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Festas e Rodeios

Texto de Ziraldo, ironia de Millôr a salário mínimo e charge sobre liberdade de ‘ir e vir’ integram censurados de ‘O Pasquim’

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Coletânea de ‘vetados’ faz parte de mostra paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Exposição tem curadoria de Camilo Riani e pode ser conferida até dia 29 de outubro. Exposição paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba reúne charges e textos do ‘O Pasquim’ censurados pela ditadura militar brasileira
Claudia Assencio/g1
A exposição ‘Censurados do Pasquim’ reúne dezenas de trabalhos vetados pela ditadura militar brasileira. O acervo aberto ao público inclui tiras, charges e cartuns, alguns ainda em rascunho, artigos, textos datilografados e/ou projetos do que seria a primeira página de alguma edição do semanário que mais corajosamente denunciou e, por que não dizer, provocou o regime com a sofisticação crítica, das “entre linhas, traços e tintas’ que o humor gráfico confere.
Entre as produções originais rasurados pelo regime estão um texto explicativo de Ziraldo sobre o sentido de uma foto, direcionado aos censores, na tentativa de evitar o veto. Além de charges com ironia sobre liberdade de ir e vir e texto de Millôr Fernandes sobre salário mínimo. Veja detalhes nas imagens, abaixo, na reportagem.
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A coletânea integra a programação de mostras paralelas do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba e poderá ser conferida até o dia 29 de outubro, no Armazém 14 do Engenho Central, em Piracicaba, sempre das 8h às 21h, com entrada gratuita.
Estudo do cartum rasurado e vetado para publicação no ‘O Pasquim’ durante a ditadura militar integra exposição paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Reprodução Acervo Unimep/CCMW/Claudia Assencio/g1
Resgate
As obras que compõem a mostra paralela ‘Censurados do Pasquim’ já foram originalmente reunidas em 1997 pelo caricaturista e pesquisador Camilo Riani, para compor a exposição do Salão Universitário de Humor daquele ano, que era realizado no Campus Taquaral da Universidade Metodista de Piracicaba (SP). Atualmente, o acervo é abrigado pelo Centro Cultural Martha Watts.
“Um pedaço da história do iconográfico semanário ‘O Pasquim’, berço do melhor time do humor gráfico brasileiro e base do primeiro júri da edição” de lançamento do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, em 1974. É assim que a curadoria da mostra apresenta o acervo ao público que passa pelo Armazém 14 do Engenho Central de Piracicaba.
Texto datilografado de Paulo Francis, jornalista do ‘O Pasquim’ censurado e rasurado inclui obras de mostra paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Claudia Assencio/g1/Reprodução
Texto de possível reportagem fazia um comentário sobre atuação do jornalista Baptista de Barros em sua análise sobre a polícia política portuguesa. Produção também foi rasurada e vetada pela censura brasileira, vigente nas décadas de 1960, 70 e início de 80.
Texto datilografado de Paulo Francis, jornalista do ‘O Pasquim’ censurado e rasurado inclui obras de mostra paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Claudia Assencio/g1/Reprodução/Acervo Unimep/CCMW
Em uma das charges, ainda em processo de produção e de autor não especificado, há o desenho em rascunho do que parecem ser dois membros do exército de patentes diferentes. Aquele que ocuparia função menor da hierarquia diz, educadamente, ao que seria o general: “Com sua licença, eu tenho impressão que liberdade de ir e vir não é só isso, não”.
A charge foi vetada com um “X”, do tamanho das personagens do desenho na lauda, em caneta hidrocor preta.
Layout de charge rasurada e proibida para publicação no ‘O Pasquim’ durante a ditadura militar brasileira integra mostra paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Acervo Unimep/CCMW/Claudia Assencio/g1
Outros trabalhos censurados fazem alusão ao escândalo político de “Watergate”, em 1972, nos Estados Unidos. O caso emblemático de investigação por corrupção terminou com a renúncia do presidente norte americano na época, Richard Nixon, do Partido Republicano.
Censurados de ‘O Pasquim’ é tema de exposição paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Claudia Assencio/g1
Um dos texto vetados pelos censores é de autoria do humorista Millôr Fernandes que seria publicado na seção “Dicas” do semanário ‘O Pasquim’. Naquela coluna, o autor fazia menção à taxa mínima de inflação da época e recomendava que o presidente da República passasse a ganhar o equivalente a todo trabalhador comum.👇 Repare bem, abaixo.
