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Festas e Rodeios

Força espiritual de Milton Nascimento engrandece o álbum do artista com a cantora de jazz Esperanza Spalding

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Esperanza Spalding é a produtora musical e arranjadora do álbum ‘Milton + Esperanza’, gravado no Rio de Janeiro (RJ) ao longo de 2023
Lucas Nogueira / Divulgação
Capa do álbum ‘Milton + Esperanza’, de Milton Nascimento e Esperanza Spalding
Divulgação
Resenha de álbum
Título: Milton + Esperanza
Artistas: Milton Nascimento e Esperanza Spalding
Edição: Concord Records
Cotação: ★ ★ ★ ★ 1/2
♪ Milton + Esperanza é grande disco! Contudo, para perceber a grandeza desse álbum que junta Milton Nascimento com a cantora, compositora e baixista norte-americana de jazz Esperanza Spalding, é preciso captar a aura sagrada do artista brasileiro, entidade sagrada da música do Brasil.
Como Esperanza vem ressaltando nas entrevistas para promover o disco lançado na sexta-feira, 9 de agosto, a força de Milton reside no espírito. Foi-se boa parte da potência da voz divina que fascinou o Brasil e o mundo a partir dos anos 1960, com picos de criatividade e popularidade na década de 1960, mas permanece o viço da alma do artista.
É a pujança espiritual deste carioca de alma musical mineira que alavanca e engrandece o álbum anunciado em maio com a edição do exuberante single Outubro (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1967).
Gravado na cidade do Rio de Janeiro (RJ) ao longo de 2023, com produção musical e arranjos de Esperanza Spalding, o álbum flagra a artista dos Estados Unidos cantando em português, às vezes com sotaque, como em Cais (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, 1972), às vezes praticamente sem, como em Saci (Guinga e Paulo César Pinheiro), faixa de clima bucólico – feita com a participação de Guinga – que reforça a espiritualidade do disco, sobretudo quando Milton invoca o Saci com a voz.
A propósito, a faixa-vinheta que antecede Saci – Interlude for Saci – é gordura dispensável no corpo do álbum. Wings from the thought bird, composição inédita de Esperanza, permanece na floresta, com vocalizes, o toque da Orquestra Ouro Preto e um acento jazzístico que lembra a origem da artista norte-americana.
Morro velho (Milton Nascimento, 1967) é outra faixa orquestrada com a Sinfônica de Ouro Preto e com força espiritual entranhada no arranjo e no canto dos artistas.
Sim, Milton + Esperanza é disco bilíngue na fronteira entre a canção e o jazz. Certas passagens de A day in the life (John Lennon e Paul McCartney, 1967) – sobretudo as mais experimentais com alternâncias de climas e polifonia – reiteram de forma radical a natureza jazzística do disco na abordagem da música dos Beatles.
Com a adesão vocal da cantora Diane Reeves, a recriação de Earth song (Michael Jackson, 1995) parece extrapolar a fronteira de Milton + Esperanza ao alcançar outra dimensão com Reeves. Já Saudade dos aviões da Panair (Conversando no bar) (Milton Nascimento e Fernando Brant, 1974) ostenta o tom gregário que pauta a vida e obra de Milton.
A gravação reúne Milton, Esperanza, Maria Gadú, Tim Bernardes, Lianne La Havas – cantora inglesa que estava de passagem pelo Rio de Janeiro quando Tim tocou a música para Milton na casa do artista – e o violonista Lula Galvão sem que um artista se sobreponha ao outro na faixa.
A potência espiritual do álbum salta mais uma vez aos ouvidos no encontro de Milton e Esperanza com Paul Simon na canção fraterna Um vento passou (para Paul Simon). Todos cantam em português, inclusive Simon. “O seu canto me levava / Por estradas tão desertas / Paisagens infinitas deste chão”, lembra Milton ao celebrar o amigo norte-americano.
No arremate do disco, encerrado com os quase dez minutos da regravação de When you dream (Wayne Shorter e E. Lee, 1985), a homenagem de Milton e Esperanza é ao compositor e saxofonista norte-americano Wayne Shorter (1933 – 2023), com quem Milton Nascimento gravou em Los Angeles (Califórnia, EUA), em 1974, o álbum de jazz Native dancer (1975).
A faixa final costura o atual disco com o álbum que, há 50 anos, abriu algumas portas no mundo para Milton Nascimento, entidade mineira que, desde 1967, paira na música do Brasil como um avatar.
Somente quem perceber a dimensão espiritual do artista brasileiro vai entender a grandeza do álbum Milton + Esperanza.

