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Festas e Rodeios

Segundo documentário sobre Luiz Melodia disseca com precisão o coração indomado, rebelde e livre do artista

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Atração da 16ª edição do festival ‘In-Edit Brasil’, o filme de Alessandra Dorgan conta a história do cantor na primeira pessoa entre fotos inéditas e grandes números musicais exibidos na íntegra. Luiz Melodia em imagem do documentário ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’, de Alessandra Dorgan
Reprodução / Filme ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’
Resenha de documentário musical da 16ª edição do festival In-Edit Brasil
Título: Luiz Melodia – No coração do Brasil
Direção: Alessandra Dorgan
Roteiro: Alessandra Dorgan, Patricia Palumbo e Joaquim Castro (com colaboração de Raul Perez) a partir de argumento de Alessandra Dorgan e Patricia Palumbo
Cotação: ★ ★ ★ ★ ★
♪ Sessões de Luiz Melodia – No coração do Brasil no 16º In-Edit Brasil :
★ 15 de junho, às 20h30m – CineSesc 1
★ 21 de junho, às 18h – SP Cine Olido 1
★ 23 de junho, às 18h – Sala Grande Otelo da Cinemateca Brasileira
♪ Por ser o segundo documentário póstumo sobre o cantor, compositor e músico carioca Luiz Carlos dos Santos (7 de janeiro de 1951 – 4 de agosto de 2017) apresentado em espaço de quatro anos, o filme Luiz Melodia – No coração do Brasil corria o risco de soar redundante.
No entanto, o documentário da diretora Alessandra Dorgan se desvia do trilho da obviedade e até se engrandece em relação ao antecessor Todas as melodias (2020), ótimo filme dirigido e roteirizado por Marcos Abujamra.
É que, em vez de seguir a receita dos depoimentos elogiosos + imagens de arquivo + números musicais inéditos, o roteiro de Alessandra Dorgan, Patricia Palumbo e Joaquim Castro – escrito com a colaboração de Raul Perez – dá voz somente a Luiz Melodia, artista tão genial quanto controvertido.
Estão lá imagens valiosas, como a de Gal Costa (1945 – 2022) cantando Pérola negra (1971) no show Gal a todo vapor (1971 / 1972) na captação feita pelo cineasta Leon Hirszman (1937 – 1987), mas quem fala sobre Luiz Melodia é somente ele mesmo, na primeira pessoa. E isso faz toda a diferença. A favor do filme.
Entre a exposição de fotos inéditas do acervo pessoal de Jane Reis (viúva do artista) e a exibição na íntegra de números musicais como Ébano (1975), visto em eliminatória do festival Abertura (TV Globo, 1975) no Theatro Municipal de São Paulo, ouve-se a história de altos e baixos de Luiz Melodia na voz aveludada do próprio Luiz Melodia.
Luiz Melodia em imagem do filme ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’, atração do 16º festival ‘In-Edit Brasil’ na cidade de São Paulo (SP)
Divulgação / Produção do filme filme ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’
E o fato é que, ao longo de uma hora e 15 minutos, o documentário disseca o coração indomado, rebelde e libertário deste artista que, embora criado no Morro de São Carlos, no Estácio, berço de bambas seminais, se recusou a vestir a pele de sambista e a ser (somente) uma voz do morro, ainda que, no exercício da liberdade, tenha feito no álbum Mico de circo (1978) gravação lapidar, em clima de gafieira, de A voz do morro (1955), um dos emblemas da obra do antecessor Zé Ketti (1921 – 1999), também tema de documentário exibido na mesma 16ª edição do festival In-Edit Brasil que apresenta o filme sobre Melodia na programação agendada de 12 a 23 de junho na cidade de São Paulo (SP).
“Se liga no que eu tô falando: é bom se soltar! Enquanto existe música dentro de cada um, existe liberdade”, sentencia Melodia logo na primeira cena do filme, quando incita a plateia de um show a dançar.
