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Festas e Rodeios

MC Bin Laden coleciona histórias, algumas tranquilas, outras não tão favoráveis; relembre

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Funkeiro é atração do Primavera Sound 2023, que acontece nos dias 2 e 3 de dezembro, em São Paulo. Artista, que estourou oito anos atrás, lembra causos e dramas na sua trajetória. MC Bin Laden participou nesta terça (29) do podcast g1 Ouviu
Celso Tavares/g1
Da (quase) entrada para o tráfico de drogas à turnê pela Europa e parcerias com grandes nomes internacionais. Jefferson Cristian dos Santos Lima, o MC Bin Laden, coleciona histórias tranquilas e outras não tão favoráveis na sua trajetória.
O funkeiro se apresenta no palco São Paulo, do Primavera Sound 2023, no Autódromo de Interlagos, a partir das 21h. O festival encerra a programação no domingo (3).
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Bin Laden, da Zona Leste de São Paulo, virou um fenômeno em 2015 com os hits “Tá tranquilo, tá favorável” e “Bololo haha”.
Entre suas conquistas estão turnês no exterior, a participação de um show marcante do Jack Ü, projeto do Diplo e Skrillex no Lollapalooza em São Paulo, elogios do site especializado Pitchfork e feats estrelado com nomes como o Gorillaz. Mas nem tudo na carreira do cara foi glamoroso. Relembre as histórias de MC Bin Laden.
A (quase) trilha errada
Antes de ser conhecido na quebrada como MC Bin Laden, Jefferson Cristian dos Santos Lima era o MC JK. “Nessa época, eu quase entrei para o tráfico, porque eu passava fome, passava muita dificuldade mesmo”, contou Bin Laden em uma entrevista ao g1 Ouviu.
“Eu pedi para entrar no tráfico mesmo. Só que eu já cantava funk. Normalmente, a gente fazia a alegria da rapaziada ali, fazia umas rimas brincando, e o pessoal falou, ‘não entra, não. Vocês são muita luz, muito alegres, são os caras que trazem alegria para a gente’. Éramos eu e o MC Rayak.”
G1 Ouviu entrevista MC Bin Laden: ‘Eu quase entrei pro tráfico, eu queria entrar…’
Ele conta que tempos depois o Rayak acabou sendo preso quando foi fazer um show na Baixada Santista, por estar em uma mesma casa com pessoas que eram procuradas pela Justiça. “A gente andava junto e ele falava para eu não entrar nessas paradas”, diz.
“De tanto os caras falarem ‘você é muita luz’, ‘você é muita alegria, muita vibe’, ‘esse mundo não é pra você’, eu falei, ‘é isso mesmo, vou tentar o funk’.”
Enquanto trabalhava vendendo tênis na rua 25 de março, em São Paulo, o funkeiro fazia shows em pequenos bailes na periferia e era chamado para cantar em quermesses. O funk em alta na época era o ostentação, estilo diferente do que JK fazia. “Não tinha o que ostentar. Andava com tênis furado.”
Mentirinha para o bem
Quando Jefferson ainda era JK, aspirante a funkeiro de sucesso, a KL, uma das principais produtoras do estilo na época, estava organizando uma série de testes para revelar novos talentos na cena.
Wanderson Cardoso de Oliveira, produtor e caçador de talentos, conhecido como Mano DJ chamou JK para um desses testes.
MC Bin Laden
Divulgação
“Tinha um monte de MC lá. O Mano DJ falou que tinha um empresário que queria me ver cantando, porque eu cantava proibidão. Era tudo mentira dele”, diz Bin Laden.
“Chegou na hora, ele [Mano DJ] disse: ‘seguinte, ninguém quer te ver não, mas eu sei que você canta pra caramba, e o pessoal vai curtir seu jeito, seu carisma, e você vai passar’. Ele confiou”.
Ainda como JK, ele foi o último a cantar. A música escolhida foi um funk proibidão, “Senhor das armas”, que já mencionava Bin Laden.
“Ficaram impactado, porque, na hora, todo mundo estava cantando ostentação, putaria e ousadia. Eu cheguei cantando outro tipo de música. Acabei entrando.”
A criação de Bin Laden
A música que mencionava Bin Laden surgiu depois de Jefferson assistir a um documentário e o nome fico.
