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Festas e Rodeios

Como Ravel Andrade viveu ‘agonia’ e ‘formigamento’ para gravar cenas chocantes de série do Globoplay

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‘O Jogo que Mudou a História’ mostra como o crime organizado surgiu no Rio. Em entrevista ao g1, ator relembra cenas de violência: ‘Fui protegido para não ter nenhum tipo de trauma’. Como Ravel Andrade se preparou para cena chocante de série do Globoplay
Para contar a história do crime organizado no Rio de Janeiro, “O Jogo que Mudou a História” mescla cenas corriqueiras do dia a dia nas comunidades com sequências que revelam ambientes de violência extrema. Ravel Andrade, um dos protagonistas da trama, aparece em alguns dos momentos mais chocantes (assista ao vídeo acima).
Na nova série do Globoplay, ele interpreta Egídio, um jovem de classe média, sem histórico no crime, preso depois de atropelar a filha de um general durante a ditadura militar. No presídio de Ilha Grande, região no sul do estado para onde foram levados adversários de governos autoritários brasileiros, o personagem vive os horrores de um sistema carcerário precário e brutal.
Ravel se aprofundou em histórias de jovens presos em cadeias muito violentas para criar a identidade de Egídio. Nos ensaios, fez exercícios para experimentar as sensações de agonia e angústia vividas por seu personagem, já desde o primeiro episódio.
“Eu fui muito protegido para não ter nenhum tipo de trauma psicológico, para não me afetar com aquilo. Quando a gente assiste à cena, tem muita veracidade porque tem muito trabalho anterior”, diz, em entrevista ao g1.
Outro elemento que ajudou na construção do papel foi o próprio repertório de vida do ator. Ou, mais exatamente, a falta de repertório sobre a realidade mostrada na série — estranha para ele, assim como para o seu personagem.
Nascido em Porto Alegre, Ravel, que é irmão do também ator Júlio Andrade, viveu a maior parte da vida numa cidade do interior da Serra Gaúcha. “É uma realidade completamente oposta porque é uma cidade muito pacata, onde as crianças caminham na rua. Não tem problema de tráfico, tem pouquíssima violência.”
Para filmar os episódios, ele entrou pela primeira vez em um presídio, cenário que só conhecia por fotos e vídeos. “Essa novidade foi muito importante para mostrar o Egídio entrando num presídio, também pela primeira vez.”
Na entrevista abaixo, Ravel Andrade relembra a experiência intensa de fazer “O Jogo que Mudou a História”. Também reflete sobre a relação entre criminalidade e estado, conta o que aprendeu durante as gravações e fala da conexão com o irmão, que faz uma participação na série.
Ravel Andrade em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – Como foi a pesquisa para esse personagem?
Ravel Andrade – Eu foquei minha pesquisa nos jovens presos. O meu personagem é um rapaz de classe média, vivendo numa época de ditadura. E ele não é um criminoso. É um sujeito que estuda, trabalha e é super comportado, vive na linha. Ele vai preso em Ilha Grande, por atropelar uma garota, que acaba morrendo. Ela é filha de um general, e esse general meio que se vinga colocando ele lá. Então, fui atrás desses jovens presos, que nunca haviam tido a experiência do crime e que foram para presídios já muito violentos.
Fiz uma pesquisa grande com documentários e bebi muito do livro “Estação Carandiru”, do Drauzio Varella. Quando fui para os ensaios e a preparação, eu já tinha absorvido muita coisa do sistema carcerário.
g1 – E como foram esses ensaios?