Sem didatismo, o roteiro segue cronologia que permite ao espectador menos informado acompanhar a descoberta de Luiz Melodia no morro por Waly Salomão (1943 – 2003), a revelação do compositor em 1971 na voz de Gal Costa, a ascensão entre 1972 (ano em que Maria Bethânia lançou o samba Estácio Holly, Estácio) e 1973 (ano do antológico primeiro álbum do cantor, Pérola negra), o auge com Juventude transviada (1975) sendo massificada na trilha de novela blockbuster da TV Globo, o declínio (comercial) nos anos 1980 e a ressurreição mercadológica na década de 1990 a partir da abordagem da canção Codinome beija-flor (Reinaldo Arias, Cazuza e Ezequiel Neves, 1985) para novela exibida em 1991.
Fica claro que Luiz Melodia foi artista desafinado com a política predatória da indústria da música – o que gerou tantos baixos na carreira e também o rótulo de “maldito”, posto tanto em Melodia como em Jards Macalé e em Sérgio Sampaio (1947 – 1994), gênios também indomados pelos quais o Negro gato expressa profunda admiração no filme.
“Se você marca touca, eles te engolem e fazem um bolinho. Se eu me envolvo com esse tipo de coisa, eu me magoo, entro em depressão e paro com a música”, ressalta Melodia, que saiu da gravadora Philips batendo a porta, após o álbum Pérola negra, porque se recusou a fazer um segundo disco voltado para o samba, como a direção artística da companhia queria.
“Minhas atitudes eram rebeldes. Rebeldia é parte da vida”, justifica Melodia, antes de o documentário exibir sequência clipada de cena com trechos de entrevistas em que o assunto em pauta era a fama de artista “difícil” alimentada pela mídia em torno de Melodia.
É justamente por escapar da louvação pura e simples que, entre expressivos números musicais como o canto de Presente cotidiano (1973) por Gal Costa e o dueto de Melodia com Elza Soares (1930 – 2022) em registro de Fadas (1978) em ritmo de tango, o filme Luiz Melodia – No coração do Brasil engrandece o artista, sobretudo no arremate espiritualista em que fica evidente a infinitude tanto das canções quanto da alma indomada de Luiz Carlos dos Santos, dono de coração cheio de música e liberdade.
Luiz Melodia em imagem dos anos 1970 exibida no filme ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’
Divulgação / Produção do filme filme ‘Luiz Melodia – No coração do Brasil’

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DJ Topo leva MTG ao Rock in Rio em show que custou R$ 1 milhão e mostra ‘spoiler’; veja VÍDEO

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Produtor de ‘MTG Quem Não Quer Sou Eu’ toca neste domingo (22). DJ paulista de 24 anos conta ao g1 como fez funk que ficou no topo das paradas com voz de Seu Jorge. DJ Topo explica a produção de MTG Quem Não Quer Sou Eu
Ao entrar em 2024, DJ Topo tinha uma meta pessoal: emplacar uma música nas 50 mais ouvidas do Spotify Brasil. O DJ e produtor paulista de 24 anos já tinha conquistado virais e vinha em uma crescente na carreira, ainda que lenta. Mas ele sentia que precisava de uma virada.
Bastou uma música para que isso acontecesse. Produzida em maio de 2024, “MTG Quem Não Quer Sou Eu” foi top 1 por 6 semanas no Spotify Brasil. Desde então, DJ Topo conquistou um disco de diamante triplo, músicas com Pedro Sampaio e MC Livinho, e até um lugar no Rock in Rio.
LEIA TAMBÉM: O que é MTG, sigla que aparece nas músicas mais ouvidas do Brasil
A receita para o top 1 envolveu os ingredientes certos: DJ Topo misturou um sucesso de 2011 com um som que vinha conquistando o país. Cozinhou com uma divulgação inteligente e, por fim, temperou com um sample irresistível. Abaixo, veja a história de “MTG Quem Não Quer Sou Eu” e (um spoiler do set do DJ no Rock in Rio):
Topo já era um expert em emplacar sucessos nas redes sociais. É dele o remix funk de “Passarinho (Que Som É Esse)”, que bombou em 2021.
Em 2024, o DJ vinha se inspirando pelas MTGs, produções tipo “remix” de funk com sonoridade minimalista, consolidadas na cena de Belo Horizonte.
Quando lembrou de “Quem Não Quer Sou Eu”, de Seu Jorge, ele percebeu que era a música certa para isso. Segundo ele, a faixa, em tom menor, tem uma “vibe” que combina com a produção. A MTG foi produzida no mesmo dia.
