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Exuberância vocal de Ney Matogrosso alavanca show inédito do cantor com Marisa Monte no Rio de Janeiro

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Artistas dividem o canto de oito músicas em ‘Primavera dos bichos’, evento beneficente em favor de ONG que cuida de animais silvestres. Ney Matogrosso e Marisa Monte se encontram pela primeira vez em cena no show ‘Primavera dos bichos’
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Resenha de show
Título: Primavera dos bichos
Artistas: Ney Matogrosso e Marisa Monte
Local: Vivo Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 20 de setembro de 2023
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Quando acabou de interpretar Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, 1985), canção que gravou há cinco anos para a trilha sonora de Malhação – Vidas brasileiras (2018), Ney Matogrosso aproveitou a deixa para chamar Marisa Monte ao palco da casa Vivo Rio.
“Falando em sorte, sorte é a minha. Sorte é a de nós todos”, sublinhou antes de pronunciar o nome da cantora. “Sorte minha”, retribuiu Marisa, já no palco.
Inédito, o encontro de Ney Matogrosso e Marisa Monte em cena foi a isca para atrair público para o show beneficente Primavera dos bichos, apresentado na noite de ontem, 20 de setembro, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), com renda revertida para o Instituto Vida Livre, organização não governamental idealizada por Roched Sebá para cuidar gratuitamente de animais silvestres vítimas de acidentes e maus tratos.
Engajados na causa, Ney e Marisa se uniram no canto de oito das 15 músicas do roteiro, para deleite de plateia que lotou a pista, os camarotes e as suítes da casa Vivo Rio, abrigo do show realizado pela ONG em parceria com as empresas Bonus Track e MP,B Produções.
No palco com a banda formada por músicos como o pianista Leandro Braga (já habituado a tocar com Ney) e Dadi Carvalho (baixista trazido por Marisa para tocar violão no quarteto), Ney abriu o roteiro com Nada por mim (Herbert Vianna e Paula Toller, 1985) e, de cara, fez saltar aos ouvidos exuberância vocal que, embora tenha sido a marca do artista ao longo de 50 anos de carreira, soou ainda mais incrível por desafiar os 82 anos completados pelo cantor em 1º de agosto.
A voz do cantor se manteve à flor da pele quando Ney desfolhou Rosa de Hiroshima (Gerson Conrad sobre poema de Vinicius de Moraes, 1973), viveu a força rara da dor exposta com poesia em Ela e eu (Caetano Veloso, 1979), caiu na manemolência sensual do samba Amendoim torradinho (Henrique Beltrão, 1955) e ressaltou os dengos do samba-canção Da cor do pecado (Bororó, 1939) antes de cantar Poema (Roberto Frejat e Cazuza, 1999) e a já mencionada canção Sorte.
Ney Matogrosso e Marisa Monte cantam juntos músicas como ‘Carinhoso’ e ‘O leãozinho’ no show ‘Primavera dos bichos’
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
Quando Marisa Monte entrou em cena, para permanecer até o fim do show, o público – àquela altura já extasiado com a performance de Ney – ficou ainda mais eufórico.
Cantora de tons cada vez mais suaves, Marisa se afinou com Ney com a habitual elegância em série de duetos aberta com Sangue latino (João Ricardo e Paulo Mendonça, 1973).
Na sequência, Ney e Marisa se alternaram no canto dos versos da canção O leãozinho (1977) – apresentada com bossa e a presença de Dadi Carvalho, muso inspirador de Caetano Veloso na criação da música – e de Fala (João Ricardo e Luhli, 1973), joia do já cinquentenário primeiro álbum do grupo Secos & Molhados.
Se Marisa pareceu ser backing vocal de Ney em Balada do louco (Rita Lee e Arnaldo Baptista, 1972), música do grupo Os Mutantes gravada pelo cantor com sucesso em 1986, o inverso ocorreu em Beija eu (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Arto Lindsay, 1991), sucesso do segundo álbum de Marisa, levado pela cantora ao violão com discreta adesão vocal de Ney e com o coro espontâneo do público.
A lembrança do choro-canção Carinhoso (Pixinguinha, 1917 / com letra posterior de Braguinha, 1937) promoveu de fato um dueto entre os artistas com toda a ternura deste standard centenário da música brasileira.
Sem todo o suingue possível, o samba-rock De noite na cama (Caetano Veloso, 1971) encerrou o show antes do bis, dado com a balada-soul Na rua, na chuva, na fazenda… (Hyldon, 1973), popularmente chamada de Casinha de sapê.
Satisfeito, o público ovacionou os cantores, ambos conhecidos pelo notório rigor vocal. A Primavera dos bichos começou bem.
Ney Matogrosso e Marisa Monte se afinam no palco da casa Vivo Rio no show ‘Primavera dos bichos’
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio
♪ Eis as 15 músicas do roteiro seguido em 20 de setembro de 2023 por Ney Matogrosso e Marisa Monte na apresentação única e beneficente do show Primavera dos bichos, na casa Vivo Rio, na cidade do Rio de Janeiro (RJ):
1. Nada por mim (Herbert Vianna e Paula Toller, 1985) – Ney Matogrosso
2. Rosa de Hiroshima (Gerson Conrad sobre poema de Vinicius de Moraes, 1973) – Ney Matogrosso
3. Ela e eu (Caetano Veloso, 1979) – Ney Matogrosso
4. Amendoim torradinho (Henrique Beltrão, 1955) – Ney Matogrosso
5. Da cor do pecado (Bororó, 1939) – Ney Matogrosso
6. Poema (Roberto Frejat e Cazuza, 1999) – Ney Matogrosso
7. Sorte (Celso Fonseca e Ronaldo Bastos, 1985) – Ney Matogrosso
8. Sangue latino (João Ricardo e Paulo Mendonça, 1973) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
9. O leãozinho (Caetano Veloso, 1977) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
10. Fala (João Ricardo e Luhli, 1973) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
11. Balada do louco (Arnaldo Baptista e Rita Lee, 1972) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
12. Beija eu (Marisa Monte, Arto Lindsay e Arnaldo Antunes, 1991) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
13. Carinhoso (Pixinguinha, 1917 / com letra posterior de Braguinha, 1937) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
14. De noite na cama (Caetano Veloso, 1971) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
Bis:
15. Na rua, na chuva, na fazenda… (Hyldon, 1973) – Ney Matogrosso com Marisa Monte
Ney Matogrosso e Marisa Monte cantam oito músicas juntos no show ‘Primavera dos bichos’
Ricardo Nunes / Divulgação Vivo Rio

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