gente faz com muito cuidado para ter uma lista que de fato faça sentido internamente”, afirma Gabriela. “São livros que conversam entre si e que garantem uma diversidade de autores e de temas que são importantes para que as pessoas se sintam ampliadas em termos de repertório quando elas saírem do clube.”
Nesta edição, a maior até então com quase 10 mil participantes, há leituras de obras como:
“O Estrangeiro”, de Albert Camus
“Modernidade líquida”, de Zygmunt Bauman
“Fahrenheit 451”, de Ray Bradbury
“Ruído”, de Daniel Kahneman
“O olho mais azul”, de Toni Morrison
“Pecar e perdoar”, de Leandro Karnal
“Ideologias”, de Gabriela Prioli
Quem entra no grupo tem acesso a um perfil no Instagram, onde são compartilhadas quase diariamente informações sobre o autor e a obra da vez, além de materiais complementares, para que o leitor não fique desamparado e desmotivado durante a leitura. Depois, Gabriela e Karnal comandam um aulão para debater o livro e uma live, com o objetivo de tirar qualquer outra dúvida que os participantes podem ter. “A ideia é ter um grupo coeso mesmo, que consuma o conteúdo, do começo ao fim, e esteja sempre na mesma página.”
A apresentadora conta que a literatura caiu mesmo no seu gosto na adolescência, quando “o mundo não te entende, os livros me entenderam”.
“Eu fui buscar os livros a partir da biblioteca que era do meu pai. Era uma biblioteca simples, pequena. Ele morreu quando eu tinha 6 anos de idade, então, foi ficando um pouco com meu pai que eu me sentia acolhida pelos livros e, hoje em dia, eu busco difundir esse acolhimento.”
“No fim das contas, o clube prolongou a sensação de que os livros já tinham me entregado na adolescência, que é essa sensação de pertencimento. Lá no clube, eu estou entre os iguais, a gente tem os mesmos interesses, a gente está disposto a aprimorar, e isso que fortalece a nossa crença em um futuro melhor. Isso é muito bonito de ver.”
Sophia Abrahão: de romances a suspenses
Sophia Abrahão em live no Instagram para conversar sobre ‘Biblioteca da Meia-Noite’
Reprodução/Instagram
A atriz Sophia Abrahão confessa que não era lá muito disciplinada nos seus hábitos de leitura. “Apesar de sempre ter um livro de cabeceira, sempre estar lendo alguma coisa, eu demorava muito para terminar”, conta.
“Com isso, eu lia menos e pouco. Mas tenho amor pela literatura, li todos os ‘Harry Potter’, desde criança. Tinha interesse pela leitura, mas bem indisciplinada.”
Antes de formar um clube para chamar de seu, ela fez uma tentativa com as colegas de elenco, Lua Blanco e Mel Fronckowiak, durante as gravações de “Rebeldes”. “Começamos a ler juntas, mas não tinha uma estrutura, cada uma terminava uma hora e eu era sempre a última”, conta. “Foi a primeira experiência por livre e espontânea vontade de leitura em grupo e eu amei.”
Ela lembra que depois desta experiência começou a postar nas suas redes os livros que andava lendo e, a partir disso, sentiu que seus seguidores iam atrás das dicas e comentavam sobre as impressões da leitura. Em fevereiro de 2019, decidiu colocar seu clube no ar.
“Não tinha referência nenhuma. Eu falei com o pessoal da minha equipe, porque não queria fazer uma coisa que não fosse ter uma estrutura. Queria uma coisa duradoura.”
Na última semana, ela e seu leitores conversaram sobre “Biblioteca da meia-noite”, de Matt Haig, e agora, estão decidindo qual é a próxima obra a ser lida no clube. Sophia conta que o clube, atualmente com cerca de 10 mil inscritos, passou por uma reformulação. A decisão sobre o livro que entraria na conversa acontecia pelo Twitter. Agora, o clube se reúne via Telegram.
