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Festas e Rodeios

Edu Lobo arrebata ao reapresentar obra no show ‘Oitenta’ com convidados à altura das canções

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“Não é Tim Maia, não. Mas é parecido…”, brincou o artista ao pedir mais voz na estreia do espetáculo que chega a São Paulo nesta sexta-feira, 10, com Ayrton Montarroyos, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato. Edu Lobo (ao centro) na estreia do show ‘Oitenta’ com Zé Renato (à esquerda), Vanessa Moreno (ao lado de Zé), Mônica Salmaso e Ayrton Montarryos
Cristina Granato / Divulgação
Resenha de show
Título: Oitenta
Artistas: Edu Lobo com Ayrton Montarroyos, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato
Local: Sala Cecília Meirelles (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 8 de novembro de 2023
Cotação: ★ ★ ★ ★ 1/2
♪ “Não é Tim Maia, não. Mas é parecido…”, gracejou Edu Lobo no palco da Sala Cecília Meirelles quando, após recontar A história de Lily Braun (1983), pediu ao técnico de som que aumentasse o volume da voz no monitor do artista.
Percebido como artista de natureza circunspecta, o cantor e compositor carioca até esboçou humor em algumas falas ouvidas ao longo de Oitenta, show baseado no recém-lançado álbum homônimo em que Lobo recria a própria criação, com ênfase nos lados B da discografia.
No show que estreou no Rio de Janeiro (RJ) na quarta-feira, 8 de outubro, antes de chegar a São Paulo (SP), onde será apresentado no Teatro B32 na noite de hoje, 10 de outubro, Edu Lobo é rei que reapresentou a obra majestosa sem evitar músicas mais conhecidas como Pra dizer adeus (1966) e Vento bravo (1973).
Contudo, em cena, dividiu o reinado com os quatro cantores – Ayrton Montarroyos, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato – já presentes no álbum Oitenta, mais um título revisionista da discografia recente de Lobo.
Se Salmaso foi reverenciada pelo público como estrela e justificou o tratamento quando deu voz a Canto triste (1966) em número arrepiante, entre outras intervenções, Vanessa Moreno foi a grande surpresa do show por ser intérprete de visibilidade ainda restrita a pequenos nichos da MPB.
Vanessa Moreno faz duetos com Edu Lobo, além de números individuais, no show ‘Oitenta’ na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro (RJ)
Cristina Granato / Divulgação
Primeira convidada a aparecer no palco da Sala Cecília Meirelles para se juntar ao anfitrião e à big band capitaneada pelo maestro e pianista Cristovão Bastos, Vanessa acertou a pisada do baião quando dividiu Dança do corrupião (1993) com Edu Lobo, seguiu sozinha os passos requintados do Tango de Nancy (1985) e atingiu o céu no voo esfuziante de Ave rara (1993), samba que caiu em improvisos da excelente cantora com os sopros de Mauro Senise.
Na sequência, Vanessa embalou o acalanto Primeira cantiga (2010) em dueto com o segundo convidado a entrar no palco, Ayrton Montarroyos, primoroso jovem cantor que reiterou o habitual rigor estilístico ao interpretar O circo místico (1983) e A moça do sonho (2001) sem no entanto reeditar todo o brilho das intervenções que fez no álbum Oitenta.
Faltou luminosidade à presença de Ayrton na estreia do show. Já Zé Renato, após cair solo no samba Nego maluco (1993), elevou Salmo (1985) às alturas com canto sublime capaz de converter até ateus descrentes do poder divino e da beleza soberana da MPB.
Zé Renato eleva ‘Salmo’ no show ‘Oitenta’, de Edu Lobo, em número solo capas de converter até ateus descrentes do poder arrebatador da MPB
Cristina Granato / Divulgação
Assim como o disco que o inspirou, Oitenta é show calcado nas tradições da MPB. Ninguém inventa moda. Reverente ao espírito conservador de Edu Lobo, o maestro Cristovão Bastos fez orquestrações que eventualmente evocaram os arranjos feitos pelo mesmo Cristovão para o álbum Meia noite (1995), outro título revisionista da obra fonográfica de Edu. Mas isso pouco importa quando se olha para um passado de glória como o do compositor.
