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Festas e Rodeios

Aos 80 anos, Dori Caymmi flerta com a leveza no álbum ‘Prosa & papo’ sem se afastar do ‘mundo de dentro’ do artista

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Com oito músicas inéditas em 11 faixas, disco faz ode à cidade do Rio de Janeiro em composição gravada pelo cantor com Joyce Moreno, MPB4 e Zé Renato. Dori Caymmi lança amanhã, 12 de abril, o álbum ‘Prosa & papo’ com oito músicas inéditas entre as onze faixas
Nana Moraes / Divulgação
Capa do álbum ‘Prosa & papo’, de Dori Caymmi
Nana Moraes
Resenha de álbum
Título: Prosa & papo
Artista: Dori Caymmi
Edição: Biscoito Fino
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ Álbum que Dori Caymmi lança amanhã, 12 de abril, Prosa & papo apresenta safra menos inspirada de canções no confronto com os repertórios dos discos anteriores do compositor carioca de 80 anos.
Nem por isso, Prosa & papo deixa de ter grandes atrativos e sutis diferenças em relação aos cinco densos últimos álbuns – Inner world / Mundo de dentro (2009 / 2010), Poesia musicada (2011), Setenta anos (2014), Voz de mágoa – Música do Brasil (2017) e Sonetos sentimentais para violão e orquestra (2022) – da discografia solo do artista carioca.
A sutil diferença reside no fato de que há certa leveza em músicas como o samba Chato (gravado por Dori com João Cavalcanti), o samba-canção Um carioca vive morrendo de amor – ode feita por Dori à cidade natal do Rio de Janeiro em gravação com Joyce Moreno (perfeita tradução da bossa carioca), MPB4 e Zé Renato – e na composição que batiza o disco, Prosa & papo, letrada por Paulo César Pinheiro tendo como mote expressão (‘Carrapixo é mato, carrapato é bicho’) cunhada por Dorival Caymmi (1914 – 2008), pai de Dori e dono de cancioneiro matricial que partiu da Bahia e veio dar no mar carioca.
Por ter certa dose de urbanidade, o álbum Prosa & papo está menos embrenhado nas matas, mares e rios que banham a poesia musicada de Paulo César Pinheiro, autor das letras de nove das 11 músicas do álbum, mas não se afasta desse universo poético.
As duas exceções são as letras escritas por Roberto Didio para Evoé, Nação! – celebração do Brasil musical de Ary Barroso (1903 – 1964), festival, Geraldo Vandré, Pelé (1940 – 2022) e Tom Jobim (1927 – 1994), entre tantos outros grandes nomes mencionados nos versos da letra que evoca Paratodos (1993) de Chico Buarque – e para Canto para Mercedes Sosa, tributo à cantora argentina Mercedes Sosa (1935 – 2009), voz de resistência da América Latina.
Ambas as faixas têm o reforço de vozes imponentes. Convidado do réquiem para a artista argentina, Renato Braz carrega na voz o sangue quente mencionado na letra em homenagem a Mercedes. Já Evoé, Nação! junta o canto de Dori com as vozes límpidas de Joyce Moreno e Mônica Salmaso, com quem Dori gravou álbum lançado há dois anos, Canto sedutor (2022).
A propósito, três músicas desse disco com Salmaso – A água do rio doce, Raça morena e a composição-título Canto sedutor – ganham registros individuais de Dori em Prosa & papo, se juntando no repertório a oito músicas inéditas.
Da safra autoral inédita de Dori com Pinheiro, o baião Três moças desloca o disco para universo nordestino. Já Saia de renda gira no ritmo das cirandas praieiras com a brasilidade entranhada naturalmente no cancioneiro de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro.
No fecho do álbum, Canção partida – gravada com adesões de Ana Rabello no cavaquinho e de Julião Pinheiro no violão de sete cordas – embute a tristeza e a densidade que permeiam o mundo musical de Dori Caymmi – mundo de dentro que nada tem a ver com o humor ranzinza do artista no convívio social.
“Todo cantor que canta tem vontade de chorar”, sentencia Dori na faixa, com a voz de mágoa sublinhada pelo toque seresteiro do violão de Julião.
Sim, o canto de Dori Caymmi parece querer chorar e fica mais sedutor quando adentra o rico mundo interior do grande cantor, compositor e arranjador octogenário.

