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Festas e Rodeios

Audiolivros: as diferenças entre ler e ouvir um livro de literatura

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Especialistas explicam se ouvir em vez de ler um livro pode ou não ser considerado trapaça. Nesta semana, g1 publica uma série de reportagens sobre os audiolivros. A diferença entre ler e ouvir um livro
Bianca Batista e Dhara Assis/Arte/g1
Assim como aconteceu com os podcasts, os audiolivros caminham para ocupar espaço nos smartphones (e nos fones) do público. Dá para acompanhar uma boa história dentro do ônibus, lavando a louça, no carro. Mas ouvir um livro de literatura pode ter o mesmo efeito de assimilação da leitura de um livro físico ou é trapaça?
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam que o formato pode atrair mais pessoas para o gênero, mas não podem substituir a leitura.
“Se for adicionar, como forma complementar, como outra maneira de absorver o conteúdo, seja por causa de déficit de atenção, por exemplo, é benéfico”, diz Bernardo Bueno, coordenador do curso de escrita criativa da PUC-RS.
Nesta semana, o g1 publica uma série de reportagens sobre os audiolivros, formato que cresce dentro das editoras e entre o público brasileiro.
Como audiolivros devem crescer ainda mais em 2024 e podem virar prioridade nas editoras
Audiolivros ganham espaço nas editoras
Celso Tavares/g1
Desafio da atenção
Obviamente, ler e ouvir um livro são atividades diferentes, mas as informações obtidas tanto visualmente quanto pela audição convergem, no cérebro, para áreas da linguagem, da compreensão, da mesma forma, conforme explica o neurologista Adalberto Studart, da Associação Brasileira de Neurologia.
Para ele, audiolivros, ou audiobooks, assim como podcasts, não são o problema para a assimilação do conteúdo, mas sim, a forma como vamos ouvi-los.
“Se vamos ouvir sentados em uma poltrona, com atenção plena no áudio, tudo bem, mas, geralmente, não é assim que acontece.”
Segundo ele, é normal que a gente tenha vontade de ouvir a história narrada enquanto faz outras atividades, como dirigir, limpar a casa, andar, correr, ou seja, dividindo o foco com a audição. Studart explica que, ao dividir esse foco, temos mais chances de dispersar e perder detalhes da história.
Mulher usa fone de ouvido
Unsplash
Desta forma, o especialista afirma que a diferença entre ler e ouvir um livro se dá na forma como despendemos a atenção a cada uma das atividades, sendo que é mais fácil conseguirmos concentrar na leitura do que na audição.
“A nossa atenção é muito associada à informação visual. Não à toa, no cérebro, a área visual é maior do que a auditiva”, diz Studart. “Um dos pré-requisitos da leitura é movimentar os olhos para percorrer as linhas. Você fixa o olhar, a sua atenção, no que vai ler. Já na audição, você ouve com atenção, mas seus olhos estão livres para prestar atenção no ambiente. Assim, existe mais chance de se distrair ouvindo um audiolivro do que se distrair lendo na forma física.”
Ele diz que essa necessidade de fazer muitas tarefas ao mesmo tempo é prejudicial, porque cada vez mais, não conseguimos manter o foco em uma atividade. E isso já leva as pessoas à procurar ajuda.
“Cada vez mais, vemos adultos saudáveis, adolescentes, jovens adultos, buscando neurologistas com queixas de memória e problemas de atenção. É um sintoma da modernidade.”
Formato complementar
Segundo Studart, a parte mais interessante dos audiolivros são, de fato, a praticidade que o formato oferece, o que pode atrair novos leitores. “A pessoa está no transporte público, não pode sentar para ler um livro, então, os audiolivros funcionam bem até para que ela não perca o hábito da leitura”, diz o neurologista.
“Mas, manter a leitura escrita é importante para desenvolver o vocabulário, a capacidade de escrita. Ele não é substituto, é auxiliar.”
O professor e coordenador do curso de escrita criativa da PUC-RS, Bernardo Bueno, concorda que os audiolivros devem ser usados como complemento e não substituto. E celebra a popularização do formato para a inclusão das pessoas na literatura.
“A única maneira prejudicial é substituir completamente a leitura”, diz Bueno. “Se for para adicionar, como outra maneira de absorver o conteúdo, por exemplo, por causa de um déficit de atenção ou dislexia, o audiolivro é complementar, e isso é benéfico.”
Além disso, é uma forma de abrir portas para aqueles que não estão tão próximos da literatura. “É muito de hábito: a pessoa começa ouvindo podcast e, de carona, parte para textos mais narrativos.”
E ele vê com bons olhos quando o livro vai além da transposição da escrita para o áudio.
“Alguns tipos de textos se beneficiam muito com a sonoridade, efeitos sonoros, interpretações, ênfases. Há uma imersão maior, o que pode ser muito interessante.”
Bueno diz que existe ainda o questionamento sobre o que seria a literatura, mas, que ela pode aparecer em outros formatos, para além do livro impresso, como os podcasts.
“Muitos escritores querem trazer formatos diferentes para o seu trabalho. Os alunos mais novos, por exemplo, já chegam com ideias diferentes, como as fanfics, a literatura da internet.”

