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Como 2023 foi o ano em que mulheres se tornaram as principais apostas para renovação do rock?

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Olivia Rodrigo, Boygenius, Miley Cyrus e Demi Lovato mostraram como estilo se recicla com letras sinceras, peso e atitude. Presença em festivais e no Grammy comprovam força delas. O ano em que o rock perdeu suas rainhas, Rita Lee e Tina Turner, foi também o ano em que as mulheres se consolidaram como as principais apostas para a renovação desse estilo.
Na lista de indicações do Grammy 2024, a presença de artistas com pegada mais roqueira nas principais categorias é 100% feminina, com destaque para:
Olivia Rodrigo, cantora americana de 20 anos e dois álbuns com letras confessionais e som cheio de influência do indie e do emo;
Boygenius, banda formada por três talentosos nomes do rock americano, Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus.
1) Olivia Rodrigo: nova diva do emo e do indie?
Por que vale a pena ouvir Olivia Rodrigo?
Olivia Rodrigo ajudou a consolidar um pop rock com versos sinceros e angustiados sobre a vida de uma jovem adulta. A sonoridade passa por estilos como o rock alternativo do Weezer (o primeiro show no qual ela foi) e o pop punk do Paramore (que lançou um bom disco neste ano).
Quem diz que Olivia Rodrigo não tem nada a ver com rock deveria ouvir músicas como:
“Brutal” tem som sujo e faz lembrar o rock feminino dos tempos do grunge. O som de bandas como Bikini Kill ecoa na canção de pouco mais de dois minutos.
“Get Him Back!” dá a impressão que estamos diante de um rap rock, por conta do vocal falado. O refrão é bem melódico, com batidas marcadas e violão em primeiro plano.
“Bad Idea Right?” é outra com vocal mais falado, mas também tem um quê de bubblegrunge, o grunge (Nirvana, Pearl Jam) com pegada cantarolável e colante.
“All-American Bitch” traz arranjo que alterna dedilhados fofos e riffs distorcidos de guitarra, em uma versão pop do rock alternativo de bandas como Pixies e Weezer.
“Ballad of a Homeschooled Girl” é um pop rock com distorção nos instrumentos e vocais. A letra autodepreciativa também é outro trunfo da faixa.
“Good 4 U” tem tanta influência do Paramore, que Olivia fez um acordo com os membros da banda e os incluiu nos créditos para evitar um processo por plágio.
2) Boygenius: maior banda de rock do ano?
As capas da ‘Rolling Stone’ com Boygenius em 2023 e com Nirvana em 1994
Reprodução
Elas apareceram na capa da revista “Rolling Stone” repetindo figurino e semblante do Nirvana. Posaram para o EP de estreia na mesma pose de Crosby, Stills & Nash. E escolheram um nome de banda para caçoar de homens confiantes além da conta, supostamente geniais.
O Boygenius surgiu a partir da amizade de três das cantoras mais talentosas do indie rock americano hoje. Julien Baker, Phoebe Bridgers e Lucy Dacus se reuniram em 2018, quando saíram em turnê juntas, cada uma tocando as músicas de sua respectiva carreira solo. A convivência deu origem a uma banda, a um EP, a uma turnê, a um álbum e a uma segunda turnê, que o g1 assistiu ao vivo em junho.
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Não se levar (tão) a sério é outro trunfo da banda. Talvez o correto seja que elas se levam a sério na medida certa: não se acham deusas do rock de arena (nada a ver com o classic rock populista do Foo Fighters) e não são “entertainers” acima de tudo (há bons recursos cênicos, mas não espere por um dueto com fantoche de fadinha como nos espetáculos do Coldplay).
O trio Boygenius, formado por Julien Baker, Lucy Dacus e Phoebe Bridgers
Divulgação/Universal Music
Como o Boygenius, um trio de cantoras, se tornou a banda de rock mais interessante de 2023
A parte estética do Boygenius tem a ver com a ideia de ser despretensioso, mas nem tanto. Elas são uma banda de garotas que quer ser falada não por ser uma banda de garotas, mas talvez por ser a banda de rock mais interessante de 2023.
O negócio, definitivamente, não é buscar hits fáceis. Nenhuma das três parece disposta a largar carreiras solo e se dedicar apenas ao trio. O show tem músicas dos dois álbuns lançados e uma sequência, quase sempre no final, em que cada uma canta um single da carreira solo. Além das três, há uma banda de apoio em plataformas no fundo do palco, com baterista, baixista e dois tecladistas.
É o revezamento de vozes e de estilos de composição que torna a turnê do Boygenius, ainda sem previsão de vinda pelo Brasil, imperdível.
O rock está diferente, acostume-se…
Demi Lovato fala sobre sua volta ao Pop Rock
Nos últimos anos, o rock tem mudado de cara e vem entrando em outros estilos, como o pop. Por mais que sejam chamadas de popstars, Miley Cyrus e Demi Lovato possuem os atributos dignos de rockstar.
As ex-estrelas da Disney têm vozes poderosas e poses de rebeldes. Elas cantam power ballads e fazem shows vistos recentemente no Brasil carregados com o peso e a atitude do rock.
Demi Lovato deu sua guinada de vez ao estilo no ano passado, ao lançar “Holy Fvck”, em que apostou no emo e no punk rock. A cantora viaja com uma banda formada por mulheres, bem calcadas no rock. A guitarrista Nita Strauss, por exemplo, saiu da banda do ícone roqueiro Alice Cooper.
Miley Cyrus também tem mostrado suas veias mais roqueiras com apresentações potentes, como a apresentada no Lollapalooza, e covers, a exemplo de “Heart of glass”, do Blondie.
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Pedro Madeira confirma a expectativa com bom álbum entre o samba e o soul