Mas a princípio, ele só fez 15 segundos de produção. Com o sucesso, veio o resto da faixa – e a luta para conseguir a liberação da música.
A MTG foi liberada, mas DJ Topo só conheceu o Seu Jorge meses depois, quando a faixa ganhou o disco de diamante triplo. Topo garante que o cantor curtiu a música, e hoje até apresenta a MTG em shows.
O sonho do Rock in Rio
Além dos sonhos já conquistados em 2024, Topo está prestes a realizar mais um: tocar no Rock in Rio. O DJ se apresenta no dia 22, no palco Supernova, às 20h30 (ele insiste que precisava ser à noite, devido a uma “surpresa que preparou”).
Topo revelou que investiu R$ 1 milhão neste show, para incluir “tecnologia de ponta” e “efeitos visuais”. A apresentação terá uma seleção de músicas especiais, temáticas para o evento. O DJ também deu um “spoiler” ao g1.
DJ Topo conta como monta set para o Rock in Rio
Nasce um hit
DJ Topo é um nativo da internet e do TikTok, mas demorou um pouco a se encontrar na música eletrônica. Ele começou fazendo rave funk, modalidade com um eletrônico mais acelerado e, como o próprio nome diz, mais “pesadona”.
Aos poucos, o produtor começou a experimentar com outras formas de funk, usando suas habilidades nas redes sociais para testar a recepção. É dele a viral “Passarinho (Que Som É Esse)”, remix funk que utiliza um clássico do “Castelo Rá Tim Bum”.
“Algumas coisas que não encaixavam tanto no funk”, conta. “Essas músicas mais ‘antigas’ assim, geralmente a maioria tá tudo em tom maior. E no caso do funk, 99% tá tudo em tom menor. Então cria uma vibe muito diferente e faz com que algumas coisas não se encaixem”.
DJ Topo, autor da ‘MTG Quem Não Quer Sou Eu’
Divulgação/Augusto Wyss
Mas em 2024, ele queria um hit que dominasse as paradas do Spotify Brasil. Com o sucesso das MTGs, Topo entendeu que esse tipo de produção poderia ser um caminho.
O DJ conta que se inspirou por “MTG Quero Te Encontrar” (DJ JZ, Humberto & Ronaldo, Mc Mininin, DJ LG PROD e Silvano Salles) e “MTG Vamos Sair Um Pouco Para Dançar” (DJ Scar, DJ NT da Serra, MC Fabinho Osk), versões que usam sucessos radiofônicos das últimas décadas. Foi aí que ele sentiu que tinha que achar a “MPB perfeita” para esse tipo de remix. E não foi fácil.
“Quem Não Quer Sou Eu”, faixa de Seu Jorge de 2011, está em tom menor. Mas além disso, tem uma “vibe” que combinava para o DJ. “Eu gosto dessa coisa mais dark, mais pesada e sentia muito isso no ‘MTG Vamos Sair Um Pouco Para Dançar”. Uma coisa mais suave, mais intimista, que a música do Seu Jorge também tem”.
Então, o DJ extraiu os vocais de Seu Jorge, acrescentou efeitos, graves e percussão. “Uma MTG no meu estilo”, define.
Outro detalhe – essencial para a música – foi quando Topo entendeu que a faixa pedia mais um tempero. “Quando eu peguei e toquei ela pela primeira vez, eu senti que tava tendo um vazio na música”, conta. Depois que Seu Jorge entoava o verso “quem não quer sou eu”, a música ficava 6 segundos sem vocais, e sem novidades.
Ele já imaginava a reação das pessoas ao ouvir a música. “Tá, e agora? O que o pessoal vai fazer [nessa parte]? Isso aqui tá muito vazio”.
Então, o músico revisitou a cena do funk de Belo Horizonte e fez mais um acréscimo à montagem: um trecho de “Maldita de Ex”, de MC Leozin.
“Falei ‘Pô, eu quero pegar algum artista de BH e puxar alguma acapella’. Na hora já veio a ideia, foi coisa do assim de destino mesmo. Já veio a ‘Maldita de Ex’ na minha cabeça e eu já tinha a música baixada”.
