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Festas e Rodeios

Juzé exalta o orgulho paraibano na costura ardente de música e poesia do show ‘Desabafôlego’

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Projetado na pele de repentista da novela ‘Mar do sertão’, artista expõe verve autoral em apresentação feita no Rio de Janeiro com participações de Elba Ramalho, Isadora Cruz e Lucy Alves. Juzé segue roteiro majoritariamente autoral no palco do teatro do Solar Botafogo na estreia carioca do show ‘Desabafôlego’
Brunini / Divulgação
Resenha de show
Título: Desabafôlego
Artista: Juzé
Local: Solar Botafogo (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 13 de setembro de 2023
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Como tem Zé talentoso na Paraíba! Um deles, Zé Neto, é natural de João Pessoa (PB), atende pelo nome artístico de Juzé e vem emergindo na cena brasileira desde que teve músicas gravadas por Juliette – de quem se tornou parceiro em composições como Cansar de dançar (2022) e Solar (2022) – e, sobretudo, desde que apareceu na novela Mar do sertão (2022) como Totonho, repentista que versava sobre os acontecimentos do próximo capítulo da trama em dupla com Palmito (personagem do conterrâneo Lukete).
No show Desabafôlego, apresentado por Juzé no Solar de Botafogo na noite de quarta-feira, 13 de dezembro, o artista exaltou na cidade do Rio de Janeiro (RJ) o orgulho de ser paraibano na costura abrasiva de música e poesia de roteiro aberto com a performance de dança e poesia de Susy Lopes.
Um dos vocalistas da banda paraibana Os Gonzagas, Juzé se prepara para lançar (já finalizado) EP autoral – pavimentando discografia solo iniciada há dois anos com o single Hey, meu amor (2021) – que, a julgar pela estreia carioca do show Desabafôlego, consolidará carreira iniciada há 20 anos pelo artista na cena de João Pessoa (PB).
Também autoral, o show Desabafôlego expôs a quentura e a verve de repertório em que a força da poesia imagética do cantor, compositor e músico por vezes se sobrepôs às melodias.
Juzé canta e toca com Lucy Alves na estreia carioca do show autoral ‘Desabafôlego’
Brunini / Divulgação
De início a sós no palco com o próprio violão, Juzé mostrou na primeira música, O espelho não dorme, parceria com Sharon Luz, que o canto descende da linhagem rascante do pernambucano Alceu Valença enquanto o repertório, povoado por baiões e xotes, ecoa a dinastia do eterno rei Luiz Gonzaga (1912 – 1989).
Já com a banda formada pelo carioca Gabriel Cavalcanti (acordeom e teclados), o paraibano Jefferson Brito (guitarra e direção musical) e o baiano Ricardo Guerra (percussão), Juzé se permitiu evocar a psicodelia nordestina dos anos 1970 em Meio sargaço, meio mato (Juzé).
Na sequência, músicas como o baião Doce confeito mel (Juzé e Pedro Ramos) e o xote Lapada na cabeça (Juzé e Pedro Ramos) foram reiterando a personalidade do artista. A sedução de Teu beijo (Juzé) desaguou na eletricidade de Boca blues (Juzé) e na graciosidade de Podrão depois do fim (Juzé), número ao qual se seguiu o xote Mastigado (Juzé).
A canção Quarentena (Juzé), gerada com a angústia do isolamento social, foi aditivada com citação de Pra não dizer que não falei de flores (Geraldo Vandré, 1968), dando ao roteiro um traço mais explicitamente emotivo.
A partir deste número, Juzé abriu espaço no roteiro para adesões de artistas amigos, sentados na plateia fraterna. Potiguar residente em São Paulo (SP), o tecladista Marco França mostrou habilidade ao criar requintada trama harmônica que evoluiu para Lamento sertanejo (Dominguinhos e Gilberto Gil, 1973).
Juzé e Elba Ramalho se afinam no canto de ‘Béradero’, música de Chico César, em número feito sem ensaio no show ‘Desabafôlego’
Brunini / Divulgação
Por ser de lá, do nordeste do Brasil, Juzé estava em casa com amigos conterrâneos como Lucy Alves, convidada a subir ao palco do teatro do Solar Botafogo para tocar sanfona e dividir o canto de Livre arbítrio (Juzé e Helinho Medeiros) com Juzé em dueto bisado com a lembrança de À primeira vista (1995), canção emblemática do arretado paraibano Chico César.
Na sequência, Touchscreen (Juzé) reiterou a verve do cancioneiro autoral de Juzé antes de a atriz Isadora Cruz, nascida em João Pessoa (PB) e projetada como protagonista da novela Mar do sertão, entrar em cena para recitar o poema Panos de prato, de Juzé.
E por falar em poesia, versos do repentista paraibano Zé Limeira (1886 – 1954) ecoaram na voz de Juzé após o cantor energizar o roteiro com Puto com o Spotify (Thyego e Sandro).
Chamada ao palco sem ter ensaiado, sem prévia combinação, Elba Ramalho também injetou energia no show após improvisar Béradero (Chico César, 1991) e, em seguida, repisar Chão de giz (Zé Ramalho, 1978). Saiu do palco merecidamente ovacionada pela plateia.
Depois foi a vez de Juzé seguir a pisada do baião Fé em quem me deu valor (Juzé e Felipe Alcântara) antes de arrematar o show com o brado orgulhoso de outro baião, Nordeste destino (Juzé).
Mesmo que a apresentação tenha se alongado (foram cerca de duas horas e meia) pelas recorrentes interações do artista com a plateia de amigos, a estreia carioca do ardente show Desabafôlego no Solar Botafogo deixou evidente o talento deste Juzé da Paraíba que começa a conquistar o Brasil.
Juzé canta músicas autorais como o xote ‘Mastigado’ e o baião ‘Nordeste destino’ no show ‘Desabafôlego’
Brunini / Divulgação

