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Festas e Rodeios

Intérprete potente, Assucena pode mais do que mostra no primeiro álbum solo, ‘Lusco-Fusco’

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Evidente nos shows, a força da voz da artista soa diluída no disco autoral produzido por Pupillo e Rafael Acerbi. Assucena apresenta dez músicas autorais no primeiro álbum solo, ‘Lusco-Fusco’, com destaque para o baião ‘Enluarada’
Natalia Mitie / Divulgação
Capa do álbum ‘Lusco-Fusco’, de Assucena
Natalia Mitie com arte de Coletivo Oitenta e Dois
Resenha de álbum
Título: Lusco-Fusco
Artista: Assucena
Edição: Edição independente da artista
Cotação: ★ ★ ★
♪ Quem já viu show solo de Assucena sabe da força desta artista baiana revelada como vocalista do trio paulistano As Baías (2015 – 2021) e, ao ouvir o disco Lusco-Fusco, percebe que a cantora pode mais do que mostra neste primeiro álbum solo.
Em rotação desde 29 de setembro, Lusco-Fusco chega ao mundo dois anos após Assucena debutar na carreira solo com o show Rio e também posso chorar – Fatal 50 (2021), tributo aos 50 anos do emblemático álbum ao vivo Gal a todo vapor – Fa-Tal (1971).
Assucena é intérprete hábil no uso da potência da voz para dar o recado das letras das músicas que escolhe cantar. Por isso mesmo, com exceção do canto de Quase da cor dos seus olhos, balada gravada por Assucena somente com o toque do piano de Rafael Montorfano, fica difícil identificar o vigor vocal da artista na interpretação das dez músicas que compõem o repertório inteiramente autoral do álbum Lusco-Fusco, gravado sob direção artística da própria Assucena.
Talvez o erro tenha sido confiar a produção musical do disco a Pupillo Oliveira – arquiteto de álbuns mais calcados na sonoridade – e a Rafael Acerbi, guitarrista que, revelado no trio As Baías, seguiu acompanhando Assucena nos shows da carreira solo da artista. Ambos os produtores são essencialmente (excelentes) músicos e arranjadores, parecendo mais interessados em sons de instrumentos do que propriamente em explorar a potência de vozes.
O fato é que a habitual força interpretativa de Assucena se dissipa no canto de músicas como Fluorescente – cuja gravação parte do samba e acaba nele, mas abarcando funk e eletrônica pelo caminho – e Nu.
Nu é canção de refrão fluente que combina o toque da guitarra de Vitor Wutzki com beats dos sintetizadores de Hervé Salters, tecladista que vem trabalhando com a cantora Céu, diretora artística dessa faixa Nu (já previamente lançada em single), de Manhoso demais e de A última, quem sabe, mix estilizado de arrocha e bolero que sobressai na oscilante safra autoral do álbum Lusco-Fusco.
Assucena assina a direção artística do álbum ‘Lusco-Fusco’, tendo a colaboração de Céu em três das dez faixas
Natalia Mitie / Divulgação
O disco deixa a impressão de que Acerbi poderia ter arrancado de Assucena uma interpretação mais visceral do que a imprimida pela cantora na balada-blues Reluzente, para citar somente um entre vários possíveis exemplos dados pelo disco. Até porque, cortado pela vinheta Meeira, o repertório do álbum Lusco-Fusco apresenta músicas de letras fortes.
Assucena tem muito o que dizer para o Brasil e sobre o Brasil. “Meu primeiro álbum autoral faz reflexão sobre o Brasil contemporâneo e sobre o meu corpo como território político nessa mátria que tem a brasa como radical de seu nome. Tem como princípio discutir as TRANSições, as TRANSformações, as TRANSmutacões: a brasa tanto como o momento da ascensão quanto de extinção do fogo. Nasce de minhas necessidades de comunicar existências, afetos, desilusões e demandas de pessoas trans e travestis”, conceitua a artista.
Antecedido pelo single Menino pelo cor de jambo (2022), lançado em novembro do ano passado com samba-rock que bebe na fonte matricial de Jorge Ben Jor, um dos principais difusores do gênero, o álbum Lusco-Fusco tangencia o pop em Ad aeternum – música de Assucena com Paulo Neto, único parceiro da artista entre as dez músicas – e fecha muito bem na pisada festeira do baião Enluarada, introduzido pelo toque da sanfona de Lulinha Alencar.
Enfim, Assucena é uma das artistas mais talentosas da geração musical brasileira revelada nos anos 2010. Tanto que, em apenas dois anos de carreira solo, a cantora e compositora já conquistou mais prestígio do que nos seis anos de atividade no trio As Baías.
O álbum Lusco-Fusco tem bons momentos, mas, a cada faixa, reitera a sensação de que discos mais luminosos virão com o tempo e com escolhas mais acertadas.

