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Festas e Rodeios

Ex-peão e amante da ‘vida simples’: quem é Cody Johnson, astro do country que estreia no Brasil com show na Festa de Barretos

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Em conversa exclusiva, cantor americano falou da necessidade em renovar o gênero com letras mais maduras e a preocupação em manter ‘pés no chão’ mesmo com o sucesso: ‘Ganho dinheiro, mas não dirijo Ferrari’. Cody Johnson conversa com o g1 com exclusividade
O ar descolado, a idade e as tatuagens até as mãos podem, em um primeiro momento, o afastar do padrão que foi estabelecido para o “cowboy”. Os primeiros segundos de conversa, no entanto, desmoronam o estereótipo. As falas contundentes, a paixão pela vida no campo, o sotaque do Texas e a convicção pela arte que produz evidenciam logo que, ali à frente, está uma estrela da música country dos Estados Unidos.
Aos 37 anos e com 7,5 bilhões de streamings globais, Cody Johnson tomou para si a renovação de um dos gêneros musicais mais ouvidos no país norte-americano. Guardião do legado de lendas como Alan Jackson e Reba McEntire, o cantor terá, no mês que vem, uma experiência inédita – ainda que os 15 anos de carreira já não proporcionem tantos ineditismos assim. Ele viaja ao Brasil pela primeira vez para se apresentar no maior rodeio da América Latina, a Festa do Peão de Barretos.
Pouco mais de um mês antes do show, o astro conversou com o g1 com exclusividade e, além de reforçar a expectativa pela estreia no país – que o fez até ouvir Chitãozinho e Xororó pela 1ª vez depois de saber que iam tocar no mesmo dia – também falou do início da trajetória, quando chegou a ser peão de rodeio, a responsabilidade de dar um tom menos machista e mais romântico ao country, e a preocupação em manter os pés no chão mesmo com o sucesso.
[Essa idolatria] é uma loucura porque eu levo uma vida tão simples. Eu ganho muito dinheiro. Mas você não me vê por aí dirigindo uma Ferrari. Eu sou uma pessoa muito simples. Então, muitas vezes eu me surpreendo porque vamos a esses grandes locais e as pessoas estão chorando, tremendo e elas estão tão envolvidas. Eles dizem: você é uma lenda, você é uma lenda, e eu digo: legal. Eu tenho muita humildade.”
Assista à entrevista no vídeo acima, com direito a uma mensagem aos fãs brasileiros, e conheça mais, abaixo, sobre quem é sobre um dos astros da música americana.
Antes peão, agora laçador
Do caminhão ao topo
Não falar de mulheres como objetos
Renascimento do country
A primeira viagem ao Brasil
Cody Johnson
Chris Douglas
Antes peão, agora laçador
Cody Johnson nasceu em Sebastopol, no Texas, estado que é um dos berços do country nos Estados Unidos. Após crescer imerso em um meio rural, o artista se apaixonou por este universo e, antes de se tornar cantor e compositor, foi peão profissional de rodeio. Apesar de ter se tornado uma estrela da música, as referências e lembranças deste período seguem ditando seu estilo de vida.
Ao ser perguntado sobre a época que foi peão, o gesto foi mais expressivo que qualquer palavra. Cody apontou para uma estante que tem em sua casa no Texas e mostrou todos os prêmios que recebeu quando era atleta. Entretanto, mesmo tendo interrompido a montaria, ele não deixou os rodeios: se tornou laçador, atividade que considera que exerce muito melhor do que montar em touros.
“Os caras com quem eu montava touros eram muito melhores do que eu. Eles eram atletas fenomenais. Eu tinha toda a determinação, todo o coração e toda a garra, mas eu simplesmente não tinha aquilo. Eu não tinha o que eles tinham. Então, eu sabia que montar touros provavelmente não seria algo que duraria muito tempo para mim. Agora faço laço em equipe. Sou um laçador de equipe, treinador de cavalos e criador de gado. E sou um laçador de equipe muito bom” Sou muito melhor no laço em equipe do que jamais fui montando touros”, afirmou.
