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Festas e Rodeios

Camp rock: como acampamentos musicais estão abrindo espaço para meninas virarem roqueirinhas

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Projetos vão além das aulas de música e têm conversas sobre empoderamento e defesa pessoal. Nesta semana, g1 publica série de reportagens sobre rock tocado por mulheres. Apresentação de bandas no Girls Rock Camp em Sorocaba, no interior de São Paulo
Reprodução/Instagram
“Camp Rock” é o nome da série de filmes que revelou dois nomes queridos da cena pop roqueira americana (Jonas Brothers e Demi Lovato). Hoje, no entanto, a expressão tem sido usada para falar de outra coisa: acampamentos dedicados a garotas interessadas em aprender o poder de ser roqueira.
Flávia Biggs mantém um projeto neste estilo em Sorocaba, no interior de São Paulo. Desde 2013, ela organiza o Girls Rock Camp, que recebe garotas de 7 a 17 anos com algum interesse na música, não apenas no rock. “Quando eu conheci música, foi com o punk rock. Eu me identifiquei porque era uma coisa que eu conseguia fazer, e a estratégia que o Girls Rock Camp, que é a atividade que a gente desenvolve e promove, é exatamente essa desmistificação da música”, explica Flávia ao g1.
Nesta semana, o g1 publica uma série de reportagens sobre o rock tocado por mulheres. Quais as iniciativas e debates sobre o rock feminino?
“Você consegue fazer música a partir de expressões de sentimentos, que não necessariamente está dentro de um modelo quadrado. A gente oferece essa liberdade para a juventude, desde pegar um sintetizador e fazer um puta som ou só pegar a guitarra e tocar. Para adolescentes, pode dar um boom. O que a gente faz é oferecer possibilidades.”
Para Flávia, o rock é um estilo “que nasceu queer e negro”, mas envelheceu mal, pois não conseguiu acompanhar as tendências. “O rock era contraditório, antissistema, contra o patriarcado e isso não penetrou. A rebeldia não continuou ou é uma rebeldia enlatada que não soube renovar enquanto revolução.”
Meninas no Institute of the Musical Arts, nos EUA, e garotas no Girls Rock Camp, em Sorocaba
Divulgação/Facebook do instituto/Divulgação/Instagram do Girls Rock Camp Brasil
Ela explica que a palavra “rock”, dentro de “Girls Camp Rock”, tem mais a ver com a atitude do que com o som do estilo.
“As bandas aqui podem fazer diversos tipos de som. É atitude rock ‘n roll, que faltou no envelhecimento do rock. E vale lembrar que não existe só um tipo de rock. Existe o rock branco, hétero, cis, mas existe o rock questionador, que traz diversidade, questiona o status quo, que quer uma sociedade melhor para todo mundo, a revolução.”
O projeto não chega a ser um acampamento em si, como acontece no Institute of the Musical Arts, de June. Por lá, não há acomodações para passar a noite, mas são oferecidas as refeições durante o dia. A programação é intensa: aulas com noções básicas dos instrumentos, como guitarra, baixo e bateria, expressão corporal, serigrafia e stencil, composição musical, fanzines, defesa pessoal, imagem e identidade.
A próxima edição acontece entre os dias 15 a 20 de janeiro de 2024, com atividades das 9h às 17h. Flávia ainda lembra que não é preciso ter qualquer experiência em instrumentos musicais para participar. O valor da inscrição ainda não foi divulgado.
Atividade no Girls Rock Camp Brasil, em Sorocaba
Reprodução/Instagram
Para montar este projeto, a artista se inspirou no Rock ‘n’ Roll Camp for Girls, ou apenas Rock Camp. O projeto nasceu em Portland, no estado americano de Oregon, em 2001, a partir de um trabalho estudantil da Portland State University.
Iniciativas parecidas, então, pipocaram pelas américas do Norte e Sul, como Brasil e Argentina, e em países da Europa e da Oceania.
“O tempo foi passando e o rock ficando trás. Quando a gente fala hoje no Camp sobre o Riot Girls, sobre feminismo punk, Bikini Kill, tocamos essas músicas, contamos sobre as primeiras bandas com mulheres e gênero expansivo, muitas meninas se apaixonam.”
“Uma menina na pandemia me mandou uma mensagem falando que tinha descoberto o Riot Girl, e o que era o feminismo nos anos 90 e que estava apaixonada. Uma menina de 17 anos ouvindo Bikini Kill pela primeira vez é maravilhoso.”
As pioneiras americanas
Fanny: a primeira banda feminina de rock contratada por um grande gravadora
Quando June Millington, da banda Fanny, começou a se interessar por instrumentos musicais, lá no início da década de 1960, ela não tinha lá muitos recursos e fontes para aprender tocá-los. “Não havia onde você conseguir informações, você tinha que perguntar”, disse ela ao g1, em entrevista sobre o pioneirismo de seu grupo.
“Para uma jovem, era perigoso porque os homens sabiam dessas coisas e quando eu pedia ajuda a eles, achavam que estava dando em cima.”
Fanny, a banda de June, ficou na ativa entre os anos de 1964 e 1975. Na sua versão mais conhecida ainda faziam parte sua irmã, Jean, Alice de Buhr e Nickey Barclay. O quarteto foi o primeiro grupo roqueiro formado apenas por mulheres a assinar um contrato com uma grande gravadora. E foi um marco, com direito a elogios de David Bowie e Beatles.
A experiência do passado a fez contribuir ainda mais para que as mulheres estivessem presentes na cena roqueira. Em 1986, ela abriu o Institute for the Musical Arts, nos Estados Unidos.
O projeto, sem fins lucrativos, tem como objetivo incentivar as garotas com interesse em música. Entre outras atividades, June e sua equipe:
mantêm gravações de mulheres na música;
oferecem mentorias e apoio às jovens roqueiras;
organizam um acampamento para elas, o Rock ‘n Roll camp for girls, onde ficam hospedadas no local e têm acesso a instrumentos musicais, aulas com artistas profissionais e muito tempo para praticar.
“Quero dar um espaço seguro para as meninas conseguirem essa informação. É um lugar seguro e cheio de magia com todos os tipos de equipamentos e dois estúdios de gravação.”