Texto datilografado de autoria do humorista Millôr Fernandes, rasurado e vetado pelos censores durante a ditadura militar brasileira integra mostra paralela do 50º Salão de Humor de Piracicaba
Reprodução/Acervo Unimep/CCMW
Trabalho censurado no ‘O Pasquim’ e que integra mostra paralela do 50º Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Reprodução/Acervo Martha Watts/Claudia Assencio/g1
Texto de Ziraldo explicava do que se tratava a foto na tentativa de não ser vetado pela censura
Reprodução/Acervo CCMW
O Pasquim: Visitas à pré-história do Salão
Panorama do pós-festa no primeiro Salão de Humor de Piracicaba
Roberto Antonio Cêra/Reprodução Livro Piracicaba: 30 anos de Humor
O Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP) completa 50 anos de existência em 2023. Nesse meio século de exposições ininterruptas, o evento inaugurado durante o regime militar brasileiro, em 1974, denuncia o cenário político-social do país, principalmente pelas charges e cartuns, em uma espécie de “inventário” crítico de injustiças e mazelas do mundo nas últimas cinco décadas. A semente revolucionária do Salão, entretanto, foi plantada antes da 1º edição, ainda na sua pré-história.
Duas visitas à sede do jornal “O Pasquim”, no Rio de Janeiro, o semanário alternativo conhecido por críticas corajosas e diretas à ditadura no Brasil, foram decisivas para existência do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, bem para o sucesso e repercussão das exposições, ressalta um de seus idealizadores Carlos Colonnese.
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A primeira tentativa de criar o Salão com a ajuda da equipe de “O Pasquim” ocorreu em 1972, mas “não vingou”, como diziam aqueles que participaram da viagem. Um segunda “expedição” à sede do tabloide foi feita no ano seguinte.
A primeira empreitada pela criação do Salão com participação do “O Pasquim”, segundo informação na página oficial do evento, foi frustrada. Mesmo com o apoio do cartunista Jaguar, editor do jornal na época, e “que autorizou o uso dos seus originais na exposição”, a mostra não ocorreu.
“A Editora Abril, infelizmente, não liberou as obras”, relata trecho de texto publicado no site.
Ermelindo Nardin à esquerda, na primeira visita o Pasquim em 1972, com Jaguar, ao centro
Arquivo/Centro de Comunicação Social de Piracicaba
O plano inicial, afirma um dos idealizadores, Roberto Antonio Cêra, em entrevista ao g1, era inserir uma mostra de humor gráfico dentro do Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba.
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Na primeira “expedição” ao Rio de Janeiro, conforme apuração do g1, estavam Roberto Antonio Cêra e Ermelindo Nardin, que eram da Comissão do Salão de Arte Contemporânea de Piracicaba.
A intenção, naquele primeiro momento, era a criação de uma mostra com obras de humor que integraria o Salão de Arte na Pinacoteca da cidade. “Queríamos alavancar o público da exposição com essa novidade e abordagem mais crítica pelo desenho”, contextualiza Cêra.
A ida ao “O Pasquim” era uma tentativa de convencer a equipe a apoiar a ideia e construir o acervo da exposição com obras feitas por grandes nomes do humor gráfico, e da imprensa nacional, como Jaguar, Millôr, Fortuna, Paulo Francis, Henfil, Zélio, Ziraldo e outros.
Ziraldo, autor de O Menino Maluquinho, durante atividade do 3º Salão Internacional de Humor de Piracicaba em 1976
CEDHU/ Acervo Prefeitura de Piracicaba
Por inspiração desses nomes, coragem não faltava ao grupo de piracicabanos. O jornal era admirado pelo grupo de entusiastas do Salão, formado por um grupo de jovens estudantes, de artistas, e intelectuais de Piracicaba.
“O Pasquim” não foi revolucionário somente por combater fortemente o regime da época, foi pioneiro quanto à escolha da linguagem jornalística, mais simples, e que apostava no humor gráfico, por meio da predominância dos desenhos dos cartunistas em relação aos textos, para compor a crítica que desafiava a ditadura militar vivida após o golpe de 1964.
Panorama do pós-festa no primeiro Salão de Humor de Piracicaba
Roberto Antonio Cêra/Reprodução Livro Piracicaba: 30 anos de Humor
Salão: O Pasquim publica 1º regulamento
Um dos idealizadores do Salão, Carlos Colonnese, estava perto de seus 18 anos e se preparava para ingressar no curso de jornalismo quando embarcou na segunda visita ao Pasquim no ano seguinte, em 1973, acompanhado do também, então, estudante de comunicação na época, Adolpho Queiroz, e do professor e intelectual piracicabano Alceu Righetto.
