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Festas e Rodeios

Tributo a Luiz Melodia, o EP ‘Pérolas negras’ reluz, mesmo sem alcançar o brilho do emblemático álbum de 1973

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Orquestrado por Mahmundi com Josefe, o disco destaca gravações de Mart’nália, Sandra de Sá, Criolo e da própria Mahmundi entre as seis faixas. Capa do EP ‘Pérolas negras – Um tributo a Luiz Melodia’, produzido por Mahmundi com Josefe
Divulgação
Resenha de EP
Título: Pérolas negras – Um tributo a Luiz Melodia
Artistas: Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mahmundi, Mart’nália, Sandra de Sá e Zezé Motta
Edição: Universal Music
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Há álbuns simplesmente perfeitos, irretocáveis. Pérola negra – álbum que marcou em 1973 a estreia fonográfica do cantor e compositor carioca Luiz Melodia (7 de janeiro de 1951 – 4 de agosto de 2017) – é um desses discos impossíveis de serem recriados com o brilho original. O que jamais inviabilizou abordagens dignas da obra.
Idealizado e orquestrado por Mahmundi, artista carioca influenciada pelo som miscigenado do Negro Gato, o EP Pérolas negras – Um tributo a Luiz Melodia vale quanto pesa. E o EP tem peso e valor, mesmo sem soar do quilate do álbum original de 1973 do qual rebobina seis músicas com elenco formado por Anelis Assumpção, Criolo, Liniker, Mahmundi, Mart’nália, Sandra de Sá e Zezé Motta.
O time de intérpretes respeita e entende a obra de Melodia. A própria Mahmundi amansa o samba Estácio, Holly Estácio (1972) – apresentado por Maria Bethânia no álbum Drama (1972) um ano antes do registro do autor – ao vesti-lo de bolero com elegância e a marcação suave da percussão de Kabé Pinheiro. Os synths de Josefe – arranjador e produtor musical do EP ao lado de Mahmundi – dão toque sutil de atualidade ao fonograma sem patinar em terreno modernoso.
Sandra de Sá tira Pra aquietar – inquieto flash de fim de semana vivido por Melodia com a família em Paquetá (RJ) – do universo original do rock para cair na cadência do samba com um toque de soul e com citação, ao fim, de Juventude transviada (1975), sucesso do segundo álbum do compositor homenageado, Maravilhas contemporâneas (1976).
Mart’nália cai com bossa no suingue do samba-choro ‘Estácio, eu e você’, single do EP ‘Pérolas negras – Um tributo a Luiz Melodia’
Divulgação
Feita com o toque da guitarra de Webster Santos, a abordagem de Sandra de Sá é interessante até por transitar na contramão da gravação original, já que, no caleidoscópico rítmico do álbum Pérola negra, a faixa Pra aquietar se desviava do samba – gênero associado ao morro de onde vinha Luiz Melodia – para expor a abertura da guarda do artista para o rock das jovens tardes de domingo.
Manemolente, Mart’nália soa mais reverente ao disco original ao cair com maciez no suingue do samba-choro Estácio, eu e você em fonograma valorizado pela bossa do piano de Josefe.
Intérprete associada ao repertório de Luiz Melodia, Zezé Motta imprime certa dramaticidade na abertura de Magrelinha em gravação feita com Anelis Assumpção. Pontuada pelo piano de Samuel Silva, a faixa busca tensão dramática que transforma Magrelinha em balada quase épica sem se impor no conjunto da obra.
Já Liniker situa Vale quanto pesa entre o soul e o samba, com toque de bolero, sem evidenciar toda a latinidade impressa na gravação original de Melodia.
Rapper que cai com desenvoltura no samba, Criolo valoriza a canção bluesy Pérola negra em registro reverente feito com o toque do violinista Webster Santos e o sopro do trompete de Ivan Sacerdote.
Enfim, o tributo de Mahmundi a Luiz Melodia é válido e apaga a má impressão de EP similar produzido pela gravadora Universal Music em 2023 para reverenciar Cazuza (1958 – 1990). Ninguém exagera no tributo a Luiz Melodia.
Criolo canta com reverência ‘Pérola negra’, música-título do primeiro álbum do cantor e compositor carioca Luiz Melodia (1951 – 2017)
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Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

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A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

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Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

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Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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