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Uma justa medalha para Fausto Nilo, compositor octogenário da MPB que cimentou o chão da praça com poesia

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Parceiro de Moraes Moreira, Dominguinhos e Fagner em músicas pautadas por lírica geralmente festiva, letrista ganha homenagem da UBC em outubro. Fausto Nilo é o primeiro compositor laureado com a Medalha UBC pelo conjunto de obra que inclui os hits ‘Bloco do prazer’, ‘Pedras que cantam’ e ‘Zanzibar’
Reprodução / Facebook Fausto Nilo
♫ ANÁLISE
♪ Na terça-feira, 1º de outubro, Fausto Nilo será o primeiro compositor agraciado com a Medalha UBC – láurea concedida pela União Brasileira de Compositores – em cerimônia que acontecerá em Fortaleza (CE). No caso deste poeta e letrista cearense, a medalha celebra tanto o conjunto da obra do compositor quanto os 80 anos de Fausto Nilo Costa Júnior, artista nascido em 5 de abril de 1944 em Quixeramobim, município do interior do Ceará.
Embora ligado ao Pessoal do Ceará, coletivo que movimentou a cena cultural de Fortaleza (CE) no início dos anos 1970, Fausto Nilo iniciou a trajetória como letrista de música em Brasília (DF), a convite de Fagner, cantor e compositor cearense de quem se tornou parceiro em 1972 em conexão iniciada com a música Fim do mundo, lançada naquele mesmo em EP de Fagner.
Em parceria com Moraes Moreira (1947 – 2020), Fausto Nilo teve letras cantadas em todo o Brasil, com destaque para Bloco do prazer (1979), Chão da praça (1979), Coisa acesa (1982), Eu também quero beijar (1981, com Pepeu Gomes na coautoria), Pão e poesia (1981) e Santa fé (1985).
Fausto Nilo também escreveu versos para músicas de Armandinho (Zanzibar, 1981), Caio Silvio (Pequenino cão, sucesso de Simone em 1981), Dominguinhos (1941 – 2013), Geraldo Azevedo (Chorando e cantando, 1986, hit na voz de Elba Ramalho) e Robertinho de Recife (Flor da paisagem – música-título do álbum lançado por Amelinha em 1977 – e O elefante, sucesso de 1982).
Compositor que animou muitos Carnavais com a poética festiva de letras cantadas em todo o Brasil, Fausto Nilo sempre cimentou o chão da praça com lirismo.
Contudo, a alegria dos versos deste parceiro letrista de Dominguinhos em Pedras que cantam (1981) – sucesso na voz de Fagner – extrapolou a folia, ecoando em todas as épocas. Por isso, a Medalha UBC merece o peito de Fausto Nilo.

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90 anos de Brigitte Bardot: como a visita da atriz francesa ainda impulsiona o turismo em Búzios seis décadas depois

