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Festas e Rodeios

Ná Ozzetti e Luiz Tatit se equilibram na corda bamba da composição e do canto com o magistral álbum autoral ‘De lua’

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Artistas lançam na próxima sexta-feira, 12 de abril, songbook com dez músicas da parceria iniciada há 30 anos, em 1994, fora da obra do grupo Rumo. Capa do álbum ‘De lua’, de Ná Ozzetti e Luiz Tatit
e arte de Gal Oppido
Resenha de álbum
Título: De lua
Artistas: Ná Ozzetti e Luiz Tatit
Edição: Circus Produções Culturais e Fonográficas
Cotação: ★ ★ ★ ★ ★
♪ Em 1979, quando Ná Ozzetti foi admitida como vocalista do Rumo, o vanguardista grupo paulistano ganhou voz, cara e forma definitivas. A formatação do repertório do Rumo – do qual Luiz Tatit logo sobressaiu como o principal compositor – passou a ser indissociável do canto singular de Ná, dona de divisão particularíssima.
Mesmo quando iniciou paralela carreira solo em 1988, Ná permaneceu linkada ao Rumo e em especial a Tatit. Daí que faz todo sentido um álbum que juntasse Ná Ozzetti e Luiz Tatit, parceiros desde 1994 em músicas gravadas pelos artistas nas respectivas discografias individuais e pelo Rumo no último álbum do grupo, Universo (2019).
Esse álbum, De lua, está pronto, celebra os 30 anos da parceria e entra em rotação na próxima sexta-feira, 12 de abril, em edição do selo Circus, com dez músicas da parceria de Ná com Tatit. A rigor, somente três – Et cetera, Boa ideia e a música-título De lua – são inéditas.
As outras sete músicas foram lançadas entre 2000 e 2022. Mas isso jamais atenua o valor desse songbook que expõe a afinação absoluta entre os compositores. Até porque as músicas antigas foram depuradas no álbum De lua, ganhando a melhor forma com a produção musical orquestrada por Jonas Tatit – também responsável pela mixagem e masterização do disco – e com arranjos criados coletivamente pelos solistas e pela banda que reúne os músicos Danilo Penteado (baixo, guitarra e sanfona), Mário Manga (violoncelo e guitarra) e Sérgio Reze (bateria), além do próprio Tatit ao violão.
O violão de Tatit é o instrumento condutor da levada de faixas como Se você aparecer. Joia de alto quilate que merece abrir o álbum De lua, Se você aparecer (2022) batizou o álbum audiovisual lançado por Ná Ozzetti há dois anos somente no YouTube.
Por isso, essa canção que imagina formas do amor ausente e invisível – com fina melancolia destilada bem distante do melodrama – pode até soar inédita para ouvintes das tradicionais plataformas de áudio e dos discos físicos. A propósito, o álbum De lua terá edição em CD.
Embora a voz de Tatit esteja na ficha técnica de todas as 10 faixas do disco, nem que seja como discreto vocal, há no álbum De lua músicas que soam como solos de Ná – caso de Dengo (2019), faixa em que o canto límpido da intérprete alcança agudos que se afinam com o toque pontiagudo da guitarra de Mário Manga – e há reais duetos, como em Batuqueiro (2000), canção metalinguística em que Ná e Tatit versam sobre o poder do músico (e da música) de correr mundo com sons e sílabas.
No álbum De lua, muito do poder da música reside na forma com que as sete canções pré-existentes foram remodeladas, geralmente superando os registros originais.
Basta comparar a atual gravação de Equilíbrio (2011) – em que o canto de Ná Ozzetti se equilibra com maestria na corda bamba mencionada na letra – com o já apurado registro feito pela própria Ná para o álbum Meu quintal (2011), cuja música-título também é rebobinada nesse atual disco em duo dos artistas parceiros.
O álbum De lua ilumina essas canções, apontando caminhos para – quem sabe? – alcançar outros nichos e ouvintes.
Nessa releitura, Miolo (2013) fica com a cara de música do grupo Rumo, feição menos visível na gravação feita somente por Ná no álbum Embalar (2013). Já A voz da musa (2022) flui com a mesma naturalidade da gravação original do disco Se você aparecer (2022), aquele disponibilizado somente no YouTube.
Das novidades, Et cetera (2024) inebria com os vocais que arrematam gravação feita com o toque ruralista da sanfona de Danilo Penteado. Esse toque sanfoneiro sobressai ainda mais na música-título De lua (2024), cuja letra traça paralelos poéticos entre a lua e a terra.
Já Boa ideia – faixa escolhida para ser o single inicial, editado em 15 de março (Et cetera veio na sequência em 22 de março como o segundo single do álbum) – tem como musa a cidade de São Paulo (SP).
Música que descreve hipotética paralisação de Sampa em tom de fábula, expondo na sequência a alegria aliviada quando a cidade volta a funcionar, Boa ideia é exemplo perfeito da total sintonia entre Ná Ozzeti e Luiz Tatit como compositores parceiros. Música e letra sempre se encaixam com precisão. Dai que criar um álbum com o cancioneiro da dupla é excelente ideia que resultou magistral.