Livros do clube de leitura de Sophia Abrahão
Reprodução/Instagram
“As votações acontecem por lá. A gente coloca três opções de títulos, e eles escolhem. Depois, tem um período para a compra do livro, a data de início da leitura e para a conclusão”, diz.
Os encontros, antes do Facebook, são feitos no Instagram aberto para quem quiser participar. Todo o processo leva cerca de um mês. Se o livro for mais extenso, com mais de 350 páginas, por exemplo, o tempo é estendido.
“Durante este período, a gente tem muita interação. Eu interajo no chat, consigo mandar áudios, e a gente vai trocando figurinha.”
Os livros escolhidos variam de romances, fantasias e suspenses. Já foram lidos:
“Morte no Nilo”, de Agatha Christie
“As cores do coração”, de Dani Assis
“O clube P.S. Eu te amo”, de Cecelia Ahern
“Fique Comigo”, de Ayòbami Adébáyò
e vários livros de Harlan Colben e Karin Slaughter.
Slaughter, aliás, já participou de uma conversa com a atriz e seus leitores. “Pude reunir alguns inscritos no clube para fazer perguntas diretamente para ela”, conta e acrescenta outro encontro também marcante: em 2019, Sophia comandou uma rodada de perguntas com Ayòbami Adébáyò, autora de “Fique comigo”, que veio ao país para a Feira Literária Internacional de Paraty, a Flip.
Sophia Abrahão em roda de perguntas para Ayòbámi Adébáyò, autora do livro ‘Fique comigo’
Reprodução/Instagram
“Consegui reunir alguns dos leitores que são do Rio de Janeiro com ela para essa roda de perguntas. Esses encontros que consigo proporcionar por meio do clube são muito interessantes, tornam as pessoas mais entusiasmadas”, diz.
Ela ainda emenda: “Outra coisa que me chama atenção é que os debates ampliam muito nas lives”, diz.
“A gente já deve ter lido ao longo desses anos uns três romances que tem como pano de fundo a Segundo Guerra Mundial. A gente não verticaliza no assunto, mas falamos sobre contextos do mundo, o que é muito legal, [é uma troca] muito rica”, afirma a atriz.
A entrada no clube é gratuita e Sophia lembra que é uma turma mais nova, que nem sempre tem como bancar o livro. Para dar um pouco de apoio, ela sorteia exemplares e busca desconto com as editoras. “Óbvio que parte do meu público já trabalha e ganha seu próprio dinheiro. Mas parte dele ainda depende dos pais, e não é sempre que eles conseguem comprar.”
O resultado, segundo ela, tem sido bem positivo: é comum receber o retorno de pais e mães com agradecimentos ao clube por ter colocado os filhos na leitura.
“Eu sou a favor das leituras na escola, só que às vezes é uma obrigação, cai na prova, a gente tem que estudar e acaba associando a leitura a uma coisa maçante, chata”.
“Quando as pessoas entram no clube porque querem, elas transformam essa ideia de leitura maçante para um hobby, um tempinho que elas tiram para elas.”
Manuela d’Ávila: leituras femininas
A ideia do clube de leitura da ex-deputada federal Manuela D’Ávila também veio com as redes sociais, a partir de seus compartilhamentos das suas leituras nas plataformas.
“À medida que tomei a decisão de postar os livros, comecei a me dar conta que era um dos assuntos mais relevantes das minhas redes.”
“Ou seja, era uma das minhas influências mais positivas que eu podia exercer: as pessoas passarem a ler, se dedicarem, passarem a fazer esforços para ler mais mulheres, para ler mais mulheres negras, mulheres de outros países fora do eixo central.”
Foi durante a pandemia, segundo Manuela, que o interesse do público nas plataformas aumentou e ela começou a pensar em uma experiência para que essas pessoas que trocavam ideias naquele ambiente pudessem fazer de uma maneira mais organizada, como um clube do livro.
