Kevin Wright fala também sobre escalação de Ke Huy Quan, de ‘Tudo em todo lugar ao mesmo tempo’, na série e processo por agressão contra Jonathan Majors. 1º episódio estreia nesta quinta (5). “Loki”, série da Disney sobre o ex-vilão-que-se-tornou-meio-que-o-mocinho interpretado por Tom Hiddleston, estreia sua segunda temporada nesta quinta-feira (5) – e muita coisa mudou desde o lançamento da primeira, lá em 2021.
Não só o estúdio mudou sua postura em relação a filmes ou séries depois de alguns fracassos, como “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” ou “Invasão Secreta”, mas Hollywood foi tomada pelo conceito de multiversos, ou dimensões paralelas, como eram conhecidas há não muito tempo.
O maior exemplo disso, é claro, é “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo”, filme independente que ganhou sete Oscars em março – incluindo a categoria principal.
De todo esse sucesso, a equipe por trás de “Loki” tirou duas coisas:
multiversos não são nada sem histórias interessantes focadas nos personagens;
e o ator vencedor do prêmio da Academia Ke Huy Quan.
“Para nós, a coisa mais interessante no multiverso é que há todas essas ramificações, todas essas possibilidades, todo esse livre arbítrio”, diz um dos produtores-executivos da série, Kevin Wright, em entrevista ao g1.
“Essa é a série de Loki, é sobre o Loki e sobre as pessoas que ele conheceu. E esse é o cenário de onde podemos contar essa história com ele. Mas quem sabe onde essas histórias podem ir no futuro. É animador que o público goste de coisas cabeçudas e divertidas.”
Assista ao trailer de ‘Loki’
De zero a herói
Ao longo de seus novos seis episódios, lançados toda quinta, “Loki” mostra um protagonista em busca de salvar a existência de tudo – ameaçada pelas decisões tomadas por sua variante Sylvie (Sophie Di Martino), uma versão paralela do próprio deus da mentira, ao final temporada anterior.
“Na primeira temporada, ele se entregou totalmente a Sylvie e à missão dela, teve o coração partido, perdeu o chão. Esses são desafios que fazem alguém mudar o caminho em que está”, conta Wright.
Como a nova missão não é exatamente simples, ele conta com o retorno dos aliados interpretados por Owen Wilson (“Penetras bons de bico”) e Wunmi Mosaku (“Lovecraft Country”).
O personagem de Quan, uma espécie de zelador/inventor da agência responsável pela manutenção das linhas do tempo, logo também se torna um membro fundamental da equipe.
A participação do ator de 52 anos não foi uma coincidência. Na verdade, “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” tinha acabado de sair quando decidiram que ele seria perfeito para o papel.
“Sarah Finn, nossa diretora de elenco, veio falar conosco e disse: ‘Eu posso fazer uma lista para vocês, mas eu acho que vocês deveriam dar uma olhada no Ke. Se vocês toparem, deveriam agir logo, porque acho que em pouco tempo ele vai estar em todos os lugares'”, diz o produtor.
Essa conversa aconteceu em uma sexta. Na segunda, Quan recebia uma ligação de Kevin Feige, presidente dos estúdios Marvel.
“O Ke já amava o Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês), então nem precisava de ligação alguma. ‘Claro, eu vou para aí. Quando eu posso ir a Londres?’. Nós temos tanta sorte. Ele é maravilhoso.”
Tom Hiddleston, Ke Huy Quan e Owen Wilson em cena da segunda temporada de ‘Loki’
Divulgação
As acusações contra Majors
Outra peça central nessa segunda temporada é Jonathan Majors, que estreou no MCU como o grande vilão cósmico Kang ao final da temporada anterior – ou pelo menos uma versão do personagem.
Desde então, o americano apareceu novamente em “Quantumania”, agora no ápice de sua vilania.
Fora da ficção, no entanto, ele foi preso em março, acusado de agredir uma mulher com quem teve um relacionamento. Em junho, a polícia divulgou que tinha provas para prender a mulher por ter atacado Majors, mas nunca chegou a detê-la.
Uma nova sessão do julgamento do caso está marcada para 25 de outubro.
Segundo Wright, a acusação não afetou o planejamento da série, e não há uma atenção especial sobre a ação.
“Eu sei tanto quanto você. E acho que todo mundo aqui sabe o mesmo, que é o que vemos online”, afirma ele.
“Em relação a nossa série, nós escrevemos e contamos nossa história. Jonathan era parte dela e acho que tivemos muita sorte. Não precisamos regravar nada além do programado. Onde esse personagem vai eu não posso nem comentar sem dar spoiler sobre onde nossa série vai.”
Jonathan Majors depõe em sessão da Suprema Corte de Nova York por acusação de agressão
Steven Hirsch/Pool via Reuters