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Vitor Ramil ergue ‘Mantra concreto’, álbum com 13 músicas criadas a partir de versos do poeta Paulo Leminski

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♫ NOTÍCIA
♪ Vitor Ramil segue em trilho poético no 13º álbum do artista gaúcho nascido em Pelotas (RS), cidade renomeada como Satolep na geografia artística da obra do cantor, compositor e músico. Dois anos após transitar por Avenida Angélica (2022) em álbum lançado com músicas compostas a partir de poemas da conterrânea Angélica Freitas, Ramil apresenta em 10 de outubro o álbum Mantra concreto.
Com produção musical orquestrada pelo próprio Vitor Ramil com Alexandre Fonseca e Edu Martins, o álbum Mantra concreto alinha 13 músicas inéditas compostas por Ramil a partir de poemas do escritor, músico e poeta curitibano Paulo Leminski (24 de agosto de 1944 – 7 de junho de 1989).
Gravado por Lauro Maia, mixado por Moogie Canazio e masterizado de André Dias, o álbum Mantra concreto reúne músicas como Amar você e celebra os 80 anos que Leminski teria completado há um mês.
A ideia do disco surgiu em 2021, durante o isolamento social imposto pela pandemia de covid-19. “Justamente por estar isolado em casa, fui contaminado pela poesia de Paulo Leminski. Certo dia, enquanto lia o poema ‘Sujeito Indireto’, passei a mão no violão e minha imunidade baixou. ‘Quem dera eu achasse um jeito de fazer tudo perfeito’ logo virou canção. Nos dias subsequentes, a cena se repetiu com outros poemas. Em três semanas, treze poemas, treze canções”, recorda Vitor Ramil.
A capa do álbum Mantra concreto foi criada pelo designer Felipe Taborda.
Capa do álbum ‘Mantra concreto’, de Vitor Ramil
Arte de Felipe Taborda

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Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio neste domingo, antes de mandado de prisão ser expedido; VÍDEO

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A decisão foi tomada em meio às investigações da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio neste domingo, antes de mandado de prisão ser expedido
O cantor Gusttavo Lima, que teve prisão decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) nesta segunda-feira (23), esteve no Rock in Rio na noite do último domingo (22).
Em vídeos compartilhados em suas redes sociais, o sertanejo aparece visitando o “Vipão”, camarote do evento, e acompanhando o show do Akon. Ele também teve um encontro com Roberto Medina, fundador do festival.
Gusttavo ainda mostra uma maquete do The Town, gerando comentários de que poderia ser um dos nomes do festival de São Paulo em 2025. Ao final do passeio, ele comentou: “Foi sensacional”.
Gusttavo Lima conversa com Roberto Medina no Rock in Rio e mostra maquete do The Town
Reprodução/Instagram
Antes de ir à Cidade do Rock, Gusttavo Lima se apresentou no Rodeio de Jaguariúna na madrugada de domingo (22) e fez dueto “surpresa” com Zezé di Camargo.
Mandado de prisão
Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio no domingo (22)
Reprodução/Instagram
A decisão foi tomada em meio às investigações da Operação Integration, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro pelo qual também foi presa a influenciadora digital Deolane Bezerra.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. A decisão foi publicada depois que o Ministério Público devolveu o inquérito à Polícia Civil, pedindo a realização de novas diligências e recomendando a substituição das prisões preventivas por outras medidas cautelares.
Akon no Rock in Rio
Além de Gusttavo Lima, uma multidão se espremeu para assistir ao show de Akon no Palco Mundo, no Rock in Rio deste domingo (22). O músico reviveu clássicos do R&B e homenageou o Brasil ao incluir batidas de samba, funk, seresta e no setlist.
Entre as diversas gafes que marcaram o show do cantor, estava a falha no uso de uma bolha inflável. O cantor entrou em uma e se preparou para passar sobre o público. Mas ao descer a escada do palco, a bolha começou a murchar e Akon não conseguiu atingir seu objetivo, ficando constrangido. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido (veja no vídeo abaixo).
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Sertanejo no Rock in Rio
Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio
O Rock in Rio 2024 ficará marcado na história do festival como a edição em que o sertanejo subiu ao palco pela primeira vez. Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país — enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, no último sábado (21), com programação exclusivamente brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, subiram ao palco Ana Castela, Simone Mendes e Chitãozinho e Xororó.
Uma das atrações esperadas para o dia, o sertanejo Luan Santana cancelou sua participação por causa do atraso de mais de uma hora nos shows do festival.
Gusttavo Lima foi ao Rock in Rio no domingo (22)
Reprodução/Instagram

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Após 400 shows usando bolhas sobre público, Sorocaba dá dicas para Akon depois de cantor não conseguir usar artifício no Rock in Rio