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Cantor e compositor carioca lança o coeso disco autoral ‘Semideus dos sonhos’ em 10 de outubro. Capa do álbum ‘Semideus dos sonhos’, de Pedro Madeira
Gabriel Malta / Divulgação
♫ OPINIÃO SOBRE DISCO
Título: Semideus dos sonhos
Artista: Pedro Madeira
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Em 2018, Pedro Madeira era mais um na multidão de fãs de Iza, na primeira fila de show da cantora, quando ganhou o microfone da artista e, da plateia, fez breve participação no show. Ali, naquele momento, o carioca morador da comunidade de Pau Mineiro, no bairro de Santa Cruz, fã de Iza e de Beyoncé, se revelou cantor para ele mesmo.
Decorridos seis anos e três singles, Pedro Madeira já é cantor e compositor profissional e se prepara para lançar o primeiro álbum, Semideus dos sonhos, em 10 de outubro.
Exposto na capa do álbum em expressiva foto de Gabriel Malta, Madeira já lançou três singles – Chuva (2022), Pássaros (2023) e Bem que se quis (2023) – em que transitou pelo soul nacional da década de 1970 (sobretudo em Chuva) e pelo pop ítalo-brasileiro na (trivial) abordagem do sucesso de Marisa Monte.
No quarto single, Só mais um preto que já morreu, o cantor cai no samba em gravação que chega ao mundo amanhã, 27 de setembro, duas semanas antes do álbum.
Com letra que versa sobre o genocídio cotidiano do povo preto, o samba Só mais um preto que já morreu é composto por Pedro com Bruno Gouveia, parceiro nesta música (e em Pássaros) e produtor musical do álbum em função dividida com Raul Dias nas duas faixas (Raul assina sozinho a produção das outras dez faixas).
Fora do arco autoral em que gravita o disco, Pedro Madeira enaltece o ofício de cantor em Minha missão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro, 1981) em arranjo que se desvia da cadência do samba, tangenciando clima transcendental na atraente gravação calcada na voz e nos teclados de Victor Moura.
O canto afinado de Pedro se eleva em Petições (Ozias Gomes e Pedro Madeira), canção que soa como oração de clamor por paz na Terra enquanto lamenta a situação do mundo atual. Arranjo, canto e composição se harmonizam em momento épico do disco.
Entre vinhetas autorais como O outro lado e Introdução ao amor (faixas com textos recitados), Pedro Madeira expõe a vocação para o canto e o som afro-brasileiro na música-título Semideus dos sonhos. Já o fluente ijexá Cheiro de flor exala o perfume do amor entranhado no repertório deste disco feito sem feats e modas.
Parceria de Pedro com o produtor Raul Dias, Perigo é pop black contemporâneo formatado com os músicos da banda-base do álbum Semideus dos sonhos, trio integrado por Jeff Jay (percussão), o próprio Raul Dias (guitarra e baixo) e Victor Moura (teclados). No fecho do disco, o pop soul Terra arrasada se joga na pista para tentar colar um coração partido.
Com este coeso primeiro álbum, Semideus dos sonhos, Pedro Madeira confirma a boa expectativa gerada quando o single Chuva caiu no mundo em novembro de 2022.
Iza teve faro quando deu o microfone para Pedro Madeira na plateia há seis anos.
Pedro Madeira regrava o samba ‘Minha missão’ entre as músicas autorais do primeiro álbum, ‘Semideus dos sonhos’
Gabriel Malta / Divulgação

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‘The Last of Us’: 2ª temporada ganha trailer; ASSISTA

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Prévia mostra Kaitlyn Dever como a antagonista Abby. Novos episódios da adaptação de games estreia em 2025. Assista ao trailer da 2ª temporada de ‘The Last of Us’
A segunda temporada de “The Last of Us” ganhou seu primeiro trailer completo nesta quinta-feira (26). Assista ao vídeo acima.
Os novos episódios devem adaptar o segundo game da franquia e estreiam em algum momento de 2025.
A prévia mostra o retorno de Pedro Pascal (“The Mandalorian”) como Joel e Bella Ramsey (“Game of thrones”) como Bella, dois sobreviventes que formam uma ligação imprevista em um mundo pós apocalíptico dominado por criaturas monstruosas.
Também apresenta as primeiras imagens de Kaitlyn Dever (“Fora de série”) como a grande antagonista da história, Abby.
A série da HBO estreou em 2023 e foi uma das mais indicadas ao Emmy daquele ano.

