Funkeira estourou com ‘Ata’ e inaugurou os ‘duelos’ entre ‘fiéis’ e ‘amantes’. Quem foi MC Katia, pioneira do funk carioca
Katia Marques, a MC Katia, que morreu neste domingo (13), foi uma das primeiras mulheres a cantar funk no Brasil.
Contemporânea de Tati Quebra-Barraco, a funkeira estourou no início dos anos 2000 com “Ata vai me pegar”. Na época, era mãe solteira e trabalhava como auxiliar de serviços gerais. O hit deu voz às mulheres de comunidades.
Logo depois, Kathia inaugurou os “duelos” — gênero em que duas cantoras trocam versos e se desafiam.
Katia “brigava” com MC Nem, e as duas passaram a ser conhecidas como “Fiel” e “Líder”, respectivamente a “esposa traída” e a “principal amante”.
A pioneira colecionou outros sucessos, como “Cabeça pra baixo” e “Acorda, mona”.
Em 2008, a funkeira sofreu um acidente e ficou três anos longe dos palcos. Depois, veio a depressão com o fim de um relacionamento.
Ela retomou a carreira no funk em 2020, sampleando seus sucessos com o produtor JS o Mão de Ouro, e acabou parando nas dancinhas do TikTok.
“Ela teve uma importância muito grande. Foi a primeira a criar um duelo entre as mulheres. A gente tem muito orgulho dela ter iniciado aquele momento, existiam poucas mulheres no mundo do funk”, lembra DJ Marlboro.
Tati Quebra-Barraco lamentou a falta de reconhecimento e de valorização aos precursores do funk brasileiro.
“Realidade é para quem vive. O funk venceu? Você acha que venceu? não é pelo cordão de ouro não, é por quem a gente é. A gente não venceu não, a gente que botou uma estrada atrás da outra, não vencemos nada. É muito importante falar sobre ela, ela faz muito parte da funk. Hoje o funk é imenso, é isso que a gente quer no funk”, declarou.
Katia no clipe “A tá vai me pegar”
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