Connect with us

Festas e Rodeios

A casa em SP onde criadores de conteúdo +18 moram e filmam cenas eróticas juntos

Published

on

Lugar é cenário e residência de homens e mulheres que faturam com vídeos de sexo na internet. Nesta semana, g1 publica série de reportagens sobre novidades da produção pornô. Criadores de conteúdo +18 moram e filmam juntos em casa em SP
Em uma rua tranquila do bairro da Vila Oratório, na Zona Leste de São Paulo, um mercadinho e uma lanchonete de açaí são vizinhos de uma casa grande de muro alto, cujo negócio é outro: o sexo. A maioria dos moradores da região sabe que ali são filmadas cenas eróticas com milhares de visualizações em sites adultos.
“De vez em quando, passam uns meninos na frente da casa gritando nossos nomes”, diz a atriz e criadora de conteúdo Espuleta Maia. “Na feira, somos sempre reconhecidos. É divertido.”
Ela e o marido, Nelson Himeros, administram a Mansão Himeros, como é chamada a casa. O local não serve só de cenário. É também residência de dez criadores de conteúdo +18, que se revezam nas tarefas domésticas e se juntam em frente às câmeras para a gravação de vídeos adultos.
7 mulheres e 3 homens são residentes fixos da Mansão Himeros, casa que serve de residência e cenário para vídeos adultos
Celso Tavares/g1
O g1 conheceu o lugar, que tem decoração sóbria e parece uma residência como qualquer outra. É preciso olhar com atenção para reparar os indícios de que se trabalha com sexo por ali: uma almofada em formato de pênis gigante, vibradores, um quarto com instrumentos de BDSM (práticas que envolvem dominação).
Nesta semana, o g1 publica uma série de reportagens para explicar as novidades da produção de conteúdo pornô. Vídeos inspirados no TikTok, influenciadoras que fazem “avaliação de pau”, o lucrativo mercado da “venda de packs” e casas de conteúdo estão entre tendências.
‘Pornô TikTok’: vídeos de conteúdo adulto estão ficando mais curtos, amadores e divertidos?
Venda de ‘packs’ eróticos: como funciona a negociação de nudes em troca de dinheiro?
‘Dick rating’: Como mulheres monetizam narcisismo masculino cobrando para avaliar pênis
Nelson conta:
“Quando eu fechei o contrato para locar esse imóvel, sentei com o proprietário e falei: eu trabalho com isso. Não é um prostíbulo, não tem exploração, não queremos expor ninguém ao nosso trabalho. O bairro inteiro sabe o que a gente faz.”
Fora do mercado erótico, repúblicas de criadores de conteúdo já são comuns, principalmente no meio gamer. Influenciadores, streamers e competidores de esportes eletrônicos se juntam em “gaming houses”, onde moram, treinam e gravam em equipe.
A lei permite esse tipo de acordo, desde que a atividade desempenhada seja lícita, feita por maiores de idade e que não haja relação de emprego entre os moradores e os donos da casa.
Na Mansão Himeros, os residentes pagam aluguéis de até R$ 2.500 (o custo muda a depender do tipo de quarto). Para eles, a maior vantagem é poder usar a estrutura técnica do lugar, com câmeras, iluminação e cômodos preparados para a filmagem das cenas eróticas, que vão lhes render dinheiro em plataformas adultas na internet. A casa também oferece orientação e apoio administrativo aos moradores.
O casal Espuleta Maia e Nelson Himeros administra a Mansão Himeros e participa dos vídeos gravados na casa
Celso Tavares/g1
Nelson, idealizador do projeto, é dono da produtora Himeros, especializada em conteúdo +18. Pelo contrato, por oferecer o suporte técnico para as gravações, a empresa também pode comercializar e faturar com os vídeos feitos no lugar. Os acordos de compartilhamento de cenas entre produtoras e criadores são comuns no mercado adulto.
O novo pornô
Ariane Kimiko, 19, diz que foi morar na mansão porque “queria testar uma vida nova” depois de terminar um relacionamento de três anos. Ela já criava conteúdo adulto e foi atraída pela perspectiva de aumentar a rede de contatos no mercado.
Seu quarto é decorado com elementos fofinhos de desenhos animados, que servem de cenário para o serviço de “camming”. São conversas por vídeo pagas, que geralmente têm conteúdo sexual. “A pessoa me paga para eu conversar ao vivo e eu faço tudo que ela pedir… quer dizer, depende, tem alguns limites.”
