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Festas e Rodeios

The Town: Hermeto Pascoal faz show para surpreender público, sua banda e a si próprio

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Ainda ‘100% intuitivo’ aos 87 anos, um dos maiores nomes da música brasileira fala ao g1 sobre suas composições, o público ao redor do mundo e a apresentação no festival, neste domingo (2). A mente de Hermeto Pascoal não para. E, aos 87 anos, o senhor de longos cabelos e barba brancos, um dos nomes mais importantes da música brasileira, também não dá sinal de querer parar. Tanto que se apresenta neste domingo (2) no The Town, em São Paulo, com espírito fiel à sua carreira: “100% intuitivo”.
“Eu gosto de me surpreender com as coisas que eu estou criando mesmo”, diz, em entrevista ao g1, o multi-instrumentista que se apresenta no palco São Paulo Square.
“A minha mente não para. Ela chega e vai rodando como nosso planeta. Por isso que eu chamo a música de música universal. Nada de decorar as coisas. Só criar na hora, como a própria natureza. Eu me surpreendo mesmo.”
Com uma carreira iniciada aos 14 anos, o alagoano já flertou com o jazz, o forró, o samba e o frevo –apesar de se referir a seu estilo como aquela “música universal” – e até por isso coleciona elogios, de nomes como Elis Regina e Miles Davis.
Na conversa, Pascoal falou sobre a experiência de se apresentar em festivais, a ausência de planejamento em seus shows, como a própria banda já se acostumou às suas surpresas, a inspiração para compor e a falta de vontade de parar. Todas as respostas, é claro, evidenciam uma mente que não para.
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Leia a entrevista abaixo, editada para clareza:
G1 – Para o senhor, é melhor fazer um show solo ou participar de um festival com tantos outros artistas?
Hermeto Pascoal – É melhor (o festival), porque tem mais opções para o público também. Todo mundo tem oportunidade. Cada um fazendo seu lance. Então, não. Para mim não me atrapalha nada. Me deixa no meu horário que eu vou tocar com o grupo. Eu tendo meu horário, está tudo maravilhoso.
Desde que eu comecei, já toquei na praia para 40 mil pessoas e eu sentia que eles estavam curtindo a música. Como se eu estivesse tocando para mil, duas mil, três mil pessoas. Porque a música – e é o que eu estou falando –, ela é muito impressionante para as pessoas.
Eu vejo a vantagem que tem. Todas aquelas pessoas não gostam de uma música só, de um estilo de música só, e eu faço o que chamo de música universal, que também não é um estilo. Só são vários estilos.
Então, eu boto a minha “banca de frutas” e a minha “banca de carne” para todo mundo escolher a carne que quiser e a fruta que quiser.
G1 – E para essa apresentação no The Town? O senhor não gosta de planejar, mas, para tocar coisas inusitadas como os brinquedos que o senhor usou no Primavera Sound no ano passado, imagino que precise de algum tipo de planejamento.
Hermeto Pascoal – Eu penso assim: os instrumentos para mim podem funcionar visualmente falando. Ou o som também. Então tudo pode acontecer. De repente, pode ser até a comida.
Passa a ser um jogo de futebol na minha cabeça. Eu não penso nada, porque eu não gosto.
Eu gosto de me surpreender com as coisas que eu estou criando mesmo.
A minha mente não para. Ela chega e vai rodando como nosso planeta. Por isso que eu chamo a música de música universal. Nada de decorar as coisas. Só criar na hora, como a própria natureza. Eu me surpreendo mesmo.
G1 – O senhor sempre lembra muito que é um músico intuitivo. Um improvisador. E já falou que ama cada música como se fosse um filho. Já existiu algo que o senhor tocou e criou ali no momento e ficou um pouco triste por ver essa esse filho partindo?
Hermeto Pascoal – Não. Eu crio muito rápido. Então, eu nunca fiquei sentindo falta daquilo que eu gostaria de fazer e não fiz. Não é nada disso, porque eu não me preocupo com isso, não.
Se acontecesse alguma coisa seria normal. Se eu não fiz era porque não era para fazer. Para mim, tudo é natural. Tudo é natureza. Tudo é universal.
G1 – E como o senhor avalia os outros gêneros, as outras batidas que são mais populares no Brasil agora?
Hermeto Pascoal – É justamente isso que eu digo. Eu não avalio nada. Por respeito por mim e pela intuição que o universo me dá, que Deus me dá. Como eu falei antes, sou 100% intuitivo.