Ao conciliar, em paralelo, as atividades como músico e laçador, e usando o benefício de ter se tornado uma estrela do country, Cody consegue se manter próximo dos ídolos que tem neste segmento dos rodeios.
“Eu cresci admirando caras como Tuff Hedeman, como peão de rodeio. E como cowboys como Joe Beaver e Trevor Brazile. E agora, um dos meus melhores amigos no mundo, Colby, é campeão mundial de laço em equipe e treinador de cavalos campeão. E é tão legal porque eu queria estar nesse mundo como atleta de rodeio por causa da minha música e de viver o estilo de vida de cowboy, agora sou amigo de todos os meus heróis”, disse.
Do caminhão ao topo
Agora dono de hits poderosos como “‘Till You Can’t”, “Me and my Kind”, “Human” e “Diamond in My Pocket”, Cody Johnson também teve a versão do artista desacreditado que sofreu no início. A caminhada na música começou quando estava no Ensino Médio e um professor de agricultura enxergou um talento diferente quando o viu tocando violão e cantando.
Incentivado pelo mentor, ele montou uma banda, se apresentou no festival de talentos da escola e começou uma luta que durou dez anos até o estouro. À época, ele fazia tudo por conta própria, inclusive o investimento para a gravação do primeiro álbum, que não teve sucesso.
“Começamos com um caminhão e um pequeno reboque U-Haul e tocávamos em barzinhos onde ninguém se importava. Ninguém queria ouvir. E nós simplesmente tocávamos assim mesmo por anos e anos. E quanto mais eu trabalhava, sabe, o público começava a crescer. Eu gravei um álbum e foi um álbum horrível, sem produção, sem dinheiro. Mas as pessoas compraram e foi crescendo, crescendo e crescendo. Então, eu fiz isso sozinho. Eu simplesmente não ia aceitar um não como resposta. Vou trabalhar e vou tocar minha música. E um dia vai dar certo. E finalmente deu”, revelou.
Também por conta das dificuldades que passou e ter vivido muito tempo como desconhecido, o artista mantém a preocupação para que o sucesso não suba à cabeça. “Entendo que tenho esse status [de ídolo]. E é muito importante para mim não deixar isso subir a minha cabeça e ser um bom exemplo de como alguém deve se portar nessa posição”, pontuou.
Não falar de mulheres como objetos
A renovação que Cody comanda na música country passa muito pelo tom de suas letras – já que também compõe a maioria de suas canções. O último álbum, “Leather”, lançado em 2023, que já revelou sucessos como “The Painter” e “Dirt Cheap”, fala de amor verdadeiro, vida do homem do campo, integridade, entre outros assuntos não tão comuns no gênero.
O americano Cody Johnson, cantor de country, fará show na Festa do Peão de Barretos em 2024
Reprodução/Facebook
A ideia é evitar temas recorrentes, mas que ainda têm abordagens desrespeitosas com algumas representações da sociedade, como a mulher, por exemplo.
“Eu poderia até falar sobre o hip-hop. O hip-hop por muito tempo tem sido muito desrespeitoso com as mulheres, na minha opinião. Fala sobre mulheres como se fossem objetos em vez de pessoas. E isso se espalhou para a música country, onde é:, ei, garota, vem com esses shorts curtos e entre na minha caminhonete 4×4, vou beber umas cervejas e te levar para casa. Que tal realmente falar sobre uma mulher? O que ela realmente faz? Acho que os mais jovens precisam ouvir esses assuntos porque poucas pessoas falam sobre isso e isso tem o potencial de mudar nossa juventude e a cultura em todo o mundo”, explicou.
Renascimento do country
A preocupação que Cody Johnson tem de cuidar para que o country não fique ultrapassado passa pelo entusiasmo em ver grandes fenômenos da música mundial, como Beyoncé e Post Malone, se aventurando pelo gênero. Para ele, essas convergências fazem com que o público se renove e os fãs destes artistas que nunca teriam contato com as canções dele passem a ter.