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Raoni Ventapane, neto de Martinho da Vila, assina o samba-enredo da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025

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♫ NOTÍCIA
♪ É inevitável recorrer ao clichê de que “na casa de Martinho da Vila, todo mundo é bamba” quando chega a notícia de que um dos netos do compositor fluminense integra o time campeão dos compositores que assinam o samba-enredo escolhido pela Unidos de Vila Isabel na madrugada deste sábado, 28 de setembro, para o desfile das escolas de sambas do Rio de Janeiro no Carnaval de 2025.
Integrante da Ala de Compositores da agremiação azul-e-branca que Martinho da Vila carrega no sobrenome artístico, Raoni Ventapane assina com Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva o samba criado a partir do enredo Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece.
Filho de Analimar Ventapane, Raoni é cantor, compositor e ritmista da Swingueira de Noel, nome do grupo de bateristas da Unidos de Vila Isabel.
O samba-enredo de Raoni Ventapane venceu outros dois sambas na disputa realizada na quadra da escola, que será a última a desfilar na segunda-feira de Carnaval.
Raoni Ventapane (ao centro) celebra a vitória do samba-enredo ‘Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece’ na disputa encerrada na madrugada de hoje
Divulgação / Unidos de Vila Isabel
♪ Eis a letra do samba-enredo campeão da Unidos de Vila Isabel no Carnaval de 2025:
Quanto mais eu rezo, mais assombração aparece
(Raoni Ventapane, Ricardo Mendonça, Dedé Aguiar, Guilherme Karraz, Miguel Dibo e Gigi da Estiva)
“Embarque nesse trem da ilusão
Não tenha medo de se entregar
Pois nosso maquinista é capitão
E comanda a multidão que vem lá do boulevard…
O breu e o susto em meio a floresta
Por entre os arbustos, quem se manifesta?…
Cara feia pra mim é fome
Vá de retro lobisomem, curupira sai pra lá.
No clarão da lua cheia
Margeando rio abaixo
Ouço um canto de sereia
Ê caboclo d’água
Da água que me assombra
A sombra da meia noite
Foi-se a noite de luar
Na tempestade, encantada é a gaiola
Chora viola, pra alma penada sambar
Nas redondezas credo em cruz ave maria
Quanto mais samba tocava, mais defunto aparecia
Silêncio…
Ao som do último suspiro vai chegar
A batucada suingada de vampiros
Quando o apito anunciar….
Eu aprendi que desde os tempos de criança
A minha vila sempre foi bicho papão
Por isso, me encantei com esse feitiço
Que hoje causa reboliço dentro desse caldeirão
Solta o bicho minha vila dá um baile de alegria
É o povo do samba virado na bruxaria
Quanto mais eu rezo, quanto mais eu faço prece
Mais assombração que aparece”

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Festas e Rodeios

‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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