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Festas e Rodeios

Martinho da Vila recria as próprias criações com cordas e percussões em álbum de grande apuro instrumental

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Com quatro músicas inéditas, além das participações de L7nnon e Preta Gil, o disco ‘Violões e cavaquinhos’ sobressai pelo requinte dos instrumentistas arregimentados pelo artista. Capa do álbum ‘Violões e cavaquinhos’, de Martinho da Vila
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Violões e cavaquinhos
Artista: Martinho da Vila
Edição: Sony Music
Cotação: ★ ★ ★ 1/2
♪ No mundo a partir de hoje, 13 de maio, o álbum Violões e cavaquinhos é mais um disco em que Martinho da Vila recria as próprias criações entre algumas músicas inéditas, alongando discografia iniciada em 1967.
Mesmo sem alcançar a dimensão conceitual do antecessor Negra ópera (2023), o álbum flui bem ao longo de 12 faixas. A rigor, o disco deveria se chamar Cordas e percussões.
Ou então Violões, cavaquinhos, pandeiros e tamborins, pois o artista fluminense sentiu necessidade de adicionar percussões às cordas manuseadas por instrumentistas do naipe de Ana Costa, Claudio Jorge, Carlinhos Sete Cordas, Gabriel de Aquino, Rafael dos Anjos e Wellington Monteiro (nos violões) e Alaan Monteiro, Alceu Maia, Fernando Brandão, Nilze Carvalho, Pretinho da Serrinha e Wanderson Martins (nos cavaquinhos).
O chamariz do disco na mídia tem sido as participações do rapper L7nnon na regravação de Canta canta, minha gente (Martinho da Vila, 1974) e de Preta Gil na abordagem de Disritmia (Martinho da Vila, 1974) em faixa com Ex-amor (Martinho da Vila, 1981).
L7nnon faz discurso cadenciado, menos duro do que a prosódia habitual do rap, mas, à essa altura, misturar samba com rap é algo já corriqueiro. Já Preta Gil tem a presença justificada pelo fato de Martinho ter alterado o gênero de versos de Disritmia para inverter papéis sociais reservados às mulheres e aos homens.
O rapper L7nnon (à esquerda) faz discurso cadenciado no samba ‘Canta canta, minha gente’ em gravação que abre o álbum de Martinho da Vila
Leo Aversa / Divulgação
O apuro instrumental do álbum Violões e cavaquinhos salta aos ouvidos em faixas como Sempre bela (Matinho da Vila, 2024), inédito samba-canção lustrado pelos toques do violão de Gabriel de Aquino e do cavaquinho de Alaan Monteiro.
Na ordem das músicas no disco, Sempre bela é faixa antecedida por Coisa de preto (2024), inédito samba de acento rural e ritmo quase calangueado, composto por Martinho da Vila em parceria com Chico César. A letra alinha iguarias e habilidades associadas ao povo preto em faixa que evidencia o suingue do coro feminino recorrente no disco e orquestrado por Analimar Ventapane, filha de Martinho, que também trouxe outras duas filhas, Alegria Ferreira e Mart’nália, para o álbum.
Música também inédita, Mulher sorriso (2024) brilha menos entre o lote de novidades do disco. Trata-se de samba feito por Martinho a partir de texto do escritor e filósofo Arnaldo Niskier. Na gravação, o brilho maior vem do violonista Gabriel de Aquino e o cavaquinhista Alaan Monteiro. Os músicos deitam e rolam entre levadas de marcha-rancho e timbres evocativos da obra erudita do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685 –1750).
Samba-enredo composto por Martinho da Vila para o Carnaval de 2023 da escola Unidos de Vila Isabel, Amante fiel completa o lote de músicas inéditas, resultando sem a força de outras incursões do compositor pelo gênero.
No mais, o álbum Violões e cavaquinhos reapresenta músicas já presentes na discografia de Martinho. Há a junção de Patrão, prenda seu gado, samba de 1931 – de autoria da santíssima trindade formada por Donga (1889 – 1974), João da Baiana (1887 – 1974) e Pixinguinha (1897 – 1973) – com o pioneiro samba Pelo telefone (Donga e Mauro Almeida, 1916).
Há medley de calangos. E também há a junção de Roda ciranda (Martinho da Vila, 1984) com Madalena do Jucu (Martinho da Vila, 1989) em faixa incrementada pelo coro. E, claro, pelos violões e cavaquinhos tocados com maestria e ouvidos ao longo deste disco em que o artista mantém hasteadas as bandeiras da fé, da esperança, da negritude, dos enredos e do partido alto, sublinhando a singularidade da obra de Martinho José Ferreira, o Martinho da Vila Isabel, bamba do samba.
Martinho da Vila abre parceria com Chico César em ‘Coisa de preto’, música inédita do álbum ‘Violões e cavaquinhos’
Leo Aversa / Divulgação

