Connect with us

Festas e Rodeios

J-Pop: o escândalo de abusos sexuais que derrubou chefe de agência de talentos no Japão

Published

on

Johnny Kitagawa era uma figura poderosa no pop japonês que usou sua imensa influência para abusar sexualmente de aspirantes a ídolos no país; agora empresa reconhece seus crimes. Johnny Kitagawa (no centro) era um titã do J-pop que usou seu imenso poder para abusar sexualmente de aspirantes a ídolos no país
GETTY IMAGES
A chefe da maior agência de talentos da música pop do Japão pediu demissão depois de finalmente reconhecer os abusos sexuais cometidos pelo seu falecido fundador, Johnny Kitagawa.
Julie Fujishima renunciou da Johnny and Associates na quinta-feira (06/7), em meio a um pedido público de desculpas às vítimas de seu tio.
A saída acontece uma semana depois de uma investigação descobrir que Kitagawa abusou de centenas de meninos e homens jovens ao longo de seis décadas, como chefe da agência que gerencia boybands.
Um documentário da BBC sobre o abuso fez com que mais vítimas se apresentassem.
Johnny Kitagawa morreu em 2019, sempre negando qualquer irregularidade. Ele nunca enfrentou acusações legais.
Na quinta-feira, sua sobrinha e então presidente-executiva, Fujishima, reconheceu os abusos pela primeira vez.
“Tanto a agência quanto eu, como pessoa, reconhecemos que ocorreram abusos sexuais por parte de Johnny Kitagawa”, disse ela.
“Peço desculpas às suas vítimas do fundo do meu coração.”
A imprensa local mostrou algumas das vítimas assistindo à entrevista coletiva, algumas parecendo visivelmente irritadas.
O escândalo tem paralelos, em escala e impacto na indústria, ao do magnata de Hollywood Harvey Weinstein, que foi condenado por violação e agressão sexual.
Kitagawa foi indiscutivelmente a figura mais influente e poderosa na indústria do entretenimento japonesa. Sua agência foi a porta de entrada para o estrelato para muitos jovens ao longo dos anos.
Várias vítimas disseram ao documentário da BBC Predator: The Secret Scandal of J-Pop (“Predador: O Escândalo Secreto do J-Pop”) que achavam que suas carreiras seriam prejudicadas se não cumprissem as exigências sexuais de Kitagawa.
Nenhuma ação tomada
Julie Fujishima (à direita) renunciou, apontando Noriyuki Higashiyama (esquerda) como o novo chefe da agência de talentos
REUTERS
Rumores e algumas reportagens sobre os abusos circulavam há anos, mas nenhuma ação concreta foi tomada.
O magnata pop nunca enfrentou processos criminais e continuou recrutando e treinando adolescentes até sua morte, há quatro anos, aos 87 anos.
Sua morte foi um acontecimento nacional e até o premiê japonês na época enviou condolências.
Embora algumas das alegações tenham sido provadas num tribunal civil quando ele estava vivo, Kitagawa processou acusadores por difamação com sucesso em pelo menos uma ocasião.
A maior parte da grande imprensa japonesa também não noticiou as alegações durante décadas, o que gerou acusações de encobrimento da indústria.
Em março, a investigação da BBC detalhando os abusos de Kitagawa foi ao ar, gerando discussões em todo o Japão e dando início a uma investigação completa.
Milhares de fãs de J-pop também assinaram uma petição pressionando por uma investigação sobre a agência.
O documentário detalhou alegações de vítimas que trabalharam para a agência exclusivamente masculina quando eram adolescentes.
As falas mostram um padrão de exploração, com abusos ocorrerendo em casas luxuosas de Kitagawa e muitas vezes testemunhados por outros rapazes.
A cobertura da BBC levou mais vítimas a se manifestarem, incluindo o ex-astro nipo-brasileiro Kauan Okamoto, que disse ter sido abusado por Kitagawa durante quatro anos, desde os 15 anos de idade.
A pressão pública levou a agência a lançar a sua própria investigação independente.
O painel, composto pelo ex-procurador-geral do Japão, Makoto Hayashi, um psiquiatra e um psicólogo clínico, entrevistou 41 pessoas, incluindo 23 vítimas, bem como a ex-chefe Fujishima.
No relatório final divulgado na semana passada, descobriram que Kitagawa começou a abusar sexualmente de rapazes na década de 1950, passando pela década de 1960, quando a Johnny and Associates foi criada, até a década de 2010.
Descobriram também que a gestão familiar da agência permitiu que o abuso persistisse durante décadas. Os investigadores disseram que Fujishima — uma executiva de longa data na empresa — não tomou provdências sobre as acusações, apesar de saber que elas existiam.
Fujishima inicialmente foi contra uma investigação independente. Em maio, ela pediu desculpas às vítimas, mas não chegou a dizer que as alegações individuais eram verdadeiras e alegou não ter conhecimento das ações de seu tio na época.
Na quinta-feira, ela nomeou como seu sucessor Noriyuki Higashiyama, um nome familiar da televisão no Japão. O homem de 56 anos também foi um dos primeiros talentos recrutados pela Johnny and Associates.
Higashiyama disse que nunca foi vítima dos abusos de Kitagawa, mas estava ciente dos rumores.
“Eu não pude e não fiz nada a respeito”, disse ele em entrevista coletiva.
Ele também reconheceu os apelos públicos para que o nome da agência fosse alterado — mas disse que nenhuma ação imediata seria tomada.
A empresa falou sobre mudanças estruturais durante a entrevista coletiva, mas não está claro como seriam essas mudanças e como os talentos da agência seriam geridos e protegidos.
Há também questões sobre o futuro da Johnny and Associates como uma marca sinônimo de fama e glamour, e que agora foi exposta de maneira negativa.