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Inimigo do fim, Milton Cunha curte até o ‘after’ no ‘busão’ ao fim do Rock in Rio; VÍDEO

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Pelo menos 750 atrações se apresentaram nos palcos do Rock in Rio nessa edição. E para voltar para casa, o apresentador embarcou no ônibus ‘a raspa do tacho’ e caiu na noitada. Milton Cunha se despede da Cidade do Rock e aproveita o ‘after’ no último dia do RIR
Em clima de despedida, Milton Cunha aproveitou até o último segundo o Rock In Rio 2024, que terminou na madrugada desta segunda-feira (23) após apresentação de 750 atrações em 7 dias de festival.
Em busca de outros “inimigos do fim” e atrás do “after”, o apresentador encontrou fãs que mesmo cansados queriam aproveitar o festival.
“Vai deixar um gostinho de quero mais”, disse uma gari da Comlurb.
Outra, fã da Xuxa, revelou a emoção que sentiu no show da artista. “Realizei um sonho de criança”, contou a trabalhadora, que acompanhou Milton Cunha no coro do hit “Ilariê”.
Milton Cunha acha o ‘after’ e aproveita festa dentro de ônibus no último dia de festival.
Reprodução/TV Globo
Caminhar pela Cidade do Rock foi uma realidade dos fãs que aproveitaram o festival. Mesmo com os pés cansados, o público quis curtir os últimos segundos. E de dentro da escultura do tênis sujo de lama que marcou a história do RIR, Milton Cunha, mostrou que ainda tinha energia para gastar.
O apresentador foi até o estúdio de tatuagem que funcionou durante todos os dias do Rock In Rio 2024. Segundo os tatuadores, mais de mil tatuagens foram feitas nos fãs no megaevento.
“O pessoal estava se casando ali na capela de verdade e vinha para cá fazer a tatuagem”, disse um dos tatuadores.
Depois dos shows oficiais, Milton Cunha foi amanhecer com o público que curtia o “after” – como são conhecidas as festas para quem não quer ir embora. No caso do Rock in Rio, o lugar para isso é o palco de música eletrônica, o New Dance Order.
Na hora de ir embora, mais festa, desta vez em movimento. O apresentador embarcou no ônibus “a raspa do tacho” e acabou em uma festa com fãs dentro do “busão”.
“Parar para quê?”, disse uma inimiga do fim.
ROCK IN MILTON É BABADO!
Milton Cunha acompanha passagem de som na Cidade do Rock
Milton Cunha desbrava a Cidade do Rock
Milton Cunha testa a montanha-russa do Rock in Rio

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Osmar Milito, grande pianista de jazz e bossa nova, morre no Rio aos 83 anos

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Em cena desde 1964, o músico paulistano teve atuação relevante nas carreiras de artistas como Djavan, Maria Bethânia, Jorge Ben Jor e Nara Leão. O pianista Osmar Milito (1941 – 2024), morto hoje, terá o corpo velado e enterrado amanhã, 24 de setembro, em cemitério do Rio de Janeiro (RJ)
Divulgação
♫ OBITUÁRIO
♪ Ocorrida hoje de causa não revelada e já anunciada nas redes sociais do artista, a morte de Osmar Milito (27 de maio de 1941 – 23 de setembro de 2024) tira de cena, aos 83 anos, um dos maiores e mais importantes pianistas do universo do jazz e da bossa nova.
Nascido Osmar Amilcar Milito em São Paulo (SP), cidade onde se iniciou no estudo do piano ao sete anos, Milito floresceu como músico no Rio de Janeiro (RJ), cidade para onde veio morar com 22 anos, onde pôs os pés na profissão – tocando nas boates situadas no lendário Beco das Garrafas – e onde será velado a partir das 12h de amanhã, 24 de setembro, no Cemitério São João Batista, onde o enterro do corpo do músico está previsto para as 15h.
Quando decidiu ser músico profissional aos 16 anos, Osmar Milito já absorvera as informações do be bop, estilo de jazz que conhecera na pré-adolescência através dos discos ouvidos pelo irmão, Hélcio Milito (1931 – 2014), baterista projetado no Tamba Trio.
Em cena desde 1964, ano em que debutou nos estúdios como músico do disco Flora Purim é M.P.M., Osmar Milito deixa álbuns cultuados no universo do jazz brasileiro como …E deixa o relógio andar (1971) e Nem paletó, nem gravata (1973).
Também compositor e arranjador, o pianista paulistano militou muito na noite carioca, onde virou músico de respeito. Tanto que Milito foi responsável pela admissão do então desconhecido Djavan na noite carioca, em difícil momento da trajetória do compositor alagoano antes da fama.
Em 1974, o músico teve papel fundamental nas orquestrações do álbum A tábua de esmeraldas, um dos títulos mais aclamados da discografia de Jorge Ben Jor.
Antes, nos anos 1960, Osmar Milito pusera o toque do piano em shows de cantoras como Leny Andrade, Maria Bethânia, Nara Leão (1942 – 1989) e Sylvia Telles (1935 – 1966). No exterior, o pianista trabalhou com Sergio Mendes (1941 – 2024) durante dois anos.
A propósito, Osmar Milito morou e trabalhou um tempo no México. Na volta ao Brasil, no início dos anos 1970, o pianista logo se enturmou e trabalhou com gigantes da MPB como Chico Buarque e Nana Caymmi.
Por falar a língua do jazz com fluência, Osmar Milito foi muito requisitado para tocar com estrelas internacionais como Sarah Vaughan (1924 – 1990) e Tony Bennett (1926 – 2023) nas passagens desses cantores pelo Brasil.
Nos últimos meses, Osmar Milito vinha fazendo série de shows no Blue Note Rio, mostrando ao pequeno público da casa a destreza no toque do piano e transitando pelo jazz e a bossa nova com a técnica que encantou o Brasil e o mundo ao longo de 60 anos de carreira.