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A visita dela ocorreu em duas ocasiões diferentes, ambas no ano de 1964. Existe uma orla em seu nome e um estátua da francesa, que completa 90 anos neste sábado (28), no local. Brigitte Bardot vistou Búzios e deixou o balneário famoso
Divulgação / Prefeitura
Coincidência ou não, no mesmo ano em que Brigitte Bardot completa 90 anos, também completa 60 anos que ela visitou Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio.
A atriz francesa, que faz aniversário neste sábado (28), esteve em Búzios, que ainda era distrito de Cabo Frio, em duas situações e ambas no ano de 1964. Ela chegou pela primeira vez em janeiro daquele ano e ficou quatro meses na cidade.
De acordo com José Wilson Barbosa, empresário e pesquisador, Brigitte Bardot veio ao Brasil por estar muito estressada e desejar passar um tempo em um lugar mais calmo e tranquilo.
Ela desembarcou no Rio de Janeiro, mas se assustou com a quantidade de fotógrafos e jornalistas que a aguardavam. A atriz chegou a ameaçar voltar para Paris.
“Ela queria anonimato, ela queria descansar. Já que era muito perseguida por paparazzis nos Estados Unidos e na Europa. Ela faz um acordo com os jornalistas no Rio de Janeiro, vai para o Copacabana Palace, faz uma sessão de fotos, dá entrevistas e depois disso ganha liberdade no Rio de Janeiro. Ela pega um iate de um empresário, faz um passeio, volta para o Rio de Janeiro e no Rio, ela pega um furgão. Ela pega vários mantimentos e vai para Búzios”, diz o pesquisador.
Brigitte Bardot durante visita ao Rio de Janeiro em janeiro de 1964
Arquivo Nacional/Fundo Correio da Manhã
De acordo com o pesquisador, ela foi vista pela primeira vez em Búzios no dia 13 de janeiro de 1964 e ficou hospedada em Manguinhos.
“Durante sua permanência em Búzios, ela acabou criando uma situação inovadora na cidade, um fenômeno turístico. Naquela época só existia quatro estabelecimentos comerciais, não tinha nenhuma estrutura. Era uma aldeia de pescadores e a imprensa daquela época diz que Brigitte Bardot está em um paraíso secreto”, conta.
A secretária de turismo de Búzios, Patrícia Burlamaqui Chaves, fala que na época o então distrito era um local selvagem e pacato, sem comércio, hotelaria e gastronomia.
“Nesse período de quatro meses, que ela ficou aqui, ela passou realmente despercebida e pode estar no meio dos nativos vivendo de forma simples e despojada. Caminhando e visitando praias”, conta Patrícia.
Durante os meses em Búzios, a francesa tinha o hábito de passear em um fusca vermelho e caminhar pela praia de Manguinhos. Ela também esteve em bairros de Cabo Frio, como a Ogiva.
Brigitte Bardot durante visita ao Brasil em 1964
Estadão Conteúdo/Arquivo
Antigamente, como era uma pequena vila, era difícil o acesso a Búzios. O acesso ficou melhor com a construção da ponte Rio-Niterói, dez anos depois, em 1974. Após a visita da atriz, o local passou a ser mundialmente conhecido.
Brigitte Bardot foi embora da cidade em abril de 1964 e retornou em dezembro do mesmo ano. Ela ficou hospedada na casa de um amigo, que ficava na atual Rua das Pedras, mas a experiência que teve foi diferente da anterior.
“Ela nunca mais voltou a Búzios, até porque depois da permanência nela, ela se sentiu um midas. Assim como ela tirou Saint-Tropez do anonimato, ela fez o mesmo com Búzios e isso chateou muito ela. Porque Búzios mudou muito depois da permanência dela”, conta José.
A atriz chegou a ganhar o título de cidadã honorária e a Companhia Aldeão deu a ela um terreno em João Fernandes, mas ela nunca buscou nenhum dos dois.
Brigitte Bardot em 1963 e 2001
Jack Guez/AFP e Screen prod./Photononstop/AFP
Turismo impulsionado
Bastou duas visitas de Brigitte para que Búzios entrasse no circuito do turismo nacional e mundial.
José Wilson Barbosa conta que a presença dela fez surgir as primeiras pousadas da cidade, pois diversos jornalistas e fotógrafos foram descobrir onde era o paraíso secreto da francesa.
“A economia da cidade começou a gerar graças a presença da Brigitte Bardot, nesse período de quatro meses que esteve em Búzios”, conta.
Estátua de Brigitte Bardot é um dos principais pontos turísticos de Búzios
Tássia Thum/G1
A visita de Bardot foi tão importante para a cidade que em 1999, foi inaugurado a Orla Bardot e uma estatua da atriz foi colocada no local.
Atualmente, é um dos pontos mais visitados e diariamente diversas pessoas param para tirar foto com a estátua feita pela escultora Christina Motta.
Estátua é alvo das fotos de turistas e moradores.
Divulgação / Ascom Armação de Búzios
“Após as duas visitas de BB [Brigitte Bardot] a península, Búzios nunca mais foi a mesma. Os visitantes atraídos pelos relatos da época, vieram provenientes de vários países entre eles Argentina, Chile, França, Alemanha, Suíça, Espanha e tantos outros. Além de visitarem, se encantaram com e estilo de vida simples e ao mesmo tempo sofisticado dessa linda cidade que ainda então era bem rústica com suas casinhas de pescadores e com belas e selvagens praias”, explica Patrícia.
Ela diz que até hoje, seis décadas após a visita, o turismo ainda é impulsionado por Brigitte Bardot, devido a orla e a estátua em sua homenagem. “Esse fato sempre vai ter importância e relevância para o turismo”, concluí.
Bigitte Bardot
Sergio Quissak/Prefeitura de Búzios

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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