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Festas e Rodeios

‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’ é retorno irregular à distopia; g1 já viu

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Filme mostra juventude do vilão da saga original. Tom Blyth, que vive o protagonista, Rachel Zegler e Viola Davis são os grandes destaques do elenco. A onda das adaptações de livros que mostram universos distópicos para o cinema parecia ter passado, visto que não era anunciada uma nova produção desse estilo há alguns anos. No entanto, a franquia “Jogos Vorazes” ainda despertava algum interesse graças aos quatro filmes estrelados por Jennifer Lawrence.
Por isso, não é exatamente uma surpresa que Hollywood volte ao universo dos livros de Suzanne Collins com “Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes”. O filme, que estreia nessa quarta-feira (15), não continua a história da heroína interpretada pela atriz (nem conta com ela).
A adaptação do livro de mesmo nome se interessa mesmo é no vilão da trama original, seis décadas antes de ele se tornar o cruel tirano da obra.
“A cantiga dos pássaros e das serpentes” conta com boas cenas de ação e combate, do jeito que os fãs da franquia gostam, uma interessante direção de arte e figurinos e um elenco bastante competente. Mas tropeça em um roteiro e uma edição problemáticos, que prejudicam o resultado.
Assista ao trailer de ‘Jogos Vorazes – A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes’
Ambientada cerca de 60 anos antes dos eventos dos filmes anteriores, a trama mostra Coriolanus Snow (Tom Blyth) aos 18 anos, quando era um bom estudante universitário. Ele é escolhido para ser tutor de um dos jovens selecionados de diferentes distritos para disputar os Jogos Vorazes, que estão em sua décima edição e enfrentam problemas de audiência.
Snow tem que, então, cuidar de Lucy Gray Baird (Rachel Zegler), jovem selecionada como tributo do Distrito 12, para disputar os Jogos. Aos poucos, o tutor começa a se preocupar cada vez mais com ela e faz o possível para que consiga sobreviver à sangrenta disputa.
Isso chama a atenção do reitor Highbottom (Peter Dinklage), criador do evento, e, principalmente, da Dra. Volumnia Gaul (Viola Davis), coordenadora da décima edição. Mas uma série de reviravoltas fazem com que Snow comece a descobrir a sua verdadeira natureza.
Coriolanus Snow (Tom Blyth) e Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) numa cena de ‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’
Divulgação
Olá, mundo cruel
O grande mérito de “Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes” é mostrar, ainda que de forma alegórica, como o ser humano sente prazer em ver pessoas participando de disputas, sejam elas jovens ou de mais idade, especialmente em reality shows.
A questão permeia todos os filmes da franquia. Neste longa, isso é um pouco melhor explorado, a partir do argumento de que, para melhorar a audiência do programa, os tutores precisam criar estratégias para cativar mais o público, em prol da “diversão”.
Esse é um dos pontos altos do roteiro, coescrito pela própria autora dos livros, Suzanne Collins, Michael Leslie (de “Assasin’s Creed”) e Michael Arndt (vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original de 2006 por “Pequena Miss Sunshine”), que também se destaca por mostrar bem a ambiguidade de seus personagens.
Alguns podem até ter boas intenções, mas, sob pressão, mostram suas verdadeiras faces.
Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) é escolhida como tributo em ‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’
Divulgação
Outro destaque no filme está na interessante direção de arte, que mostra como os distritos são empobrecidos, em referência ao que aconteceu com alguns países que foram devastados pela Segunda Guerra Mundial.
A capital de Panem também é exibida como um local que, mesmo tentando ostentar um certo glamour, tem traços de frieza e decadência causada pelos conflitos, em uma clara alusão à Alemanha nazista.
A direção de Francis Lawrence, que já tinha feito os três últimos filmes da franquia, consegue criar um bom clima de tensão nos confrontos dos Jogos, apesar dos efeitos especiais não estarem tão bons. Eles dão um ar de artificialidade, o que pode tirar o espectador da trama que está na tela. O cineasta também mostra um bom trabalho para desenvolver as cenas mais dramáticas e até mesmo as românticas.
