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Festas e Rodeios

Line-up do The Town e outras iniciativas provam que rock feito por mulheres continua vivo

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Demi Lovato, Wet Leg, Garbage e Yeah Yeah Yeahs levam rock cantado por mulheres ao festival. Podcast analisa presente e futuro do estilo que perdeu suas duas rainhas neste ano. Shirley Manson, do Garbage, Demi Lovato e Keren O, do Yeah Yeah Yeahs, vão levar a veia rock para o The Town
Digação/Joseph Cultice/Reprodução/Twitter da cantora/Reprodução/Instagram do Yeah Yeah Yeahs
Demi Lovato deu uma guinada no ano passado com seu álbum “Holy Fvck”. Ela convocou uma banda só com mulheres, incluindo Nita Strauss, guitarrista do Alice Cooper que arrebentou nas apresentações da cantora no ano passado.
Ela, Pitty, o duo britânico do Wet Leg, Shirley Manson, do Garbage, Karen O, do Yeah Yeah Yeah, e até mesmo Bebe Rexha são alguns dos nomes que vão mostrar que o rock feminino está presente no The Town, que começa neste sábado (2).
O g1 ouviu, podcast de música do g1, conversou com especialistas para entender o passado, o presente e o futuro do rock feito por mulheres. Depois da morte de duas pioneiras no estilo, Rita Lee e Tina Turner, o que é ser roqueira hoje?
OUÇA ABAIXO O PODCAST G1 OUVIU.
Legado do rock feminino
De carreira bem consolidada, a cantora Pitty costuma ser a primeira apontada como uma herdeira de Rita Lee. São trinta anos de trajetória, segue com shows lotados e potentes.
Para além dela e das atrações do The Town, outros nomes têm feito barulho dentro do estilo. O trio de boygenius, por exemplo, ganhou capa de revista e repercussão da crítica especializada. Tem também Florence Welch, da banda Florence + the machine, o trio de irmãs do Haim, e veteranas como Alanis Morissette, que se apresenta em novembro, em São Paulo.
Florence + the Machine durante apresentação no festival Mita 2023
Divulgação
Mas qual a diferença entre elas e Rita e Tina?
“Acho importante a gente entender que Rita Lee e Tina Turner foram formadas, como personas, em uma época que não volta mais. Elas estavam sozinhas, lá nos anos 60 ou antes disso”, diz Claudia Assef, do Women’s Music Event, que organiza conferências para debater a mulher na música e no mercado musical.
Tina Turner canta durante show em Hamburgo, na Alemanha, em julho de 1987
Michael Urban/Reuters/Arquivo
“E neste período até os anos de 1990, a gente viveu uma época de grandes álbuns e de grandes construções de carreiras sólidas, e hoje não temos mais isso, a gente tem uma coisa muito mais efêmera”, afirma. “Não estou falando que não existem artistas que ainda apostam em álbuns, que querem criar o conceito, mas não é o mais corriqueiro dentro da indústria fonográfica.”
A especialista completou que hoje mais artistas surgem em cena e indica que o rock pode estar mudando de cara – e entrando em outros estilos, como o pop, movimento que pode ser visto em apresentações recentes de Miley Cyrus e Demi Lovato.
Miley Cyrus se apresenta no Lollapalooza 2022
Luiz Franco/g1
“Não digo que a Miley Cyrus seja uma herdeira da Tina Turner, porque as circunstâncias são diferentes. Talvez a herdeira da Tina Turner seja a Beyoncé, até porque ela se inspirou na Tina no começo da carreira. Se alguém pode usar esse chapéu, no meu entender, seria a Beyoncé”, diz.
Por mais que seja chamada de popstar, a cantora possui os atributos dignos de rockstar, seja pela voz poderosa, seja pelas power ballads que ela apresentou durante sua carreira.
Demi Lovato no The Town: veja como será o show
Miley Cyrus também tem mostrado suas veias mais roqueiras com apresentações potentes, como a apresentada no Lollapalooza, e covers, a exemplo de “Heart of glass”, do Blondie, gravada em 2020.
“Ela tem contato com a boa música dentro de casa e ela sempre teve uma pegada rebelde e o rock sempre foi linkado com esse lance de atitude, de uma certa rebeldia. Ela começou muito cedo, com aquele pop da Disney, talvez fosse uma coisa mais ligada à idade. Hoje, ela mais madura, faz um som como ‘Flowers’, uma música pop que é muito rock pop, quase uma herança da Sheryl Crow”, diz Claudia.