Eu acho que pessoas como Post Malone ou Beyoncé podem fazer o que quiserem porque, se você falar Post Malone, ele é global. Taylor Swift começou na música country, mas se tornou um fenômeno tão global que não pertence a nenhum gênero específico. Seu gênero é Taylor Swift. Ela pode tocar o que quiser. E por causa disso, fãs que eram fãs deles talvez venham para a música country agora e digam: estou ouvindo country, quem é Cody Johnson?
A primeira viagem ao Brasil
Cody Johnson se apresenta na Festa do Peão de Barretos no dia 24 de agosto em uma noite que o palco principal também terá Hugo e Guilherme e Chitãozinho e Xororó – uma das maiores e mais influentes duplas da história da música sertaneja. O cantor afirmou que não conhecia a lendária dupla brasileira, mas, ao saber que iriam tocar no mesmo dia, foi atrás de escutar.
“É muito difícil para mim pronunciar os nomes. Então, não quero ser desrespeitoso. Mas sinto que a música é muito parecida com a minha. Agora, os instrumentos são um pouco diferentes. Talvez o ritmo seja um pouco diferente. Mas a sensação que me causa é a mesma. Para mim, parece muito universal. Eu sou realmente country, mas tenho esse lado festivo”, contou.
O músico conversou com alguns peões de rodeio com quem tem contato nos Estados Unidos, o que o deixou animado para acompanhar as provas de montaria ou, quem sabe, até se arriscar no laço na Arena de Barretos.
“Eu laçei com o Júnior Nogueira há alguns meses e ele disse: ah, você vai? Cara, prepare-se. Ele disse que é uma grande festa, um grande rodeio. Ele disse que é diferente de qualquer rodeio nos Estados Unidos. Então isso meio que me empolgou. Ainda estou tentando descobrir se consigo participar do rodeio. Eu preciso de um parceiro para a laçada em dupla”, brincou.
O americano Cody Jhonson, cantor de country, fará show na Festa do Peão de Barretos em 2024
Reprodução/Cody Johnson
Veja mais notícias da Festa do Peão de Barretos na página especial

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Cerveja fabricada no interior de SP abastece o Rock in Rio; saiba como funciona a produção da bebida

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Quase 1 milhão de litros de cerveja e ‘chopp’ estão sendo servidos na 40ª edição do festival do RJ. A bebida do festival foi produzida por três cervejarias do país. O g1 visitou uma delas em Jacareí, no interior de São Paulo, para mostrar como funciona o processo de produção. Imagem de arquivo – Cerveja e chopp são bebidas muito consumidas durante o Rock in Rio.
Érico Andrade/g1
Além de shows com artistas renomados do mundo inteiro, o Rock in Rio conta também com outras ações para o público, como brinquedos de aventura, atividades para ganhar brindes e uma estrutura que funciona como uma praça de alimentação. No ramo das bebidas, um número chama a atenção: são quase um milhão de litros de cerveja e chopp para atender o público.
Segundo a organização, foi montada uma grande estrutura para servir as bebidas durante a edição que comemora os 40 anos do festival na Cidade do Rock, zona oeste do Rio de Janeiro.
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Segundo a indústria que produz a cerveja, pelo menos 850 mil litros dos produtos saíram de três cervejarias diferentes – Jacareí (SP), Araraquara (SP) e Blumenau (SC) – em 15 carretas, com capacidade de 35 mil litros cada, e 6 mil barris que totalizam 300 mil litros das bebidas.
O g1 visitou a fábrica da Heineken em Jacareí (SP), onde boa parte da cerveja e do ‘chopp’ do Rock in Rio foram produzidos, para entender como funciona o processo de fabricação desses produtos que são grandes paixões do brasileiro.
Tanques de cerveja da fábrica da Heineken em Jacareí (SP)
Léo Nicolini/g1
🍺Processos de fabricação da cerveja
Antes de entender os processos de fabricação da cerveja, é preciso entender quais são os ingredientes usados no produto. São quatro ingredientes básicos, mas, dependendo da marca, são adicionadas frutas, especiarias e essências. Confira:
Água: compõe mais de 90% da cerveja e é usada em toda a cadeia – do plantio de cereais à produção.