Coriolanus Snow (Tom Blyth) e Volumnia Gaul (Viola Davis) acompanham a competição em ‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’
Divulgação
História (e cantoria) sem fim
Mesmo com todas essas qualidades, “Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes” possui alguns erros que não podem ser desprezados. O principal deles é seu ritmo inconstante, que se alterna entre momentos dinâmicos e outros arrastados demais.
Dividido em três partes, o roteiro não consegue um bom equilíbrio para desenvolver a trama. Dá a impressão de que o produto final é, na verdade, dois filmes em um. Por causa disso, suas duas horas e 37 minutos de duração se tornam cansativas e desnecessárias.
É bastante claro que uma edição mais enxuta, que cortasse entre de 30 e 50 minutos, daria mais dinamismo e resultaria em uma melhor experiência cinematográfica. Do jeito que ficou, apenas os fãs da saga, tanto do cinema quanto dos livros, vão se sentir satisfeitos com tantos momentos “mortos” da trama.
O roteiro também derrapa em fazer os personagens cometerem atos sem sentido e que não condizem com o perfil que é criado para eles.
Um bom exemplo disso é o próprio Snow. Apresentado como alguém inteligente e astuto, ele se surpreende com as repercussões de algumas decisões, em sequências tão surreais que fazem do personagem mais tolo do que deveria.
Coriolanus Snow (Tom Blyth) e Lucy Gray Baird (Rachel Zegler) num momento romântico em ‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’
Divulgação
Isso sem falar no fato de que, embora trabalhe bem a mudança de caráter de Snow, o filme o mostra como uma pessoa de bom coração em cerca de 80% do longa, deixando apenas os minutos finais para escancarar sua verdadeira índole.
Assim, é possível que o público até tenha simpatia por ele e se esqueça que ele é o maior inimigo da heroína original décadas depois, Katniss Everdeen (Lawrence). Uma falha grave.
Outro problema é a falta de sutileza para inserir referências dos filmes anteriores, como uma cena com uma revoada de tordos, os pássaros que simbolizam a personagem clássica. O recurso se revela bastante artificial e gratuito.
Além disso, o filme insere diversos momentos musicais, com canções interpretadas na maioria das vezes por Rachel Zegler. O excesso de cantoria (que inclui a volta da canção “The Hanging Tree”, de “Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1”) parece deslocado do resto da história e gera algumas cenas constrangedoras, como a que a personagem de Zegler é escolhida para ser o tributo do Distrito 12. Pelo menos a música “Can’t catch me now”, interpretada por Olivia Rodrigo e que fecha o filme, é boa.
Mentores, tributos e cientistas loucos
Apesar dessas falhas, “Jogos Vorazes: A canção dos pássaros e das serpentes” se beneficia pela boa escolha de elenco. O pouco conhecido Blyth não se intimida em interpretar a versão jovem de um personagem tão icônico e tão bem interpretado por Donald Sutherland e faz uma boa construção de Coriolanus Snow, apesar de nem sempre ser auxiliado pelo roteiro.
Ele faz uma boa dupla com Zegler, também bastante segura em seu papel, e a dupla convence como casal bem mais do que Lawrence e Josh Hutcherson. Graças a seu bom trabalho, não fica difícil de torcer para que os dois tenham um final feliz.
Viola Davis vive a Dra. Volumnia Gaul, a grande vilã de ‘Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes’
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Vale destacar também o bom trabalho de Dinklage como o irônico e sinistro reitor Highbottom, que mantém uma relação contraditória com o protagonista.
Hunter Schafer (da série “Euforia”) está bem como Tigris, a prima de Snow que tenta manter sua moral intacta, embora apareça pouco.
O grande destaque do elenco é mesmo Viola Davis. A atriz se esbalda como a sádica personagem, que sente prazer em causar todo tipo de dor nas pessoas, de preferência com seus experimentos com animais como armas.
Auxiliada por um figurino extravagante, mas condizente com o perfil da coordenadora dos Jogos Vorazes, Davis faz com que a vilã seja marcante.
“Jogos Vorazes: A cantiga dos pássaros e das serpentes” é superior ao último filme, lançado em 2015 e pode até manter viva a franquia para futuros capítulos. Mas precisa acertar melhor o ritmo e o foco da história para não parecer que está atirando para todos os lados. Senão, pode acabar como as outras sagas distópicas que surgiram nos últimos anos: esquecidas com o tempo.