“Fui assistir e pensei na música. A gente caçou outros nomes, Kabum, Bola 7, Bola 8, granada, um monte de coisas. Mas os caras falaram que para colocar Bin Laden mesmo. ‘É louco demais, combina com ele’. Era Bin Laden. Eu queria MC, ficou: MC Bin Laden.”
G1 Ouviu MC Bin Laden: “O nome Bin Laden: Fumei vários e vi um filme”
O funkeiro conta que não tinha ideia de que adotar o nome de um terrorista, líder da al-Qaeda, responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001, nos EUA, poderia causar problemas para ele no futuro.
“Eu achei que ia estourar só no quarteirão de casa. Não imaginava que ficaria tão grande. [Para mim era] ‘não vai dar nada’. A gente é novão, cheio de sonho. Era ‘põe a gente pra cantar nos palcos'”, diz.
Segundo ele, existem planos para mudar seu nome artístico, ainda que seja uma ideia para mais adiante. Uma das opções é BL, para ficar mais próximo e não perder a identidade artística.
“Quando me perguntam se eu sou feliz [com o nome], na verdade, não sou, por entender o nome que eu carrego”, disse em entrevista ao g1.
“Creio que no momento certo, vou acabar mudando. E deixo isso bem claro até porque, muita gente fala, ‘não, nada a ver, só pra entrar nos Estados Unidos’. Não é, é saber do peso que o nome carrega e eu não quero carregar.”
Rima improvisada
Um dos primeiros sucessos como Bin Laden foi “Bololo haha”, e música veio de uma rima inesperada em uma das suas apresentações.
Naquela época, bombava uma montagem feita pelo MC Branquinho, com Passinho do Romano e voz do Nego do Borel.
Quem é MC Bin Laden?
“Era um ponto de voz do Nego do Borel no verso ‘quero ver os menor embrazar hoho haha'”, contou MC Bin Laden.
Em uma noite, ele foi se apresentar com o MC Kauan e um garoto, na plateia, estava com um corte de cabelo diferente: de um lado escrito “bololo” e do outro “haha”.
Mc Bin Laden dá entrevista ao g1 ouviu
Celso Tavares/g1
“O moleque estava ali na frente e eu comecei a mandar uma rima, que saiu sem querer: ‘porque aqui nois dá risada e bota pra acelerar’. A rima era para o cabelo do moleque”, diz. “Do nada, o baile começou a cantar, porque o Branquinho era do bairro e a música estava estourada. Naquela música era ‘hoho haha’ e eu fui com ‘bololo haha, bololo hahahaha’.”
O refrão foi cantado outras vezes e viralizou nas redes sociais, antes mesmo de ter a música. “Em seguida, uma das prévias já tinha 100 mil visualizações, depois a gente fez o vídeo na van e jogou na internet, mais 100 mil.” E ele começou a ser chamado para mais shows.
“Pensei: preciso ir para casa, ficar sozinho e fazer essa música, porque é ela que vai me levar pra cima. Fiz a música em 40 minutos, dei meu melhor nesses 40 minutos, lavando a alma.”
A faixa conquistou nomes importantes da música eletrônica dos EUA, Diplo e Skillex.
R$ 100 do empresário, R$ 400 do bolso
No entanto, foi com outra música que Bin Laden furou a bolha e virou fenômeno. Ele já andava incomodado com as músicas cheias de palavrão que estava fazendo e queria algo diferente. O amigo MC Gudan deu um toque para fazer tracks mais divertidas.
‘Tá tranquilo, tá favorável’: MC Bin Laden diz buscar ‘loucura’ em vídeos
“Fui dormir, acordei, sentei e escrevi ‘Tá tranquilo, tá favorável'”, diz. “A mensagem seria de um menor que virou, deu um giro na vida e tá firmão, tá tranquilão, tá brindando com aqueles que desacreditaram. A ideia era muito nesse conceito.”
MC Bin Laden comenta ‘Tá tranquilo, tá favorável’
Só que a música demorou para pegar em São Paulo, apesar do sucesso em outras cidades. A saída era gravar um clipe. “Fiz o corte Cascão do Ronaldo Fenômeno, raspei um dos sovacos e mostrei a barriga. Eu tinha vergonha de ficar sem camiseta”, diz.
