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Festas e Rodeios

Caetano Veloso reaviva memórias de Guadalupe ao cantar no bairro carioca que o acolheu em 1956

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Caetano Veloso faz show gratuito na inauguração da Areninha Cultural Terra, no bairro carioca de Guadalupe, na terça-feira, 12 de dezembro
Reprodução / Facebook Caetano Veloso
♪ MEMÓRIA – Em 2000, ao lançar o álbum Noites do Norte, Caetano Veloso perfilou o Rio de Janeiro (RJ) no samba Meu Rio sob a ótica memorialista do estrangeiro baiano que aportou na cidade em janeiro de 1956 e lá ficou até janeiro de 1957 em ano em que formou as primeiras impressões da terra carioca ao mesmo tempo em que aprimorou a visão de Arte e da música brasileira da era do rádio.
Ainda não havia Rita Lee (1947 – 2023), mas já havia um então desconhecido João Gilberto (1931 – 2019) que mudaria tudo no próximo ano, quando Caetano já tinha voltado para a Bahia.
“Guadalupe em mim é fundação”, sentenciou o compositor na letra do samba Meu Rio, em alusão ao fato de que, naquela decisiva estada na cidade, Caetano ter morado em Guadalupe, bairro da extrema zona norte do Rio de Janeiro (RJ), já próximo da zona oeste.
“Em Meu Rio, cito explicitamente o bairro no verso ‘Guadalupe em mim é fundação’, em referência ao fato de o bairro ser chamado de Fundação – de Fundação da Casa Popular, o ‘Minha casa, minha vida’ da época – e de ter sido um período fundante da minha personalidade”, contextualiza Caetano em texto publicado nas redes sociais do artista para promover o show que o cantor fará no bairro na próxima terça-feira, 12 de dezembro.
Sim, Caetano cantará em Guadalupe 67 anos após ter morado um ano lá quando era adolescente – chegou com 13 anos e saiu com 14 – na fase em que ouvia os cantores do rádio pelos aparelhos e também no Auditório da Rádio Nacional, do qual era habitual frequentador.
Caetano reaviva as memórias das vivências em Guadalupe por ter sido convidado para fazer show no bairro na inauguração da Areninha Cultural Terra em apresentação gratuita. Convite apropriado, pois Caetano saiu de Guadalupe, mas a estadia adolescente no bairro parece permanecer eternamente na alma do artista.
“ […] É a Pedra do Sal / Você é a Intrépida Trupe / A Lona de Guadalupe / Você é o Leme e o Pontal”, rimou o compositor em versos de Pé do meu samba, música feita para Mart’nália e lançada pela cantora como faixa-título do álbum que projetou a filha de Martinho da Vila em 2002.
A rigor, Caetano morou pela primeira vez em Guadalupe quando tinha 11 anos e veio ao Rio passar as férias do verão de 1953 / 1954. Veio na companhia da prima Lourdes Velloso, a quem chama carinhosamente de Minha Inha, a mesma que o traria de volta ao Rio no verão de 1956.
Na primeira ocasião, em 1953, o rapaz ficou na mesma casa dos primos que o abrigaria em 1956. Era a casa 22 da quadra 6 da Rua 1. Lá, Caetano viu TV pela primeira vez. De lá, o adolescente saía ocasionalmente para ir à praia e para ir à Favela do Muquiço.
São memórias impressas nas páginas do livro autobiográfico Verdade tropical (1997) e ora reavivadas por Caetano Veloso no momento em que se prepara para voltar a Guadalupe, aos 81 anos, para cantar no bairro que contribuiu para moldar a personalidade artística do baiano (bem) nascido em Santo Amaro da Purificação (BA).

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Uma noite com (a música de) Djavan na trilha ao vivo de bar do Rio de Janeiro

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♫ COMENTÁRIO
♩ Jantei hoje à noite em bar-restaurante do centro da cidade do Rio de Janeiro (RJ). No cardápio, música ao vivo na voz de um (bom) cantor. Um cantor de barzinho, como tantos que ganham a vida anonimamente na noite enquanto batalham por lugar ao sol no mundo da música.
Além da voz bem colocada do cantor, me chamou a atenção a predominância do cancioneiro de Djavan no repertório do artista. Em cerca de meia hora, duas músicas, Outono e Se…, ambas do mesmo álbum do cantor e compositor alagoano, Coisa de acender (1992).
É curioso o poder da música de Djavan. Passam os anos e passam as modas do mundo da música, mas Djavan nunca sai de moda. Todo mundo canta junto. Todo mundo gosta. E olha que Djavan nunca fez canções do estilo tatibitate.
Se… ainda pode ser considerada uma canção radiofônica, embora muito acima do padrão das canções feitas para tocar no rádio. Já Outono é balada pautada pela sofisticação poética e harmônica.
Mesmo assim, Outono resiste como uma trilha dos bares em todas as estações ao lado de joias do mesmo alto quilate como Meu bem querer (1980), Samurai (1982), Sina (1982), Lilás (1984) e, claro, Oceano (1989). Isso para não falar nos sambas como Fato consumado (1975).
Djavan tem essa particularidade. É um compositor extremamente requintado, mas, ao mesmo tempo, consegue empatia com o público. Todo mundo sabe cantar as músicas de Djavan.
Deve ser por isso que o artista, já com mais de 50 anos de carreira, ainda reina nas trilhas dos bares e restaurantes com música ao vivo. Parece banal, mas é preciso ser gênio para ocupar esse trono ao longo de décadas.