Malte de cevada: a cevada é o principal cereal usado na cerveja. Ela passa por um processo de malteação, em que os grãos são germinados, sendo então capaz de determinar a cor, o aroma e outras características do produto final.
Levedura: são micro-organismos usados na produção para fermentar a bebida. Eles consomem o açúcar extraído do malte de cevada e o transformam em álcool e gás carbônico. Esse ingrediente também ajuda a definir o aroma e o sabor das cervejas.
Lúpulo: é uma planta cujas flores fêmeas são usadas na produção da cerveja. A flor contém glândulas que determinam o nível do amargor do produto. Outro benefício desse ingrediente é que ele age como um conservante natural e evita a contaminação.
Lúpulo, uma das matérias-primas da cerveja
Darlan Helder/g1
O processo de fabricação da cerveja começa justamente na escolha e tratamento dos ingredientes, mas há uma série de outras etapas. Veja abaixo:
Mosturação: os grãos de cevada são moídos e cozidos em alta temperatura, convertendo o amido do cereal em açúcares fermentáveis e produzindo o mosto.
Fervura: o lúpulo é adicionado ao mosto e perde parte do amargor. Nesta etapa, o sabor e o aroma da cerveja já começam a ganhar forma.
Decantação: é um processo de filtragem que retira o resíduo sólido do lúpulo e componentes insolúveis da mistura.
Resfriamento: como está em alta temperatura, o mosto passa por resfriamento para uma média de 10°C (a temperatura varia dependendo da marca e tipo da cerveja).
Fermentação: é a etapa em que a levedura é adicionada ao mosto para consumir o açúcar do malte e transformá-lo em álcool e gás carbônico, que gera a espuma da cerveja.
Maturação: é o momento em que o excesso de levedura é retirado do líquido e o aroma e o sabor da cerveja são lapidados – inclusive quando são adicionadas essências na cerveja, como por exemplo algum extrato de fruta.
Filtração: nesta etapa, o líquido passa por uma nova filtração, mas dessa vez com o objetivo de deixá-lo mais límpido e claro – algumas cervejas mais escuras não passam por esse processo.
Envase: a cerveja é armazenada em tanques e, em seguida, colocada e rotulada nos diferentes recipientes, como latas, long necks, garrafas de vidro e barris.
Pasteurização: última etapa da fabricação da cerveja, em que o líquido passa por um ‘choque térmico’ para aumentar a validade do produto. O líquido é envasado gelado, a até 2°C, e passa para 60°C na pasteurizadora. Depois, é novamente resfriado e mantido em temperatura ambiente até a venda para as distribuidoras.
Simulação do setor de envase das cervejas da Heineken em Jacareí (SP)
Divulgação/Heineken
Segundo a empresa, o tempo de produção depende de cada marca, mas o processo é quase sempre o mesmo, começando pela malteação: o grão de cevada sai do campo e é malteado por fornecedores. Depois, o malte é levado para as cervejarias e é transformado através do processo de fabricação. Na sequência, é adicionada o lúpulo e o líquido é fervido, chegando no ‘mosto’.
“Depois a gente passa por um processo de fermentação, maturação desse líquido e filtração, para depois partir para a área de envasamento nas latas, garrafas, barris, nas embalagens que a gente tem para poder atender as necessidades do consumidor”, explicou o vice-presidente de produção do Grupo Heineken no Brasil, Rodrigo Bressan.
No caso das cervejas que estarão no Rock in Rio, a produção leva no mínimo 21 dias e no máximo 28 dias. Outras marcas podem demorar bem menos para serem produzidas – cerca de 11 dias.
Cerveja no Rock in Rio
Divulgação/Grupo Heineken
❓ Qual a diferença entre chopp e cerveja?
A principal diferença é que o chopp não passa pelo processo de pasteurização. Isso quer dizer que, até passar pela pasteurização, toda cerveja ainda é chopp.
