♪ Mulher sem razão, música regravada por Ney Matogrosso para o álbum que o ritmista Marcelo Costa lançará no fim de setembro, Vol. 2, é música com longa história.
Por volta de 1985, Cazuza (1958 – 1990) firmou parceria com Bebel Gilberto e Dé Palmeira. Da safra do trio, saíram os sucessos Mais feliz (1986), Preciso dizer que te amo (1986) e Mulher sem razão (1989).
Com letra escrita por Cazuza para dar toque em Bebel, que havia terminado relacionamento afetivo com Dé, Mulher sem razão foi cogitada para Gal Costa (1945 – 2022) e chegou a ser gravada por Bebel para álbum que, ao ser lançado em 1986, acabou reduzido a um EP sem Mulher sem razão no repertório formado por cinco músicas.
Mulher sem razão acabou sendo apresentada na voz do próprio Cazuza em gravação feita para o álbum Burguesia (1989), mas o sucesso veio somente com o registro de Adriana Calcanhotto no disco Maré em 2008.
No ano seguinte, no embalo do sucesso de Calcanhotto, Ney Matogrosso regravou a música no álbum Beijo bandido (2009) e a rebobinou no álbum ao vivo com o registro do show também intitulado Beijo bandido. Portanto, a gravação de Mulher sem razão feita por Ney para o álbum Vol. 2, de Marcelo Costa, já é a terceira do cantor.
No disco do baterista e percussionista carioca, Ney Matogrosso é o único convidado masculino de elenco quase inteiramente feminino, formado por Maria Bethânia, Marisa Monte, Mart’nália, Roberta Sá, Teresa Cristina, Jussara Silveira e Mariana de Moraes.
Bethânia canta a valsa Número um (Benedito Lacerda e Mário Lago, 1939) – apresentada ao Brasil na voz do cantor carioca Orlando Silva (1915 – 1978) – e recita versos de Meu bom (Marcelo Costa Santos, 1987).
Já Marisa Monte reaviva o samba-canção Tão só (Dorival Caymmi e Carlos Guinle, 1953).
Marcelo Costa (à esquerda) com Ney Matogrosso, um dos convidados do ritmista no álbum ‘Vol. 2’
Acervo pessoal Marcelo Costa