Ravel Andrade – Na sala de ensaio, encontramos Fátima Domingues, que é uma preparadora [de elenco] maravilhosa e tem um trabalho muito físico. Ela misturou, ali na sala, ex-agentes penais, ex-policiais, pessoas que foram presas, cumpriram pena e foram reinseridas na sociedade, além de atores e não atores. E, assim, fomos simulando as cenas.
“Para uma cena de estupro do primeiro episódio, fizemos um exercício em que todos eles me cercavam e eu sentia ali a agonia, a angústia dessa agressão. Eu me lembro que eu ia para o chão e vinha um de cada vez em cima de mim.”
Claro que tudo isso foi feito com um respeito e uma consciência muito grandes, porque a Fátima tem um limite que nos protege. Fizemos a preparação física de todas as cenas e, ao mesmo tempo, fomos criando uma intimidade uns com os outros.
Me lembro do exercício de uma outra cena, em que estavam um ex-agente penal e um egresso, que já tinham se encontrado na cadeia. Houve essa troca de experiências com pessoas que viveram coisas reais e, quando chegamos para filmar, já estávamos muito preparados.
g1 – A cena de estupro que você citou é muito violenta, assim como outros momentos do seu personagem. Como isso te afetou durante as gravações?
Ravel Andrade – É tudo muito físico e muito técnico, o mais importante é a preparação. Na hora da cena, a gente ensaia muito. O Heitor Dhalia [diretor da série], que é muito sensível, conversou comigo e explicou como o personagem fica atônito e sem reação naquele momento.
Eu fui muito protegido para não ter nenhum tipo de trauma psicológico, para não me afetar com aquilo. Quando a gente assiste à cena, tem muita veracidade porque tem muito trabalho anterior. Mas ali, na hora, não tem violência.
“O que acontece no nosso corpo é um trabalho de respiração, oxigenação. Para mim, pelo menos, em sequências assim, há um formigamento, uma energia pós-cena. Você precisa parar, sentar e tentar voltar àquele estado neutro do corpo.”
Mas trauma de ter pesadelo, de depois ficar pensando naquilo, acontece muito pouco. Eu já tive isso no início da minha carreira. Quando era mais jovem, eu era mais visceral, queria sentir tudo. E tinha lembranças, pensamentos e pesadelos. Para esse trabalho, amadureci nesse sentido.
Ravel Andrade e Claudia Mauro em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – As gravações aconteceram em presídios reais. Como foi essa experiência?
Ravel Andrade – Houve gravações em Bangu [atual Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio], um presídio que ainda funciona, mas o meu personagem não tem cenas lá. Eu filmei tudo no Frei Caneca, um presídio desativado, que fica no Centro do Rio de Janeiro.
Era um presídio enorme, que tinha uma ala feminina, uma masculina, uma para policiais que eram presos e outra para pessoas com doenças mentais. Então, imagina… quando esse presídio funcionava, ele englobava todas essas pessoas, todos esses gêneros.
Quando gravamos, ele estava desativado. Mas ainda estava lá: as celas todas iguais, as camas… Eu nunca tinha entrado em um presídio, só tinha visto por imagens na pesquisa. Inacreditável a veracidade da coisa.
g1 – Vi uma entrevista do Babu Santana, seu colega de elenco, em que ele fala sobre como retratou, na série, algumas coisas que já fizeram parte do dia a dia dele na vida real, como morador do Vidigal. Você veio de uma realidade bem diferente. Como foi entrar em contato com essa realidade, não só na ficção, mas também nos relatos dos colegas?
Ravel Andrade – Eu acho que isso tem muito a ver com meu personagem. Não à toa, o [criador e produtor da série, José] Junior me convida para fazer, porque ele tem essa sagacidade de entender como o ator pode contribuir para o personagem.