Essa etapa tem como objetivo aumentar a validade do produto – enquanto o chopp tem duração de cerca de 60 dias, a cerveja (a depender da marca) tem duração de cerca de nove meses.
A fábrica da Heineken em Jacareí pertencia à Kaiser desde 1987, mas foi comprada pela empresa holandesa em 2010.
G1 em 1 Minuto: Quanto custa comer no Rock in Rio? Balde de pipoca sai por R$ 60
Tanques horizontais de cerveja da fábrica da Heineken em Jacareí (SP)
Léo Nicolini/g1
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Sertanejo vence tabu roqueiro e chega ao Rock in Rio pela 1ª vez após 40 anos

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Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó foram incluídos em dia só com atrações nacionais. Decisão gerou fúria de metaleiros e não é consenso nem entre artistas; entenda. Rock in Rio 2024: o melhor do dia 21
Este sábado (21) de Rock in Rio ficará marcado na história do festival como o dia em que o sertanejo subiu ao palco pela primeira vez. Foram necessários 40 anos para o maior festival de música do Brasil se render ao gênero musical mais ouvido do país — enfrentando o grande tabu de uma ala roqueira mais conservadora.
Veja, no VÍDEO acima, como será o dia de estreia do sertanejo no Rock in Rio
Astros da música sertaneja foram incluídos no Dia Brasil, com programação exclusivamente brasileira. Num bloco de apresentações dedicada ao estilo, vão subir ao palco Ana Castela, Simone Mendes, Luan Santana e Chitãozinho e Xororó.
A ideia começou a tomar forma durante o último Rock in Rio, em 2022. Roberto Medina, idealizador do festival, passou a sinalizar em entrevistas o desejo de incluir nomes do sertanejo no line-up de 2024, citando nominalmente o cantor Luan Santana. Ele é conhecido pela megaprodução de seus shows.
Luan Santana durante apresentação em Campo Grande
Rafaela Palieraqui
Em entrevista ao g1 em setembro de 2022, o próprio Luan disse que seria “uma honra” se apresentar no evento:
“Desde o começo da minha carreira, eu nunca defini qual público eu queria atingir: faixa etária, classe social… Nunca direcionei: ‘minha música é pra essa tribo’. Minha música sempre foi para todo mundo.”
Mas uma tribo em específico não gostou de ver Luan e seus pares na programação do festival. O anúncio do Dia Brasil, feito em abril de 2024, gerou a fúria de metaleiros na internet, principalmente porque, este ano, não há um dia de Rock in Rio dedicado a eles.
Nas edições anteriores, ao menos um dia de line-up reuniu atrações do rock pesado: em 2019, se apresentaram Helloween, Scorpions e Iron Maiden; em 2022, Dream Theater; Gojira e (de novo) Iron Maiden.
ANÁLISE: Sertanejos merecem estar no Rock in Rio 2024 para diluir preconceito contra o gênero
Ana Castela no Festival de Inverno Bahia, no sudoeste do estado
Laécio Lacerda
A decisão também não é consenso entre artistas. Antes de se apresentar no Palco Sunset do festival no último domingo (15), BNegão, vocalista do Planet Hemp, criticou em entrevista a jornalistas:
“Eu acho que não tem nada a ver, mas quem faz o festival são os caras do festival. Se fosse o meu festival, eu não colocaria. Mas se quiserem colocar, está tudo certo.”
Em entrevista ao jornal O Globo, Roberto Medina definiu a chegada do sertanejo ao Rock in Rio como “o início de uma caminhada”. E alfinetou: “Para desespero dos meus amigos roqueiros”.
“Ficam loucos comigo, querem me matar. Quando anuncio o pop, é a mesma coisa. Eles são barulhentos, fazem confusão e gritam pelas redes, mas faz parte”, disse.
Escalada do funk
Se a previsão de Medina se concretizar, o sertanejo deve seguir no Rock in Rio um caminho semelhante ao trilhado pelo funk. O estilo também enfrentou resistência dos críticos e da própria organização do festival.
