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Festas e Rodeios

‘Mmm mmm mmm mmm’: os 20 anos do hit mais estranho da história da música pop

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Ao g1, líder do Crash Test Dummies explica letra e relembra sucesso cantado com vozeirão: ‘Pensava que era péssimo’. Série ‘Quando eu hitei’ tem artistas que sumiram. ‘Mmm mmm mmm mmm’: os 20 anos do hit mais estranho da história da música pop
Em 1993, foi lançada uma das canções mais estranhas da história da música pop. “Mmm Mmm Mmm Mmm” tinha um refrão bastante simples: o vocalista apenas ficava cantando “Mmm Mmm Mmm Mmm”. Mesmo com toda essa peculiaridade, a música da banda canadense Crash Test Dummies chegou ao top 10 em mais de 20 países, incluindo o Brasil.
“As pessoas às vezes me perguntam. Qual é o problema? Você não conseguiu pensar em nenhuma palavra?”, diz Brad Roberts ao g1, rindo um pouco. Autor de “Mmm Mmm Mmm Mmm” e vocalista do Crash Test Dummies, ele até tentou encaixar frases na parte principal da música, substituindo o “Mmm Mmm Mmm Mmm”, mas não rolou.
“Eu fiz uma versão quando ainda não sabia qual seria a letra do refrão e então apenas murmurei. Eu só cantarolo a melodia. Mas a banda pensou que era assim que eu pretendia que a música fosse e eles ficaram bem chateados quando tentei colocar uma letra lá… falaram tipo ‘Não, não… menos é mais. Você tem que manter do jeito que está’. Então, mantivemos do jeito que estava.”
Na série “Quando eu hitei”, artistas do pop relembram como foi o auge e contam como estão agora. São nomes que você talvez não se lembre, mas quando ouve a música pensa “aaaah, isso tocou muito”. Leia mais textos da série e veja vídeos ao final desta reportagem.
A banda canadense Crash Test Dummies, dona do hit ‘Mmm Mmm Mmm Mmm’
Divulgação/Arista Records
“Mmm Mmm Mmm Mmm” conta a história de três crianças “estranhas”:
um garoto que sofre um acidente e aí com esse trauma o cabelo dele fica branco;
uma garota que não troca de roupa no vestiário porque ela tem marcas por todo corpo;
e um menino impactado ao participar de alguns rituais religiosos da família dele.
“Depois que todos os versos foram escritos, eu amarrei tudo com essa parte ‘Mmm’, que é basicamente um período de reflexão, enquanto o ouvinte tem tempo para assimilar a história da primeira pessoa. Depois, tem outro período de reflexão, depois o próximo verso e assim vai.”
Seria como aquela parte da conversa quando alguém ouve a história e fica dizendo “Hmmmm, entendi”, tipo uma pausa para entender o que foi falado? “Sim, sim. É exatamente isso.”
De onde vieram as histórias?
A ideia do garotinho que sofre um acidente de carro e o cabelo fica grisalho foi inspirada em várias histórias que Brad conhecia. “Acontece em períodos com um grande estresse emocional”, ele explica. “Isso aconteceu com meu tio-avô durante a Segunda Guerra Mundial, durante um período particularmente traumático. Durante a noite, ele desenvolveu uma mancha cinza na lateral da cabeça.”
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No segundo verso, uma menina tem manchas de nascença pelo corpo. “Por isso ela era separada do resto das crianças. Ela também tem uma marca que a faz ser diferente dos demais.”
A criança no último verso é inspirada em uma amiga. “Os pais dela eram cristãos fundamentalistas do tipo ‘santos roladores’. Eles frequentavam uma Igreja Pentecostal, onde ‘falavam em línguas’ nas cerimônias religiosas. Minha amiga ficava muito assustada, quando era pequena, porque os pais se ‘transformavam’ nessas outras pessoas e se comportavam de uma maneira que eles não conseguiam entender. Foi tudo muito traumático para ela.”
E esse vozeirão, ein?