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Festas e Rodeios

Por que Chappell Roan e outras estrelas do pop estão denunciando comportamento tóxico de fãs

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Recentemente, cantora disse que “pode ​​sair” da indústria musical se o assédio contra ela e as pessoas mais próximas não diminuir. Chappell Roan criticou “comportamento assustador” de alguns fãs
Getty Images/Via BBC
Em apenas oito meses, Chappell Roan deixou de ser uma desconhecida para chegar ao topo das paradas como uma das maiores novas estrelas pop do planeta.
Mas, enquanto a jovem de 26 anos, nascida no Missouri, conclui uma turnê esgotada pelo Reino Unido, a consequência obscura da megafama e os fãs invasivos ameaçam lançar uma sombra sobre o seu sucesso.
Em agosto, ela postou dois vídeos no TikTok, agora visualizados mais de 30 milhões de vezes, denunciando o “comportamento assustador” que ela vivenciou e pedindo aos fãs para respeitarem seus limites.
E no Instagram, ela escreveu “mulheres não devem” nada, depois que um fã a agarrou e a beijou em um bar. Em outro episódio, a polícia teve que intervir quando um fã em busca de autógrafo não aceitou um não como resposta.
Esta semana, ela deu um passo além, dizendo à revista The Face que “pode ​​sair” da indústria musical se o assédio contra ela e as pessoas mais próximas não diminuir.
A fama, ela concluiu, tem a “energia de um ex-marido abusivo”.
Alguns veem os comentários de Roan — e observações semelhantes de outros artistas — como evidência de que o relacionamento entre as estrelas e seus fãs está mudando drasticamente.
“Não consigo lidar com essa responsabilidade”
Chappell Roan é o alter ego drag de Kayleigh Amstutz. E ela tentou manter as duas identidades separadas.
A autenticidade da artista é a chave para seu apelo entre os fãs. Mas ser famosa tem desvantagens para uma estrela pop moderna.
“É um mundo tão interessante em que vivemos, onde todos querem ver quem você realmente é nas redes sociais. Mas há essa ilusão de que eles conhecem você e que podem lhe dizer qualquer coisa”, ela disse à revista Glamour no ano passado.
Em encontros, os fãs LGBT despejam suas difíceis experiências de revelação sobre ela. “Minha música ajudou muitas pessoas a superar esse trauma, e eu amo isso”, ela acrescentou.
“Mas, pessoalmente, como Kayleigh, não consigo lidar com essa responsabilidade.”
As tentativas de Roan de estabelecer limites e redefinir os relacionamentos modernos entre fãs e artistas, sem surpresa, levaram a uma reação negativa.
Em seu podcast, Perez Hilton e Chris Booker apoiaram os apelos de Roan por relacionamentos mais saudáveis ​​com fãs, mas alertaram que suas críticas repetitivas à fama – tudo isso enquanto cortejava a atenção da mídia – a deixaram aberta a acusações de ser uma “rabugenta”.
Roan no tapete vermelho do VMA Awards no início deste mês
Getty Images/Via BBC
Nas redes, há quem interprete os comentários de Roan como ingratos, pois argumentam que qualquer lado negativo da atenção são parte da fama e da fortuna.
No entanto, a maioria dos fãs apoia Roan. Lily Waite, uma mulher trans de 29 anos, disse à BBC News que achou a franqueza da estrela inovadora e fortalecedora, e afirmou entender seu pedido por reações mais respeitosas.
“A maioria dos fãs é maravilhosa, sincera e respeitosa, mas esses não são os fãs aos quais ela se dirige ou se refere em seus vídeos pedindo limites”, diz Waite, que sente que a misoginia está por trás de grande parte da reação negativa.
Rebecca Clark, 35, que se identifica como queer (pessoas que não se identificam com gênero ou orientação sexual estabelecidos), sugere que a experiência de Roan na cena drag/queer – que Clark argumenta ser mais compreensiva com a saúde mental – deixou a artista mais “exposta no cenário mundial”.
Ainda assim, Clark a apoia, principalmente porque ela desafia a superficialidade daqueles que só apoiam a autenticidade das estrelas quando ela é positiva. “Ela é autoconsciente o suficiente para ter visto o que aconteceu no passado com outras estrelas pop e ativamente estabeleceu um limite para seus fãs.”
“Como a primeira estrela pop feminina massivamente assumida desde Lady Gaga, ela é incrível. Mas, novamente, isso não significa que ela deva aos fãs um encontro pessoal. Ela é apenas uma pessoa também.”
Se Roan está fazendo a tentativa mais intensa e de alto nível de impor limites, ela certamente não está sozinha em falar sobre o tema.
Hayley Williams, do Paramore, disse que os comentários de Roan foram “corajosos e infelizmente necessários”.
EPA/Via BBC
A cantora do Paramore Hayley Williams apoiou publicamente os comentários. “Isso acontece com todas as mulheres que conheço desse ramo, inclusive eu”, ela escreveu. “A mídia social piorou isso. Estou muito grata que Chappell esteja disposta a abordar isso de uma forma real, em tempo real. É corajoso e infelizmente necessário.”
A cantora Mitski deu boas-vindas para a cantora no “clube onde estranhos acham que você pertence a eles e eles encontram e assediam seus familiares”.
A banda indie Muna também criticou elementos “tóxicos” de sua própria base de fãs. A música The Diner (O jantar, em português) de Billie Eilish discutiu de forma semelhante sobre ser perseguida.
Para Sarah Ditum, autora de Toxic, um livro que explora o estrelato feminino nas últimas décadas, este ano marcou “um ponto de inflexão” em celebridades dizendo abertamente que os fãs estão cruzando uma linha.
Ela acredita que é mais fácil para esta geração de estrelas falar sobre isso porque elas cresceram com a linguagem da saúde mental e dos limites, já que “a cultura pop tem reavaliado o tratamento dado às estrelas nos anos 2000″ — em particular Britney Spears.
Como a princesa do pop millennial, o arco de Spears serve como um aviso para todos que a seguem. Ela simboliza tanto a exploração da época – comercializada para as massas como uma adolescente sexual com apenas 16 anos – quanto a mudança nas pressões da fama provocadas por uma mídia em mudança.
Experimentando o auge da fama na era pré-mídia social, a carreira rigidamente controlada de Spears a deixou sufocada pelos paparazzi e executivos do sexo masculino até um colapso público.
Para Roan, a atenção agora vem dos fãs que, graças às redes sociais, podem formar relacionamentos parassociais – o termo psicológico para descrever a ilusão de uma amizade ou vínculo com uma estrela que nunca conheceram.
Isto torna a fama particularmente intensa para esta geração, diz Ditum.
“Em certo sentido, as mídias sociais são um poder incrível em suas mãos. Eles não precisam passar por uma imprensa potencialmente hostil e podem falar diretamente ao seu público em seus próprios termos.”
“Mas também dá um grande poder ao público.”
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Febre na China, microdramas com episódios de 1 minuto (na vertical) já concorrem com cinema e miram Hollywood