Em 2013, o g1 perguntou à diretora do Rock in Rio se Anitta e Naldo um dia poderiam subir ao palco. Roberta Medina, filha de Roberto, respondeu que sim, mas que os dois não tinham “o perfil do evento”. Curiosamente, ela descreveu o Brasil como um país “do sertanejo e do axé”, ignorando o funk. Naquele ano, Beyoncé terminou seu show no festival dançando “ah, lelek lek lek…”.
Em 2019, o evento criou o Espaço Favela, palco menor e afastado dos principais, que inclui artistas de funk e outros estilos. A ideia foi controversa e virou verso sarcástico do rapper Djonga: “O mais perto que cês chegaram do morro é no palco favela do Rock In Rio”, ele canta na música “Ladrão”.
ANÁLISE : Como o funk entrou em festivais? Estilo entrou pelas beiradas e Anitta foi figura importante, mas não única
Anitta no Palco Mundo do Rock in Rio 2019
Marcelo Brandt/G1
No mesmo ano, a estreia do funk em tamanho proporcional à sua influência e popularidade aconteceu com Anitta no Palco Mundo, após anos de cobranças dos fãs. Depois da apresentação, porém, a relação entre a cantora e o festival ficou estremecida. Em uma sequência de posts nas redes sociais, ela foi enfática:
“Eu não piso neste festival nunca mais. Só se um dia eles resolverem dar aos artistas que falam português o mesmo respeito que dão aos estrangeiros.”
Anitta acusou o Rock in Rio de incluir o funk na programação porque, do contrário, a reputação do evento ficaria ameaçada. Seja como for, o fato é que, depois dela, as portas se abriram para o ritmo. Neste ano, a sexta-feira (13), primeiro dia de festival, teve Ludmilla no Palco Mundo e MCs em quase todos os espaços da Cidade do Rock.

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Katy Perry, Karol G, Ivete, Cyndi Lauper e Iza comandam ótimo dia cheio de surpresas no Rock in Rio

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Sexta-feira (20) foi o dia das divas pop. Veja o que rolou nos palcos Mundo e Sunset. Katy Perry se apresenta no Rock in Rio 2024
Stephanie Rodrigues/g1
O “Dia Delas” do Rock in Rio fez desta sexta-feira (20) o melhor dia até agora do festival. Em uma programação só com mulheres, os shows destacaram o poder das divas pop.
Foi também uma noite de surpresas. Iza convidou Ivete, após a popstar baiana voar em seu show. Primeira atração de reggaeton no festival, a colombiana Karol G chamou Pabllo Vittar, a iraniana Sevdaliza e a francesa Yseult para a primeira performance ao vivo do hit “Alibi”, gravado pelo trio.
Para fechar, Katy Perry cumpriu sua promessa e fez um “show único”, pensado apenas para o Rock in Rio. Foi um setlist cheio de convidadas, de novidades do recém-lançado álbum “143” e de clássicos da carreira em versões vigorosas.
A Cidade do Rock recebeu veteranas como Cyndi Lauper e Gloria Gaynor, as duas em ótima forma.
Katy Perry
Havia um mistério no ar quanto à principal atração do dia: qual versão de Katy Perry subiria ao Palco Mundo? A cantora do álbum “143” (lançado no mesmo dia do show), ou a popstar que marcou a década passada com vários hits potentes? Suspense que só surgiu porque, 15 anos atrás, ela vivia o auge de sua carreira, mas, agora, está imersa em uma crise — em termos artísticos, de sucesso e de reputação. Para a alegria da multidão que assistiu à apresentação no Rock in Rio, porém, a cantora soube dosar bem suas apostas atuais e deu foco na nostalgia, além de cravar ali um momento histórico ao cantar ao lado de Cyndi Lauper. Foi um show emocionante. Bonito do começo ao fim. Leia mais sobre o show de Katy Perry no Rock in Rio.