A ideia original era voltar o clube para a leitura de mulheres da literatura contemporânea basicamente. O critério mais relevante das seleções de livros era ser de autoras mulheres, com diversidade reginal, racial e até de editoras.
Encontro com leitoras do clube do livro de Manuela D’Ávila
Divulgação
Atualmente, no entanto, são dois grupos de leitura que duram até o fim do ano. O primeiro é o Clube de Leitura da Manu com 5 livros contemporâneas, com as obras como:
“A filha única”, de Guadalupe Nettel
“Sobre minha filha”, de Kim Hye-jin
“A vida real”, de Adeline Dieudonné
“Fique comigo”, de Ayobami Adebayo
“As primas”, de Aurora Venturini
De julho a dezembro, o clube traz conversas semanais com a própria Manuela, que lê trechos das obras. “É uma leitura organizada para o mês inteiro, para que as pessoas que não têm o hábito de leitura consigam encaixar nas suas rotinas durante o mês. A gente estabelece metas: se é um livro de 300 páginas, são dez páginas por dia.”
Depois da leitura do trecho, há um debate com os participantes. “Além disso, semanalmente, eu produzo um conteúdo audiovisual, em que a gente estuda a obra. Eu e mais duas pessoas que colaboram comigo produzimos um conteúdo extra, de apoio ao livro”, diz.
O mês encerra com um encontro com uma convidada, muitas vezes a própria autora do livro em pauta.
“A gente já recebeu quase todas as autoras dos nossos livros. Recebemos Ana Buarque de Hollanda, Sefi Atta. As autoras vivas no último clube, estivemos com todas”, diz
“Quando falamos do ‘Quarto de despejo’, da Carolina Maria de Jesus, nós conversamos com uma pessoa que coordena um trabalho em um galpão de reciclagem.”
O segundo grupo é o Clube sobre o livro ‘Um defeito de cor’, que inicia nesta terça-feira (27) e vai até novembro, em que será abordado apenas esta obra. O primeiro encontro é com a autora, Ana Maria Gonçalves.
“Eu criei uma primeira edição só com autores com relação com Porto Alegre”, conta. “Tinha ‘O avesso da pele’ [de Jefferson Tenório], ‘Marrom amarelo’ [de Paulo Scott], e obras do José Falero. Depois eu criei um especial Annie Ernaux”, conta.
“Eram clubes fora da lógica. Então, agora, para dar conta de um pedido antigo das pessoas – que era um clube do livro ‘Um defeito de cor’ -, e eu tive a ideia de criar um clube com leituras fundamentais, de obras mais densas, livros clássicos ou livros como ‘Um defeito de cor’.”
Segundo Manuela, os clubes, que são pagos, chegam a reunir entre 500 e 700 pessoas. Ambos estão com as inscrições abertas com valores de R$ 467, com doação de bolsas sociais, e R$ 437, sem a doação de bolsas.
Indicações dos clubes do livro da Manuela D’Ávila
Reprodução/Instagram
“É uma experiência transformadora, muito impactante. Mesmo eu que li a vida inteira, ler coletivamente, debater, olhar a mesma obra com outras mediações sociais e culturais que não as minhas é algo incrível”, diz.
“Não por nada que depois da primeira edição do clube nós criamos as bolsas. Porque éramos majoritariamente mulheres e mulheres brancas. Então, nós tínhamos que fazer um esforço para ter uma representatividade mais diversa, e por isso criamos as bolsas para mulheres negras, indígenas e mulheres trans, o que tem um resultado belíssimo no clube do ponto de vista desta mediação e deste debate coletivo.”
De dentro do clube, ela diz, saem muitas histórias e considera ali um lugar de autocuidado e confiança.
“É um lugar fechado, e é fechado de propósito. Por exemplo, quando lemos ‘Vista chinesa’, da Tatiana Salem Levy, nós tivemos mais de quinze relatos de violência sexual de pessoas de dentro do clube”, conta.