Capa do álbum ‘God Shuffled His Feet’, lançado pelo Crash Test Dummies em 1993, com o single ‘Mmm Mmm Mmm Mmm’
Reprodução
Outra peculiaridade de “Mmm Mmm Mmm Mmm” e da banda no geral é a voz super grave do cantor. Ele começou a carreira apenas escrevendo as músicas para outras pessoas cantarem. “E elas nunca cantavam do jeito que eu cantava na minha cabeça”, lamenta.
“Virei cantor meio no automático. Eu nunca pensei que minha voz pudesse ser consumida pelas massas. Mas descobri que minha voz acabou sendo um catalisador para o nosso som. Para minha surpresa, as pessoas realmente gostaram da minha voz.”
Brad diz que demorou muito para “desenvolver” sua voz e encontrar uma forma de cantar. “Eu passei a maior parte do meu tempo fazendo aulas de piano ou aulas de violão. Não passei nenhuma parte da minha vida cantando, porque nunca conseguia cantar junto as músicas do rádio. Elas eram sempre muito agudas para mim. Eu pensava que era péssimo. O que eu precisava fazer era cantar junto com Johnny Cash ou Leonard Cohen. Então, demorei um pouco, mas encontrei minha voz.”
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Hoje, o vocalista vive com a esposa em Nova York. Ele segue na ativa: o Crash Test Dummies ainda faz turnês e ele tem desenvolvido ideias de novos projetos sobre temas complexos como a criação da linguagem. “Trinta anos atrás, éramos muito mais populares. Mas temos uma base sólida de fãs que vêm nos ver até hoje. Para mim, fazer turnês agora é muito mais agradável do que quando eu era muito mais jovem.”
Ele diz que no auge da banda, nos anos 90, havia muita pressão. “A gravadora estava tentando apresentar a banda para um novo público, era um grande empreendimento. Isso tudo me pegou demais. Eu acordava às seis da manhã para dar entrevistas de rádio e então ficava fazendo isso o dia todo. Depois, fazia o show à noite, voltava para o hotel, dormia, acordava e fazia a mesma coisa o dia todo de novo. Aquele esquema era absolutamente exaustivo.”
A banda Crash Test Dummies no começo dos anos 90, com o vocalista no centro
Divulgação/Arista Records
Agora, o cantor tenta sempre fazer as entrevistas antes das viagens. “Quando chego lá, consigo descansar o quanto preciso, faço exercícios, como bem e tudo mais. Então, eu tenho gostado muito mais de sair em turnê. Recentemente, foi publicado um livro sobre as relações entre fazer turnês e a saúde mental. A conclusão é que prejudica muito a psique. Mas eu tive muita sorte de ter membros da banda que me apoiaram muito e a nossa equipe, nossos empresários sempre nos ajudaram. Foi um período difícil, mas com ajuda a gente supera”, garante o cantor, que tinha a companhia do irmão mais novo na banda, o baixista Dan Roberts.
Naqueles tempos, Brad teve problemas com o excesso de álcool. “Eu bebi muito por um bom tempo na minha vida, mas hoje não bebo mais. Não gosto mais de beber e provavelmente eu tenha bebido demais. Mas nunca escrevi músicas estando bêbado, mesmo nas vezes que escrevi sobre bebida. Eu não consigo escrever bem quando estou bebendo: é difícil entender o que estou sentindo e compartilhar isso de uma forma lírica, sabe?”
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Vários acidentes de carros
O nome da banda, Crash Test Dummies, vem daqueles bonecos usados em testes de acidentes de carros. Ele se machucou em uma batida de carro na infância. Não foi nada grave. Depois, envolveu-se em outros acidentes menores. Em 2000, quase morreu em um acidente de carro que teve até uma explosão. No fim, acabou só com o braço quebrado. De certa forma, a criança que sofre o acidente de carro na música é ele? “Com certeza é. Todas elas são um pouco eu.”
“Eu acho que eu nunca falei sobre isso, mas eu sofri um acidente de carro quando era um garotinho. Estava no carro dirigido pelo pai de um amigo e um motorista bêbado bateu na gente”, relembra. “Enfim, eu era muito pequeno para realmente entender o que estava acontecendo mesmo. Mas eu machuquei meu pescoço e não pude ir à aula de ginástica no dia seguinte. Isso foi bom.”
