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Coala Festival: Baiana System e Olodum levam tradição do samba-reggae ao evento

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Ao g1, Olodumbaiana conta como faz fusão de repertórios e atrai novas gerações para preservar tradição dos blocos afro. Festival é nesta sexta-feira (15) no Memorial da América Latina, em SP. OlodumBaiana
Divulgação/Filipe Cartaxo
A combinação entre os repertórios de Baiana System e Olodum chega ao Memorial da América Latina nesta sexta-feira (15), no Coala Festival, em São Paulo.
Após estreia no início do ano no Festival de Verão em Salvador, o Olodumbaiana deve levar sucessos como “Duas Cidades” e “Faraó Divindade do Egito”. A ideia é levar às novas gerações a história de tradições rítmicas como o samba-reggae – o gênero foi eternizado pelo Olodum na liderança do maestro Neguinho do Samba, um dos maiores percussionistas do país.
Em 45 anos de história, a orquestra de tambores que embalou os passos de Michael Jackson no Pelourinho em “They Don’t Care About Us” está mais do que familiarizada com feats memoráveis.
Entre parcerias como Paul Simon e Jimmy Cliff, a união Olodum ao Baiana System em um show completo é um dos momentos que consolidam a relevância da banda liderada por Russo Passapusso.
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Baiana System, assim como diversos artistas na atualidade, visivelmente bebe da fonte do samba-reggae em canções como “Navio”, “Fogo” e “Invisível”. “O sincretismo é vivo dentro de nós”, afirma o vocalista e compositor Russo Passapusso.
“O compasso binário africano é o compasso que bate no coração. É a matéria-prima para tudo quanto é ritmo […] A gente sabe que é filho de uma mãe África – força musical única. E há de nascer muitas sementes musicais que no futuro podem vir a ser pop pelo conhecimento do grande público.”
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Em entrevista ao g1, o cantor do Olodum Lucas di Fiori conta como o bloco afro também tem atualizado suas referências criativas com a parceria com o Baiana System.
“Tem essa coisa futurística, trabalha muito com imagens e a musicalidade de pesquisa. Nada é feito aleatoriamente no Baiana… O show do Olodum sempre foi muito voltado aos tambores e as músicas, mas a forma de fazer música mudou. Essa coisa do audiovisual está muito em tudo e a gente trouxe isso pra cá.”
“É preciso estar junto dessa nova linguagem musical, mas preservar a tradição rítmica que a gente tem.”
O primeiro samba-reggae oficial nasceu em 1987. É o conhecido “Faraó” Divindade do Egito, do compositor Luciano Gomes. Na época, a canção foi eternizada por Margareth Menezes – atual ministra da Cultura – cuja voz comandou o desfile do Olodum e arrastou multidões no carnaval baiano da época.
Roberto Barreto, guitarrista do Baiana System, já chegou a afirmar que “se não houvesse Olodum, não haveria Baiana”. Em entrevista ao g1, o idealizador do projeto que juntou a guitarra baiana ao Sound System reverencia o papel do bloco na cultura pop.
“O Olodum talvez tenha sido essa coisa ligada aos blocos afro mais pop que tenha chegado nacionalmente, pelas ligações que tiveram – seja com Paul Simon, com Michael Jackson e pela quantidade de países que o Olodum circula – é muito forte como isso impacta nos artistas que existiram depois disso.”
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Reprodução / Youtube
Com influências da salsa, do merengue e de ritmos do candomblé, o surgimento do gênero é considerado um marco na história da música baiana. O repique dos percussionistas, explica Lucas Di Firoi, é tocado com dois vimes, ao contrário das escolas de samba, que tocam uma só baqueta.
Para os dois grupos, a busca por novos feats e linguagens musicais também é estratégia para atrair gerações mais jovens para preservar as tradições dos blocos afro.
“O novo não existe sem o velho”, diz Lucas Di Fiori. “É necessário que os mais novos tenham conhecimento do que são esses ritmos tradicionais para que esses novos elementos possam passear e brincar, mas com fundamento.”
OlodumBaiana se apresenta no palco principal do Coala Festival nesta sexta-feira (15) às 20h30. Os ingressos vão de R$ 180 (meia-entrada para esta sexta-feira) a R$ 540 (inteira para o sábado e para o domingo), e ainda estão disponíveis no site Total Acesso. Veja programação completa aqui.

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