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Festas e Rodeios

Alceu Valença atinge ponto de fervura ao reciclar frevos, cirandas e maracatu em vibrante álbum carnavalesco

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Com som quente, o disco ‘Bicho maluco beleza – É Carnaval’ reapresenta o repertório folião do artista em gravações inéditas feitas com Almério, Geraldo Azevedo, Ivete Sangalo, Lenine e Maria Bethânia. Capa do álbum ‘Bicho maluco beleza – É Carnaval’, de Alceu Valença com convidados
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Bicho maluco beleza – É Carnaval
Artista: Alceu Valença com Almério, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Ivete Sangalo, Juba, Lenine, Lia de Itamaracá e Maria Bethânia
Edição: Deck
Cotação: ★ ★ ★ ★ ★
♪ É difícil atingir o ponto de fervura ideal para fazer o frevo incendiar os foliões nas ruas e nos bailes de Carnaval. Alceu Valença atinge esse ponto e o mantém ao longo das dez faixas do álbum Bicho maluco beleza – É Carnaval.
Artista referencial no fervo carnavalesco de Olinda (PE) e Recife (PE), capitais de Pernambuco, estado onde veio ao mundo na interiorana São Bento do Una (PE) em 1º de julho de 1946, o cantor e compositor pernambucano recicla frevos, cirandas e maracatu com oito convidados neste disco incendiário gravado com produção musical de Tovinho e mixado e masterizado de forma magistral.
Impressiona no álbum o calor dos metais soprados na brasa por Enok Chagas (trompete), Fabinho Costa (trompete), Gilberto Pontes (saxofone), Marcone Tulio (trombone) e Nilsinho Amarante (trombone).
No álbum Bicho maluco beleza – É Carnaval, esse metais incandescentes se aliam à fúria roqueira da guitarra de Zi Ferreira, músico que mostra ter aprendido a lição do mestre Paulo Rafael (11 de julho de 1955 – 23 de agosto de 2021), instrumentista pernambucano que injetou eletricidade no som de Alceu a partir de 1975.
Bicho maluco beleza é álbum de som quente, vibrante, tão cheio de energia que até a falta de vocação carnavalesca do canto de Maria Bethânia se dissipa na força da abordagem do frevo-canção De janeiro a janeiro (2002), regravado por Alceu com a intérprete que deu visibilidade no álbum A beira e o mar (1984) a uma canção, Na primeira manhã (1980), que Alceu lançara discretamente há então quatro anos.
Bicho maluco beleza é disco coeso, mas é justo destacar o inebriante registro da música-título – apresentada por Alceu no álbum Sete desejos (1992) em clima de forró – na cadência ágil do frevo em gravação feita com a adesão de Ivete Sangalo. Alceu e Ivete cruzam a ponte Pernambuco-Bahia com frevo elétrico que vai atrás do trio sem perda da pulsação olindense.
Com Lenine, um dos reis do balanço pop nordestino, Alceu se afina a recair no suingue de Bom demais (1985), frevo de José Michiles da Silva, octogenário compositor celebrado em Pernambuco com o nome artístico de J. Michiles. Outro frevo de Michiles, Diabo louro (1994) solta faísca na gravação feita por Alceu com o filho Juba.
E por falar em energia, a paraibana Elba Ramalho reitera a vocação foliã ao acompanhar o passo sinuoso de Caia por cima de mim (Alceu Valença e Don Tronxo, 2006) em duo com o anfitrião pernambucano.
Com o conterrâneo Almério, Alceu eleva O homem da meia-noite (1975) – parceria de Alceu com Carlos Fernando (1937 – 2013), a quem o álbum é dedicado – na multidão do Carnaval como um boneco gigante da perna de pau de bloco de Olinda (PE).
Em Maracatu (Alceu Valença sobre versos do poeta Ascenso Ferreira, 1982), faixa sem convidados (questões de agenda inviabilizaram a participação de Seu Jorge), o baticum ganha ênfase em arranjo que mantém a eletricidade do disco enquanto joga luz sobre bela composição que merece ficar sob os holofotes.
Na sequência praieira, a bateria de Cássio Cunha parece dar pancada nas águas do mar quando Alceu encadeia três cirandas – Quem me deu foi Lia (Manoel José e Antonio Baracho), Moça namoradeira (Lia de Itamaracá) e Janaína (Lia de Itamaracá)– em dueto com Lia de Itamaracá, rainha desse gênero musical já incorporado ao Carnaval de Pernambuco.
Ainda na praia da ciranda, Alceu ilumina Luar de prata (2006) e a fina costura do disco em gravação bafejada por solo do trompete de Heleno Feitosa.
A propósito, o encadeamento das dez faixas em Bicho maluco beleza contribui para a perfeição do disco, construindo narrativa que desemboca no frevo conduzido por Táxi lunar (Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, 1979) na alta velocidade rítmica que junta Alceu com o conterrâneo Geraldo Azevedo, parceiro na criação da música, hit obrigatório nos shows de ambos.
Enfim, com a edição do álbum Bicho maluco beleza – É Carnaval em 26 de janeiro, Alceu Valença prova, mais uma vez, que é possível fazer um grande disco com repertório antigo e sopros de novidades pela forma com que as músicas são regravadas e realinhadas. A folia é irresistível!
Com maestria,. Alceu Valença encadeia 13 músicas nas 10 faixas do álbum ‘Bicho maluco beleza – É Carnaval’
Leo Aversa / Divulgação

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Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

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A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

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Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

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Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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