Bin Laden conta que o empresário deu R$ 100 e ele colocou gasolina com mais R$ 400 do bolso para descer para o Litoral Norte de São Paulo. “Comprei um champanhe de R$ 30, um charuto de R$ 15 e fomos gravar. No fim do dia, não tinha como voltar e ficamos na casa de uma fã que reconheceu a gente.”
“O vídeo tinha começado a rodar e a minha namorada da época disse que eu tinha que ter vergonha, porque todo mundo fazia clipe ostentando e eu gravava vídeo zuado, me zuando”, diz. “Pedi para tirar do ar. Lembro que até briguei no dia porque não tinha investimento para os clipes.”
“Mas o moleque me mostrou os comentários de gente falando que estava com câncer no hospital, outra com depressão, triste, e que estavam dando risada com vídeo. Até o Lucas Lucco disse que estava passando por um momento triste e assistiu várias vezes porque curtiu muito.”
Duas semanas depois, o clipe estourou. Já o namoro acabou.
Processo contra FIFA
“Tá tranquilo, tá favorável” é acompanhada de coreografia feita pelo MC Bin Laden no clipe, em que cruza os braços e faz o “sinal da Hang Loose, o famoso sinal do Ronaldinho”, citado na letra, e que também se popularizou em 2016.
Vários jogadores de futebol, como Neymar, passaram a comemorar os gols com a dancinha, que foi parar na série de games “Fifa”, sem a autorização do funkeiro. Ele chegou a abrir um processo contra a EA Sports, que criou o jogo.
G1 Ouviu entrevista MC Bin Laden: “MC Bin Laden processa Fifa por usar dança sem pagar”
Bin Laden não foi o único brasileiro que processa empresas de games por uso indevido de imagem. Há mais de mil ações de jogadores de futebol pedindo indenização após figurarem em jogos de empresas americanas e japonesas.
Em 2021, Paulo de Tarso Sanseverino, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), suspendeu todos estes processos no Brasil. Ele tenta unificar os entendimentos e dar um “tratamento isonômico” aos casos, para evitar um caos de decisões diferentes em tribunais pelo país.
MC Bin Laden no clipe de ‘Tá tranquilo, tá favorável’, de 2015, e imagem do game ‘Fifa 21’ com Neymar fazendo a dancinha criada pelo artista
Reprodução
Mesmo não sendo jogador, o funkeiro também teve seu processo contra a EA Sports suspenso até que o STJ libere o andamento deste tipo de ação.
Confusão no Egito
Bin Laden acabou viajando muito com o sucesso – tanto para turnês quanto para a produção dos vídeos, que passaram a ter a assinatura da produtora Kondzilla. A gravação de um desses clipes rendeu a viagem curiosa.
“O Egito é muito doido. Carros batidos, não tem muito farol. Bateram na nossa van, e ninguém ligou. Tudo normal.”
Tinham alertado à equipe, incluindo ele e ao Konrad Cunha Dantas, o Kondzilla, sobre dar gorjetas às pessoas que os ajudassem. “Tudo o que eles iam fazer, iam pedir gorjeta. O Kond estava com dificuldades de amarrar o turbante e um cara chegou e ajudou. Ele deu dinheiro e o cara saiu resmungando”, conta.
G1 Ouviu MC Bin Laden: ‘Fiz clipes no Egito que a Kondzilla não lançou ‘
“O tradutor disse que o cara falou que ele era feio e estava fedendo. A gente não sabia que isso era um insulto, falou ainda que o dente era igual do camelo. O cara voltou e começou a discutir com o tradutor. Do nada, um outro cara apareceu de fuzil.”
“Meu assessor da época virou e falou, ‘você não consegue ficar quieto, os caras vão matar a gente, vamos embora’. A gente pegou os cartões de memória, entramos a van, saímos correndo e deixamos o tradutor lá. Chamaram a polícia e ele se virou por lá.”
“A gente deu meia volta e foi gravar do outro lado. Onde a gente estava era um lugar proibido.”
O clipe, no entanto, acabou não saindo. Bin Laden e Kond romperam a parceria e o material ficou com a produtora. “Não tem mais treta. As imagens são boas, mas não sei se pode usar, não sei se apagou, se tá vivo. Mas um dia, se tocar o coração do Kond, ele solta as imagens em algum clipe.”