No fim do show, como já era esperado, o anfitrião se uniu aos quatro convidados – que já haviam se revezado com Edu em duetos e trios – para todos cantarem juntos músicas de maior efervescência rítmica do cancioneiro do compositor, casos de Upa neguinho (1965), Ponteio (1967), Canudos (1978), Na carreira (1983) e, já no bis, Corrida de jangada (1966).
Gravado para viabilizar o lançamento de registro audiovisual em 2024, o show Oitenta cumpriu a função de deleitar o público com a apresentação do suprassumo do cancioneiro de um dos gênios da MPB. Nessa seara, Edu Lobo é rei e, como tal, foi devidamente reverenciado pelo público (e pelo naipe de solistas convidados) com o devido embevecimento ao longo das duas horas de apresentação arrebatadora.
Edu Lobo (ao centro) e os convidados Zé Renato (à esquerda), Vanessa Moreno (ao lado de Zé), Mônica Salmaso e Ayrton Montarroyos no coletivo bloco final do show ‘Oitenta’
Cristina Granato / Divulgação
♪ Eis o roteiro seguido por Edu Lobo – com Ayrton Montarroyos, Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato – na estreia nacional do show Oitenta na Sala Cecília Meirelles, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), na noite de 8 de outubro de 2023:
1. Casa forte (Edu Lobo, 1969) – Instrumental
2. Vento bravo (Edu Lobo, 1973) – Edu Lobo
3. Bancarrota blues (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985) – Edu Lobo
4. A história de Lily Braun (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983) – Edu Lobo
5. Dança do corrupião (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro, 2010) – Edu Lobo e Vanessa Moreno
6. Choro bandido (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985) – Edu Lobo e Vanessa Moreno
7. Tango de Nancy (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985) – Vanessa Moreno
8. Ave rara (Edu Lobo e Aldir Blanc, 1993) – Vanessa Moreno
9. Primeira cantiga (Edu Lobo e Paulo César Pinheiro, 2010) – Vanessa Moreno e Ayrton Montarroyos
10. O circo místico (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983) – Ayrton Montarroyos
11. A moça do sonho (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001) – Ayrton Montarroyos
12. Nego maluco (Edu Lobo e Chico Buarque, 1993) – Zé Renato
13. Salmo (Edu Lobo e Chico Buarque, 1985) – Zé Renato
14. Pra dizer adeus (Edu Lobo e Torquato Neto, 1966) – Edu Lobo
15. Ciranda da bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque, 183) – Edu Lobo e Vanessa Moreno
16. Lero-lero (Edu Lobo e Cacaso, 1978) – Edu Lobo,Vanessa Moreno e Zé Renato
17. Canto triste (Edu Lobo e Vinicius de Moraes, 1966) – Mônica Salmaso
18. Veneta (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001) /
19. Ode aos ratos (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001) – Mônica Salmaso
20. Cantiga de acordar (Edu Lobo e Chico Buarque, 2001) – Edu Lobo, Mônica Salmaso e Vanessa Moreno
21. Upa neguinho (Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri, 1965) – Edu Lobo, Ayrton Montarroyos Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato
22. Ponteio (Edu Lobo e José Carlos Capinan, 1967) – Edu Lobo, Ayrton Montarroyos Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato
23. Canudos (Edu Lobo e Cacaso, 1978) – Edu Lobo, Ayrton Montarroyos Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato
24. Na carreira (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983) – Edu Lobo, Ayrton Montarroyos Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato
Bis:
25. Beatriz (Edu Lobo e Chico Buarque, 1983) – Edu Lobo e Mônica Salmaso com o piano de Cristovão Bastos
26. Corrida de jangada (Edu Lobo e José Carlos Capinam, 1966) – Edu Lobo, Ayrton Montarroyos Mônica Salmaso, Vanessa Moreno e Zé Renato

