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Categoria de melhor filme internacional do Oscar é criticada; entenda escolha dos indicados

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Filmes são inicialmente selecionados por comissões de cada país e membros da Academia de Hollywood podem se inscrever Categoria de melhor filme internacional do Oscar é alvo de críticas; entenda
Existente de forma oficial do Oscar desde 1956, a categoria de melhor filme internacional — que nasceu como melhor filme em língua estrangeira — tem sido alvo de críticas da imprensa especializada de Hollywood há alguns anos.
Com quatro indicados europeus e um japonês, a categoria já tem um forte favorito como vencedor. “Zona de interesse”, da Inglaterra, é o único que também está indicado a melhor filme, afinal.
O próprio eurocentrismo da categoria, aliás, é um dos grandes pontos criticados, mas não é o único.
O Oscar 2024, aliás, acontece no próximo dia 10.
Veja abaixo (e no vídeo acima) como a categoria escolhe seus indicados e entenda melhor as críticas:
Como funciona o Oscar de melhor filme internacional
Antes de 1956, a Academia de Hollywood até premiava filmes de outros países, mas era um prêmio honorário.
Desde a criação até 2019, ela se chamava de melhor filme em língua estrangeira. Nesse ano, a Academia decidiu que o nome estava ultrapassado. De 2020 em diante, ela passou a se chamar de melhor filme internacional.
A categoria tem muitas peculiaridades que não divide com as demais. A maior delas é a seleção feita por organizações de cada um dos países.
Ou seja, o Oscar não pode indicar simplesmente qualquer filme brasileiro, por exemplo. Uma comissão da Academia Brasileira de Cinema é quem escolhe um único representante do país.
Há algumas etapas no caminho, mas depois comissões da Academia americana assistem aos selecionados, votam em seus favoritos e formam as pré-lista e, depois, a lista de indicados.
São os próprios membros da organização quem se oferecem para formar essas comissões. Para participar, eles precisam ter visto um número mínimo de filmes escolhidos.
Essa é também a única categoria cujo prêmio não vai para uma pessoa específica, mas para o país representado. Em 2023, por exemplo, o vencedor foi “Nada de novo no front”.
Edward Berger, diretor de ‘Nada de novo no front’, ganha Oscar de filme estrangeiro, à frente da equipe do filme
REUTERS/Carlos Barria
O diretor Edward Berger subiu ao palco e agradeceu, mas não é considerado um ganhador do Oscar. A estatueta foi, pelo menos oficialmente, para a Alemanha.
Essa é também uma das poucas categorias cujas produções não precisam ter estreado nos Estados Unidos no ano anterior ao da premiação.
Eurocentrismo, delegação de tarefas e escolha única
As críticas se dividem principalmente em três frentes: a escolha delegada para os países, a escolha única de cada um deles, e o eurocentrismo dos indicados.
Algumas pessoas dizem que, ao delegar a escolha inicial, a Academia não está fazendo seu trabalho. Além disso, algumas comissões seriam mais facilmente corrompidas pela política interna ou por campanhas localizadas.
Justine Triet, diretora de “Anatomia de uma queda”, recebe a Palma de Ouro em Cannes
REUTERS/Gonzalo Fuentes
2024 tem um bom exemplo disso. “Anatomia de uma queda” ganhou o prêmio principal do Festival de Cannes e ainda assim não foi escolhido.
O favorito da comissão francesa foi “O sabor da vida”, que acabou de fora do Oscar. Já “Anatomia de uma queda” recebeu cinco indicações – entre elas a de melhor filme.
Não é possível cravar o motivo do erro, mas há quem diga que os franceses consideraram “O sabor da vida” mais “a cara do Oscar”. Já outros viram uma certa má vontade com a diretora de “Anatomia de uma queda”, Justine Triet.
(Muita gente acha que o mesmo aconteceu com “Cidade de Deus”, em 2003, mas não foi o caso.)
Outro problema é a limitação a um único escolhido por país, o que pode deixar muita coisa boa de fora. Em 2019, por exemplo, o Brasil teve de escolher entre “A vida invisível” e “Bacurau”.
A justificativa é que a limitação dificulta um eurocentrismo na categoria, impede que por exemplo em um ano todos os indicados sejam italianos, ou franceses, ou dinamarqueses.
O problema é que não impede necessariamente. Historicamente, a categoria é dominada por produções europeias.
2024 segue o padrão. Veja os indicados:
“Zona de interesse” – Inglaterra
“Eu, Capitão” – Itália
“A sala dos professores” – Alemanha
“A sociedade da neve” – Espanha
“Dias perfeitos” – Japão (dirigido por Wim Wenders, um alemão)
Com isso, a maioria dos vencedores é obviamente europeia. São 57 ganhadores do continente desde 1957. A Itália levou o maior número de Oscars, 14.
Nesse tempo todo, foram apenas 10 vencedores de outros continentes. Com 5 estatuetas, o Japão é o maior deles.
Tem também quem critique uma regra que proíbe que os filmes indicados sejam falados em inglês, ou pelo menos a maior parte do filme. Ela foi feita para impedir que a Inglaterra domine, mas tem umas implicações meio bizarras.
Em 2019, o primeiro filme selecionado pela Nigéria, “Lionheart”, foi desclassificado por ser falado em inglês. O problema é que inglês é o primeiro idioma da Nigéria.

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