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João Gilberto é cantado no tempo de Bebel Gilberto em show que marca a estreia no Brasil de turnê internacional

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♫ NOTÍCIA
♪ Em abril do ano passado, Bebel Gilberto ainda nem havia lançado o álbum João quando, ao fazer show na cidade de São Paulo (SP), cantou o repertório do disco que somente chegaria ao mundo em 25 de agosto de 2023. Tudo fez sentido porque o propósito do show era promover a edição do álbum póstumo João Gilberto – Ao vivo no Sesc_1998, lançado em abril daquele ano de 2023.
Se o disco ao vivo trazia à tona gravação inédita de show feito pelo criador da bossa nova na mesma cidade de São Paulo (SP), o álbum de Bebel simbolizava declaração de amor da filha para o pai João Gilberto Prado Pereira de Oliveira (10 de junho de 1931 – 6 de julho de 2019) através da abordagem de 11 músicas do repertório irretocável do cantor.
No show feito em Sampa em abril de 2023, Bebel cantou essas músicas no formato de voz e violão. Depois que o álbum foi lançado, a cantora saiu em turnê internacional que, desde o segundo semestre de 2023, transitou por 30 países, totalizando mais de 60 apresentações do show João.
É essa turnê João que Bebel traz enfim ao Brasil no próximo fim de semana, com três apresentações agendadas no Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), de 27 a 29 de setembro.
Desta vez, em vez do solitário violão, Bebel Gilberto terá o toque de banda formada pelos músicos Bernardo Bosisio (violão e guitarra), Dennis Bulhões (bateria e percussão) e Didi Gutman (piano, teclados e programações).
Sob direção de Talita Miranda, a cantora dará voz a músicas como Adeus, América (Geraldo Jacques e Haroldo Barbosa, 1948), Caminhos cruzados (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1958), Desafinado (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça, 1959), O pato (Jayme Silva e Neusa Teixeira, 1960) e Você e eu (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes, 1961).

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Homem destrói escultura de Ai Weiwei em exposição na Itália

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A obra Porcelain Cube fazia parte da exibição ‘Who am I?’ e o curador da mostra descreveu o ato como ‘imprudente e sem sentido’. Um homem tcheco de 57 anos foi preso. Escultura chinesa de Ai Weiwei é destruída
OperaLaboratori via AP
Um homem destruiu a escultura Porcelain Cube, do artista chinês Ai Weiwei, durante uma exposição no Palazzo Fava, em Bologna, norte da Itália. De acordo com informações da AP, Arturo Galansino, curador da mostra, descreveu o ato como “imprudente e sem sentido”.
Porcelain Cube fazia parte da exposição “Who am I?”, que será inaugurada no sábado (28). A imprensa italiana afirmou que polícia prendeu um homem tcheco de 57 anos, que disse ser artista. Ele é conhecido por ter como alvo obras de artes importantes. Ainda de acordo com a agência, não está claro como o homem conseguiu acesso ao evento na sexta (20), que era apenas para convidados.
Conforme desejo do artista, os fragmentos da obra foram cobertos com um pano e retirados. Eles serão substituídos por uma impressão em tamanho real e uma etiqueta explicando o que aconteceu. Ai Weiwei divulgou nas redes sociais imagens da câmera de segurança que mostram o momento em que a obra foi destruída.
“O ato de vandalismo contra a obra ‘Porcelain Cube’ de Ai Weiwei é ainda mais chocante quando consideramos que várias das obras expostas exploram o próprio tema da destruição”, disse o curador da exposição Arturo Galansino.
Escultura chinesa de Ai Weiwei
OperaLaboratori via AP
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Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio tem 2,5 kg de pedraria e levou 120 horas para ser bordado

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Estilista desenhou e bordou à mão a peça, integrando referências da carreira da cantora. Vestido foi feito com exclusividade para cantora usar no festival. Ana Castela no Rock in Rio
Leo Franco/AgNews
Ana Castela fez sua estreia no palco do Rock in Rio usando um vestido preto todo bordado à mão e feito exclusivamente para cantora vestir no evento.
Questionando se aquele era o palco que a Katy Perry havia pisado, Ana desfilou pela passarela com o tubinho de alcinha preto coberto por quase 2,5 quilos de pedrarias.
A cantora foi uma das convidadas por Chitãozinho e Xoxoró para o show Pra Sempre Sertanejo, no sábado (21).
Para o evento especial, a stylist da cantora, Maria Augusta Sant’Anna, procurou a marca Hisha, que traz peças bordadas por mulheres mineiras.
A estilista Giovanna Resende foi a responsável por criar a peça, desenhando à mão alguns elementos que fazem referências à carreira da cantora, como o cavalo gigante usado por Ana na gravação de seu primeiro DVD. A guitarra do Rock in Rio, notas musicais, natureza e ferradura completaram a peça.
Segundo a assessoria da cantora, as bordadeiras levaram 120 horas para finalizar a peça.
No palco, Ana cantou “Sinônimos” com Chitãozinho e Xororó, além de um trechinho de seus hits “Nosso Quadro”, “Solteiro Forçado” e “Pipoco”.
Vestido usado por Ana Castela no Rock in Rio
Divulgação
Show Pra Sempre Sertanejo
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicado ao sertanejo no sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
E foi uma estreia gloriosa. Para tornar o som mais palatável para quem não gostou da ideia, a organização escalou a Orquestra Heliópolis para criar os arranjos. O verdadeiro acerto, porém, foi a escolha de Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. No universo sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó
Miguel Folco/g1
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de escalar nomes do ritmo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Santa Catarina na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Simone Mendes, Junior e Cabal foram outras participações no show.
Leia crítica completa do show.
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio

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