Eu nasci em Porto Alegre, mas morei a maior parte da minha vida em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. É uma realidade completamente oposta porque é uma cidade muito pacata, onde as crianças caminham na rua. Não tem problema de tráfico, tem pouquíssima violência.
“Eu assistia a essas coisas pela televisão. Só quando eu fui morar no Rio de Janeiro e em São Paulo, comecei a entender um pouco dessa realidade das favelas, do tráfico, dos acordos entre a polícia e os traficantes.”
Essa novidade, que foi para mim entrar em um presídio e conhecer aquela densidade, foi muito importante para mostrar o Egídio entrando num presídio, também pela primeira vez.
A minha cabeça tinha outra visão da sociedade, não era dessa sociedade violenta. Eu sou um cara branco. Eu caminho na rua e não sou parado pela polícia, eu quase não sou parado. E, quando sou, a abordagem é completamente diferente. Então, para mim, chegar ali e ouvir todos esses relatos foi ótimo para a construção do meu personagem e da minha consciência como cidadão.
“Tem muita gente que vive numa bolha, num mundo mágico dos Ursinhos Carinhosos, e que acha que a vida é isso. Principalmente as pessoas que têm um pouco mais de dinheiro.”
Rômulo Braga e Ravel Andrade em cena de ‘O Jogo que Mudou a História’
César Diógenes/TV Globo
g1 – Por que é importante entender a gênese do crime organizado no Brasil de hoje?
Ravel Andrade – Porque o crime organizado nada mais é do que a carência do estado. As milícias, o tráfico muito violento, tudo tem a ver com isso. Onde o estado não está, as pessoas, por sobrevivência, precisam se organizar. Não quero justificar: há pessoas que são do mal mesmo, assim como há pessoas com dinheiro que fazem maldade.
Mas a gênese do crime organizado tem a ver com a busca por direitos, por dignidade dentro da cadeia. Tem um personagem que fala isso na série: os caras querem que vocês [presidiários] se matem. O estado quer mais é que essas pessoas se matem, continuem se matando. O crime surge dessa necessidade de dignidade, de organização.
g1 – Você contracenou com seu irmão, Júlio Andrade, na série “Betinho – No Fio da Navalha” e ele também faz uma participação especial em “O Jogo que Mudou a História”. Vocês conversam sobre atuação nos eventos de família?
Ravel Andrade – Sim, a gente conversa muito, desde sempre. Quando eu era pequeno, o meu irmão já estava fora de casa e, quando ele vinha para almoçar ou passar o final de semana, o assunto sempre era esse: os trabalhos dele, os filmes que ele fazia. E, mais do que isso: ele me levava para as coxias dos teatros, para os sets de filmagem. Então, desde pequeno, a gente troca sobre arte.
Quando ele foi convidado para fazer o filme do Paulo Coelho [“Não Pare na Pista – A Melhor História de Paulo Coelho”, de 2014], eu morava e fazia teatro em Porto Alegre. Tinha uns 19 para 20 anos. Ele me falou que estavam com dificuldade para achar o Paulo Coelho jovem, e que tinha sugerido meu nome para um teste.
“Tive esse privilégio do meu irmão abrir as portas para mim, e foi a primeira vez em que sentei com ele, pegamos um texto e contracenamos juntos.”
Hoje em dia, estamos mais amadurecidos. Já temos discussões mais profundas sobre atuação. Mas, sempre que eu pego um trabalho ou que ele está em um novo projeto, debatemos e pedimos a opinião um do outro. Eu sou muito privilegiado de ter um irmão que é também um ídolo. E um guru, porque ele também me dá visões da vida, para além da arte.