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‘Pelo tamanho do Akon, que é um sujeito grande, eu achei que a bolha era muito pequena. Teria que ter um diâmetro quase que dobrado’, analisa o sertanejo em entrevista ao g1. Akon em seu show no Rock in Rio, segundos antes de a bolha inflável murchar, e Sorocaba durante show em 2013
Reprodução/Instagram
Entre as diversas gafes que marcaram o show do Akon na noite de encerramento do Rock in Rio, neste domingo (22), estava a falha no uso de uma bolha inflável. O cantor entrou em uma e se preparou para passar sobre o público. Mas ao descer a escada do palco, a bolha começou a murchar e Akon não conseguiu atingir seu objetivo, ficando constrangido. “Eu queria fazer algo especial pra vocês”, disse ele, tímido.
O artifício é usado pela dupla Fernando e Sorocaba há mais de dez anos. Os artistas sertanejos já passaram sobre o público usando a bolha em ao menos 400 shows, segundo Sorocaba. E, ainda de acordo com o cantor, ele só passou por incidente semelhante ao do Akon uma vez.
“A gente teve um contratempo uma vez na vida, porque tem uma alcinha do zíper que sempre tem que ser travada pra ninguém puxar. Eu tava me deslocando num show lá atrás e, no meio do caminho, um sujeito abriu”, afirmou o cantor em entrevista ao g1.
“Não aconteceu nada demais, simplesmente a bolha murchou e eu acabei caindo no meio do público. As pessoas ficaram ouriçadas, aquela história toda, mas ninguém se machucou. Não considero um acidente.”
Sorocaba afirmou que assistiu ao incidente com Akon. E acredita que a falha tenha acontecido por causa do zíper, que é bastante frágil.
“Quando você desce uma escada e dá o azar de pisar exatamente onde vai o zíper, a chance de abrir a bolha é grande. É o que deve ter acontecido ali com o Akon.”
O cantor também aponta que a bolha usada pelo artista senegalês era pequena demais.
“Eu achei que a bolha dele, pelo tamanho do Akon, que é um sujeito grande, era muito pequena. Ela teria que ter um diâmetro quase que dobrado dessa daí.”
Akon tenta se jogar no público dentro de bola inflável, mas equipamento esvazia
Sorocaba ainda afirmou que, se pudesse dar um conselho para o artista, diria para ele inflar a bolha já na altura do público, evitando, assim, passar por obstáculos, como a escada.
“Pode ser feito uma base que suba uma cortina, da forma como a gente faz. Esconde, as pessoas ficam curiosas para saber o que está acontecendo lá dentro, e na hora que abre essa cortina, ele já vai estar inflado na bolha. Eu acho que surpreenderia muito mais.”
Ainda assim, Sorocaba elogiou a tentativa de Akon de colocar o artifício no show.
“Eu acho uma operação incrível, um efeito especial no show incrível. É algo que realmente gera uma interatividade única do fã com o artista. É meio que quase tocar o artista.”
“É algo muito legal para se fazer num show, uma grande sacada.”
Leia crítica: Akon mistura R&B com funk e samba em show com gafes e propósito confuso no Rock in Rio
Akon se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
Funcionamento da bolha
Sorocaba, que faz uso da bolha inflável em seus shows desde 2013, explicou que ela é feita de um material plástico bastante resistente.
“O artista entra, a gente enche de ar, e a ideia é dividir o peso da pessoa que está dentro da bolha na mão de dezenas de pessoas que estão embaixo.”
O cantor explicou que é preciso usá-la quando o show está com bastante público. Era o caso de Akon no Rock in Rio.
“Imagina dezenas de mãos levantadas. Aquilo vira praticamente uma no chão e você vai se deslocando sobre a galera.”
Por segurança, Sorocaba costuma colocar seguranças à paisana pelo caminho que vai percorrer entre o público.
Eles ficam ali para indicar se tem alguma pessoa debilitada no caminho ou até para socorrer o artista em caso de qualquer acidente.
Fernando e Sorocaba evento “Isso é Churrasco On Fire”
Divulgação
Bolhas para artistas e público
Em 2021, durante a pandemia, quando os shows tiveram uma pausa, a banda de rock americana Flaming Lips colocou, não somente os músicos, mas também o público dentro de bolhas infláveis para que pudessem manter o distanciamento social contra o risco do coronavírus.
O grupo realizou dois shows e contou com 100 balões, cada um com capacidade para até três pessoas. As apresentações aconteceram no Estado de Oklahoma, nos Estados Unidos.
A engenhosa ideia partiu do líder da banda, Wayne Coyne, que já usava bolhas antes da pandemia para “rolar” dentro da cápsula pelo público em muitos de seus shows, assim como faz Sorocaba – e Akon tentou fazer.
Apresentação do Flaming Lips teve bolhas para o público e para os músicos
Flaming Lips/Divulgação via BBC

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