“Eu estava em uma idade muito impressionável, eu acho, embora meu cabelo não tenha ficado branco no acidente de carro. Só que eu sempre tive… não acho que medo ou fobia, mas uma certa dificuldade de entender como as coisas podem mudar rapidamente na nossa vida. Isso faz sentido?”
A música mais irritante de todos os tempos?
Brad Roberts, vocalista do Crash Test Dummies em foto dos anos 90 e em imagem recente
Reprodução/Site do cantor
Nos anos seguintes, a música apareceu em várias listas que nenhuma banda gostaria de ser incluída. Na revista “Rolling Stone”, “Mmm Mmm Mmm Mmm” foi escolhida como uma das músicas mais irritantes de todos os tempos. O canal VH1 e a revista Blender, pegaram ainda mais pesado e botaram “Mmm Mmm Mmm Mmm” no ranking de piores músicas da história.
Esse tipo de coisa, claro, pode chatear qualquer um. Inclusive alguém tão solene e sagaz quanto Brad. “O negócio é que quando você tem uma música que fica tão famosa assim, você fica mais propenso a ser criticado mesmo, porque você nunca vai conseguir agradar todo mundo”, explica, na resposta mais curta e direta de toda a entrevista.
“Eu fiquei bem lisonjeado quando, por exemplo, o Weird Al Yankovic fez uma paródia. Foi tipo um marco da minha carreira. Então, na verdade não vale a pena ficar prestando atenção nesse tipo de coisa.”
A vida depois de ‘Mmm Mmm Mmm Mmm’
Três momentos da vida pessoal de Brad Roberts, do Crash Test Dummies: com o cachorro, com a esposa e compondo
Reprodução/Facebook do artista
Além de “Mmm Mmm Mmm Mmm”, o Crash Test Dummies ficou conhecido pelas letras inteligentes e honestas. Brad é formado em Literatura Inglesa pela Universidade de Winnipeg, cidade natal dele, no Canadá. Lançada após seu maior sucesso, “Afternoons & Coffeespoons” teve certo destaque na MTV e em rádios e paradas dedicadas ao rock alternativo. Na letra, Brad imaginava como seria a vida dele quando ele ficasse mais velho: “Algum dia, eu vou ter uma entrada no cabelo / Algum dia, eu vou usar pijamas durante o dia”.
O cantor de quase 60 anos não estava de pijama durante a entrevista feita por videoconferência, mas continua achando a música “divertida demais”. “Eu tive a audácia de incluir T.S. Elliot em uma música pop e ainda gosto de ter feito isso. Ela é até hoje é muito bem recebida quando tocamos ao vivo. O nosso guitarrista faz um ótimo solo de guitarra, e daí tem uma pausa… e o arranjo bem além de como soa no disco. É uma das partes mais divertidas do nosso show.”
Será que rola tanta identificação pelo fato de a música ter versos sobre a única certeza da vida, que é a morte? Ele ri timidamente, antes de responder. “Eu acho que a letra conquista as pessoas por esse motivo, sim. Ironicamente, acho que o solo da guitarra é crucial na percepção que as pessoas têm dessa música, porque a versão ao vivo é muito enérgica.”
Brad Roberts (vocalista do Crash Test Dummies) e Ellen Reid (tecladista) posam juntos
Divulgação/Facebook da banda
Quando não estão em turnê, Brad tem estudado e gravado músicas sobre temas complexos como a era de ouro da música clássica. Ele diz que está “obcecado” com a criação da linguagem, os tempos em que “o som ainda não havia sido escravizado pelo sentido”. O verso está em “Sacred Alphabet”, música mais recente do grupo, lançada em março deste ano. “Eu comecei a me interessar pela linguagem e pela consciência quando estudei filosofia na universidade, quando era jovem”, recorda. “Eu lutei para escrever essa letra por algum tempo.
Na parte musical, hoje a maior influência é a música clássica, principalmente Johann Sebastian Bach. “Tenho estudado algo chamado contraponto, uma forma de compor música que Bach pegou e ampliou muito. Comprei um piano durante a pandemia e decidi estudar piano clássico, coisa que nunca havia feito antes. Foi uma abordagem completamente diferente para mim comparando à maneira como eu escrevia antes, que era tocar acordes na guitarra e cantarolar melodias.”
