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Caçulinha, músico e maestro projetado na TV, deixa discografia versátil que foi da bossa nova ao universo sertanejo

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Artista morre aos 86 anos associado ao programa ‘Domingão do Faustão’, marco de trajetória que se cruzou com os caminhos de grandes nomes da MPB. ♪ OBITUÁRIO – É inevitável que o nome de Caçulinha seja associado imediatamente à televisão, precisamente ao Domingão do Faustão, já que, de 1989 a 2015, o músico trabalhou neste programa de auditório comandado pelo apresentador Fausto Silva na TV Globo.
Contudo, a trajetória profissional do pianista, acordeonista, maestro e compositor Rubens Antônio da Silva (15 de março de 1938 – 5 de agosto de 2024) extrapola a atuação na TV, universo em que adentrou nos anos 1960, contratado pela TV Record para tocar em programas musicais como Bossaudade e Esta noite se improvisa.
Essa trajetória se encerrou na madrugada de hoje com a morte de Caçulinha, aos 86 anos, em hospital de São Paulo (SP), em decorrência de infarto sofrido há duas semanas.
Caçulinha morre aos 86 anos em SP
Paulista de Piracicaba (SP), Caçulinha foi músico de ouvido absoluto que também tocava violão, além do piano e do acordeom que lhe deram reconhecimento no meio artístico.
O nome artístico foi inspirado pelo fato de o pai do artista, o cantor e violeiro Mariano da Silva, ter formado dupla sertaneja nos anos 1930 e 1940 com o irmão Rubens, artisticamente conhecido como Caçula. Quando Mariano teve um filho, em 1938, o menino logo foi chamado de Caçulinha, em referência ao nome artístico do tio.
O menino, que começou a tocar acordeom aos oito anos, cresceu e se tornou nome maior do que os do pai e do tio na música do Brasil.
Iniciada em 1959 com single de 78 rotações com as músicas Pelé e Noiva do sargento, de autoria do próprio Caçulinha, a carreira fonográfica do artista se estendeu até 2020, ano em que lançou o álbum 60 anos de música, gravado ao vivo em novembro de 2019 em show apresentado pelo músico no Teatro Itália, em São Paulo (SP), com as participações de nomes como Ayrton Montarroyos, Claudette Soares, Daniel, Mônica Salmaso, Sérgio Reis e Wanderléa.
O time de convidados deste derradeiro disco de Caçulinha exemplificou o ecletismo que pautou a discografia do artista. Músico polivalente que tocou na noite paulistana, Caçulinha foi da bossa nova à música sertaneja, tendo também transitado por samba, choro e pelo universo da MPB.
Álbuns como Música dentro da noite (1963), Samba’Ação (1965), Bossa e saudade (1966), Alegria & fossa (1975), Clássicos do sertão (1981) e No arraiá (2006) traduzem já nos títulos a versatilidade de Caçulinha.
Da mesma forma, basta listar alguns dos grandes nomes com quem o músico tocou ao longo dos 70 anos de carreira – Caetano Veloso, Chico Buarque, Elis Regina (1945 – 1982), Gal Costa (1945 – 2022), Gonzaguinha (1945 – 1991), Maria Bethânia, Milton Nascimento e Roberto Carlos, entre outros nomes de peso – para que fique evidente como o toque virtuoso de Caçulinha está imortalizado na música brasileira muito além da atuação relevante e longínqua do artista em programas de TV.

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