“Depois dessa viagem ao Rio, os jornalistas do “O Pasquim” toparam apoiar a ideia do Salão e começaram a publicar no semanário as regras do Salão. Além da chamada para os artistas enviarem trabalhos à exposição. Sem isso, seguramente, o Salão não teria tido o sucesso que teve. Nem os artistas que vieram teriam tido informação sobre a mostra. Seria muito mais difícil transformá-lo em realidade”, contou.
Incentivada por Zélio Alves Pinto, colaborador do “O Pasquim”, a segunda viagem de Piracicaba ao Rio de Janeiro foi feita em um Ford Galaxie preto, emprestado pelo prefeito da cidade, Adilson Maluf.
Ermelindo Nardim, ao centro, durante reuniões para tratar do Salão de Humor de Piracicaba
Fausto Longo/Arquivo pessoal
De acordo com Adolpho Queiroz, o grupo chegou a levar amostras – em garrafões – da cachaça tipicamente piracicabana para entregar como lembrança e retribuição à gentileza da equipe do jornal.
“Os garrafões estouraram pelo caminho, com o calor que emanava para dentro do Galaxie preto da prefeitura, e eles entraram, avenida Brasil adentro, ungidos pelo odor característico que, segundo a lenda, muito agradou aos deuses da galhofa. Essa foi a expedição que logrou êxito”, afirma o cartunista Paulo Caruso no livro comemorativo aos 30 anos do Salão, publicado pela Imprensa Oficial de São Paulo.
O grupo foi recebido por Paulo Francis, que segundo, Carlos Colonnese, foi extremamente atencioso com com os jovens entusiastas do Salão de Humor de Piracicaba.
“Paulo Francis estava na entrada do “O Pasquim” e nos tratou com uma gentileza ímpar. Foi uma experiência incrível, principalmente para mim, que estava ali com meus ídolos do jornalismo. Imagine, eu era um menino, fazia o curso preparatório para entrar na faculdade, apesar de já escrever no Jornal O Diário, em Piracicaba, na época”, lembrou.
Durante vinda de nomes importantes do humor gráfico nacional à primeira edição do Salão, uma cena poética continua nas memórias mais afetivas de Colonnese.
“Millôr Fernandes, que estava hospedado no Hotel Beira Rio, fez até uma Ode ao pôr-do-sol de Piracicaba. Foi lindo”, relatou.
Millor Fernandes durante evento do Salão Internacional de Humor de Piracicaba
CEDHU/ Acervo Prefeitura de Piracicaba
1974: O Salão é inaugurado
A primeira edição, no ano de 1974, é o início da estreita relação entre Piracicaba e os maiores cartunistas do Brasil. Na exposição de inauguração, realizada no saguão do Banco Português, na Praça José Bonifácio, o Salão teve a participação de Millôr, Ziraldo, Zélio, Jaguar, Fortuna e Ciça.
“Mesmo com o medo de ter suas portas lacradas por causa da censura do regime militar, o Salão excedeu as expectativas iniciais e garantiu a continuação para anos seguintes. Ninguém esperava, mas já a partir do terceiro ano o evento se tornou Internacional e posicionou Piracicaba no mapa do humor gráfico mundial, atraindo a atenção e talentos de diversas partes do mundo”, diz trecho de texto no site oficial do Salão.
Paternidade
Se, por um lado, é possível resgatar a pré-história do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, por outro, atestar a sua “paternidade”, sem que haja controvérsias, parece algo menos simples. O mais seguro, talvez, seja afirmar que trajetória longeva e bem-sucedida do evento ao longo de meio século, naturalmente, se deve pelo esforço conjunto de uma “família” de defensores do Salão, que cresce a cada edição.
Alceu Righetto, Adolpho Queiroz, Carlos Colonnese, Fausto Longo, Roberto Cêra, Zélio e demais apoiadores escrevem a história do Salão, dentro e fora dele.
Primeiro cartaz do Salão de Humor de Piracicaba
Reprodução
Se o Salão Internacional de Humor de Piracicaba surge do entusiasmo de jovens e intelectuais como instrumento de crítica e resistência às imposições e controle de direitos, ele perdura também pelo esforço de mantê-lo independente.

Fausto Longo, em relato enviado ao g1 nesta segunda-feira (21), compartilha lembranças de sua experiência com o Salão Internacional de Humor, ativa ainda nos dias de hoje.