Depressão
Depois da euforia de “Tá tranquilo, tá favorável”, entre os anos de 2018 e 2021, Bin Laden encarou uma maré mais baixa na carreira. Foi rejeitado por vários artistas para fazer música ou, se rolava o feat, sentia que o colega não fazia esforço tanto para se entregar para a parceria ou divulgar o trabalho.
“Achei que estava desvalorizado, estava com a cabeça ruim para trampar”, contou. Veio a depressão, mas também convites para ir para fora. Ele gravou com nomes como o C. Tangana, que estava estourado na Espanha na época, fez trabalhos em Portugal e na Itália.
MC Bin Laden participou nesta terça (29) do podcast g1 Ouviu
Celso Tavares/g1
“Eu não estava entendendo o que estava acontecendo com a minha carreira. Tinha muita gente envolvida, a coisa não estava legal. Estava indo forçado para o estúdio, para cumprir agenda”, diz. “Eu queria ficar mais lá fora do que aqui, porque parecia que lá fora eu era mais valorizado.”
“Entendi que o problema não era ninguém, era eu que não estava com a cabeça muito boa, tanto para relacionamentos quanto para entender o momento.”
“Na música, você precisa ficar ativo, eu não sou de criar polêmicas para ficar por cima. Prefiro ficar pela música.”
Quando voltou ao país, decidiu se reorganizar. Reviu a administração, as relações com pessoas com quem trabalhava e o que tinha afastado do funk e dos artistas.
“Pensei em me matar. Quase tentei tirar a minha própria vida. Foi um momento difícil não saber lidar com isso: estar no quarto, pensando em tirar a própria vida, e ter que sair para fazer show”, diz. “O pessoal, vendo você alegrizão, não sabe como você por dentro.”
“Me aproximei de pessoas que queriam meu bem, que colocaram o meu pé no chão, que me ajudaram a me recuperar e me curar. Tive que me encontrar na religião de forma mais profunda, e entender o processo e sair da situação. Me apeguei à religião, à academia e à minha família. Consegui ficar suave.”
Feat com Gorillaz
Foi a galera nas redes sociais que deu o toque em Bin Laden que Damon Albarn, vocalista do Blur e do Gorillaz, tinha comentado em uma entrevista sobre vontade de gravar com ele.
Albarn conheceu o som do funkeiro por meio do rapper britânico Slowthai, que já cantou com o Gorillaz e trabalhou com o funkeiro. Bin Laden e sua equipe foram atrás da produção dos caras, sem muitas expectativas
Damon Albarn, do Gorillaz, e MC Bin Laden
Arquivo pessoal
A resposta positiva sobre o encontro veio, mas Bin Laden e a turma teriam de voar de São Paulo até o Rio. “A gente tinha show em São Paulo e não tinha voo. Pegamos o carro e fomos.”
No encontro, que rolou em maio de 2022, por cinco horas, eles gravaram duas músicas. Uma delas, “Controllah”, saiu em fevereiro deste ano, e tem mais o estilo de Damon, “mais relax”. E Bin Laden comemorou nas redes sociais.
“É uma vitória pro funk, pro movimento. Um feat meu com uma das maiores bandas do mundo. Funk sendo ouvido no mundo todo.”
Além do Gorillaz, Bin Laden conta que ainda espera fazer um feat com Charli XCX, com quem trocou mensagens pelo Instagram. Com ela, no entanto, a proposta, se rolar, é outra: funk mandelão, e estilo mais raiz do funk.

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Travis Barker diz que queda de avião em Vinhedo o deixou em crise e com flashbacks de acidente que sofreu em 2008

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‘Não consegui voar o resto da turnê’, afirmou o baterista do Blink-182 em entrevista ao Wall Street Journal. O artista sobreviveu a um acidente aéreo, que deixou 4 mortos, há 16 anos. Travis Barker, do Blink-182, no palco do Lollapalooza 2024
Fabio Tito/g1
Travis Barker afirmou que a queda do avião da Voepass, em Vinhedo, o deixou em crise e o fez ter flashbacks do acidente aéreo que ele sofreu em 2008.