“Tem sido uma experiência incrível também como um espaço seguro de reflexão sobre a sociedade, sobre a nossa vida em sociedade, a partir de vidas que não são as nossas. A literatura tem essa magia.”

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Sean Diddy Combs: relembre outras acusações e controvérsias que marcam trajetória do rapper

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Muito antes de ser preso em setembro deste ano, músico já colecionava denúncias, polêmicas e escândalos. Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
Ocorrida em 16 de setembro, a prisão de Sean Diddy Combs, também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, movimentou a indústria da música, levantou teorias nas redes sociais e fez explodir as buscas pelo nome do rapper na internet.
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, ele foi preso em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações. O rapper, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão.
Muito antes disso tudo acontecer, no entanto, o músico já colecionava acusações e histórias controvérsias. Veja a seguir algumas delas.
Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Universidade de Nova York
Ainda sob o nome de Puff Daddy, o rapper foi um dos organizadores de um jogo de basquete caótico, ocorrido num ginásio da Universidade de Nova York, em dezembro de 1991. O evento terminou com 9 pessoas mortas e 29 feridas.
O caos aconteceu devido à quantidade de gente no espaço, que reuniu cerca de 5.000 pessoas, mas comportava somente 2.730.
Sem seguranças para controlar a multidão, o evento saiu de controle, e pessoas arrombaram as portas, causando um pisoteamento generalizado.
Foram abertos vários processos civis do caso. Em alguns deles, Combs atuou como testemunha contra o ginásio e, em outros, virou réu — sua defesa alegava que ele não era responsável pela segurança local.
‘Hate Me Now’
Dirigido por Hype Williams, o videoclipe “Hate Me Now” (1999) provocou uma briga entre Sean Combs e o executivo musical Steve Stoute.
Na versão original, havia uma cena em que o rapper aparecia crucificado. Incomodado, o músico exigiu que o trecho fosse cortado antes do clipe ir ao ar. A primeira versão que foi exibida ao público pela primeira vez, no entanto, foi a antiga.
Ao ter seu pedido ignorado, Sean se irritou e invadiu o escritório de Stoube. O executivo disse que o músico agrediu ele com uma garrafa de champanhe. “Ele me deu um soco no rosto, depois pegou o telefone e me bateu na cabeça com ele”, disse Stoube na época ao jornal americano “The Times”.
O caso foi parar na Justiça, e Sean chegou a ser detido, mas depois os dois fizeram um acordo, no qual o rapper pagou US$ 500 mil ao executivo.
Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Troca de tiros
Também em 1999, Sean foi acusado de posse ilícita de arma de fogo. Após se envolver em uma violenta briga no Club New York com troca de tiros, o músico foi encontrado pela polícia dentro de seu carro, onde havia duas pistolas.
Ele e a cantora Jennifer Lopez, que estava na ocasião e era sua namorada, foram detidos.
O músico, que sempre negou ter envolvimento com o tiroteio, foi absolvido.
Intimidação
Em 2003, o rapper foi processado por seu ex-colega de negócios Kirk Burrowes, que o acusou de intimidá-lo com um bastão de beisebol. Ele teria feito isso para forçá-lo a assinar documentos de transferência empresarial.
Sean negou. O caso foi a um tribunal de apelações três anos depois, mas foi rejeitado por expiração do prazo de prescrição.
Briga com treinador do filho
Em 2015, o artista foi detido após brigar com o treinador de futebol americano de seu filho, Justin Combs.
“Os vários relatos do incidente e as acusações sendo divulgadas são completamente imprecisos. O que podemos dizer agora é que qualquer ação tomada pelo Sr. Combs foi única e exclusivamente de natureza defensiva para se proteger e proteger seu filho”, afirmou um porta-voz do rapper ao site americano “TMZ” na época.