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‘Acabou vindo para cima de mim porque perdeu a cabeça’, diz ex de Ryan SP após foto em que funkeiro parece agredi-la

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Giovanna Roque reclamou de repercussão de imagem e disse que o músico está sendo alvo de ‘gente muito suja’ que deseja prejudicá-lo. MC Ryan SP e Giovanna Roque
Reprodução/Instagram
A influenciadora Giovanna Roque publicou no Instagram um vídeo em defesa de seu ex-namorado, MC Ryan SP. O post foi feito nesta sexta (27), horas após o vazamento de uma imagem em que o funkeiro parece estar dando chutes nela.
“O Ryan não é essa pessoa ruim que vocês estão pensando que ele é”, afirmou a influenciadora. “Ocorreu, sim, uma discussão no último término que a gente teve. O Ryan tinha aprontado e, nesse dia, eu perdi muito a cabeça, fiquei muito nervosa. Quebrei o telefone dele, fui para cima dele. E aí, ele ficou muito nervoso por conta dessas coisas e acabou vindo para cima de mim também, porque ele perdeu a cabeça. A gente deu abertura pro inimigo. Isso nunca aconteceu antes.”
Roque reclamou da repercussão da imagem e também disse que o músico está sendo alvo de “gente muito suja” que deseja prejudicá-lo. Os dois têm uma filha de nove meses.
“A gente realmente brigou”, afirmou ela. “Então, quer dizer que ele não pode errar uma vez?”
A assessoria do funkeiro disse que, por enquanto, não vai se pronunciar. Ryan é conhecido por hits como “Let’s Go 4”, “Filha do Deputado” e “Vai Vendo”.

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Quinteto Villa-Lobos irmana Caymmi, K-Ximbinho, Noel Rosa, Pixinguinha e Jacob nos sopros do álbum ‘Sempre’

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Quinteto Villa-Lobos lança o álbum ‘Sempre’ em 1º de outubro
Daniel Erbendinger / Divulgação
♫ NOTÍCIA
♪ Em cena desde 1962, o Quinteto Villa-Lobos sempre cruzou as fronteiras entre a música erudita e a canção popular brasileira ao longo dos 62 anos de atividade profissional.
Sempre – álbum que o grupo de sopros lançará na terça-feira, 1º de outubro, em edição da gravadora Biscoito Fino – investe nessa mistura de linguagens através dos registros fonográficos de temas de compositores brasileiros como Dorival Caymmi (1914 – 2008), Jacob do Bandolim (1918 – 1969), Joel Nascimento, K-Ximbinho (1917 – 1980), Noel Rosa (1910 – 1937) e Pixinguinha (1897 – 1973).
Formado atualmente por Aloysio Fagerlande (fagote), Cristiano Alves (clarinete), Philip Doyle (trompa), Rodrigo Herculano (oboé) e Rubem Schuenck (flauta), o Quinteto Villa-Lobos assina a direção musical e a produção do álbum em que irmana esses grandes compositores brasileiros nos sopros de Sempre.
Gravado no estúdio A casa, o álbum Sempre reproduz quatro arranjos de Paulo Sérgio Santos – como os do samba-canção Só louco (1955) e de Modinha para Gabriela (1975), temas de Caymmi – em tributo a este clarinetista que integrou o Quinteto Villa-Lobos por cerca de cinco décadas.
O repertório do disco inclui Ainda me recordo (Pixinguinha e Benedito Lacerda, 1932), Noites cariocas (Jacob do Bandolim, 1957), Teleguiado (K-Ximbinho, 1958) e O pássaro (Joel Nascimento, 1978), além de Visitando Noel, medley que agrega Feitiço da Vila (Vadico e Noel Rosa, 1934), As pastorinhas (Braguinha e Noel Rosa, 1934), Conversa de botequim (Noel Rosa e Vadico, 1935) e Palpite infeliz (Noel Rosa, 1935).
Capa do álbum ‘Sempre’, do Quinteto Villa-Lobos
Divulgação

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Lana Del Rey se casa com guia turístico em cerimônia reservada

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Em seu perfil no Facebook, Jeremy Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019. Mesmo assim, o namoro dos dois nunca foi anunciado. Jeremy Dufrene e Lana Del Rey
Reprodução/Facebook
Lana Del Rey se casou nesta quinta-feira (26) em Luisiana, nos Estados Unidos, segundo o site americano “People”. A cantora selou os laços com Jeremy Dufrene, guia turístico com quem ela já tinha sido vista, apesar de nunca terem assumido o namoro.
Fotos e vídeos publicados pelo site “Daily Mail” mostram Lana trajada com um vestido branco e de mãos dadas com Dufrene.
O casal registrou sua certidão de casamento na segunda (23). A cerimônia foi reservada a famílias e amigos.
Dufrene é capitão de uma empresa de aerobarco, a Arthur’s Airboat Tours, que oferece passeios por pântanos repletos de jacarés e pássaros. Em seu perfil no Facebook, Dufrene aparece ao lado de Lana desde 2019.
A última vez que a cantora esteve no Brasil foi em junho de 2023, quando ela se apresentou no festival Mita.

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