Topo também incluiu na MTG alguns sons que combinam com a letra. Há efeitos sonoros que simulam o ato de fumar cigarro (quando Seu Jorge canta “Um cigarro atrás do outro / Eu fumo sem parar”) e batidas de coração, no verso “No meu peito o coração parece buzinar”.
A corrida pela liberação
DJ Topo
Divulgação
Segundo o DJ, ele tem um processo habitual: faz 15 segundos de música, “testa” nas redes sociais, e só produz a faixa completa se o trecho fizer sucesso.
“Desde quando eu comecei, sempre fiz isso. De fazer uma parte da música, testar no TikTok, testar nas redes sociais, e aí depois eu terminava. Porque para remixes, você precisa pegar autorização, precisa bolar um lançamento… Tem um planejamento. Então para investir em uma música aqui que não vai dar muito certo, não vale tanto a pena”.
“Tem umas épocas que eu vou produzindo ali algumas coisas, tipo 10 ideias. Pego, testo no TikTok, se der certo eu planejo”, explica.
Foi o caso da “MTG Quem Não Quer Sou Eu” que, segundo ele, rapidamente se espalhou pelo TikTok. E nisso, ele percebeu que seria uma corrida contra o tempo.
“Falei ‘Ferrou’. Agora temos que terminar rápido. Aí, já fomos correndo atrás de autorização, de capa, e tudo o mais”.
“Outros DJs, na mesma semana, começaram apostar na mesma ideia, só que falando que a MTG era deles. Dois, três DJs começaram a pegar a música e postar. Falei ‘Pô, eu que tive a ideia, eu não vou receber o mérito se esses caras pegarem e soltarem antes. Aí começou a corrida”.
Topo revela que teve dificuldade para chegar até Seu Jorge. “Cheguei a contatar pessoas que moravam no mesmo condomínio dele. Tipo, você é vizinho dele, bate na porta dele, porque a gente precisa de autorização urgente. E nessa época, a música nem estava pronta ainda. Só tava bombando”.
Segundo o DJ, tudo se resolveu com uma mensagem da MusicPro, distribuidora do Rio de Janeiro. “Eles falaram: ‘Topo, estamos vendo aqui a sua música com o Seu Jorge. Ele é sócio nosso e a gente consegue autorização, desde que você lance pela gente”.
O DJ também conseguiu a liberação de MC Leozin, segundo a assessoria. “MTG Quem Não Quer Sou Eu” foi oficialmente lançada no streaming no dia 10 de maio de 2024. “E se eu não me engano, foi a música que bateu top 1 por mais tempo desse ano. Eu acho que ficou 33 dias, 34 dias. E foi um sonho realizado”.
E o seu Jorge?
Mesmo após conseguir a autorização, Topo não sabia o que Seu Jorge achava da música. Ele só conheceu o cantor em um evento para comemorar o disco de diamante triplo, certificado dado a álbuns ou faixas que vendem 900 mil cópias (ou alcançam 180 milhões de streams).
“E aí eu conheci, conversei com ele, e aí eu descobri que ele gostou, né?”, diz o DJ, rindo. “Ficamos resenhando, ele mostrou também algumas músicas dele, de um álbum que ele tá bolando”.
“Foi super legal conhecê-lo. Eu o admiro para caramba e tive ali meu primeiro momento de intimidade ali com ele. E bom, a princípio ele curtiu, até gravamos vídeo juntos”. Hoje, Seu Jorge toca “Quem Não Quer Sou Eu” em shows, com o beat de DJ Topo ao fundo, afirma o produtor.
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‘Palhaçada’, ‘processinho’, ‘absurdo’: Fãs choram e se revoltam com o cancelamento de Luan Santana no Rock in Rio

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Frustrados, fãs do sertanejo reclamam de mudança no Dia Brasil do festival, que teria Luan Santana no show do Para Sempre do Sertanejo. Fãs choram e se revoltam com o cancelamento de Luan Santana no Rock in Rio
Frustrados, fãs de Luan Santana se revoltaram com a ausência do cantor no show do Para Sempre Sertanejo, no Rock in Rio deste sábado (21). O músico cancelou sua participação após mudanças repentinas na grade horária do festival, causadas devido a uma sequência de atrasos no Dia Brasil.