Ariane Kimiko, de 19 anos, é uma das residentes fixas da Mansão Himeros
Celso Tavares/g1
O mercado adulto passou por uma revolução nos últimos dez anos, com o crescimento de plataformas como OnlyFans e Privacy. Nelas, criadores podem faturar com transmissões eróticas ao vivo e conteúdo amador, gravado em casa, sem o intermédio de produtoras.
“Nessas plataformas, cada performer virou uma empresa. A pessoa faz tudo: a captação, a edição, a divulgação do vídeo”, explica a produtora e diretora de filmes adultos Mayara Medeiros, fundadora de um grupo de apoio a mulheres que trabalham com sexualidade.
“A quantidade de trabalho aumentou muito, mas ao mesmo tempo é possível ter o controle total do conteúdo e do faturamento dele.”
O sistema adotado na mansão une elementos do novo e do velho pornô. Ele dá autonomia para performers criarem suas rotinas de trabalho e fazerem escolhas criativas, mas com a ajuda técnica, jurídica e administrativa de uma empresa, que também lucra com os conteúdos.
“Pode haver a copropriedade da obra, as relações contratuais permitem esse tipo de amarração”, explica o advogado Carlos Eduardo Ambiel, especialista em Direito do Trabalho, com atuação ligada a influenciadores e competidores de eSports.
“Esse modelo [da copropriedade] é o que mais está sendo usado hoje em dia no mercado”, diz Mayara. Para ela, receber apoio burocrático é uma vantagem para os moradores da mansão.
“Tem muita gente jovem produzindo conteúdo adulto, que não se preocupa tanto com contratos e com implicações burocráticas, até jurídicas. Ter alguém mais preocupado com essa parte administrativa é interessante, especialmente para quem está começando.”
Como é a rotina na casa?
Entre os dez moradores, há apenas três homens — além de Nelson Himeros, outros dois produzem conteúdo com as namoradas. O dono da Mansão Himeros justifica:
“Se o homem não tem uma parceira e quer entrar para a venda de conteúdo heterossexual, é preciso um filtro muito mais delicado, porque muitos só querem transar, não estão interessados numa carreira.”
O foco do projeto são criadoras mulheres, em início de carreira. O empresário diz que um dos objetivos é “instruir as criadoras para que elas se profissionalizem no mercado”.
“É ensinado o posicionamento de câmera, estratégias de marketing, como lidar com o cliente. Existe uma ideia de que o cliente tem sempre razão, mas no entretenimento adulto não é assim”, afirma Lady Milf, atriz e mentora para as residentes da mansão.
Lady Milf é atriz produtora de conteúdo adulto e oferece mentoria para criadoras que moram na Mansão Himeros
Celso Tavares/g1
Para o trabalho na casa ser regular, “os moradores têm que ter autonomia de fazer as coisas como querem e na hora que querem, não podem receber ordens, não podem ter relação de emprego”, explica o advogado trabalhista Carlos Ambiel.
Os administradores dizem que uma agenda de gravações é organizada de segunda a sexta-feira, mas os residentes não são obrigados a participar, e têm liberdade para criar suas próprias rotinas. Eles são testados semanalmente para doenças sexualmente transmissíveis e o uso de camisinha é obrigatório.
No site adulto Pornhub, o canal da produtora dona do projeto tem mais de 2 milhões de visualizações. A maioria dos vídeos reproduz situações eróticas fictícias, com os moradores da casa atuando juntos ou separados.
Mas, para além das cenas roteirizadas, tudo pode virar um conteúdo adulto na mansão: do exercício físico em grupo com pouca roupa ao churrasco de domingo entre amigos. As festas são comuns no lugar e, muitas vezes, têm convidados, que também topam participar das gravações.
Mas nem tudo é pegação. Por trás da aparente libertinagem de uma república pornô, há um mercado difícil, em que o dinheiro pode não vir tão fácil quanto se imagina.
“Muita gente entra nesse meio achando que vai ser suruba, pegação, bebida e droga o tempo todo. Em alguns casos, são pessoas do ‘swing’, que só querem se divertir e ganhar dinheiro com isso”, diz Lady Milf. “Logo elas percebem que não é essa festa que parece e acabam indo embora.”