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A reação dos irmãos Menéndez, condenados à prisão perpétua por matar os pais, à nova série ‘Monstros’ da Netflix

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A nova temporada de Monstros conta a história real de dois irmãos que mataram seus pais no final dos anos 1980 em Beverly Hills. Cooper Koch (à esquerda) e Nicholas Chavez interpretam Erik e Lyle Menéndez, respectivamente
Divulgação/Netflix
Uma nova série da Netflix sobre dois irmãos que mataram os pais foi duramente criticada por um dos homens que inspirou a produção.
Monstros – Irmãos Menéndez: Assassinos dos Pais estreou na semana passada e rapidamente se tornou uma das mais assistidas na plataforma de streaming.
A série é protagonizada por Cooper Koch e Nicholas Alexander Chavez como os dois irmãos, e por Javier Bardem e Chloë Sevigny como seus pais.
Lyle e Erik Menéndez são dois irmãos que mataram seus pais milionários em 20 de agosto de 1989. José e Kitty Menéndez foram alvejados com vários disparos à queima-roupa em sua mansão em Beverly Hills.
Os irmãos, que tinham 21 e 18 anos na época, inicialmente disseram à polícia que encontraram os pais mortos ao chegarem em casa.
No entanto, foram julgados e condenados pelo parricídio.
Na época, os irmãos afirmaram que cometeram os assassinatos em legítima defesa, após anos de supostos abusos físicos, emocionais e sexuais.
O Ministério Público, por outro lado, argumentou que eles queriam matar os pais pela herança.
Eles foram sentenciados à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
Uma “calúnia desalentadora”
Na prisão, e por meio de uma carta publicada no X (antigo Twitter) por sua esposa, Erik Menéndez questionou a produção no dia seguinte à sua estreia, afirmando que se trata de uma “calúnia desalentadora”.
“Eu achava que as mentiras e as representações tendenciosas que recriavam Lyle eram coisa do passado, que tinham criado uma caricatura de Lyle baseada em mentiras horríveis e descaradas e que agora voltam a abundar na série”, destacou.
“Só posso acreditar que fizeram isso de propósito. Com grande pesar, digo que acredito que Ryan Murphy [criador da série] não pode ser tão ingênuo e impreciso sobre os fatos de nossas vidas a ponto de fazer isso sem má intenção”, acrescentou o irmão mais novo.
“É triste para mim saber que a representação desonesta da Netflix das tragédias que cercam nosso crime fez com que as dolorosas verdades retrocedessem vários passos no tempo, para uma época em que a promotoria construiu uma narrativa baseada em um sistema de crenças segundo o qual homens não eram abusados sexualmente e que homens experienciavam o trauma da violação de maneira diferente das mulheres”, continuou.
“Essas mentiras horríveis foram desmentidas e expostas por inúmeras vítimas corajosas que superaram sua vergonha pessoal e falaram com coragem ao longo das últimas duas décadas”, disse Erik.
O drama da Netflix apresenta os assassinatos a partir de diferentes perspectivas e explora o que poderia ter levado os irmãos a matar os pais.
No entanto, a produção se esforça para mostrar as coisas do ponto de vista dos pais, algo que seus criadores afirmaram ter se baseado em uma pesquisa aprofundada.
O que diz o criador da série
Ganhador de um Oscar, Javier Bardem (à esquerda) interpreta o pai dos jovens na série da Netflix
Divulgação/Netflix
A série sobre a família Menéndez é uma continuação da controversa primeira temporada de Monstros sobre o serial killer americano Jeffrey Dahmer, que foi criticada em alguns setores por ser insensível.
Esses dramas foram idealizados por Ryan Murphy, diretor, roteirista e produtor por trás de séries como Glee, Pose, Vigilante, Feud, American Horror Story, Hollywood e Ratched, em parceria com Ian Brennan, com quem também criou Glee.
Em declarações à Entertainment Tonight, Murphy afirmou: “Acho interessante que tenham feito uma declaração sem ter assistido ao programa”.
“É realmente difícil, se se trata da sua vida, ver sua vida na tela”, reconheceu.
“O que me parece interessante, e que ele não menciona em sua declaração, é que, se você assistir ao programa, diria que 60-65% da nossa série se concentra no abuso e no que eles afirmam que aconteceu”, afirmou Murphy.
“Fazemos isso com muito cuidado e damos espaço para que eles contem sua versão, e falem abertamente sobre isso”, continuou.
No entanto, acrescentou Murphy, ele e sua equipe sentiram que era importante também mostrar as coisas do ponto de vista dos pais.
“Neste tempo em que as pessoas podem falar sobre abuso sexual, discutir e escrever sobre todos os pontos de vista pode ser controverso”, apontou.
“Houve quatro pessoas envolvidas, duas delas estão mortas. O que acontece com os pais? Como narradores, tínhamos a obrigação de tentar incluir sua perspectiva a partir da nossa pesquisa, e assim fizemos”, defendeu.
Com informações de Steven McIntosh, jornalista de entretenimento da BBC.
O caso dos irmãos que mataram os pais em Beverly Hills retratado em nova temporada da série ‘Monstros’ da Netflix
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