“Minha ligação com o Salão, estreita relação, até cúmplice, poderia dizer, nasce da convivência com outros tantos amigos que partilhavam sonhos, devaneios, pensares, paixões e, até mesmo, suas atividades profissionais no mesmo espaço cultural e urbano da Piracicaba da década 1970 do século passado! Lá se vão cinquenta anos!”, comenta.
Roberto Cêra e Ziraldo
Roberto Antonio Cêra/Arquivo pessoal
Roberto Cêra também guarda memórias do Salão e, aos 84 anos, conta nunca ter deixado de acompanhar a mostra, a não ser pela interrupção imposta pela Pandemia da Covid-19. Na primeira edição, registrou imagens da cerimônia de abertura que podem ser conferidas👉 aqui.
“Nunca fiquei longe do Salão. Estive em todas as edições. Nas primeiras, fiz muitos registros com minha câmera Super 8”, comentou.
Espírito do Lugar
Fausto Longo puxa pela memória, como ele diz, um “emaranhado de nomes, ruas, praças, bares, pessoas” que constroem o “universo” e o “espírito” do Salão Internacional de Humor de Piracicaba.
“Eram Cecílios, Cerinhas, Joãos Maffeis, Nardins, Zé Marias, Adolfinhos, Carlinhos “Colonhese”, Alceus Righeto, Fagundinhos, Adilsons Maluf, Mattiazzos, Toninhos Barrichello, o Japão, Carlinhos “Cebola”, Djalmas de Lima, Paulinhos Fioravante, Mários Lázaro, Rosângelas, Kaoros Mizuhira, Marisas Furlanis, Zés Arruda Mariano, entre tantos outros, um povo singularmente plural, em todos os sentidos, a povoar esse imenso universo circunscrito em três ou quatro “quarteirões” da nossa cidade”, relaciona.
Fausto Longo e Adolpho Queiroz
Fausto Longo/Arquivo pessoal
E por falar em lugares, alguns pontos de Piracicaba também permeiam as memórias de pessoas envolvidas com a história do Salão. Entre eles, o Café “O Bule”, a “Brasserie”, a redação do jornal O Diário, que tinha uma coluna inspirada na do O Pasquim, a banca Giannetti, na região da Praça José Bonifácio no Centro de Piracicaba.
“O Diário e sua página “Recados”, amado por uns, odiado por outros, o Café ‘O Bule’, amado por todos, sem restrições, a banca Giannetti, onde se reuniam os maiores leitores de orelha de livros da cidade, afinal, jovens, sem dinheiro para adquirir as edições, a única alternativa era a leitura, rápida e sorrateira, dos resumos das obras nas abas dos volumes, como sábia e indispensável medida de contenção”, detalha Fausto Longo.
Ponto de encontro
Mencionado com unanimidade pelos idealizadores do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o Café “O Bule”, era o ponto de encontro de políticos, jornalistas e artistas da música, teatro, dança, literatura e artes plásticas, como lembra Fausto.
“Muitas articulações políticas nasceram ali, muitos enredos de escolas de samba também nasceram ali, eventos e programas culturais, foram muitos os “produtos” dessa verdadeira fábrica de idéias chamada O Bule, não só a Banda do Bule. Certamente foi nesse trajeto entre ‘O Bule’, a Banca Giannetti, a redação do O Diário, do Jornal de Piracicaba, da Rádio Difusora e da Brasserie, que nasceu o Salão de Humor e muitos outros eventos também”, relata.
Fausto Longo durante montagem do Salão Internacional de Humor de Piracicaba
Fausto Longo/Arquivo pessoal
50º Salão Internacional de Humor: cerimônia oficial de abertura
A cerimônia de abertura do Salão deste ano está marcada para o dia 26 de agosto, às 19h, no palco externo do Teatro Municipal Erotides de Campos, o Teatro do Engenho, com entrada gratuita.
O Teatro Municipal Erotides de Campos fica na Avenida Dr. Maurice Allain, nº 454, no Parque do Engenho Central. Mais informações podem ser obtidas pelo site salaointernacionaldehumor.com.br.
Obra que venceu o 1º Salão de Humor de Piracicaba, de Laerte Coutinho
Reprodução
Exposições paralelas
A 50ª edição do Salão Internacional de Humor traz, além da mostra oficial e do 21º Salãozinho de Humor, dez mostras paralelas na programação. Elas vão reunir caricaturas, charges, tiras, cartuns, fotografias e documentos ligados aos 50 anos do Salão em espaços diversos. Saiba mais.
VÍDEOS: Tudo sobre Piracicaba e região
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Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

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Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
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Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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