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Pra Sempre Rap tem Djonga no meio do povo e Xamã com tributo a Marília Mendonça no Rock in Rio

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Show em homenagem ao rap trouxe sete representantes com seus respectivos pocket shows na noite deste sábado (22) no Rock in Rio. Leia crítica do g1. Djonga vai pra roda no meio do público no Rock in Rio
Na maior parte do tempo do show Para sempre Rap, quase não houve interações entre os convidados, e a sensação foi a de que eram apresentações independentes e não um encontro de fato do rap nacional em si.
O resultado, no entanto, engrenou bem, já que esses convidados eram grandes e bons nomes da cena com sucessos consistentes.
Rincon Sapiência, Karol Conka, Xamã, Rael, Djonga, Marcelo D2 e Criolo apresentaram músicas relevantes das suas carreiras, quase sem interações entre eles, diferentemente do que aconteceu em outros tributos, como o de samba e de sertanejo.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Xamã canta sucesso ‘Malvadão 3’ no Palco Sunset do Rock in Rio
Rincon Sapiência abriu o show com uma gravação de áudio com outros nomes importantes para a história da cena, como Racionais e Sabotage. “Afro rep” foi a primeira música do artista.
Ele tentou muito ganhar a plateia que nesse início de apresentação parecia apática. Ricon conseguiu engatar as mãos para cima e aplausos em “Linhas de soco” e em “Ponta de lança”.
Rincon foi o responsável por chamar Karol Conka. A rapper entra com tudo com a música “É o poder”. Arrebatou a plateia com seu hit “Tombei”.
Karol Conká canta “Tombei” no palco Sunset
“Quero deixar minha homenagem às mulheres que pavimentaram o caminho para eu estar aqui”, disse no palco citando Dina Di, Negra Li, Tássia Reis e Flora Matos.
Xamã veio em seguida e sem surpresas arrancou gritinhos da plateia. Foi bonita a homenagem a Marília Mendonça, com a música “Leão”
“Malvadão 3”, de 2021, continua sendo o grande sucesso do cara. Ele ainda puxou o trecho de “Rap da felicidade” antes de sair do palco e convocar Rael. No roteiro dele, “Ela me faz”, “Hip hop é foda” e “Envolvidão” foram apresentadas, sendo que a última foi a mais cantada pelos fãs.
Djonga se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
De Minas Gerais, Djonga veio com sangue nos olhos para “Junho de 94”. A faixa mereceu os celulares para cima registrando o momento. “Solto” ainda fez abrir rodinhas de punk, incentivadas pelo rapper.
O primeiro encontro entre os rappers aconteceu em “Olho de tigre”, do verso “fogo nos racistas”. Na plateia, foi a hora da enorme roda de punk se abrir. O próprio Djonga pulou a grade e se jogou entre os fãs.
Criolo canta o hit ‘Não existe amor em SP’
Marcelo D2 entrou em seguida com “1967”, “Desabafo” e ainda “Mantenha o respeito”, que ganhou Djonga, Rael, Xamã, Daniel Ganjaman e Rincon ao fundo.
Aí sim, a turma ficou no palco para Criolo, que começou sua parte com “Subirusdoistiozin” e“Não existe amor em SP”.
Eles uniram vozes em “Convoque seu buda”, que encerrou a participação do rap no Dia do Brasil.

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‘Quem não gostou, paciência’, diz Chitãozinho sobre estreia do sertanejo no Rock in Rio

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Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes cantaram na 1ª vez do estilo musical no festival neste sábado (21). Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Chitãozinho, Xororó e Ana Castela falam sobre a estreia do sertanejo no Rock in Rio
O sertanejo fez, enfim, sua estreia no Rock in Rio. Chitãozinho & Xororó, Ana Castela e Simone Mendes subiram ao Palco Mundo na primeira vez do estilo no festival neste sábado (21).
“Vai mudar tudo. Esse festival é conhecido no mundo inteiro, e nós sempre sonhamos um dia subir neste palco”, diz Chitãozinho sobre a importância da entrada do sertanejo no festival, em coletiva de imprensa. “Foi uma grande conquista para nós”.
Durante muitas edições, parte do público pedia a inclusão do estilo no line-up do festival. Porém, outra parte torceu o nariz quando foram anunciados.
“Aos que gostaram a gente agradece. Os que não gostaram, paciência para eles”, diz Chitãozinho.
Para Ana Castela, “Evidências” é uma das músicas com poder para fazer a plateia mudar de ideia. “Eu tenho certeza de que quem não gostou conhece a música ‘Evidências'”, diz a cantora.
Luan Santana se apresentaria, mas cancelou após atraso na programação. Ele tinha um show marcado na mesma noite, São José (SC).
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio

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Sem Luan Santana, sertanejos fazem estreia gloriosa, mostrando que têm demanda no Rock in Rio