Além do pop rock, nos últimos anos ele se dedicou aos mantras. “Eu fazia ioga, porque tenho algo chamado síndrome das pernas inquietas, que é um termo totalmente incapaz de fazer justiça à gravidade dos sintomas. É extremamente doloroso e consegui aliviar isso fazendo ioga.”
“Por isso, os mantras e a ioga acabaram se tornando grande parte da minha vida. Mas aí eu quebrei o braço e tem sido muito difícil fazer ioga desde então, mas deveria voltar. Eu estava carregando o filhinho do meu irmão mais novo nas costas e me abaixei para levá-lo em cima de mim, foi quando eu caí e me machuquei. Foi a segunda vez que quebrei meu braço. A primeira vez foi em um acidente de carro, quando eu tinha 38 anos. Isso foi há muito tempo. É, estou velho.”
VÍDEOS: QUANDO EU HITEI
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A famosa prisão onde rapper Diddy está detido: ‘O caos reina’

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Na semana passada, um juiz de Nova York ordenou que o rapper Sean ‘Diddy’ Combs fosse preso lá depois de promotores federais o terem acusado de tráfico sexual, extorsão e transporte para se envolver em prostituição. Ele se declarou inocente. Sean ‘Diddy’ Combs em foto de 2017, em Nova York.
Lucas Jackson/Reuters
Normalmente, o juiz distrital dos Estados Unidos Gary J Brown teria enviado o homem para a prisão federal local para cumprir a pena por fraude fiscal.
Mas uma coisa o deteve: “As condições perigosas e bárbaras que existem há algum tempo no Centro de Detenção Metropolitana do Brooklyn”.
A famosa prisão, comumente conhecida como MDC, está mais uma vez sob os holofotes devido ao seu mais recente detento celebridade.
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Na semana passada, um juiz de Nova York ordenou que o rapper Sean “Diddy” Combs fosse preso lá depois de promotores federais o terem acusado de tráfico sexual, extorsão e transporte para se envolver em prostituição. Ele se declarou inocente.
Réus importantes como Combs às vezes recebem proteção especial quando são presos, e o magnata da música estaria em uma seção do MDC no Brooklyn para detidos que necessitam de proteção especial.
Combs está, de acordo com relatos da mídia local, compartilhando um dormitório com o empresário de criptomoedas Sam Bankman-Fried, que já dirigiu uma empresa avaliada em bilhões, mas foi condenado por múltiplas acusações de fraude em março.
E por ser a única prisão federal na cidade de Nova York, para onde são levadas pessoas envolvidas em casos importantes, a dupla é apenas o último de uma extensa lista de nomes notáveis ​​que passaram pelas portas da instalação.
Essa lista inclui o rapper R Kelly, bem como Ghislaine Maxwell, sócia de Jeffrey Epstein, bilionário acusado de tráfico sexual de menores de idade e que foi encontrado morto em sua cela em 2019.
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Mas para muitos dos 1.200 presidiários atuais do MDC Brooklyn, a história é diferente.
Numa decisão de condenação em agosto, o juiz Brown citou vários casos de colegas juristas que hesitaram em enviar condenados para a prisão devido às péssimas condições do local.
“As alegações de supervisão inadequada, agressões desenfreadas e falta de cuidados médicos suficientes são apoiadas por um conjunto crescente de provas, com certos casos que são irrefutáveis”, disse ele.
“O caos reina, juntamente com a violência descontrolada”, acrescentou o juiz Brown.
Sua decisão incluiu o caso de um réu que foi esfaqueado várias vezes, mas relatou não ter recebido cuidados médicos, ficando trancado em sua cela por 25 dias. O juiz citou a falta de pessoal e a piora das condições após a pandemia de covid-19.]
Se o Departamento de Prisões decidisse enviar um condenado no caso de fraude fiscal para o MDC, escreveu o juiz, ele anularia a sentença.
Uma história conturbada
O MDC Brooklyn foi inaugurado na década de 1990 e seus problemas remontam a anos.
Em 2019, um incêndio elétrico no auge do inverno causou um apagão, mergulhando a instalação na escuridão e em condições geladas.
Em junho de 2020, um preso, Jamel Floyd, morreu após ser atingido com spray de pimenta lançado por agentes penitenciários da cadeia.