Cool for the summer encerra apresentação de Demi Lovato
Outra ex-estrela do elenco da Disney também se rendeu ao estilo mais rebelde – e roqueiro. Demi Lovato deu sua guinada de vez ao estilo no ano passado, ao lançar “Holy Fvck”, em que apostou no emo e no punk rock.
A cantora viaja com uma banda formada por mulheres, bem calcadas no rock. A guitarrista Nita Strauss, por exemplo, saiu da banda do ícone roqueiro Alice Cooper.
“O rock está em evidência nos shows. Tanto homens quanto mulheres tem buscado o rock nos shows grandes. Mesmo o pop, que está indo por essa veia mais roqueira, para trazer mais atitude, peso pro palco”, diz Claudia. “Como a Luísa Sonza tocando guitarra no show. Elas estão trazendo muito feminismo para o palco. Elas estão trazendo as mulheres para o palco, coisa que as artistas mais antigas não faziam, porque não se tinha muita essa consciência.”
Rock para as meninas
Ao colocarem elementos do rock, como a sonoridade e a atitude, Demi, Miley, Luísa e entre outras artistas, abrem espaço para novas caras dentro do estilo.
A cantora Day Limns, que tem apresentado influências roqueiras em seus trabalhos, é uma das que entraram para o rock depois de ouvir outras mulheres. Suas referências começam em Avril Lavigne, Amy Lee, do Evanescence, e Hayley Williams, do Paramore.
“A primeira lembrança que me vem à cabeça é conhecendo a Avril Lavigne, pelo meu primo. Eu era uma criança de 7 anos de idade, em 2002. Meu primo me mostrou ‘Sk8er boi’. Então, o rock para mim veio muito pop, já chegou em uma mulher que estava ali no meio das divas pop e falava que não era pop”, diz a cantora.
Ela conta que depois de seu contato com Avril, outras bandas foram surgindo no seu radar, sempre com a pegada entre o pop e o rock. Fall out boy, Panic at the disco, Blink-182 e Green Day, além de Pitty.
Paramore, com Taylor York, Hayley Williams e Josh Farro
Divulgação/Lindsey Byrnes
“Eu descobri que queria ser uma performer no palco quando vi a Hayley [Williams, do Paramore] em cima do palco. Tinha visto o clipe de ‘Misery Business’, mas não tinha pirado, mas quando vi ao vivo o show eu fiquei ‘meu Deus, quem é essa mulher? Eu quero ser como ela'”, diz a cantora brasileira.
“E eu me identifico ainda mais pelo fato de ela ser uma mulher cristã, ela também veio de um background religioso, cantava sobre essas coisas e me tocava muito nesse lugar. Eu me sentia menos mal.”
Assim como Day, outras meninas também podem se sentir representadas e sonhar com a possibilidade de ser uma rockstar. Flávia Biggs, roqueira e à frente da banda The Biggs, encabeça a missão de apresentar o rock feito por mulheres para garotas.
Desde 2013, Flávia mantém o projeto Girl Rock Camp, em Sorocaba, no interior de São Paulo. Ela recebe meninas de 7 a 17 anos que tenham o interesse em aprender instrumentos musicais.
Day Limns começou a ouvir rock depois de conhecer Avril Lavigne, Evanescence e Paramore
Gabriel Freitas
“A gente acaba fazendo uma atividade de empoderamento feminista que usa a música, a vivência musical como estratégia”, diz Flávia. Ela garante que não precisa nem curtir rock para participar do projeto.
“O rock está no nome [do projeto], mas é mais pela atitude do que pelo som, porque as bandas fazem diversos tipos de som. É o rock na atitude, rock questionador, que traz diversidade, questiona o status quo, de ‘quero uma sociedade melhor para todo mundo’, ‘quero a revolução’. Esse é o punk rock, não necessariamente só o estilo.”
“Com o tempo, o rock, o punk rock, foi ficando para trás. Tanto que quando a gente fala hoje no Camp sobre o Riot Girls, sobre feminismo punk, Bikini Kill, e tocamos a música, muitas meninas se apaixonam porque não conheciam”, diz.
Confira os melhores momentos do show da Avril Lavigne no Rock in Rio
“Uma menina, na pandemia, me mandou uma mensagem porque ela tinha descoberto o Riot Girl, que era o feminismo nos anos de 1990, e que estava apaixonada. Uma menina de 17 anos, ouvindo Bikini Kill pela primeira vez, é maravilhoso.”
Mais mulheres nos line-ups
Uma vez que uma artista consegue influenciar e trazer ainda mais meninas e mulheres para o estilo, elas precisam de visibilidade também nos palcos e nos festivais. Estes espaços, no entanto, nem sempre estão abertos a elas. É o que mostrou um estudo feito pela pesquisadora Thabata Arruda.
