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Sindicato dos atores de Hollywood anuncia fracasso nas negociações com estúdios para evitar greve

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A paralisação dupla – algo que não acontece há mais de 60 anos – pode interromper quase toda a produção cinematográfica e televisiva nos Estados Unidos. Meredith Stiehm, presidente do Sindicato dos Roteiristas, e Fran Drescher, presidente do Sindicato dos Atores, protestam durante greve dos roteiristas em maio de 2023, em Los Angeles
Chris Pizzello/AP Photo
O sindicato que representa os atores de Hollywood (SAG-AFTRA, na sigla em inglês) anunciou nesta quinta-feira (13) que encerrou as negociações com os grandes estúdios sem alcançar um acordo para evitar uma greve.
“Depois de mais de quatro semanas de negociações, a ‘Alliance of Motion Picture and Television Producers’ (AMPTP, Aliança de Produtores de Cinema e Televisão)… continua relutante em oferecer um acordo justo em pontos cruciais que são essenciais para os membros do SAG-AFTRA”, afirmou o sindicato em comunicado.
Com 160 mil membros, o Sindicato dos Atores disse em comunicado na noite de terça-feira (11) que não confiava que os empresários teriam intenção de negociar um acordo. Em junho, a organização já votou e aprovou a realização de uma greve em caso de necessidade.
A expectativa era se as partes não chegarem a um acordo antes do prazo, os atores se uniriam aos roteiristas, que estão paralisados desde o começo de maio.
As negociações se concentram em melhores salários e outros benefícios, além de definir o uso da inteligência artificial na produção de filmes e programas de televisão, para garantir que suas imagens digitais não sejam recriadas sem autorização.
Uma greve dupla, algo que não se vê em Hollywood há mais de 60 anos, pode paralisar quase toda a produção cinematográfica e televisiva nos Estados Unidos.
Em um momento em que a indústria tenta ainda se recuperar dos anos difíceis da pandemia, a paralisação pode impedir que as estrelas promovam alguns dos lançamentos de verão altamente aguardados, como “Oppenheimer”, de Christopher Nolan, que tem sua pré-estreia nos Estados Unidos programada para a próxima segunda-feira (17).
Demandas contratuais
Com o fracasso nas negociações, esta será a primeira vez que atores e roteiristas de Hollywood entrarão em greve simultaneamente desde 1960, quando Ronald Reagan, ator e futuro presidente dos Estados Unidos, liderou uma ação que obrigou os estúdios a aceitarem concessões.
Os atores também pedem os “residuais”, pagamentos feitos toda vez que um filme ou programa que eles estrelaram é exibido em uma emissora ou na TV a cabo – uma renda particularmente útil quando os artistas estão entre vários projetos.
Hoje, porém, plataformas como Netflix e Disney+ não divulgam os dados de audiência de seus programas e oferecem um valor fixo para tudo que está disponível em seus catálogos, sem considerar a popularidade de uma produção.
Para dificultar ainda mais o cenário, há a questão da inteligência artificial. Atores e roteiristas querem garantias de que seu futuro uso será regulamentado, mas os estúdios até agora se recusaram a ceder.

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