O baterista do Blink-182 ficou gravemente ferido em um acidente de avião nos Estados Unidos, que deixou quatro mortos. O acidente ocorreu durante a decolagem. Controladores de voo relataram a ocorrência de faíscas na aeronave, que, logo depois, saiu da pista e se chocou contra uma cerca, pegando fogo e parando perto de uma rodovia.
Ao ler as notícias sobre o acidente com a aeronave da Voepass, em agosto, que deixou 62 mortos, Travis entrou em crise e não conseguiu mais voar para as apresentações de sua turnê com a banda. O relato foi feito durante uma entrevista do músico para o Wall Street Journal.
“Eu fiquei bem por um tempo. Mas aquele acidente aéreo brasileiro me fez surtar quando eu estava na Europa. Que deus abençoe as almas de todas essas pessoas”, afirmou Travis quando questionado sobre como foi voar novamente após o acidente.
“Eu fui afetado de uma forma que eu não era há muito tempo. E isso me levou a ter um dos pesadelos e flashbacks mais realistas que eu já tive desde meu acidente e eu não consegui voar o resto da turnê”, revelou o músico.
“Eu fiz 15 viagens de 19 horas de ônibus, fiz trajetos de balsas. Eu só tive que voar para a Europa e voltar. Mas eu não estou bem para voar agora e eu vou viajar de ônibus até o restante do ano. Eu tenho meus momentos bons e meus momentos ruins. E por agora eu estou realmente fragilizado.”
Cenipa divulga hoje relatório preliminar sobre causa da queda do avião da Voepass

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Ponto a ponto: quem é Sean Diddy Combs e quais são as acusações que envolvem sua prisão

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Rapper americano foi preso em Manhattan, em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações em 16 de setembro. Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações. Caso Diddy: entenda o que é fato sobre o caso
A prisão de Sean Diddy Combs em 16 de setembro movimentou a indústria da música, levantou teorias nas redes sociais e fez explodir as buscas pelo nome do rapper na internet.
Alvo de processos envolvendo suspeitas de tráfico sexual e agressão, ele foi preso em Nova York, nos Estados Unidos, após meses de investigações. No meio disso, houve a divulgação de um vídeo que mostra Diddy arrastando e chutando Cassie Ventura, sua então namorada, no corredor de um hotel.
Ele, que ainda não foi julgado, nega as acusações que motivaram sua prisão. A seguir, entenda, ponto a ponto, quem é o rapper, como ele ficou famoso, a ligação com outros músicos e atores de Hollywood, quais são as suspeitas, as denúncias, o que a imprensa internacional relata e o que diz a defesa de Diddy.
Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Quem é Sean Diddy Combs?
Seu nome é Sean John Combs e ele tem 54 anos. Nasceu em 4 de novembro de 1969 no bairro do Harlem, na cidade de Nova York, nos EUA. É conhecido por diversos apelidos: Puff Daddy, P. Diddy e Love, principalmente.
Foi criado pela mãe após seu pai ser assassinado em 1972 e cursou administração na Universidade de Howard.
Tem sete filhos, com quatro mulheres diferentes:
O mais velho, Quincy, que hoje tem 33 anos, foi adotado após a morte da mãe, a modelo Kim Porter, vítima de pneumonia em 2018, e com quem o rapper teve um longo e instável relacionamento.
Por ordem de idade, o segundo é Justin, de 30 anos, fruto do relacionamento com a estilista e designer de moda Misa Hylton.
O terceiro é Christian, que tem 26 anos e é o primeiro filho biológico de Diddy com Porter.
A quarta é Chance, hoje com 18 anos, fruto do seu envolvimento com a empresária Sarah Chapman (enquanto ainda estava casado com Kim Porter).
Cinco meses após o nascimento de Chance, Diddy e Porter tiveram as gêmeas, D’Lila e Jessie, que têm hoje 16 anos. O casal terminou o relacionamento e as gêmeas cresceram ao lado de Chance de forma harmoniosa.
Em dezembro de 2022, Diddy surpreendeu os fãs ao anunciar o nascimento da caçula, batizada de Love Sean. A bebê de quase dois anos é filha de Diddy com a modelo Dana Tran.