Segundo a assessoria de Luan, ele só aceitou participar do Rock in Rio “sob o compromisso da organização de que não haveria atraso, visto que ele já tinha um grande show agendado para esta mesma data em São José (SC)”.
O g1 entrevistou fãs do sertanejo, que desabafaram sobre o incômodo com o cancelamento. Veja o vídeo acima.
“Palhaçada. Vai ter processinho”, disse a estudante Débora Martini. “Que show do Luan é esse que não tem Luan?”
“É a minha primeira vez no Rock in Rio. [Seria] o meu primeiro show do Luan”, afirmou Biana Bolti, estudante que estava aos prantos.
O publicitário Helio Martins também lamentou o cancelamento e descreveu o ídolo como “o maior ícone sertanejo desse país”.
Vitória Pinheiro, jornalista, contou que foi ao Rock in Rio apenas para ver o Luan Santana. “Tem gente que dormiu na fila”, disse ela. “Isso é um absurdo.”
Luan se apresentaria junto do Chitãozinho e Xororó, Orquestra Heliópolis, Ana Castela, Júnior e Simone Mendes.

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Antes do Rock in Rio, Akon lembra do dia em que fãs cantaram palavrão no ‘Domingão do Faustão’

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Cantor se apresenta neste domingo (22) no Rock in Rio. Ao g1, ele celebra o resgate do R&B anos 2000, revela música com Ludmilla e fala de parcerias com Lady Gaga e Michael Jackson. Por que o R&B dos anos 2000 está com tudo em 2024?
Sucesso mundial do R&B e do pop nos anos 2000, Akon tem percebido um resgate do seu trabalho antigo por uma geração que era ainda criança.
Muitos novos fãs sequer tinham nascido, quando ele estourou. Alguns deles estarão neste domingo (22) do Rock in Rio, que tem Shawn Mendes e Mariah Carey no line-up.
“Percebi que muitas das minhas músicas têm viralizado no TikTok e Instagram,”, diz o cantor em entrevista ao g1. “Agora essa nova geração está pegando essas músicas e as refazendo também.”
Ao g1, ele relembra parcerias com Michael Jackson e Lady Gaga. Akon também explica como foi o dia em que seus fãs cantaram palavrão no “Domingão do Faustão”.
Leia a entrevista completa de Akon a seguir.
Akon
Divulgação
LEIA MAIS
Ne-Yo, Akon, Mariah… Por que o R&B dos anos 2000 está com tudo no Rock in Rio de 2024?
Horários do Rock in Rio 2024: veja a programação completa dos shows em cada dia
g1 – Você foi um grande nome no R&B no início dos anos 2000. E agora temos você, Mariah Carey, Ne-Yo, todos no Rock in Rio deste ano. A nostalgia pelos anos 2000 realmente cresceu ao longo dos anos, com a tendência Y2K e outras coisas do tipo. Você notou um ressurgimento no interesse pelo seu trabalho antigo? Pessoas redescobrindo seus hits por causa dessa nostalgia?
Akon – Sim, absolutamente. Percebi que muitas das minhas músicas têm viralizado muito no TikTok e Instagram, e foi interessante porque essas são músicas que, obviamente, foram grandes na época em que eu estava superativo, e agora essa nova geração está pegando essas músicas e as refazendo também. Este ano, me peguei liberando muitos dos meus catálogos antigos. Sim, notei muito, é incrível. Eu adoro.
Akon
Divulgação
g1 – Você celebrou o 20º aniversário do álbum “Trouble”, certo? Como você se sentiu ao revisitar esse trabalho?
Akon – Ah, foi importante, porque com o ressurgimento de muitas das músicas, pensamos que era muito importante celebrar o 20º aniversário do álbum “Trouble”, sabe? Especialmente para reintroduzir o álbum à geração mais jovem e para colocá-lo em uma posição onde aqueles que testemunharam aquele tempo e aquela era possam revisitá-lo. Então, sim, ficamos muito animados com isso.
g1 – E como você se sente sobre seu trabalho antigo agora?
Akon – Ah, eu estou orgulhoso disso. Estou muito, muito orgulhoso. Acho que causei um grande impacto na indústria musical. Sabe, esses são discos clássicos e até hoje eu nunca me cansei deles. É incrível, incrível, incrível.