Continue Reading
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Festas e Rodeios

Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh; veja imagens

Published

on

By

Exibição do artista comemora 200 anos da National Gallery, em Londres. Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Uma megaexposição na National Gallery, em Londres, reuniu algumas das principais pinturas de Vincent Van Gogh — algumas delas vistas poucas vezes em público. Intitulada de “Poetas e Amantes”, a exibição faz parte das comemorações dos 200 anos do museu. Veja no vídeo acima.
O National Gallery já contava com uma dúzia de pinturas de Van Gogh. Para a ocasião, foram selecionadas 60 obras, vindas de diversos países, como Estados Unidos, França e Holanda. Algumas delas nunca haviam saído dos países para os quais foram vendidos, como, por exemplo, “Noite Estrelada sobre o Ródano”.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
Foco nos últimos anos de vida do artista
A megaexposição se concentra em dois anos decisivos da vida de Van Gogh, entre 1888 e 1890, ano em que ele morreu aos 37 anos. Nesse período, Van Gogh viveu em Arles e Saint-Rémy, na Provença.
Durante essa fase, o artista produziu uma série de trabalhos marcados pelas cores vibrantes do sul da França e os tons de amarelo pelos quais é conhecido. Os curadores reuniram quadros e desenhos desse período para ilustrar esse momento da vida do pintor.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
Exibição inédita de ‘Girassóis’
Uma das séries mais conhecidas de Van Gogh, “Girassóis”, ganha destaque na exposição. Pela primeira vez, as obras estão sendo apresentadas conforme a visão original do pintor.
A National Gallery, que já possuía um dos quadros, trouxe outro emprestado dos Estados Unidos e incluiu a pintura “Canção de Ninar”, após descobrirem, por meio de cartas do artista ao irmão, Theo, que Van Gogh havia planejado compor os girassóis — um com fundo amarelo e outro com fundo azul — como moldura para a figura de uma mulher.
Megaexposição reúne obras raras de Van Gogh
Reprodução/TV Globo
LEIA TAMBÉM:
Exposição imersiva ‘Van Gogh & Impressionistas’ é aberta em Natal
Exposição no Parlamento Europeu busca apoio para iniciativas de restauração no Pantanal

Continue Reading

Festas e Rodeios

Alaíde Costa faz ‘Sabiá’ voltar, em duo com Claudette Soares, no voo de show alicerçado em álbum sobre o tempo

Published

on

By

♫ NOTÍCIA
♪ Ao gravar álbum com o cancioneiro de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Foi a noite, lançado em 2007, Claudette Soares convidou a amiga Alaíde Costa para um dueto em Sabiá (1968), sublime canção de exílio composta por Tom com letra de Chico Buarque.
Decorridos 17 anos da edição do disco Foi a noite – Canções de Tom Jobim, Alaíde retribui o convite de Claudette. Juntas novamente, as cantoras farão Sabiá voar no roteiro do show de lançamento do mais recente álbum de Alaíde, O tempo agora quer voar (2024), apresentado em julho.
Em sintonia com o fato de ter feito a única participação do disco de Alaíde Costa, , na música Suave embarcação (Alaíde Costa e Nando Reis, 2024), Claudette Soares será a única convidada do show que estreia em 4 e 5 de outubro com duas apresentações no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, na cidade de São Paulo (SP).
Sob direção de Thiago Marques Luiz, produtor e empresário da artista, Alaíde Costa seguirá roteiro que incluirá cinco das oito músicas do álbum O tempo agora quer voar – cuja edição em LP será lançada no show – e transitará pelo repertório do aclamado disco O que meus calos dizem sobre mim (2022).
Outra música confirmada no roteiro do show O tempo agora quer voar é Meu mundo e nada mais (1976), balada de Guilherme Arantes, gravada pela cantora com o compositor em single editado em janeiro deste ano de 2024.

Continue Reading

Festas e Rodeios

g1 Ouviu #292 – Rock in Rio: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026

Published

on

By

Repórteres do g1 comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal. G1 Ouviu #292 – Rock in Rio 2024: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026
Com o fim do Rock in Rio 2024, é possível analisar esta edição e refletir sobre o futuro do festival. O que ficou de lição para os próximos eventos? O que deu muito certo? O que deu muito errado? Quais foram os melhores momentos? E os piores?
Para responder essas e outras perguntas, o g1 Ouviu desta semana traz o olhar de quem acompanhou o festival de pertinho: Marina Lourenço, repórter do g1, e Braulio Lorentz, editor de Pop e Arte do g1. As apresentadoras do podcast, Carol Prado e Juliene Moretti, também foram ao festival e compartilham suas impressões.
Durante a conversa, os repórteres comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal.
Você pode ouvir o g1 Ouviu no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o g1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

Continue Reading

Trending

Copyright © 2017 Zox News Theme. Theme by MVP Themes, powered by WordPress.