⚠️Contexto: No começo dos anos 2000, no auge de sua carreira, Diddy dava festas disputadas e frequentadas por famosos e até políticos. Não havia registros, na época, de acusações contra o rapper. Em 2017, Diddy foi perfilado pela prestigiada revista Vogue (edição americana). O texto ressaltava o interesse específico do rapper por diamantes.
Como ele ficou famoso?
Diddy é um poderoso nome do mercado da música e produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G. É considerado um dos nomes responsáveis pela transformação do hip-hop de um movimento de rua para um gênero musical hiperpopular e de importância e sucesso globais.
Diddy começou no setor musical como estagiário, em 1990, na Uptown Records, uma das gravadoras mais populares dos EUA, e onde se destacou de forma meteórica e chegou a se tornar diretor. Em 1994, fundou sua própria gravadora, a Bad Boy Records.
Um de seus álbuns mais famosos, “No Way Out”, de 1997, rendeu a Diddy o Grammy de melhor álbum de rap. Principalmente depois do estouro com a música, Diddy fez ainda mais fortuna com empreendimentos do setor de bebidas alcoólicas e da indústria da moda, principalmente.
Ele também foi produtor de inúmeros artistas de sucesso e está por trás de grandes hits cantados por famosos. Muita gente, inclusive, o vê mais como um produtor e empresário do que como um músico.
Caso Diddy: quem são os famosos citados nas notícias do escândalo
Ligação e proximidade com famosos
Não é segredo que Diddy fez amizades diversas na indústria do entretenimento. Em 30 anos de carreira, são várias as fotos públicas ao lado de nomes de peso como Jay-Z, Ashton Kutcher e Justin Bieber, por exemplo. Ele também namorou a cantora e atriz Jennifer Lopez, que em entrevistas antes das acusações já disse que ele era infiel e a fazia sofrer (ela não se manifestou, até o momento, sobre a prisão).
Em um texto intitulado “These Famous Friends Of Diddy Haven’t Spoken Up About His Assault Allegations” (“esses amigos famosos de Diddy não se manifestaram sobre as alegações de agressão”, em tradução livre), a revista americana “Forbes” listou nomes que já foram fotografados com o rapper, que estiveram em festas dadas por ele ou na companhia dele, de amigos que já trocaram elogios públicos em entrevistas e de mulheres com quem o rapper se relacionou.
Em 1997, Jay-Z atuou com o rapper em uma faixa do álbum de estúdio de estreia de Diddy, “No Way Out”.
De acordo com a “Forbes”, Diddy e Kutcher se conheceram quando ambos estrelavam programas da MTV nos anos 2000 e, então, viraram amigos.
Já Bieber ficou próximo de Diddy em uma situação delicada, quando ainda era menor de idade e despontava para o sucesso. Há um vídeo antigo, de 2014, em que o rapper conta que os dois passariam 48 horas juntos e diz “vamos ficar completamente loucos” — Bieber tinha 15 anos na época e aparece sorrindo quando Diddy fala.
Alvo de processos por agressão sexual, rapper Sean ‘Diddy’ Combs é preso nos EUA
Em 2019, Diddy comemorou 50 anos em uma badalada festa. De acordo com a “Vanity Fair”, a lista de convidados incluía nomes como Beyoncé, Jay-Z, Kanye West, Kim Kardashian, Leonardo DiCaprio, Pharrell, Jimmy Iovine, Naomi Osaka, Cardi B, Offset, Lizzo, Janelle Monáe, Nelly, Kate Beckinsale, Snoop Dogg, Ted Sarandos, Queen Latifah, Post Malone, Regina King, Lauren London, Jaden Smith e Jack Dorsey.
A publicação relatou, na época, que Diddy disse se sentir “abençoado por ter chegado aos 50” e que estava feliz por ter celebrado com “amigos e familiares mais próximos”.
Prisão
Diddy foi preso no hotel Park Hyatt, na rua 57, em Nova York, na noite do dia 16 desde mês, uma segunda-feira. Ainda não há data para o julgamento.
Segundo a imprensa internacional, caso seja julgado culpado das acusações, ele pode ser condenado a prisão perpétua. De acordo com o jornal “The New York Times”, as seguintes acusam estão na denúncia contra ao rapper:
“Durante décadas”, Diddy “abusou, ameaçou e coagiu mulheres e outras pessoas ao seu redor para satisfazer seus desejos sexuais, proteger sua reputação e ocultar suas ações”, diz o documento da acusação, que também afirma que ele usava seu “império” musical para atingir seus objetivos.