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Alaíde Costa faz ‘Sabiá’ voltar, em duo com Claudette Soares, no voo de show alicerçado em álbum sobre o tempo

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♫ NOTÍCIA
♪ Ao gravar álbum com o cancioneiro de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994), Foi a noite, lançado em 2007, Claudette Soares convidou a amiga Alaíde Costa para um dueto em Sabiá (1968), sublime canção de exílio composta por Tom com letra de Chico Buarque.
Decorridos 17 anos da edição do disco Foi a noite – Canções de Tom Jobim, Alaíde retribui o convite de Claudette. Juntas novamente, as cantoras farão Sabiá voar no roteiro do show de lançamento do mais recente álbum de Alaíde, O tempo agora quer voar (2024), apresentado em julho.
Em sintonia com o fato de ter feito a única participação do disco de Alaíde Costa, , na música Suave embarcação (Alaíde Costa e Nando Reis, 2024), Claudette Soares será a única convidada do show que estreia em 4 e 5 de outubro com duas apresentações no Teatro Paulo Autran, do Sesc Pinheiros, na cidade de São Paulo (SP).
Sob direção de Thiago Marques Luiz, produtor e empresário da artista, Alaíde Costa seguirá roteiro que incluirá cinco das oito músicas do álbum O tempo agora quer voar – cuja edição em LP será lançada no show – e transitará pelo repertório do aclamado disco O que meus calos dizem sobre mim (2022).
Outra música confirmada no roteiro do show O tempo agora quer voar é Meu mundo e nada mais (1976), balada de Guilherme Arantes, gravada pela cantora com o compositor em single editado em janeiro deste ano de 2024.

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g1 Ouviu #292 – Rock in Rio: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026

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Repórteres do g1 comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal. G1 Ouviu #292 – Rock in Rio 2024: o que teve de melhor, pior e apostas para 2026
Com o fim do Rock in Rio 2024, é possível analisar esta edição e refletir sobre o futuro do festival. O que ficou de lição para os próximos eventos? O que deu muito certo? O que deu muito errado? Quais foram os melhores momentos? E os piores?
Para responder essas e outras perguntas, o g1 Ouviu desta semana traz o olhar de quem acompanhou o festival de pertinho: Marina Lourenço, repórter do g1, e Braulio Lorentz, editor de Pop e Arte do g1. As apresentadoras do podcast, Carol Prado e Juliene Moretti, também foram ao festival e compartilham suas impressões.
Durante a conversa, os repórteres comentam os principais shows, setlists e momentos que marcaram a edição — para o bem e o mal.
Você pode ouvir o g1 Ouviu no g1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o g1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

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Caso Diddy: advogado explica quantidade de óleo de bebê encontrada na casa do rapper

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Em entrevista ao TMZ, Marc Agnifilo afirmou que não sabia o número exato de produtos e nem a finalidade. Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
Além de toda polêmica envolvendo o caso de Sean “Diddy” Combs, um ponto chamou a atenção: teriam sido encontrados pela polícia cerca de mil frascos de óleo de bebê na residência do rapper. O artista foi preso no dia 16, alvo de uma série de processos por tráfico sexual e agressão. Em entrevista ao TMZ, Marc Agnifilo, advogado do rapper, tentou esclarecer a questão das garrafas do produto.
Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Agnifilo afirmou que não sabia a quantidade exata de garrafas, apenas explicou que eram muitas. “Não vamos dizer que eram mil frascos de óleo de bebê, vamos dizer que eram muitos deles”. Ele acrescentou: “Diddy tem uma grande casa. Ele compra a granel” .
Questionado pelo TMZ se o produto era usado como lubrificante em orgia, Agnifilo respondeu. “Não sei porque você precisaria de mil fracos de óleo de bebê (para uma orgia). Um ajudaria.”
Entenda
A prisão de Sean Diddy Combs em 16 de setembro movimentou a indústria da música, levantou teorias nas redes sociais e fez explodir as buscas pelo nome do rapper na internet.
Ele foi preso em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações. No meio disso, houve a divulgação de um vídeo que mostra Diddy arrastando e chutando, sua então namorada, no corredor de um hotel.
Imagem de vídeo divulgado pela CNN, que mostra o rapper Sean ‘Diddy’ Combs agredindo a ex-namorada Cassie Ventura
Reprodução/CNN
Ponto a ponto: quem é Sean Diddy Combs e quais são as acusações que envolvem sua prisão
O caso
Após meses de investigação, o rapper e empresário Sean “Diddy” Combs foi preso acusado de, segundo a Promotoria de Nova York:
tráfico sexual;
associação ilícita;
promoção da prostituição.
Durante “décadas”, Sean Combs “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações”, segundo o documento da acusação, que afirma que ele usava seu “império” musical para atingir seus objetivos.
Ele se declarou inocente em tribunal. O pagamento de fiança foi negado e ele segue preso, aguardando julgamento. Segundo a imprensa internacional, caso seja julgado culpado das três acusações, Diddy pode ser condenado a prisão perpétua.
Leia também:
Entenda acusações de tráfico sexual e associação ilícita contra o rapper
A famosa prisão onde rapper Diddy está detido: ‘O caos reina’
Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper em estúdio

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