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Ivete Sangalo voa sobre a plateia, beija Liniker e maceta resistência roqueira pela 19ª vez no Rock in Rio

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Artista mais recorrente do festival, cantora enfileirou hits de carnaval e apresentou música inéditas Ivete Sangalo voa sob plateia do Palco Mundo no Rock in Rio
Ivete Sangalo abriu o dia das divas pop no Rock in Rio, nesta sexta-feira (20), mostrando por que, há 30 anos, é a maior diva pop do Brasil. Em um show com surpresas, ela voou sobre a plateia presa a cordas e beijou a cantora Liniker ao apresentar uma música inédita.
O festival será transmitido todos os dias, a partir das 15h15, no Globoplay e no Multishow.
Foi a 19ª participação de Ivete no festival, considerando edições do Brasil, Portugal, Espanha e Estados Unidos. Ao longo das participações, baiana já levou tombo, anunciou o sexo de suas filhas gêmeas no palco e fez um dueto com Shakira durante a performance da colombiana no Rock in Rio de 2011.
Ivete Sangalo interage com plateia durante show no Rock in Rio
“Sabe por que eu estou nesse palco há 19 anos e vou estar sempre que eu quiser?”, questionou antes de fazer o público explodir num “ôôô” no refrão de “Tempo de Alegria”, música de 2014.
É uma alfinetada aos que sempre resistiram à sua recorrente participação no festival. Em 2011, quando Ivete foi escalada para o Rock in Rio pela primeira vez, a escolha foi recebida com insatisfação por uma parcela roqueira mais conservadora do público: na época, muitos disseram que o evento deveria ser rebatizado como “Axé in Rio” e alguns guardam essa mágoa até hoje.
A cada show, no entanto, Ivete maceta a rejeição com a experiência e a energia de quem está acostumada a orquestrar uma multidão de cima de um trio elétrico por horas a fio. “Macetando”, hit absoluto do carnaval de 2024, teve milhares de pessoas na plateia reproduzindo a coreografia viral.
Mas o momento de maior êxtase veio com “Eva”, música de Umberto Tozzi regravada pela Banda Eva em 1997, numa versão que se tornou clássica. Depois de um breve sumiço, Ivete reapareceu suspensa por uma estrutura de cordas sobre o público. “Quero ficar mais perto de vocês”, disse, flutuando por todos os cantos da plateia.
Foi um truque repetido do show que comemorou seus 30 anos de carreira, no Maracanã, em dezembro de 2023. Mas o público do Rock in Rio se emocionou como se fosse a primeira vez. E Ivete também. No alto, ela chorou. Já em terra firme, celebrou: “Que experiência maravilhosa!”.

Ivete Sangalo abre Palco Mundo, nesta sexta-feira (20), no Rock in Rio
Stephanie Rodrigues/g1

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Rock in Rio 2024: veja fotos de famosos no 5º dia do festival

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Pabllo Vittar, Vivi Wanderley e Viviane Araújo são alguns dos famosos que foram curtir a sexta-feira (20) na cidade do rock. Viviane Araújo no quinto dia de Rock in Rio
Claudio Andrade /Agnews
A influencer Vivi Wanderley no quinto dia de Rock in Rio
Victor Chapetta / Agnews
Pabllo Vittar no quinto dia de Rock in Rio
Rogério Fidalgo Agnews

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‘Gandalf’ de 58 anos diz que saiu de Curitiba para ver Katy Perry no Rock in Rio

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Manoel Lucas se vestiu de personagem de ‘Senhor dos Anéis’ para o festival. ‘Esse é um cosplay que eu faço’, disse. ‘Gandalf’ saiu de Curitiba para ver show de Katy Perry no Rock in Rio.
Rafael Nascimento/g1 Rio
O curitibano Manoel Lucas, de 58 anos, compareceu ao Rock in Rio em uma roupa especial. Apesar do calor na Cidade do Rock, ele chegou vestido de Gandalf, personagem de “Senhor do Anéis”.
“Eu sempre uso a roupa do Gandalf. Esse é um cosplay que eu faço e o Rock in Rio era um local para ele estar. Estava quente mais cedo, mas agora refrescou”, explica.
Segundo Manoel, ele saiu de Curitiba para assistir ao show da headliner, Katy Perry, desta sexta-feira (20). O evento é especial porque marcará o aniversário do “Gandalf”.
“Viemos de Curitiba, eu, a minha família e amigos para comemorar o meu aniversário no show da Katy Perry. Faço 59 anos no momento do show dela”.
‘Gandalf’ saiu de Curitiba para ver show de Katy Perry no Rock in Rio.
Rafael Nascimento/g1 Rio

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