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Festas e Rodeios

Cordão do Boitatá revolve tradições do Carnaval em álbum fiel à ideologia musical e política do bloco carioca

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Disco ‘Dos pés à cabeça – Na praça’ ousa na escolha de repertório quase todo inédito que harmoniza samba, marcha, ijexá, jongo e samba-reggae em vozes como as de Mariana Baltar e Marina Íris. Capa do álbum ‘Dos pés à cabeça – Na praça’, do Cordão do Boitatá
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Dos pés à cabeça – Na praça
Artista: Cordão do Boitatá
Edição: Biscoito Fino
Cotação: ★ ★ ★ ★
♪ Bloco carioca que brinca o Carnaval desde 1996, o Cordão do Boitatá ocupa pela 18ª vez o Centro da cidade do Rio de Janeiro na manhã deste domingo, 5 de fevereiro. A novidade é que, pela primeira vez, o Boitatá desfila com álbum na discografia.
Aberto e encerrado com Cantiga de Caboclo, pontos que revolvem a raiz africana do Carnaval, o primeiro álbum do bloco, Dos pés à cabeça – Na praça, está na rua desde sexta-feira, 2 de fevereiro, com repertório escolhido com inteligência sem clichês e sem sucessos cantaroláveis de karaokê folião.
Ao contrário, a maior parte do repertório é inédita neste disco que faz parte de projeto duplo. Um segundo álbum, Dos pés à cabeça – A rua, tem lançamento previsto para abril, estendendo a folia do Boitatá.
Por mais que seja difícil transportar para o estúdio a animação e magia que agitam o Carnaval de rua, o primeiro álbum resultou fiel à ideologia do Cordão do Boitatá. Tanto que Coisa nº 4 (Moacir Santos, 1965) reaparece na abertura do disco – com luxuoso arranjo de metais – para lembrar que o tema abre os desfiles do bloco na Praça XV, no Centro do Rio.
Entre músicas inéditas como o Samba de Oswaldo Cruz (Kiko Horta e Marquinhos de Oswaldo Cruz), solado por Moyseis Marques, um dos vocalistas do Boitatá, o Cordão sobe com elegância, em passos suaves, o Morro de Mangueira ao reapresentar o samba Estação derradeira (Chico Buarque, 1987), ouvido no disco na voz envolvente de Mariana Baltar, vocalista do Boitatá, em arranjo de Josimar Carneiro. A gravação culmina com citação do samba Exaltação à Mangueira (Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa, 1955).
Além de fazer dueto romântico com Moyseis Marques na marcha vintage Linda Colombina (Thiago Queiroz), com letra referente ao próprio Boitatá, Baltar também voa com leveza ao dar voz ao frevo de eletricidade baiana Pombo correio (Double Morse – Dodô e Osmar Macedo, 1975, com letra posterior de Moraes Moreira, 1977) com arranjo reverente ao registro original de Moraes Moreira (1947 – 2020), celebrado na faixa.
Se Chegando no Rio (Edu Neves) parte da matriz do ijexá para fazer o Cordão do Boitatá evoluir em salão de gafieira, a música-título Dos pés à cabeça (Marina Íris e Manu da Cuíca) é levada na cadência do mesmo ijexá em gravação que destaca o canto firme de Marina Ìris e o toque do acordeom de Kiko Horta, instrumento recorrente nos discos e nos desfiles do Boitatá.
Ainda dentro do território baiano, Nação vertente (Alcinéia Martins e Walmir Aragão) se assenta sobre a batida do samba-reggae, promovendo o encontro do bloco afro carioca Agbara Dudu de Madureira com o Boitatá em gravação que expõe a consciência negra com orgulho em letra que hasteia as bandeiras da igualdade e da liberdade.
De volta ao fértil solo carioca, o Cordão do Boitatá celebra a memória de Vovó Maria Joana (1902 – 1986), guardiã das tradições do jongo da Morro da Serrinha, em Cabana de Xangô (Kiko Horta e Lazir Sinval), gravação que dá ênfase ao acordeom de Kiko Horta. Parceiro de Horta no tema e também vocalista do Boitatá, Lazir Sinval é o solista da faixa.
Já Jogo empatado (Kiko Horta, Vidal Assis e Hermínio Bello de Carvalho) marcal gol ao trazer a voz imponente de Marina Ìris em samba que relaciona amor e futebol para marcar posição política do Boitatá em gravação valorizada pelos sopros orquestrados por Josimar Carneiro.
Com produção musical de Kiko Horta, Thiago Queiroz, Paulino Dias e Celso Filho, o álbum Dos pés à cabeça – Na praça é retrato da dignidade que Cordão do Boitatá imprime há 28 anos, nas ruas e nas praças do Rio de Janeiro (RJ), ao desfilar no Carnaval carioca com consciência social e musical.

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Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

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A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

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Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

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Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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