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Festival Global Citizen e Coldplay são confirmados para 2025 em Belém

Published

on

By

Festival foi confirmado por Helder Barbalho (MDB), e o show do Coldplay pelo ministro do turismo Celso Sabino, que disse que a banda se apresentará no estádio Mangueirão, o maior da capital paraense. Coldplay é confirmado em Belém.
Celso Tavares / G1
Belém deve receber em 2025 um show do Coldplay, ano que a cidade vai receber a 30ª Conferência das Partes (COP). A confirmação ocorreu neste final de semana em que o governador Helder Barbalho (MDB) está no festival beneficente Global Citizen, que, neste ano, ocorre em Nova York.
Segundo Helder, também em 2025, o próprio Global Citizen será realizado na capital paraense. O comunicado sobre o festival foi compartilhado pelo governador em seu perfil nas redes sociais.
“Ano que vem o festival será em Belém, destacando a nossa Amazônia para o mundo”, disse.
Também nas redes sociais, o ministro do turismo, Celso Sabino, afirmou que haverá show do Coldplay e que ele ocorrerá no estádio Mangueirão, o maior de Belém.
Ministro do turismo, Celso Sabino, confirma Coldplay em Belém e diz que show vai ocorrer no estádio Mangueirão.
Reprodução / Redes sociais
Largada para COP-30: show gratuito de Alok em Belém já tem data marcada e com direito a megaestrutura; confira
Governador Helder Barbalho e o DJ Alok, durante o festival Global Citizen. Alok fará um show gratuito em Belém, em novembro, marcando o início dos eventos da COP-30.
Reprodução/Redes sociais
Na noite desta sexta (27), o governador postou em suas redes sociais um vídeo no Central Park, onde ocorrem as apresentações, com a trilha de um dos hits do Coldplay.
“Escuta quem tá tocando aqui. Ano que vem será na Amazônia”, disse Helder Barbalho. No entanto, o governo do Pará não confirmou o show de Coldplay durante o festival em Nova York.
Em 2023, Helder também esteve presente no palco do evento, ao lado da secretária dos Povos Indígenas do Pará, Puyr Tembé, e da ministra Sônia Guajajara.
Festival Amazônia para Sempre
Em uma cerimônia realizada no último sábado (21), durante o Rock In Rio, Roberta Medina anunciou a criação do Festival Amazônia Para Sempre, em Belém.
O festival será realizado em setembro de 2025, em parceria com o Rock In Rio e o The Town. Na ocasião, foi dito que o evento teria uma atração internacional, mas nenhum nome foi confirmado.
Rock in Rio anuncia ação em prol da Amazônia
Segundo a organização, a apresentação acontecerá em palco flutuante, em formato de vitória-régia, com cenografia e iluminação criadas para promover um encontro entre a música e a natureza.
De acordo com os organizadores, a festa será transmitida para todo o país, com um conteúdo especial que vai mostrar o espetáculo e a música local.
📲 Acesse o canal do g1 Pará no WhatsApp
Convite de Janja
Em visita ao Pará em junho de 2023, na presença do presidente Lula, a primeira-dama Janja da Silva usou as redes sociais para convidar a banda Coldplay para a COP. Até a publicação de Celso Sabino, nenhuma outra autoridade tinha confirmado a vinda da banda a Belém.
“Hi, Chris, tudo bem? Você lembra que a gente teve junto com o presidente Lula lá no Rio de Janeiro e você disse que se a COP-30 fosse confirmada no Brasil, iria estar conosco”, disse.
Lula se encontra com Chris Martin, vocalista do Coldplay
Twitter/Reprodução
Em agosto daquele mesmo ano, uma equipe do Global Citzen visitou o estádio Mangueirão, em Belém. No estádio, a equipe do Global Citzen conheceu várias áreas do Mangueirão.
VÍDEOS: veja todas as notícias do Pará
Confira outras notícias do estado no g1 PA

Continue Reading

Festas e Rodeios

Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

Published

on

By

Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

Continue Reading

Festas e Rodeios

90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

Published

on

By

A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.