O promotor Damian Williams disse à imprensa internacional que Diddy construiu um sistema baseado na violência para obrigar as mulheres a “longas relações sexuais”, sob efeitos de drogas e cetamina, e que o rapper gravava esses abusos.
“Quando não conseguia o que queria, era violento, (…) chutava e arrastava as vítimas, às vezes pelos cabelos”, disse o promotor. O pedido de fiança foi negado e, até a publicação deste texto, Diddy permanecia preso e sem data para o julgamento. Ele nega as acusações.
Investigações
O nome do rapper, entretanto, já estava na imprensa internacional — não por bons motivos — meses antes.
A primeira acusação formal partiu da cantora e ex-namorada Cassie Ventura em novembro de 2023. Ela o processou por abuso sexual. Cassie também disse que Diddy “exigia que ela se envolvesse em atos sexuais forçados” e que ele a obrigava a fazer sexo com outros homens enquanto era filmava.
O processo de Cassie foi encerrado no mesmo mês sem que detalhes tenham vindo a público.
Também em setembro, um presidiário do Michigan que acusou Diddy de drogá-lo e de ter abusado dele sexualmente em uma festa há 30 anos ganhou uma batalha judicial contra o rapper. Segundo o relatado, Derrick Lee Smith venceu a disputa durante uma audiência virtual após Diddy não comparecer.
Depois disso, mais pessoas se apresentaram com acusações contra Diddy. Uma mulher disse que Diddy a estuprou duas décadas atrás, quando ela tinha 17 anos.
Em fevereiro deste ano, um produtor musical entrou com uma ação alegando que Diddy o coagiu a contratar mulheres e o pressionou a fazer sexo com elas.
E, em maio, a CNN, rede de televisão americana, divulgou um vídeo em que Diddy é visto, de toalha amarada na cintura, arrastando, jogando no chão e chutando Cassie no corredor de um hotel. O caso aconteceu em março de 2016 em Los Angeles, também nos EUA. O vídeo foi usado no processo de Cassie.
Segundo a imprensa internacional, um trecho do processo encerrado diz que o rapper “deu um soco no rosto da sra. Ventura, deixando-a com um olho roxo” no episódio ocorrido no hotel e gravado pelas câmeras de segurança. Cassie, então, teria esperado até que Diddy adormecesse para tentar sair do hotel, mas Diddy percebeu.
Também em maio, o site “TMZ” noticiou que a modelo Crystal McKinney entrou com um processo contra Diddy. De acordo com a denúncia, apresentada em Nova York, ela afirmou que foi “drogada e sexualmente agredida” em 2003 por Diddy após um evento da Semana de Moda Masculina na cidade.
Repúdio e indignação
Depois da prisão de Diddy, o atual prefeito de Nova York, Eric Adams, exigiu que o rapper devolvesse a simbólica chave da cidade que ele recebeu em setembro de 2023.
A Universidade Howard, onde Diddy estudou, rescindiu o título honorário que havia dado ao rapper, retirou seu nome de um programa de bolsas de estudo e devolveu uma doação de US$ 1 milhão, segundo reportagem de “The Guardian”.
Até o momento, dois importantes rappers se manifestaram publicamente contra Diddy: 50 Cent e Eminem.
Em julho, 50 Cent disse ao site “The Hollywood Reporter” que Diddy mente “sobre tudo”.
O que diz a defesa de Diddy
Agora, em setembro, no dia seguinte à prisão de Diddy, um advogado do rapper, Marc Agnifilo, afirmou que seu cliente havia se mudado voluntariamente para Nova York em antecipação às acusações.
Em dezembro do ano passado, após as acusações de Cassie, Diddy postou um “CHEGA” em caixa alta nas redes sociais, também como citado em reportagem de “The Guardian”.
“Alegações repugnantes foram feitas contra mim por indivíduos que buscam um dinheiro rápido. Deixe-me ser absolutamente claro: eu não fiz nenhuma das coisas horríveis que estão sendo alegadas. Eu lutarei pelo meu nome, pela minha família e pela verdade”, acrescentou.