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‘Ainda estou aqui’ é selecionado do Brasil para tentar vaga em filme internacional do Oscar 2025

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Lista com pré-selecionados vai ser anunciada em 17 de dezembro. Adaptação de livro de Marcelo Rubens Paiva ganhou prêmio por roteiro no Festival de Veneza e estreia em 7 de novembro. Assista ao trailer de ‘Ainda Estou Aqui’
“Ainda estou aqui” foi o escolhido pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional.
O anúncio foi feito pela Academia Brasileira de Cinema, na manhã desta segunda-feira (23). Pouco depois, a produção ganhou data de estreia no país: 7 de novembro.
A Academia de Hollywood, organizadora do Oscar, divulga uma lista de pré-selecionados em 17 de dezembro.
“Estou orgulhosa de presidir essa comissão, que foi unânime na escolha desse grande filme sobre memória, um retrato emocionante de uma família sob a ditadura militar. ‘Ainda Estou Aqui’ é uma obra-prima, sobre o olhar de uma mulher, Eunice Paiva, e com atuações sublimes das duas Fernandas. Esse é um momento histórico para nosso cinema. Não tenho dúvida que esse filme tem grandes chances de colocar o Brasil de novo entre os melhores do mundo. Nós, da indústria do audiovisual brasileiro, merecemos isso”, disse Bárbara Paz, presidente da Comissão de Seleção.
O filme estava entre os seis filmes finalistas aprovados pela Academia Brasileira de Cinema para concorrem a uma vaga para representar o Brasil no Oscar.
Além dele, concorriam à vaga:
“Cidade Campo”, de Juliana Rojas
“Levante”, de Lillah Halla
“Motel Destino”, de Karim Aïnouz
“Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, de Haroldo Borges
“Sem Coração”, de Nara Normande e Tião
Prêmio em Veneza e elogios
Ganhador do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, no dia 9, o filme é o reencontro do diretor Walter Salles e a atriz Fernanda Montenegro. Em “Central do Brasil” (1998), a dupla conseguiu a última indicação do país na categoria (quando ainda se chamava melhor filme estrangeiro).
‘Ainda Estou Aqui’, de Walter Salles, concorre ao Leão de Ouro em Veneza.
Divulgação
“Ainda estou aqui” também recebeu críticas positivas da mídia estrangeira após exibição no Festival de Toronto. Alguns colocam a produção brasileira entre os favoritos para conseguir a indicação a melhor filme internacional.
Fernanda Torres foi elogiada por sua atuação como a protagonista da adaptação do livro de mesmo nome de Marcelo Rubens Paiva, de 2015. No filme, ela interpreta Eunice Paiva, mãe do escritor (Montenegro, mãe da atriz, faz participação como a personagem mais velha).
A obra conta a história de Eunice, que estudou Direito e se reinventou como uma das mais importantes ativistas dos Direitos Humanos no Brasil depois do assassinato de seu marido, Rubens Paiva (Selton Mello), pela ditadura militar em 1971.
Antes da estreia oficial, o filme vai ser exibido na Mostra de Cinema de São Paulo, que acontece entre os dias 17 e 30 de outubro.

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