É lindo isso, saber que eu estou aqui agora e no Japão, ou em qualquer lugar do mundo, eles estão tocando a minha música – muito mais até do que aqui no Brasil. Eu dou autógrafo lá fora assustado de tanta coisa que eu recebo assim. Isso é sensacional.
G1 – E o senhor já parou para pensar por que isso acontece?
Hermeto Pascoal – Não é o público que não quer ouvir. Se fosse assim, os meus shows não seriam lotados. Eu posso fazer show em qualquer lugar do Brasil, e sempre foi lotado. Desde que eu comecei – olha só, que coisa linda – sempre foi lotado. Imagine hoje, né? E no mundo já tem lugar que 15 dias antes não tem mais ingresso.
Mas aqui você não me vê na televisão divulgando show. Ninguém me convida para entrevista aqui no Brasil. Não estou dizendo ninguém, porque às vezes eu dou umas entrevistas e tal.
Pensando bem, eu não preciso, porque o público que eu tenho no mundo inteiro realmente dispensa qualquer coisinha de papo furado.
Hermeto Pascoal e seu grupo
Gabriel Quintão/Divulgação
G1 – E qual o seu lugar favorito para se apresentar?
Hermeto Pascoal – Não tenho. Porque eu não toco a mesma coisa. Se eu tocasse a mesma coisa até poderia dizer, mas eu não. Cada show que eu faço é uma surpresa para mim, inclusive. É uma história – uma história maravilhosa.
O público sempre me surpreende. Porque eu vejo pessoas de todas as idades. Pessoas interessantes demais. Crianças dançando. Coisas assim que só Deus me dá.
G1 – E como é essa busca por coisas novas, por sons novos, como os brinquedos que o senhor usa? É aleatória, está ali em casa e pega um negócio e começa a fazer um som, ou realmente há uma ação consciente de buscar?
Hermeto Pascoal – Não, não vou buscar nada, porque o universo é tão maravilhoso. E quando eu falo universo, eu não falo em um planeta só. São vários planetas, vários universos.
É uma rapidez tão grande que o meu espírito não tem essa velocidade de fazer tanta coisa. Mas é como eu te falo. Eu sou 100% intuitivo. Quando eu digo isso é porque eu nasci assim.
Então, quer dizer, vem as coisas para mim tudo assim. Eu não sei falar daquilo que eu faço, porque, se eu estiver falando agora do que eu faço, quando terminar já estão rolando outras coisas. Perderia tempo que ela iria ter tempo se eu fosse explicar, entendeu?
Eu não tenho direito de explicar uma coisa que é – eu chamo de – universal. Se botar dez pessoas para escutar a minha música, as dez falam cada uma (sobre ela) da sua maneira. Mas de forma semelhante.
G1 – E o senhor sempre fala muito disso também de como a natureza é a base para as suas composições. É uma natureza, digamos, universal ou dependendo do lugar onde o senhor está isso influencia?
Hermeto Pascoal – Eu não sei dizer. Não sei dizer por que eu estou com fome, como eu estou com fome. Eu não sei dizer nada. Eu só sei dizer que eu sinto as coisas e faço. Não tem adjetivos, sabe. Eu inventaria. Seria invenção minha (responder).
Eu posso dizer um negócio para você agora. Antigamente as pessoas (perguntavam): “E aí, como é que vai ser o show?”. Eu dizia: “Só Deus sabe”.
O meu próprio grupo mesmo. Tudo mundo já se acostumou a isso. Quando o grupo entra no palco é sempre casa nova de Deus (risos).
G1 – (risos) Isso deve ser maravilhoso, né? Acho que para não só para o senhor, mas para eles também.
Hermeto Pascoal – Nossa, é uma coisa que não tem nem explicação. Tem só amor. Amor e som.
G1 – Em uma entrevista ao g1, em 2017, o senhor disse que a música não deixa o senhor parar de tocar. Agora, com 87 anos, fica ainda mais impressionante. O senhor continua sem chance de parar?
Hermeto Pascoal – Olha, eu me casei novo, tive meus filhos e a música nunca atrapalhou. Trabalhando à noite em boate para tocar e nunca achei que era sacrifício. Eu sempre agradeci a Deus por eu ter aquele trabalho, e nunca tive vontade de fazer uma outra coisa.
Sempre procuro o melhor naquilo que eu faço e acontece sempre.
Parar, nunca. Eu sou espiritualista. Mas o corpo é uma coisa. Se você olhar para o meu corpo agora, ele está se desmanchando. E nem por isso vou ficar com raiva dele, não, coitado. Aguentou muita coisa.
Eu, com o meu corpo, eu subia montanhas, em árvore. Ele me deu muita coisa, muita inspiração.
Hermeto Pascoal
Gustavo Lacerda/Divulgação

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Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

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Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
📲 Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp
Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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