O caso gerou polêmica, mas não chegou a ir parar na Justiça.
Sean ‘Diddy’ Combs.
Jordan Strauss/Invision/AP
Primeiras alegações de abuso
Em 2019, a modelo Gina Huynh, ex-namorada de Sean, disse que ele havia abusado dela durante todo o relacionamento, que durou cinco anos. A declaração foi feita à youtuber Tasha K.
Com relatos fortes, ela afirmou que ele chegou a pisar na altura de seu estômago, o que “tirou o ar” de seus pulmões”. Também alegou que ele ofereceu dinheiro para ela fazer um aborto.
O rapper não comentou a acusação.
A relação com Cassie
A cantora Cassie, de “Me & U”, abriu um processo contra Sean em 2023. Ela o acusou de estupro, agressão e abuso físico.
Os dois se conheceram pela música e começaram a trabalhar juntos de 2005. Depois, engataram num namoro, que rompeu em 2018. Segundo a artista, o rapper sua posição de poder na indústria para levá-la a um “relacionamento romântico e sexual manipulador e coercitivo”.
Cassie afirmou que os crimes aconteceram por mais de uma década. Na ação, ela descreve que Sean “regularmente batia e chutava” seu corpo, “deixando olhos roxos, hematomas e sangue”.
Na época, ele negou as acusações. Em fevereiro deste ano, vazou um vídeo em que ele aparece agredindo Cassie. “Assumo total responsabilidade por minhas ações naquele vídeo. Fiquei enojado quando fiz isso. Estou enojado agora”, disse ele em um comunicado publicado nas redes sociais.
Várias ações civis de uma vez só
A acusação de Cassie serviu como pontapé para várias outras acusações contra o rapper. Denúncias de estupro e violência que, embora protocoladas no fim de 2023, mencionam mais de uma época.
Uma das ações movidas diz que Sean e outro homem forçaram uma mulher a fazer sexo com eles. Em outra, a vítima diz ter sido drogada e estuprada pelo rapper em 1991.
Uma terceira mulher afirmou que há mais de 30 anos havia sido estuprada junto de sua amiga, vítimas de Sean.
O músico negou as acusações.
Condenado a US$ 100 milhões
Em um dos casos que foram surgindo contra ele, Sean foi condenado a pagar US$ 100 milhões a um presidiário do Michigan que diz ter sido drogado e estuprado pelo rapper há mais de 30 anos. A condenação veio em setembro de 2024, dias antes de sua prisão.
Derrick Lee Smith, 51 anos, venceu a disputa judicial multimilionária à revelia no Tribunal do Condado de Lenawee durante uma audiência virtual na segunda-feira (9), após Combs, 54 anos, não comparecer.
Um advogado de Combs disse que o rapper vai pedir a anulação da sentença.
“Este homem [Smith] é um criminoso condenado e predador sexual, que foi sentenciado por 14 acusações de agressão sexual e sequestro nos últimos 26 anos,” disse o advogado Marc Agnifilo em nota, na época.

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De ‘Monstros: Irmãos Menendez’ a ‘Making a murderer’: Por que true crime faz tanto sucesso?

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‘Queremos saber o que é aquela coisa que nos faz surtar’, diz Javier Bardem em entrevista ao g1. Mais barato e ‘viciante’, gênero é queridinho de estúdios e público. Elenco de ‘Monstros: Irmãos Menendez’ fala sobre true crime
Desde que estreou, no dia 19, “Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais” tem sido um bom exemplo do fascínio que o gênero de true crime exerce sobre o público.
Apesar do exagero do uso de dois pontos em um só título, a série foi a mais assistida na semana de seu lançamento na Netflix nos Estados Unidos – graças à sua versão estrelada por Javier Bardem (“Duna 2”) da história real de um dos assassinatos mais chocantes dos anos 1980.