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‘Evidências’ teve maior coro da edição até agora. Luan cancelou participação por causa de atraso na programação; Simone Mendes e Ana Castela cantaram hits. Chitãozinho E Xororó cantam “Fio de cabelo” no Rock in Rio
Entre os shows que já aconteceram no Rock in Rio 2024, poucos tiveram tanto engajamento do público quanto um bloco de apresentações dedicada ao sertanejo neste sábado (21), penúltimo dia do evento. Contra a resistência de parte dos frequentadores — especialmente de uma parcela roqueira mais conservadora –, o estilo fez sua estreia no festival, após 40 anos de espera.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Foi uma estreia gloriosa. A organização acertou ao escolher Chitãozinho e Xororó para conduzir o roteiro de performances e guiar a plateia. Para os fãs de sertanejo, a dupla desperta idolatria do nível de rockstars.
Chitãozinho e Xororó cantam o hino ‘Evidências’ no Palco Mundo do Rock in Rio
“Evidências”, música da dupla que se tornou quase um hino nacional, foi deixada para o final do show. Naturalmente, teve o maior coro da edição até agora. Milhares de pulseirinhas coloridas na plateia — ao estilo show do Coldplay — ajudaram a criar uma cena inesquecível para quem estava lá.
O restante das músicas do repertório dos dois também foi recebido com empolgação. Em “Alô”, milhares de celulares com lanternas ligadas iluminaram a plateia. “Galopeira” teve o público envolvido em um desafio para segurar pelo maior tempo possível a nota do refrão.
“Quando nós começamos a cantar música caipira, era quase impossível tocar na rádio. Não tínhamos espaço na mídia, nossa música só era tocada na madrugada ou ao entardecer”, lembrou Xororó.
Simone Mendes canta “Erro gostoso” no Rock in Rio
“Até que um dia chegou às nossas mãos essa música, que mudou nossas vidas”. Era “Fio de Cabelo”, incluída no álbum “Somos Apaixonados”, que em 1982 tornou Chitãozinho e Xororó conhecidos nacionalmente.
Desfalque
A ideia de incluir o sertanejo no Rock in Rio começou a tomar forma durante a edição de 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
A dupla Chitãozinho e Xororó se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento. Mas ele não apareceu no palco.
Com um compromisso marcado em Florianópolis na mesma noite, Luan cancelou de última hora a participação no show e citou como motivo um atraso na programação deste sábado. O bloco sertanejo começou cerca de uma hora e meia depois do horário inicialmente previsto.
Outros convidados seguraram bem o show. Simone Mendes foi convidada para um bonito dueto com Chitãozinho e Xororó em “Página de Amigos”. A cantora, ex-dupla da irmã Simaria, também apresentou seu hit “Erro Gostoso”, umas das músicas mais tocadas do Brasil em 2023 — deu para sentir pelo tamanho do coro.
Ana Castela se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
Ana Castela entrou para apresentar “Sinônimos”, que tem versão gravada em parceria com a dupla, e a sua “Nosso Quadro”. Muitas menininhas emocionadas com seus chapéus de boiadeira apareceram no telão — a cantora é popular entre as crianças.
“Foi aqui que a Katy Perry pisou”, perguntou Ana, no mesmo palco onde a cantora americana se apresentou nesta sexta-feira (20).
Tanto Ana quanto Simone saíram correndo depois de suas participações, avisando que tinham compromissos em outros lugares do Brasil — uma na Bahia, outra em Minas Gerais. Luan não foi citado, mas ficou a impressão de que havia um recado a ser dado.
Junior se apresenta no Rock in Rio 2024
Miguel Folco/g1
O clima no show só esfriou na segunda metade, quando Chitãozinho e Xororó chamaram o rapper Cabal para cantar “Vida Marvada”, música lançada em parceria em 2006, pouco conhecida. Foi uma aposta ousada, que não deu certo.
Uma participação de Junior, filho de Xororó, também não engrenou. Com o pai e o tio, ele apresentou “Nascemos pra Cantar”. O irmão de Sandy ainda mostrou “Fome”, de seu recém-lançado álbum “Solo”. Problemas no microfone atrapalharam — além do atraso, o sábado de Rock in Rio ficou marcado por uma série de problemas técnicos no Palco Mundo.
Mas logo veio o final apoteótico com “Evidências”, a evidência definitiva de que o sertanejo tem demanda no Rock in Rio. Se para alguns foi um erro a inclusão do estilo, quem estava lá pode dizer com convicção que foi um erro muito gostoso.

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