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‘Ferrari’: Cinebiografia macarrônica feita por Michael Mann é freada por escolhas inexplicáveis; g1 já viu

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Um dos maiores diretores de todos os tempos ainda faz um bom filme, mas erra ao escalar atores americanos com sotaques italianos e no recorte da rica vida do empresário. Um dos melhores diretores de todos os tempos, Michael Mann (indicado ao Oscar em 2000 por “O informante”) dificilmente faz um trabalho ruim. Projeto de mais de 20 anos do cineasta, “Ferrari” sofre com uma série de escolhas estranhas, inexplicáveis ou simplesmente erradas – mas está longe de ser ruim.
O filme que estreia nesta quinta-feira (22) nos cinemas brasileiros tem:
americanos com caras de americanos em papéis de personagens reais italianos;
sotaques macarrônicos;
maquiagens e próteses de qualidade questionável;
boas atuações;
um recorte limitado e meio curioso – de uma maneira ruim – da incrível vida de Enzo Ferrari (Adam Driver), o fundador da fabricante de carros esportivos;
cenas de corrida incríveis, que só alguém do calibre de Mann poderia construir;
e a competente estreia em um filme de Hollywood do ator brasileiro Gabriel Leone, como um piloto argentino da Ferrari.
No fim, a soma das partes não é necessariamente fraca, mas nunca consegue ultrapassar a barreira do estranhamento causada por ela mesma.
“Ferrari” é a prova de que é difícil apreciar belas cenas tecnicamente impecáveis enquanto o cérebro tenta processar por que um americano de 40 anos com uma peruca gritante fala em inglês com sotaque enquanto dá vida a um dos personagens italianos mais emblemáticos do século 20 com quase 60 anos de idade.
Assista ao trailer de ‘Ferrari’
Grande Ferrari
O roteiro de Troy Kennedy Martin (1932-2009), baseado no livro “Ferrari: O homem por trás das máquinas”, foca em 1957, um ano conturbado da vida do empresário – tanto no lado pessoal quanto no profissional.
Com a fábrica à beira da falência, ele deposita todas as suas fichas na vitória em uma das competições automobilísticas mais importantes da Itália.
Enzo precisa ainda chegar a um acordo com sua mulher (Penélope Cruz), com quem tem um casamento destroçado pela morte recente do filho, para conseguir um sócio.
Ao mesmo tempo, tenta equilibrar a vida com sua amante e futura companheira (Shailene Woodley) e o jovem herdeiro (Giuseppe Festinese), fruto da relação, que gostaria de saber se pode usar o sobrenome do pai.
Adam Driver e Gabriel Leone em cena de ‘Ferrari’
Divulgação
Pontas soltas
À primeira vista, o recorte escolhido é uma boa ideia. Ao retratar apenas alguns meses, o filme escapa da estrutura maçante de cinebiografias que correm para contar toda uma vida em duas horas.
Mais do que isso, a trama permite explorar diferentes lados do homem respeitosamente chamado de “Il Commendatore” (O Comandante, na tradução do italiano).
Mas até o espectador que não conhece tanto da impressionante obra de Enzo deve se incomodar com com o final abrupto, que não amarra algumas das principais narrativas do roteiro.
Não era mesmo obrigatório mostrar a construção do império do antigo piloto de corridas que dedicou sua vida às máquinas vermelhas mais velozes das pistas.
Só que não dá para entender como um dos episódios mais interessantes de “Ferrari”, quando o empresário consegue ser absolvido no julgamento de um grande acidente que envolve um de seus carros, acaba relegado a letreiros antes dos créditos.
Adam Driver e Penélope Cruz em cena de ‘Ferrari’
Divulgação
Sotaque vs. Ferrari
Recortes à parte, a escalação de Driver, e de um elenco principal formado principalmente por não-italianos, poderia ser ignorada em uma abordagem mais natural.
Infelizmente, maquiagens e próteses que envelhecem os atores e sotaques pseudo-italianos inconstantes dão um clima caricato constante à obra.
Uma pena, já que a média das atuações é excelente. Driver (que por algum motivo se tornou o italiano ideal de Hollywood após “Casa Gucci”) dá um pouco de dignidade à calvície em construção malfeita do protagonista, e a espanhola Cruz poderia ser lembrada pelo Oscar com mais um trabalho destruidor.
Entre tantos erros e alguns acertos, as incríveis cenas das corridas se tornam momentos bem-vindos de respiro. Mann sempre foi um mestre da ação, e em “Ferrari” coloca o público dentro dos perigosos veículos.
Com uma crueza elegante, o cineasta deixa claro quão perto da morte os pilotos chegavam toda vez que enfrentavam as corridas da época.
“Ferrari” poderia ser excelente. Um dos filmes do ano. Mas não consegue nem completar o circuito por fundir o motor graças a uma série de más escolhas.
Adam Driver e Shailene Woodley em cena de ‘Ferrari’
Divulgação