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Festas e Rodeios

Pedro Madeira confirma a expectativa com bom álbum entre o samba e o soul

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Cantor e compositor carioca lança o coeso disco autoral ‘Semideus dos sonhos’ em 10 de outubro. Capa do álbum ‘Semideus dos sonhos’, de Pedro Madeira
Gabriel Malta / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Semideus dos sonhos
Artista: Pedro Madeira
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Em 2018, Pedro Madeira era mais um na multidão de fãs de Iza, na primeira fila de show da cantora, quando ganhou o microfone da artista e, da plateia, fez breve participação no show. Ali, naquele momento, o carioca morador da comunidade de Pau Mineiro, no bairro de Santa Cruz, fã de Iza e de Beyoncé, se revelou cantor para ele mesmo.
Decorridos seis anos e três singles, Pedro Madeira já é cantor e compositor profissional e se prepara para lançar o primeiro álbum, Semideus dos sonhos, em 10 de outubro.
Exposto na capa do álbum em expressiva foto de Gabriel Malta, Madeira já lançou três singles – Chuva (2022), Pássaros (2023) e Bem que se quis (2023) – em que transitou pelo soul nacional da década de 1970 (sobretudo em Chuva) e pelo pop ítalo-brasileiro na (trivial) abordagem do sucesso de Marisa Monte.
No quarto single, Só mais um preto que já morreu, o cantor cai no samba em gravação que chega ao mundo amanhã, 27 de setembro, duas semanas antes do álbum.
Com letra que versa sobre o genocídio cotidiano do povo preto, o samba Só mais um preto que já morreu é composto por Pedro com Bruno Gouveia, parceiro nesta música (e em Pássaros) e produtor musical do álbum em função dividida com Raul Dias nas duas faixas (Raul assina sozinho a produção das outras dez faixas).
Fora do arco autoral em que gravita o disco, Pedro Madeira enaltece o ofício de cantor em Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1981) em arranjo que se desvia da cadência do samba, tangenciando clima transcendental na atraente gravação calcada na voz e nos teclados de Victor Moura.
O canto afinado de Pedro se eleva em Petições (Ozias Gomes e Pedro Madeira), canção que soa como oração de clamor por paz na Terra enquanto lamenta a situação do mundo atual. Arranjo, canto e composição se harmonizam em momento épico do disco.
Entre vinhetas autorais como O outro lado e Introdução ao amor (faixas com textos recitados), Pedro Madeira expõe a vocação para o canto e o som afro-brasileiro na música-título Semideus dos sonhos. Já o fluente ijexá Cheiro de flor exala o perfume do amor entranhado no repertório deste disco feito sem feats e modas.
Parceria de Pedro com o produtor Raul Dias, Perigo é pop black contemporâneo formatado com os músicos da banda-base do álbum Semideus dos sonhos, trio integrado por Jeff Jay (percussão), o próprio Raul Dias (guitarra e baixo) e Victor Moura (teclados). No fecho do disco, o pop soul Terra arrasada se joga na pista para tentar colar um coração partido.
Com este coeso primeiro álbum, Semideus dos sonhos, Pedro Madeira confirma a boa expectativa gerada quando o single Chuva caiu no mundo em novembro de 2022.
Iza teve faro quando deu o microfone para Pedro Madeira na plateia há seis anos.
Pedro Madeira regrava o samba ‘Minha missão’ entre as músicas autorais do primeiro álbum, ‘Semideus dos sonhos’
Gabriel Malta / Divulgação

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‘The Last of Us’: 2ª temporada ganha trailer; ASSISTA

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Prévia mostra Kaitlyn Dever como a antagonista Abby. Novos episódios da adaptação de games estreia em 2025. Assista ao trailer da 2ª temporada de ‘The Last of Us’
A segunda temporada de “The Last of Us” ganhou seu primeiro trailer completo nesta quinta-feira (26). Assista ao vídeo acima.
Os novos episódios devem adaptar o segundo game da franquia e estreiam em algum momento de 2025.
A prévia mostra o retorno de Pedro Pascal (“The Mandalorian”) como Joel e Bella Ramsey (“Game of thrones”) como Bella, dois sobreviventes que formam uma ligação imprevista em um mundo pós apocalíptico dominado por criaturas monstruosas.
Também apresenta as primeiras imagens de Kaitlyn Dever (“Fora de série”) como a grande antagonista da história, Abby.
A série da HBO estreou em 2023 e foi uma das mais indicadas ao Emmy daquele ano.

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