“Por que gostamos tanto de assistir a coisas como essas?”, pergunta o ator, ganhador do Oscar por “Onde os fracos não têm vez” (2007). Ele mesmo responde.
“Queremos saber mais sobre nós mesmos. O que é aquela coisa que nos faz surtar. Como lidamos com nossos próprios medos e fantasmas e traumas e dor.”
Na série, o espanhol interpreta o pai de uma família rica e influente que foi assassinado, junto da mulher (Chloë Sevigny), pelos próprios filhos (Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez) em 1989.
O crime dominou o noticiário americano na época – pelo menos até o julgamento do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson (1947-2024), suspeito de matar a ex-mulher.
Nicholas Alexander Chavez, Chloë Sevigny, Javier Bardem e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
Divulgação
Não há para onde fugir
“True crime existe há muito tempo. As pessoas se fascinam com por que essas coisas acontecem, e por que as pessoas cometem esses crimes”, lembra Nathan Lane, que dá vida a um jornalista que cobriu o caso.
O ator é um bom exemplo do grande momento do true crime. Além de integrar o elenco da temporada de “American Crime Story” que cobriu o caso O.J. (série também criada por Ryan Murphy, assim como “Monstros”), ele esteve nos primeiros anos de “Only murders in the building”, comédia que parodia o gênero.
“Em toda plataforma de streaming que você liga há pelo menos três ou quatro desse tipo de programa. (Como um) Documentário de true crime sobre seja lá o que aconteceu em uma pequena cidade em Ohio. Mas, é, parece que está aqui para ficar.”
Ele liga o auge recente ao sucesso de “Making a murderer”, série documental que em 2015 conquistou espectadores ao redor do mundo, mas é possível ir até um pouco antes.
Em 2014, o podcast “Serial” virou fenômeno ao contar a história de um jovem condenado pelo assassinato da namorada, apesar de diversas dúvidas sobre sua culpa.
O sucesso foi tanto que, em 2020, o jornal “New York Times” comprou a produtora responsável por US$ 25 milhões. Dois anos depois, uma juíza anulou a condenação do rapaz, Adnan Syed.
Chloë Sevigny, Javier Bardem, Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
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O mistério do mistério
Mas não é só a curiosidade pelo macabro que motiva o encanto pelo true crime. Um estudo de 2010 da Universidade de Illinois indica que mulheres são mais atraídas pelo gênero do que homens – interessadas por histórias que mostram como as vítimas (em especial, as femininas) fugiram e o que leva os assassinos a agirem dessa forma.
Há também nos mistérios um teor altamente viciante, que mantém o público engajado em uma época de séries “maratonáveis”. Até mesmo quando o criminoso já é conhecido, há o desafio de descobrir como, ou por que.
Além disso, produções do tipo tendem a ser consideravelmente mais baratas que as de outros gêneros – em especial, é claro, os documentários. E as produções ainda podem se basear nas investigações já realizadas nos julgamentos para economizar ainda mais.
Os estúdios ainda se aproveitam do interessado gerado por uma obra para lançar outra. Em 7 de outubro, a Netflix lança ainda o documentário “O Caso dos Irmãos Menendez”.
“Também é uma boa história. Te mantém viciado quando você está tentando descobrir algo e quer saber mais. Te mantém ligado, que é o porque, certamente, os estúdios sabem que as pessoas querem. Então, eles continuam fazendo”, fala Ari Graynor (“Lakers: Hora de vencer”).
Na série, ela interpreta a advogada de defesa que se encantou pelo mais novo dos irmãos acusados.
“É revelador das partes mais profundas da humanidade, sobre as quais temos a menor quantidade de entendimento.”
Nicholas Alexander Chavez, Ari Graynor e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
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‘Todos somos cúmplices’
Assim como a temporada anterior, que retratava os assassinatos de Jeffrey Dahmer (1960-1994), “Irmãos Menendez” tem sido alvo de críticas. Erik Menendez, por exemplo, reclamou da forma como sua história foi retratada.