Travis Scott incendeia palco mundo no Rock in Rio
g1 – Você mencionou o público. O que você acha dele? Você está vendo novos fãs chegando, especialmente os mais jovens? Como você se sente sobre isso?
Akon – Sim, na verdade, fiquei muito surpreso ao ver que todos os shows que temos feito ultimamente têm sido cheios de adolescentes. Estou vendo muitos novos fãs jovens. Honestamente, eu esperava ver fãs mais velhos, mas são todos adolescentes.
g1 – Sobre letras explícitas, como você se sente ao escrever sabendo que jovens estão ouvindo?
Akon – Curiosamente, sinto que sou muito mais “limpo” agora, porque a música de hoje é muito mais explícita do que a minha era. Hoje em dia, eu tenho que tapar os ouvidos ao ouvir, a música é muito mais explícita hoje.
Akon: top 5 relembra carreira do cantor
g1 – Você sempre falou sobre estar interessado em ritmos africanos, certo? Recentemente, você lançou “Afro Freak” e agora o amapiano está enorme, com artistas como Tyla ganhando destaque. Você acha que a recepção à música e aos artistas africanos mudou?
Akon – Na verdade, não acho que mudou, mas acho que a energia de onde a música está indo mudou muito. As pessoas agora estão mais abertas à música de diferentes partes do mundo, especialmente com a internet, o que não era o caso na minha época. Por isso, o afrobeat ficou enorme, o reggae também. Até o funk brasileiro está ganhando espaço nos EUA.
g1 – Hoje temos plataformas de streaming e redes sociais para distribuir música nova. Como isso mudou as coisas para você?
Akon – Mudou muito para mim, porque tive que encontrar novas maneiras de me promover, me apresentar. Eu sempre fui uma pessoa muito reservada. Na minha geração, quanto mais você se mantinha distante do público, mais popular você era. Hoje, se você não está sempre postando, as pessoas esquecem de você. Então é completamente o oposto.
Akon durante apresentação
Reuters / Mario Anzuoni
g1 – E você gosta de estar nas redes sociais? Você se sente bem com isso?
Akon – No começo, eu não estava confortável de jeito nenhum. Mas agora estou me acostumando mais. É um desafio, mas estou encontrando maneiras de fazer isso e ainda manter minha vida privada.
g1 – E quando você está produzindo, você pensa nas redes sociais? Tipo, em fazer uma música que vai viralizar? Isso passa pela sua cabeça?
Akon – Eu nem ligo para isso. A última coisa que eu penso é em fazer uma música para viralizar. Acredito que, se você tem algo incrível, vai viralizar naturalmente. Eu me concentro em fazer músicas que tenham impacto positivo na vida das pessoas.
g1 – Você trabalhou com dois dos maiores nomes da indústria, Michael Jackson, quando ele já era uma lenda, e Lady Gaga, quando ela estava começando. O que você aprendeu com eles?
Akon – Michael Jackson foi provavelmente o artista mais fácil com quem já trabalhei. Ele era muito humilde, sem ego, super criativo e aberto a tudo. Com Lady Gaga, ela era a maior artista do meu selo e se tornou uma lenda. É algo pelo qual só posso agradecer a Deus, por estar em uma posição para ajudar alguém tão talentoso a ter sucesso.
g1 – Você já visitou o Brasil várias vezes. Qual é a sua conexão com o país?
Akon – Eu amo o Brasil. Sempre me senti muito próximo daqui. A energia, as cores, o futebol, a música. Recentemente, fiz uma música com Ludmilla que estamos prestes a lançar.
g1 – Durante uma de suas viagens aqui, você se apresentou em um famoso programa de TV [“Domingão do Faustão, em 2007] e cantou “I Wanna Love You”, mas a plateia cantou a versão “I Wanna Fuck You”. Esse momento se tornou lendário. Você se lembra disso?
Akon – Sim, lembro! Eu estava decidindo qual versão cantar e acabei escolhendo a versão limpa. Mas quando ouvi a plateia, não pude fazer nada, eles estavam cantando, não eu.
VÍDEOS: Os melhores momentos do primeiro fim de semana de Rock in Rio

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