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Silva soa redundante ao reciclar na ‘Encantado session’ músicas do álbum que lançou há apenas quatro meses

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A única novidade do registro audiovisual é o cover cool de ‘Fim de sonho’, canção de João Donato. O cantor Silva posa para o irmão, Lucas Silva, na sessão gravada no Estúdio Rocinante com os músicos do show da turnê ‘Encantado’
Lucas Silva / Divulgação
♫ COMENTÁRIO
♩ Ok, o sexto álbum gravado por Silva em estúdio com repertório autoral, Encantado, lançado em 23 de maio, é excelente e merecia ter obtido maior repercussão. Mas nada justifica a reciclagem de seis das 16 músicas do disco em gravação audiovisual intitulada Encantado session e apresentada nesta terça-feira, 24 de setembro, no canal oficial de Silva no YouTube. Afinal, o álbum Encantado foi lançado há apenas quatro meses.
Mas o fato é que o cantor, compositor e multi-instrumentista capixaba arregimentou os quatro músicos que tocam com Silva no show da corrente turnê Encantado – Bruno Buarque (bateria), Gabriel Ruy (guitarra e percussão), Hugo Maciel (baixo e sintetizador) e Rômulo Quinelato (guitarra, violão e sintetizador) – e entrou no estúdio da gravadora Rocinante em Petrópólis (RJ), cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, para regravar canções como Copo d’ água, Girassóis, Gosto de você, Já era e Risquei você.
Feitos sob a direção musical do próprio Silva (piano, violão e sintetizador), os takes foram captados ao vivo e, de acordo com o artista, chegam hoje ao mundo sem retoques. A questão é que registros como o da balada Vou falar de novo, calcada no piano de Silva, soam redundantes.
Fora do repertório do álbum Encantado, composto por Silva em parceria com o irmão Lucas Silva, entraram no roteiro da Encantado session o sucesso Fica tudo bem (2018) e um cover cool de Fim de sonho (1973), parceria de João Donato (1934 – 2023) com João Carlos Pádua apresentada por Donato no álbum Quem é quem (1973).
Única novidade da gravação, a abordagem da canção se justifica na sessão de estúdio porque Silva dedicou a Donato o álbum Encantado. De todo modo, volta a questão: Silva e o mundo precisavam mesmo dessa Encantado session?
Silva lança hoje, 24 de setembro, o registro audiovisual intitulado ‘Encantado session’ com takes ao vivo de oito músicas gravadas em Petrópolis (RJ)
Lucas Silva / Divulgação

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Em nova denúncia, mulher diz que foi dopada e estuprada pelo rapper Sean ‘Diddy’ Combs em estúdio