“Eu achava que as mentiras e as representações tendenciosas que recriavam Lyle eram coisa do passado, que tinham criado uma caricatura de Lyle baseada em mentiras horríveis e descaradas e que agora voltam a abundar na série”, afirmou ele em redes sociais.
Atualmente, ele cumpre uma pena perpétua sem direito a liberdade condicional pela morte dos pais.
“É triste para mim saber que a representação desonesta da Netflix das tragédias que cercam nosso crime fez com que as dolorosas verdades retrocedessem vários passos no tempo, para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças segundo o qual homens não eram abusados sexualmente e que homens experienciavam o trauma da violação de maneira diferente das mulheres.”
O elenco, claro, defende a obra, que mostra diferentes pontos de vista do episódio. Entre eles, a defesa dos acusados, de que sofriam abuso sexual do pai desde a infância.
“Eu na verdade queria que no final de ‘Monstros’ tivesse um ponto de interrogação, porque esse é meio que o objetivo. Estamos pedindo que o público seja o júri”, diz Koch (“They/them: O acampamento”), intérprete do mais novo.
“Acho que a série quer apresentar muitas realidades diferentes. Muitas perspectivas diferentes sobre os assassinatos, os eventos que levaram a eles e às repercussões que vieram depois”, afirma Chavez (“General Hospital”), que dá vida ao mais velho.
Sevigny (indicada ao Oscar por “Meninos não choram”) é mais categórica sobre quem são os verdadeiros “monstros” da série – e o papel dos fãs do gênero.
“Eu acho que os pais são monstros. Os garotos são monstros. Os garotos são vítimas. Os pais são vítimas. A mídia é um monstro. É como se todos nós fôssemos cúmplices, de certa forma.”
Nicholas Alexander Chavez e Cooper Koch em cena de ‘Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos pais’
Divulgação

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Gavin Creel, ator de ‘Hair’ e ‘Alô, Dolly!’, morre dois meses após receber diagnóstico de câncer

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Além da Broadway, artista trabalhou em filmes e séries de TV como ‘Eloise no Plaza’, ‘As Enroladas Aventuras da Rapunzel’ e ‘American Horror Story’.
Gavin Creel apresenta ‘Hair’, na Broadway, em 2009
Peter Kramer/AP
O ator americano Gavin Creel morreu nesta segunda-feira (30), aos 48 anos. Sua morte acontece dois meses depois de ele receber o diagnóstico de um câncer raro no nervo periférico.
Creel estrelou musicais da Boradway como “Caminhos da Floresta”, “Hair”, “Alô, Dolly!”, além de peças da West End – a clássica rua dos teatros de Londres –, como “Mary Poppins” e “Waitress”.
Ele também trabalhou em filmes e séries de TV, atuando em produções como “Eloise no Plaza”, “O Natal de Eloise”, “As Enroladas Aventuras da Rapunzel” e “American Horror Story.”
Em 2002, ele recebeu sua primeira indicação ao prêmio Tony (o principal troféu do teatro), por “Positivamente Millie”. Oito anos depois, voltou a ser indicado, por “Hair”, e em 2017, levou o Tony de melhor ator coadjuvante, por “Alô, Dolly!”.
Gavin Creel ganha Tony por ‘Alô, Dolly!’, em 2017
Michael Zorn/Invision/AP
“O Tony foi como receber um abraço da comunidade que participo há 20 anos”, disse ele ao jornal americano “The San Francisco Chronicle”, em 2018. “Isso é bom. Eu literalmente não consigo fazer mais nada na minha vida e ainda sou vencedor do Tony. Nunca deixarei de fazer isso.”
Além de trabalhar nos palcos e em frente às câmeras, Creel também chegou a gravar música e apresentar concertos. Inclusive, em “She Loves Me”, ele estrelou o primeiro musical da Broadway transmitido ao vivo.

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