Sua família processou o governo federal por sua morte. Uma análise do Departamento de Justiça concluiu que havia “evidências insuficientes” de que as autoridades penitenciárias “se envolveram em má conduta administrativa”, mas reconheceu que o uso de spray de pimenta violava as regras.
O juiz Brown não é o único juiz a criticar duramente a instalação.
Em janeiro, o juiz Jesse Furman, do Tribunal Distrital Federal de Manhattan, recusou-se a enviar para lá um homem que se declarou culpado em um caso de tráfico de drogas
Depois de inicialmente permitir que o homem, Gustavo Chavez, aguardasse a sentença em liberdade supervisionada, o juiz Furman acabou por deixá-lo fora da MDC e apresentar-se diretamente na prisão onde cumpriria a sua pena.
Em julho, Edwin Cordero, de 36 anos, morreu após ser ferido em uma briga enquanto cumpria pena no MDC.
“As condições decrépitas são realmente alimentadas por este tipo de terrível combinação de circunstâncias”, disse Andrew Dalack, advogado de Cordero e Chávez, à BBC News. “Superlotação, falta de pessoal e falta de vontade política para corrigir as condições.”
Como defensor público baseado no Brooklyn, Dalack representou vários clientes que foram enviados ao MDC. “É um lugar realmente assustador para se estar”, disse ele.
Após a morte de Cordero, o congressista Dan Goldman, que representa o distrito onde está localizada a instalação de Brooklyn, apelou a uma maior supervisão federal para abordar a “falta crônica de pessoal, o confinamento solitário perpétuo e a violência generalizada”.
O Departamento Federal de Prisões, que administra a instalação, afirmou em comunicado que “leva a sério nosso dever de proteger os indivíduos sob nossa custódia, bem como de manter a segurança dos funcionários correcionais e da comunidade”.
Um porta-voz da agência apontou para a criação de uma equipe de ação urgente, que procuraria resolver problemas no MDC, e um esforço contínuo para contratar mais pessoal e resolver um atraso de pedidos de manutenção.
Um relatório de fevereiro de 2024 compilado pelo escritório da Defensoria Federal, onde Dalack trabalha, atribuiu problemas de superlotação ao fechamento de outra problemática prisão localizada em Manhattan, que o governo fechou em 2021 – dois anos após a morte sob custódia de Jeffrey Epstein nesse local.
Eles também disseram que a presença de drogas e outros contrabandos contribui para a atmosfera perigosa das instalações.
A prisão mantém indivíduos que foram condenados por crimes federais, mas uma parte substancial da população aguarda julgamento nos tribunais federais da cidade e ainda não foi considerada inocente ou culpada.
As condições pesaram sobre os clientes do Dalack, que já enfrentavam a perspectiva de um encarceramento mais permanente.
“Não deveria ser o caso de que, enquanto sua vida e sua liberdade estão em risco, você tenha que ser completamente despojado de sua humanidade”, disse ele. “O MDC Brooklyn tem um jeito de realmente derrubar as pessoas e fazê-las se sentirem menos que humanas.”

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Uma noite com (a música de) Djavan na trilha ao vivo de bar do Rio de Janeiro

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♫ COMENTÁRIO
♩ Jantei hoje à noite em bar-restaurante do centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ). No cardápio, música ao vivo na voz de um (bom) cantor. Um cantor de barzinho, como tantos que ganham a vida anonimamente na noite enquanto batalham por lugar ao sol no mundo da música.
Além da voz bem colocada do cantor, me chamou a atenção a predominância do cancioneiro de Djavan no repertório do artista. Em cerca de meia hora, duas músicas, Outono e Se…, ambas do mesmo álbum do cantor e compositor alagoano, Coisa de acender (1992).
É curioso o poder da música de Djavan. Passam os anos e passam as modas do mundo da música, mas Djavan nunca sai de moda. Todo mundo canta junto. Todo mundo gosta. E olha que Djavan nunca fez canções do estilo tatibitate.
Se… ainda pode ser considerada uma canção radiofônica, embora muito acima do padrão das canções feitas para tocar no rádio. Já Outono é balada pautada pela sofisticação poética e harmônica.