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Denúncia aponta que caso aconteceu em 2001, quando a vítima tinha 25 anos. Estupro foi filmado e mostrado para outros homens, segundo a acusação. Sean ‘Diddy’ Combs durante um evento em 2018
Richard Shotwell/Invision/AP/Arquivo
Uma mulher acusou formalmente nesta terça-feira (24) o rapper Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, por tê-la drogado e estuprado em 2001, quando ela tinha 25 anos, informou a Agência France-Presse (AFP). A nova denúncia se soma a outras por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição que o artista enfrenta.
Segundo o documento, apresentado em um tribunal de Nova York, a vítima contou que foi levada ao estúdio de Combs, na mesma cidade, para uma reunião. Ela perdeu a consciência após receber do rapper e de um segurança dele uma taça de vinho.
“Ela acordou e se viu nua e amarrada”, descreve a denúncia. Combs e Joseph Sherman “passaram a abusar dela brutalmente e a estuprá-la. Combs a estuprou sem piedade”.
O rapper está preso em Nova York e aguarda julgamento por tráfico sexual, associação criminosa e promoção da prostituição. Ele se declarou inocente das acusações.
Segundo a agência, Thalia Graves, que autorizou ter seu nome divulgado, afirmou que permaneceu em silêncio sob ameaças por mais de duas décadas, e que descobriu no ano passado que os dois haviam gravado o estupro “e mostrado para vários homens”.
“A dor interna após ser atacada sexualmente é incrivelmente profunda e difícil de traduzir em palavras”, disse Thalia nesta terça, em entrevista coletiva. “Deixa cicatrizes emocionais que nunca serão curadas por completo”, acrescentou, chorando.
A advogada da vítima, Gloria Allred, disse que o objetivo do processo é destruir e impedir a divulgação do suposto vídeo, além de buscar uma indenização por danos físicos e emocionais.
Também conhecido como Puff Daddy e P. Diddy, Sean Combs era um nome poderoso do mercado do hip-hop e foi produtor de astros como o falecido The Notorious B.I.G.
Esta reportagem está em atualização.

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Adriana Calcanhotto revive Partimpim 12 anos após álbum que surtiu efeito menor no mercado e nem gerou show

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♫ ANÁLISE
♩ Adriana Partimpim está de volta quatro anos após live feita em março de 2020 – no início do isolamento social imposto pela pandemia de covid-19 – e doze anos após o último álbum, Tlês (2012).
A personagem – criada por Adriana Calcanhotto para trabalhos voltados para as crianças – retorna ao mercado fonográfico com o quarto álbum de estúdio. O próximo disco de Partimpim tem lançamento previsto para a primeira quinzena de outubro, a tempo de celebrar o Dia das crianças.
Para promover a ressurreição do heterônimo de Calcanhotto no mercado, foi criado até um perfil de Adriana Partimpim nas redes sociais, há uma semana.
Essa volta de Partimpim com o álbum O quarto é notícia que deve ser celebrada, pois todos os anteriores álbuns de estúdio da personagem – Adriana Partimpim (2004), Dois (2009) e o já mencionado Tlês (2012) – foram trabalhos que trataram o público infantil com inteligência.
Mas resta saber se essa volta, estrategicamente idealizada para celebrar os 20 anos do primeiro álbum, conseguirá bisar o sucesso desse disco inicial, que legou dois hits, Fico assim sem você (Cacá Morais e Abdullah, 2002) – recriação sagaz da música que havia sido lançada dois anos antes pela dupla Claudinho & Buchecha – e Oito anos (Paula Toller e Dunga, 1998), regravação da canção do primeiro álbum solo de Paula Toller.
Os álbuns posteriores, Dois e Tlês, foram feitos com o mesmo apuro, mas surtiram efeito menor, em especial Tlês. Tlês sequer gerou show e, consequentemente, tampouco originou registro audiovisual de show, como os dois discos que o antecederam.
Sim, a discografia de Adriana Partimpim também inclui os DVDs Adriana Partimpim – O show (2005) e Partimpim – Dois é show (2010).
Seja como for, o fato é que a personagem deixou saudade, inclusive (talvez até sobretudo) entre os admiradores de Adriana Calcanhotto. Que venha, pois, O quarto para matar essa saudade!

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