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Especialistas apontam que vídeos de formato curto são concorrente cada vez mais forte para o setor cinematográfico chinês. ‘Eles não vão mais ao cinema’, diz um ator veterano sobre o público, que descreve como trabalhadores de meia-idade e aposentados, em grande parte. O ator Zhu Jian, de 69 anos, durante gravação de um microdrama em um salão de Zhengzhou, na província de Henan, na China
Tingshu Wang/Reuters
Em um set de filmagem que se assemelha ao castelo medieval chinês, Zhu Jian está ocupado dando dor de cabeça à segunda maior indústria cinematográfica do mundo.
O ator de 69 anos está interpretando o patriarca de uma família rica que comemora seu aniversário com um banquete luxuoso. Mas, sem o conhecimento de nenhum deles, a empregada em cena é sua neta biológica. Uma segunda reviravolta: Zhu não está filmando para as telas de cinema.
“Grandma’s Moon” é um microdrama, composto por episódios de um minuto, filmados na vertical, com frequentes reviravoltas na trama, criados para manter milhões de espectadores presos às telas de seus celulares – e pagando para ver mais.
“Eles não vão mais ao cinema”, disse Zhu sobre seu público, que ele descreveu como sendo composto em grande parte por trabalhadores de meia-idade e aposentados. “É muito conveniente segurar um telefone celular e assistir a qualquer coisa quando quiser.”
Equipe grava microdrama em um salão de Zhengzhou, na província de Henan, na China
Tingshu Wang/Reuters
O setor de micro dramas da China, que movimenta US$ 5 bilhões por ano, está em expansão, de acordo com entrevistas da Reuters com 10 pessoas do setor e quatro acadêmicos e analistas de mídia.
De acordo com alguns especialistas, os vídeos de formato curto são um concorrente cada vez mais forte para o setor cinematográfico chinês, que só perde em tamanho para Hollywood e é dominado pela estatal China Film Group.
E a tendência já está se espalhando para os Estados Unidos, em um raro exemplo de exportações culturais chinesas que encontram força no Ocidente.

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Rock in Rio 2024: Veja fotos do 7º dia

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Último dia de evento tem shows de Shawn Mendes, Akon, Ne-Yo e Luisa Sonza no Palco Mundo. Mariah Carey e Ney Matogrosso são alguns dos destaques do Palco Sunset. Olodumbaiana abre Palco Sunset no último dia de Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1
Público chega para último dia de Rock in Rio
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Público corre para acompanhar o sétimo e último dia de Rock in Rio
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