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Academia Brasileira de Cinema anuncia nomes dos 6 filmes que concorrem a uma vaga para representar o Brasil no Oscar

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Filme que será o representante do país para tentar uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional da premiação será anunciado em 23 de setembro. ‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, é um dos indicados pela Academia Brasileira de Cinema para concorer vaga para representar o Brasil no Oscar
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A Academia Brasileira de Cinema divulgou, nesta segunda-feira (3), os nomes dos 6 filmes que vão concorrer a uma vaga para representar o Brasil no Oscar.
Os longas foram pré-selecionados entre 12 obras inicialmente inscritas. Na próxima segunda-feira (23), será divulgado o nome do filme escolhido para ser o indicado pelo Brasil para tentar uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional do Oscar 2025.
Premiado como melhor roteiro no Festival de Veneza, “Ainda Estou Aqui”, filme de Walter Salles, está entre os selecionados.
Veja lista dos 6 filmes aprovados pela Academia Brasileira de Cinema para concorrem a uma vaga para representar o Brasil no Oscar:
“Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles
“Cidade Campo”, de Juliana Rojas
“Levante”, de Lillah Halla
“Motel Destino”, de Karim Aïnouz
“Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges
“Sem Coração”, de Nara Normande e Tião
Leia também:
Atuação de Fernanda Torres em ‘Ainda Estou Aqui’ é elogiada por crítica internacional: ‘Deve catapultá-la a prêmios’
‘Motel Destino’, de Karim Aïnouz, é selecionado para a competição pela Palma de Ouro do Festival de Cannes
Filme brasileiro “Ainda Estou Aqui” é aplaudido por 10 minutos no Festival de Veneza
Leia sinopse dos 6 filmes aprovados pela Academia Brasileira de Cinema para concorrem a uma vaga para representar o Brasil no Oscar:
“Ainda estou aqui” (Direção: Walter Salles)
Sinopse: Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice – cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas – é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos. Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.
“Cidade Campo” (Direção: Juliana Rojas)
Sinopse: O filme apresenta duas histórias sobre migração entre a cidade e o campo. Na primeira parte, após o rompimento de uma barragem inundar sua terra natal, a trabalhadora rural Joana se muda para São Paulo para encontrar sua irmã Tânia, que mora com o neto Jaime. Joana luta para sobreviver na “cidade do trabalho”. Na segunda parte, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, falecido recentemente. A natureza obriga as duas mulheres a enfrentar frustrações e lidar com memórias e fantasmas.
“Levante” (Direção: Lillah Halla)
Sinopse: A futura liberdade e autonomia de Sofía, uma jovem jogadora de vôlei, são ameaçadas por um conservador e violento efeito manada… Às vésperas do campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, Sofía (17), descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço, mas nem Sofía nem aqueles que a amam estão dispostos a se render ante o fervor cego da manada.
“Motel Destino” (Direção: Karim Aïnouz)
Sinopse: O Motel Destino em tons de neon é um hotel de sexo à beira da estrada sob o céu azul ardente da costa do Norte do Brasil, administrado pelo boorish Elias e sua frustrada e bela esposa Dayana. Quando Heraldo, de 21 anos, se vê no motel, depois de errar um golpe e fugir da polícia e da gangue que ele decepcionou, Dayana se vê intrigada e o deixa ficar. Enquanto os dois navegam em uma dança de poder, desejo e libertação, um perigoso plano de liberdade surge. Neste noir tropical, lealdades e desejos se entrelaçam, revelando que o destino tem seu próprio design enigmático.
“Saudade fez morada aqui dentro” (Direção: Haroldo Borges)
Sinopse: Bruno é um menino de 15 anos que está perdendo a visão de forma irreversível. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, o filme converte o destino trágico de seu protagonista em um relato de aprendizagem coletivo.
“Sem coração” (Direção: Nara Normande e Tião)
Sinopse: Verão de 1996, litoral de Alagoas. Tamara está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.