A especialista fez um levantamento com 70 festivais nacionais entre os anos de 2016 e 2018 para mapear quantas mulheres se apresentaram.
Garbage, com Shirley Manson, no line-up de The Town
Divulgação/Joseph Cultice
O estudo dividiu as atrações em três categorias: mulheres solo, como a Pitty, bandas mistas, quando tem ao menos uma mulher, e banda com toda composição feminina.
“De todos esses, o número de mulheres não passou de 20%, contabilizando as três categorias”, diz Thabata. “Falando pelo rock, o que eu percebi foi que muitos festivais que tiveram sua origem dentro do rock, por exemplo, Abril pro Rock, Goiana Noise e Porão do Rock, festivais que hoje são mais abrangentes, mas começou genuinamente com o rock, estão com os números mais gritantes”, afirma a pesquisadora.
“O Porão do Rock teve ano com 0% de mulheres solistas, o João Rock tem o hábito de pessoalizar a Pitty como representante do rock feminino do Brasil, sendo que a gente tem outras bandas, tem bandas ainda na resistência, na ativa, e são ignoradas porque tem a Pitty.”
“Não é só o fato de ter diversidade. A gente está negando posto de trabalho para mulheres que passam a vida inteira se profissionalizando e não conseguem vislumbrar uma carreira que seja consistente, que se sustente, porque a maior fatia de renda que o artista tem vem de show, de turnê”, afirma.
Para fazer o trabalho, Thabata conta que usou a metodologia de um mesmo estudo da Argentina. Segundo ela, a partir do resultado desta pesquisa por lá, foi aprovada em 2019 a chamada Ley de Cupo, que determina que todos os festivais do país com mais de três atrações musicais precisam ter pelo menos 30% e mulheres.
Pitty se apresenta na edição de 2023 do João Rock
Igor do Vale / 2023
“O Inamu [Intituto Nacional de la Musica, órgão que fiscaliza a aplicação da lei] divulgou a análise de como a lei está performando e são números incríveis: festivais que saíram de 0% para 30%, festivais que atingiram 50% de equidade, porque a Argentina entende que se a mulher não está lá, entra no guarda-chuva de violência de gênero, de trabalho.”
O relatório argentino mais recente destacou o desempenho dos festivais de rock. Segundo o órgão fiscalizador, se no biênio de 2016 e 2017 a média de mulheres nos festivais era de 9%, no ano passado, eles registraram a média de 39%.
Aqui no Brasil, uma edição especial do Rock The Mountain, que acontece em novembro, em Petrópolis, no Rio, convocou apenas mulheres para o line-up. Entre as convidadas estão nomes como Maria Bethânia, Marisa Monte e Pitty.
“O grande desafio na verdade para a gente fazer um line-up 100% feminino foi caber tanta mulher boa dentro de poucos dias. A gente tem só dois dias e dez palcos, com mais de cem artistas”, diz Ricardo Brautigam, à frente do festival.
Ele ainda conta que, ao ver o estilo crescendo, criaram nesta edição um palco especial chamado ‘Casa do Rock’, para abrigar novos artistas e bandas. “Levando em consideração um line-up todo feminino, vamos ter um line-up 100% feminino aqui também” diz Brautigam. “São bandas pequenas, a maioria desconhecida”, conta.
Brautigam diz que teve um pouco mais de dificuldade para encontrar bandas para ocupar esse lugar. “Foi muito mais fácil achar bandas masculinas. Eu precisei dar uma boa pesquisada para encontrar bandas e dar esse destaque”, diz.
“Acho que esse é um trabalho geral, não só dos músicos, mas dos produtores e das casas de evento e dos bares, de procurar mesmo, porque é muito mais fácil chamar uma banda masculina que você já conhece, mas tem que partir do produtor procurar e dar esse espaço para as mulheres.”
Thabata ainda ressalta a importância do público em alertar curadores sobre a falta de diversidade, mas não tira a responsabilidade também dos artistas.
“Fui fã da Pitty por muito tempo. Ela está em uma posição confortável, pode já negar convite, questionar. É uma postura a ser adotada quando ela for tocar em um festival e só tiver ela de mulher, de exercer seu poder de influência que ela tem hoje, que faria muito festival pensar”, afirma Thabata.
“Já dá para negar convite, questionar curador, dá para fazer um bocado de coisas que o Far From Alasca não pode, As Mercenárias não podem. É falar ‘e aí, João Rock, pela quarta vez sou a única mulher no line-upe? É um caminho para ver o cenário mudar.”
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Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

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Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
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Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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