Iza
Iza canta ‘Meu Talismã’ com Ivete Sangalo no Rock in Rio
Existia uma expectativa dos fãs para que Iza trouxesse para seu show no Rock in Rio 2024, nesta sexta-feira (20), um pouco mais de seu último trabalho, “Afrohit”. E para esse show, diferentemente no último The Town, em São Paulo, ela incluiu mais algumas músicas do álbum no bom mix com singles e faixas seu primeiro disco, “Dona de mim”. Para o espetáculo, com troca de figurinos e projeções belíssimas no telão, ela ainda contou com Ivete Sangalo, só para arrebatar de vez os fãs. Leia mais sobre o show de Iza no Rock in Rio.
Karol G
Pabllo Vittar, Sevdaliza e Yseult cantam ‘Alibi’ no show de Karol G
Pela segunda vez no Brasil neste ano, Karol G levou ao Rock in Rio nesta sexta-feira (20) um show dedicado, com mimos ao público do país. Não foi como qualquer outra apresentação: ela está obstinada a conquistar os brasileiros. Primeira artista de reggaeton a pisar no Palco Mundo, escalada para preparar o terreno para Katy Perry, a colombiana contou com a ajuda de uma amiga brasileira. No momento mais empolgante do show, ela convidou Pabllo Vittar para uma apresentação conjunta de “Alibi”, com a cantora iraniana de pop experimental Sevdaliza e a francesa Yseult, que também apareceram. Leia mais sobre o show de Karol G no Rock in Rio.
Cyndi Lauper
Cyndi Lauper canta em coro o sucesso ”Girls Just Want to Have Fun” no Rock in Rio
Cyndi Lauper é um ícone da música pop, do feminismo e da moda, mas já teve que lidar com críticas de que não manda bem ao vivo. Nesta sexta-feira (20) de Rock in Rio, a cantora nova iorquina de 71 anos oscilou um pouco, principalmente no começo. Mesmo assim, entregou um grande show. Tudo foi dando certo ao longo da noite. E há de se levar em conta que ela canta bem e não usa recursos dos quais outras cantoras abusam. Quase tudo o que se ouve vem do gogó dela e de seus vocalistas de apoio. Leia mais sobre o show de Cyndi Lauper no Rock in Rio.
Gloria Gaynor
Gloria Gaynor encerra show com seu maior hit ‘I Will Survive’
Poucas cantoras fazem jus àquela desgastada expressão “caminhou para que as outras pudessem correr”. Gloria Gaynor é uma dessas. A americana de 81 anos se apresentou no Palco Sunset para fãs de divas pop como Dua Lipa, Doja Cat, Lady Gaga e, claro, Katy Perry. Todas essas, em maior ou menor dose, já beberam na disco music da qual Gloria é pioneira. Hits próprios (como “I will survive”) e no medley em tributo a Donna Summer (1948-2012) deixam o Palco Sunset com um delicioso clima de karaokê coletivo ou festa de casamento. Leia mais sobre o show de Gloria Gaynor no Rock in Rio.
Tyla
Tyla dança em ‘Parado no Bailão’
Foi esbanjando muita sensualidade que Tyla se apresentou pela primeira vez no Brasil e fez um show não apenas sexy, mas também com homenagens à música brasileira e à música sul-africana. Do início ao fim da apresentação, havia um enorme tigre inflável no centro do palco — os fãs da cantora são chamados de “tigers” (tigres, em inglês). Em destaque, o bicho endossou a imagem felina de Tyla, que já chegou sensualizando. Leia mais sobre o show de Tyla no Rock in Rio.
Ivete Sangalo
Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo mostrou por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita. A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral. Leia mais sobre o show de Ivete Sangalo no Rock in Rio.
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França
Luedji Luna convida Tássia Reis e Xênia França para show no Rock in Rio
Miguel Folco/g1
A apresentação de Luedji Luna ao lado de Tássia Reis e Xênia França, fez reverência à ancestralidade negra e religiões de matrizes africanas. O ritmo puxado para o R&B envolveu o público em uma dança melodiosa e afetiva para quem chegava à Cidade do Rock. A apresentação coroa a mistura de ritmos das artistas, que cantam do rap até letras mais puxadas para o jazz. Leia mais sobre o show de Luedji Luna, Tássia Reis e Xênia França no Rock in Rio.

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