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Yasmin Brunet usou os melhores looks no 1º final de semana do Rock in Rio, segundo leitores do g1

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Modelo ficou nas duas primeiras posições da votação. Juliana Paes ficou com a terceira colocação entre os favoritos. Yasmin Brunet usou os melhores looks no 1º final de semana do Rock in Rio, segundo leitores do g1
Rogério Fidalgo / Webert Belicio/ Agnews
Yasmin Brunet usou os melhores looks no primeiro final de semana do Rock in Rio, segundo leitores do g1. A modelo apareceu nas duas primeiras posições da enquete para escolher qual celebridade foi a mais bem vestida na cidade do rock nesses três primeiros dias de festival.
O look favorito foi o usado por Yasmin Brunet no primeiro dia de Rock in Rio, com 66,46% dos votos. Na ocasião, a ex-BBB optou por um top preto combinando com uma saia da mesma cor com argolas. Yasmin completou o look com uma bota de cano alto.
A modelo também ficou com a segunda posição (23,16%). Desta vez, com um vestido de malha todo transpassado, escolhido para ser o terceiro figurino dela para o evento. A peça usada por Yasmin está disponível para venda por R$ 990. Ela completou o look com a mesma bota usada no primeiro dia do evento.
As atrizes Juliana Paes e Camila Queiroz e a ex-BBB Alane Dias empataram na terceira posição, com 0,76% dos votos cada.
Juliana escolheu um look social composto por um colete preto junto com uma calça no mesmo tom e com cós branco. A atriz usou o visual para curtir o primeiro dia de festival junto com a família.
Já Camila Queiroz somou um vestido curto prata combinando com uma jaqueta jeans. Enquanto Alane apareceu com um conjuntinho de top e calça marrons. As peças contavam com bordados e detalhes em tom dourado.
O Rock in Rio será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Leitores do g1 escolhem os melhores looks de famosos no primeiro final de semana do Rock in Rio
g1
Juliana Paes vai ao primeiro dia de shows do Rock in Rio
AgNews
A atriz e apresentadora Camila Queiroz no Rock in Rio
Rogério Fidalgo / Agnews
A ex-BBB Alane Dias no segundo dia de Rock in Rio
Rogério Fidalgo / Agnews

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Operação para recuperar celulares furtados no Rock in Rio tem 750 aparelhos apreendidos e 2 presos na Uruguaiana

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Polícia fará triagem nos celulares apreendidos para saber quais foram furtados do público do festival. Mais de 700 celulares são apreendidos em ação para recuperar aparelhos furtados no Rock in Rio
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A Polícia Civil apreendeu nesta segunda-feira (16) 750 celulares de origem suspeita em uma operação para recuperar aparelhos roubados no Rock in Rio. A ação foi realizada na Uruguaiana, no Centro. Duas pessoas foram presas.
As investigações, que começaram após um trabalho de monitoramento de furtos ocorridos durante o evento, deram conta que, em um box localizado na Uruguaiana, estavam expostos à venda diversos aparelhos de origem ilícita.
Chegando no local os policiais conseguiram flagrar o momento em que um homem desbloqueava um aparelho telefônico roubado. Ele foi conduzido à Delegacia de Repressão aos Crimes de Propriedade Imaterial onde foi autuado em flagrante delito pela prática do crime de receptação qualificada.
Na loja de outro homem também foram também identificados aparelhos que foram roubados ou furtados. Ele foi preso em flagrante pelo crime de receptação qualificada.
Os celulares recuperados são considerados de origem suspeita e a Polícia Civil disse que está trabalhando na identificação dos legítimos proprietários dos aparelhos para que seja providenciada a devolução do bem.
Celulares apreendidos
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