Mesmo assim, Outono resiste como uma trilha dos bares em todas as estações ao lado de joias do mesmo alto quilate como Meu bem querer (1980), Samurai (1982), Sina (1982), Lilás (1984) e, claro, Oceano (1989). Isso para não falar nos sambas como Fato consumado (1975).
Djavan tem essa particularidade. É um compositor extremamente requintado, mas, ao mesmo tempo, consegue empatia com o público. Todo mundo sabe cantar as músicas de Djavan.
Deve ser por isso que o artista, já com mais de 50 anos de carreira, ainda reina nas trilhas dos bares e restaurantes com música ao vivo. Parece banal, mas é preciso ser gênio para ocupar esse trono ao longo de décadas.

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Pedro Madeira confirma a expectativa com bom álbum entre o samba e o soul

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Cantor e compositor carioca lança o coeso disco autoral ‘Semideus dos sonhos’ em 10 de outubro. Capa do álbum ‘Semideus dos sonhos’, de Pedro Madeira
Gabriel Malta / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Semideus dos sonhos
Artista: Pedro Madeira
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Em 2018, Pedro Madeira era mais um na multidão de fãs de Iza, na primeira fila de show da cantora, quando ganhou o microfone da artista e, da plateia, fez breve participação no show. Ali, naquele momento, o carioca morador da comunidade de Pau Mineiro, no bairro de Santa Cruz, fã de Iza e de Beyoncé, se revelou cantor para ele mesmo.
Decorridos seis anos e três singles, Pedro Madeira já é cantor e compositor profissional e se prepara para lançar o primeiro álbum, Semideus dos sonhos, em 10 de outubro.
Exposto na capa do álbum em expressiva foto de Gabriel Malta, Madeira já lançou três singles – Chuva (2022), Pássaros (2023) e Bem que se quis (2023) – em que transitou pelo soul nacional da década de 1970 (sobretudo em Chuva) e pelo pop ítalo-brasileiro na (trivial) abordagem do sucesso de Marisa Monte.
No quarto single, Só mais um preto que já morreu, o cantor cai no samba em gravação que chega ao mundo amanhã, 27 de setembro, duas semanas antes do álbum.
Com letra que versa sobre o genocídio cotidiano do povo preto, o samba Só mais um preto que já morreu é composto por Pedro com Bruno Gouveia, parceiro nesta música (e em Pássaros) e produtor musical do álbum em função dividida com Raul Dias nas duas faixas (Raul assina sozinho a produção das outras dez faixas).
Fora do arco autoral em que gravita o disco, Pedro Madeira enaltece o ofício de cantor em Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1981) em arranjo que se desvia da cadência do samba, tangenciando clima transcendental na atraente gravação calcada na voz e nos teclados de Victor Moura.
O canto afinado de Pedro se eleva em Petições (Ozias Gomes e Pedro Madeira), canção que soa como oração de clamor por paz na Terra enquanto lamenta a situação do mundo atual. Arranjo, canto e composição se harmonizam em momento épico do disco.
Entre vinhetas autorais como O outro lado e Introdução ao amor (faixas com textos recitados), Pedro Madeira expõe a vocação para o canto e o som afro-brasileiro na música-título Semideus dos sonhos. Já o fluente ijexá Cheiro de flor exala o perfume do amor entranhado no repertório deste disco feito sem feats e modas.
Parceria de Pedro com o produtor Raul Dias, Perigo é pop black contemporâneo formatado com os músicos da banda-base do álbum Semideus dos sonhos, trio integrado por Jeff Jay (percussão), o próprio Raul Dias (guitarra e baixo) e Victor Moura (teclados). No fecho do disco, o pop soul Terra arrasada se joga na pista para tentar colar um coração partido.
Com este coeso primeiro álbum, Semideus dos sonhos, Pedro Madeira confirma a boa expectativa gerada quando o single Chuva caiu no mundo em novembro de 2022.
Iza teve faro quando deu o microfone para Pedro Madeira na plateia há seis anos.
Pedro Madeira regrava o samba ‘Minha missão’ entre as músicas autorais do primeiro álbum, ‘Semideus dos sonhos’
Gabriel Malta / Divulgação

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