Depois da divulgação do vídeo de Cassie, Diddy postou um vídeo se desculpando, “Fiquei enojado quando fiz isso e estou enojado agora”.
Sobre o caso do presidiário mencionado acima, um advogado de Diddy disse, na época, que o rapper não conhecia o homem e que pediria a anulação da sentença. E também afirmou que o homem cometeu “fraude no tribunal”, segundo reportagem do “Guardian”.
Nesta terça-feira (24), os filhos filhos de Diddy com Porter divulgaram uma nota conjunta repudiando os falsos rumores que passaram a circular de que a mãe deles estaria escrevendo um livro antes de morrer.
Eles também reafirmaram que a causa da morte da mãe foi estabelecida há muito tempo e pediram respeito.
“Nossa mãe deve ser lembrada pela bela, forte, gentil e amorosa mulher que ela era. Sua memória não deve ser manchada por horríveis teorias da conspiração. […] Estamos profundamente tristes que o mundo tenha feito um espetáculo do que foi o evento mais trágico de nossas vidas.”

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Não é só a Anitta… relembre cantoras que namoram (ou namoraram) com atletas

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Shakira, Nicole Scherzinger, Taylor Swift, Victoria e Elza Soares são artistas que já escolheram atletas como companheiros. Vinicius Souza e Anitta
Reprodução/Instagram
Anitta postou fotos ao lado do Vinicius Souza no perfil dela no Instagram e deu a entender que está em um relacionamento com o jogador de futebol revelado pelo Flamengo e hoje no Sheffield United, time da segunda divisão da Inglaterra. Assim como ela, outras cantoras namoram (ou já se relacionaram) com esportistas.
Shakira e Gerard Piqué
shakira pique
Reuters
A cantora colombiana começou seu relacionamento com ex-jogador da seleção espanhola Gerard Piqué em 2010. Eles tiveram dois filhos, Sasha e Milan, mas o casamento terminou em 2022 com acusação de traição.
Iza e Yuri Lima
O jogador Yuri Lima e a cantora Iza
Reprodução/Instagram
Em 2023, Iza e o jogador de futebol Yuri Lima assumiram o namoro no Dia dos Namorados nos Estados Unidos. Em julho desde ano, grávida da primeira filha do casal, ela anunciou a separação: “Ele me traiu”.
Taylor Swift e Travis Kelce
Taylor Swift e Travis Kelce
REUTERS/Mike Segar
As especulações que a cantora e o jogador de futebol americano estariam juntos começaram a surgir no final de 2023. Em uma entrevista para o jornal “Wall Street Journal”, Travis disse que familiares da cantora o ajudaram a chamar atenção de Taylor e que nunca tinha namorado ninguém “com esse tipo de aura”. Para alegria dos swifities, eles seguem firmes e fortes.
David Beckham e Victoria Beckham
David e Victoria Beckham no casamento real
Chris Radburn/pool via AP
Juntos há 15 anos, o ídolo do Manchester United ganhou o coração da ex-Spice Girl. O casal tem quatro filhos: Brooklyn, Harper, Cruz e Romeo.
Lewis Hamilton e Nicole Scherzinger
Lewis Hamilton e Nicole Scherzinger
Mark Thompson/Getty Images/Ian West/POOL/AFP
Eles ficaram juntos por sete anos, mas o casal se separou em 2015. De acordo com a imprensa europeia, ex-integrante das Pussycat Dolls teria pressionado o piloto de Fórmula 1 a se casar.
Leo Moura e Perlla
Leo Moura e Perlla
Eduardo Moura/GloboEsporte.com/ Divulgação
Após dois anos de namoro, o casal decidiu se separar em 2009. Eles chegaram a tentar uma reconciliação, mas decidiram terminar o noivado após rumores de que o jogador teria tido uma filha fora do relacionamento.
Garrincha e Elza Soares
Elza Soares e Garrincha
Reprodução
O romance da cantora com o craque – então casado com Nair Marques -começou em 1962. A cantora chegou a ser acusada injustamente de ter destruído a família e a carreira do jogador. Depois de 16 anos de casamento, o relacionamento teve fim por conta das agressões físicas e da luta de Elza contra o alcoolismo de Garrincha.

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